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 A expressão “Fazenda Pública” abrange União,

Estados, Municípios, Distrito Federal, autarquias e


fundações públicas (Gonçalves, 2017).

 Dessa forma a execução contra a fazenda pública, é


aquela manejada perante ente público com natureza
de direito público.

 Não há, expropriação na execução intentada contra a


Fazenda Pública, devendo o pagamento submeter-se
ao regime jurídico do precatório (ou da Requisição de
Pequeno Valor, se o valor for inferior aos limites
legais)

 Os bens de uso da Fazenda são bens públicos,


portanto, impenhoráveis e inalienáveis, conforme o
princípio da indisponibilidade dos bens públicos.
 O art. 100 da Constituição Federal, dispõe: “Os pagamentos
devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e
Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão
exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos
precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a
designação de casos ou de pessoas nas dotações
orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim”.

 Obrigação de pagar:

 O CPC/15 autoriza que o exequente inicie o procedimento


executivo nos mesmos autos em que proferida a decisão ou
sentença, sem a necessidade de dar início a novo processo
judicial.

 O exequente deverá apresentar demonstrativo discriminado e


atualizado do crédito, contendo o requisitos previstos no art.
534, do CPC.

 Nos casos em que haja litisconsórcio ativo, ou seja, mais de um


exequente, os demonstrativos deverão ser apresentados
individualmente.
 Uma vez que não ocorra o pagamento voluntário no
prazo estabelecido, a multa de 10% não se aplica
aos casos em que a Fazenda Pública figure como
executada.

 Considerando o procedimento distinto quanto ao


cumprimento de sentença em face da Fazenda
Pública, em especial sua prerrogativa de pagar
mediante expedição de Requisição de Pequeno
Valor ou Precatório, que devem seguir uma ordem
cronológica e procedimentos específicos
estabelecidos no art. 100 da CF, resta incompatível
a aplicação de referida multa.

 A questão afeta aos honorários advocatícios,


encontra formas e valores distintos e peculiares, nos
termos do art. 85, § 3º e §7º, do CPC/15.
 A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu
representante judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico,
para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios
autos, impugnar a execução, podendo arguir:

I – falta ou nulidade da citação se, na fase de


conhecimento, o processo correu à revelia;
II – ilegitimidade de parte;
III – inexequibilidade do título ou inexigibilidade da
obrigação;
IV – excesso de execução ou cumulação indevida de
execuções;
V – incompetência absoluta ou relativa do juízo da
execução;
VI – qualquer causa modificativa ou extintiva da
obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação
ou prescrição, desde que supervenientes ao trânsito em julgado
da sentença.”
 Por se tratar de prazo próprio da Fazenda Pública,
não há a dobra prevista no art. 183, do CPC, porque
o §2º, desse artigo, excepciona a regra quando se
tratar de prazo próprio para o ente público.

 Findo o prazo de impugnação, e não apresentada a


peça, ocorre o trânsito em julgado também da fase
de cumprimento, autorizando-se, assim, a expedição
de precatório ou o pedido de RPV, conforme o caso.

 Caso haja impugnação, a expedição de precatório ou


o pedido de RPV depende do trânsito em julgado
dessa impugnação, de modo a fazer cumprir o que
determina o art. 100, da CF.
 Sistema dos precatórios

 As obrigações contraídas pelo Estado,


decorrentes de decisões judiciais, se submetem
a uma sistemática especial de pagamento,
diferentemente dos particulares devedores,
denominada de precatório.

 Precatório é uma requisição formal de


pagamento em que o Poder Público é
condenado judicialmente a realizar.

É uma ordem judicial para pagamento de


débitos dos órgãos públicos federais, estaduais,
municipais ou distritais, decorrentes de
sentença judicial transitada em julgado.
 Sua natureza jurídica é de ato administrativo,
pois não contém carga decisória nem mesmo
é oriundo de uma atividade jurisdicional típica.
 Súmula 733, do STF
 Súmula 311 do STJ

A Constituição Federal, em seu artigo 100,


possui as principais regras para o pagamento
via sistema de precatórios.

 Após solicitação do juiz responsável pela


condenação, o precatório é expedido pelo
presidente do tribunal onde o processo
tramitou, passando a integrar uma lista para
pagamento de acordo com a ordem de
apresentação.
 Os precatórios podem ser de natureza
alimentar (decisões sobre salários, pensões,
aposentadorias, indenizações por morte ou
invalidez, benefícios previdenciários, créditos
trabalhistas, etc) ou natureza comum (os
demais tipos de decisões).

O pagamento deve seguir uma ordem de


preferência, sendo que os precatórios
alimentares têm preferência sobre os comuns,
com organização de uma fila por ordem
cronológica de apresentação do precatório a
cada ano.
 1ºOrdem superpreferencial (art. 100, §2º, da
CF) – composta pelos precatórios alimentares
no montante de até 3x o limite das requisições
de pequeno valor de cada ente;

 2ºOrdem preferencial – créditos alimentares


que não se enquadram na ordem
superpreferencial;

 3ºOrdem dos demais créditos – aqueles não


alimentares.
 Noregime dos precatórios, as requisições são
pagas da seguinte forma:
 As propostas orçamentárias, para o ano seguinte,
devem ser fechadas pelo Congresso até 22 de
dezembro, razão pela qual o envio, pelos Tribunais,
das despesas a serem pagas pelo Executivo, deve se
dar em data anterior, para que haja tempo de ser
consolidada pelo Poder executivo, debatida no âmbito
do Congresso, e devidamente aprovada, com a
liberação do dinheiro.

 Assim, como o Executiva envia o Projeto de LOA até


31 de agosto, tem como, em tese, se organizar para
receber os precatórios em até 1º de julho e ordenar a
sua inclusão para efetuar o pagamento até o final do
ano seguinte, quando terão seus valores atualizados
monetariamente.

 O prazo constitucional para que os entes públicos


paguem as quantias dispostas em precatório está
disciplinado no art. 100, §5º, da CF.
 Requisição de pequeno valor

 RPV é uma requisição de pagamento que se faz a um ente


público em razão de uma dívida reconhecida por sentença
judicial transitada em julgado, que possibilita à parte vitoriosa
receber o crédito da condenação independentemente da
expedição de precatório, em razão de seu menor valor.

 Qual o valor da RPV?


 Cada Ente Público devedor tem autonomia para fixar por meio
de Lei o valor da RPV, sendo que o valor mínimo é o do maior
benefício do regime geral de previdência social, conforme o art.
100, §§ 3º e 4º da Constituição da República e o art. 97, § 12, I
E II, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

 Caso a entidade pública não tenha definido em Lei o valor da


sua RPV, será considerado crédito de pequeno valor o montante
de 40 (quarenta) salários mínimos nos Estados e Distrito
Federal, e de 30 (trinta) salários mínimos nos Municípios, nos
termos do ART. 97, § 12, I E II do ADCT.
 Quem expede a RPV?

 A RPV é expedida pelo Juiz de Direito que proferiu a


sentença condenatória e encaminhada ao Ente Público
devedor para que seja realizado o pagamento do
crédito.
 No formulário da RPV devem constar o nome, os
documentos de identificação e o número da conta
bancária do credor para o depósito do valor devido.

 Qual o prazo para pagamento da RPV?

 Após o recebimento da ordem do Juiz, o Ente Público


(Estado, municípios, autarquias e fundações) tem o
prazo de 60 (sessenta) dias para realizar o pagamento
do crédito especificado na RPV.
 O que acontece se a RPV não for paga no prazo?

 Se a RPV não for paga no prazo de 60 (sessenta) dias


do seu recebimento, o Juiz que a expediu deve realizar
o sequestro do valor requisitado diretamente nas contas
do Ente Devedor e repassá-lo ao credor por meio de
alvará judicial.

 O credor pode abrir mão de parcela do crédito de um


precatório para que ele seja pago como RPV?

 Sim. Caso o valor da causa ganha ultrapasse o limite da


RPV e se enquadre como precatório, o credor tem a
opção de abrir mão da parcela excedente do crédito
para que seja expedida uma RPV em vez de um
precatório. Nesse caso, o requerimento deve ser dirigido
ao Juiz que julgou a causa.
 Execução contra Fazenda Pública – título extrajudicial

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