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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES


Faculdade de Formação de Professores
Departamento de Educação
Docente: Pâmela Esteves
Disciplina: Sociologia da Educação
Valor: 10 pontos.
ESTUDANTE:

ESCOLHA DUAS QUESTÕES PARA RESPONDER, E RESPONDA OBRIGATORIAMENTE A QUESTÃO ¨6

1.

Esse “meme" da internet remete a elementos centrais da obra de Karl Marx. Um


deles é a forma como se estabelece a troca de mercadorias no capitalismo. Nas
palavras do autor, essa troca “É apenas a relação social determinada dos
próprios homens que assume aqui a forma fantasmagórica de uma relação entre
coisas. Para encontrar uma analogia, daí devemos escapar para a região
nebulosa do mundo religioso. Aqui os produtos da cabeça humana parecem
dotados de vida própria, relacionando-se uns com os outros e com os homens
em figuras autônomas. Assim se passa no mundo das mercadorias com os produtos da mão humana”.

A partir do “meme” e do texto acima,

a) interprete o sentido da frase “você vendeu a sua força de trabalho” de acordo com a obra de Karl Marx.
b) analise de que maneira é possível aproximar a concepção de fetichismo da mercadoria em Marx e os hábitos de
consumo.

2. Considere a passagem abaixo:


O ponto de vista de Marx estava fundado no que ele chamava de concepção materialista da história. De acordo com
essa concepção, não são as ideias ou os valores que os seres humanos guardam as principais fontes da mudança
social. Em vez disso, a mudança social é estimulada primeiramente por influências econômicas. Os conflitos de classe
proporcionam a motivação para o desenvolvimento histórico [...]. Nas palavras de Marx: “toda a história humana até
aqui é a história da luta de classes”.

Por que, para Marx, a luta de classe é a expressão concreta da concepção materialista da história?

3. Leia o texto a seguir.


Após assinar o decreto que estabeleceu a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, o presidente
Michel Temer justificou a medida dizendo “(...) que o crime organizado quase tomou conta do estado do Rio de
Janeiro. É uma metástase que se espalha pelo país (...)”. Destacam-se no crime organizado as milícias privadas,
grupos formados para atuarem em comunidades urbanas de baixa renda, os quais, sob a alegação de “manter a
ordem e a segurança”, praticam agiotagem, extorquem dinheiro do comércio e de moradores e cometem
assassinatos. As milícias podem ser definidas por alguns traços centrais: controle de um território e da população
que nele habita por parte de um grupo armado ilegal; caráter coercitivo desse controle; a busca do lucro como
motivação principal; a participação ativa de agentes do aparelho estatal legal; um discurso de legitimação referido à
proteção dos moradores e à instauração da ordem. Apesar de se colocarem nas comunidades onde atuam como
poder alternativo ao poder legal, acabam atuando como uma espécie de Estado paralelo ao Estado constitucional.
Isto implica em assumir, alternativamente, traços semelhantes àqueles que definem o Estado moderno
constitucional.

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Com base na teoria de Max Weber, indique e explique três características definidoras do Estado moderno
constitucional sob o modelo da dominação racional-legal.

4. No Brasil, entre abril e maio de 2017, uma espécie de jogo conhecido como “Baleia Azul” causou alvoroço nas
redes sociais digitais. Trata-se de uma série de desafios que culmina no suicídio do “jogador”, geralmente um
indivíduo jovem. As reações, principalmente das famílias e das escolas, alertavam para a necessidade de reforçar os
laços sociais e as regras de convívio coletivo. Também se disseminaram opiniões sobre a necessidade de os jovens
concentrarem-se nos estudos e no trabalho como forma de manutenção do equilíbrio social. Mas o assunto não é
novo em Sociologia. Os aspectos sociológicos do suicídio foram analisados por um autor clássico, Émile Durkheim,
que, em 1897, publicou a obra “O Suicídio: estudo de sociologia”.

Com base na teoria de Durkheim, caracterize o “suicídio anômico” como um tipo de suicídio específico das
sociedades modernas.

5. Texto 1

O positivismo representa amplo movimento de pensamento que dominou grande parte da cultura europeia, no
período de 1840 até às vésperas da Primeira Guerra Mundial. Nesse contexto, a Europa consumou sua
transformação industrial, e os efeitos dessa revolução sobre a vida social foram maciços: o emprego das descobertas
científicas transformou todo o modo de produção. Em poucas palavras, a Revolução Industrial mudou radicalmente
o modo de vida na Europa. E os entusiasmos se cristalizaram em torno da ideia de progresso humano e social
irrefreável, já que, de agora em diante, possuíam-se os instrumentos para a solução de todos os problemas. A ciência
pelos positivistas apresentava-se como a garantia absoluta do destino progressista da humanidade.

Texto 2
O “progresso” não é nem necessário nem contínuo. A humanidade em progresso nunca se assemelha a uma pessoa
que sobe uma escada, acrescentando para cada um dos seus movimentos um novo degrau a todos aqueles já
anteriormente conquistados. Nenhuma fração da humanidade dispõe de fórmulas aplicáveis ao conjunto. Uma
humanidade confundida num gênero de vida único é inconcebível, pois seria uma humanidade petrificada.

a) Considerando o texto 1, explique o que significa “eurocentrismo” e por que o conceito de progresso pressuposto
pelo positivismo é eurocêntrico.
b) Por que o método empregado pelo autor do texto 2 é considerado relativista? Como sua concepção de progresso
se opõe ao conceito de progresso positivista?

6. A educação é a ação exercida, pelas gerações adultas, sobre as gerações que não se encontrem ainda preparadas
para a vida social; tem por objeto suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados físicos, intelectuais e
morais, reclamados pela sociedade política, no seu conjunto, e pelo meio especial que a criança, particularmente, se
destine.
DURKHEIM, Émile. Educação e sociologia. 8. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1972, p. 41.

A educação é, também, onde decidimos se amamos nossas crianças o bastante para não expulsá-las de nosso mundo
e abandoná-las a seus próprios recursos, e tampouco arrancar de suas mãos a oportunidade de empreender alguma
coisa nova e imprevista para nós, preparando-as em vez disso com antecedência para a tarefa de renovar um mundo
comum.
ARENDT, Hannah. A crise na educação. In: ________. Entre o passado e o futuro. São Paulo: Perspectiva, p. 247,
2011.
A partir dos textos acima e de seus conhecimentos de sociologia, escreva um breve comentário respondendo: a
educação serve para conservar ou transformar a sociedade?

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