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Estudo Prova direito Previdenciário

Origens da Seguridade Social:

Surgiu de lutas e protestos em prol dos direitos.


Primeiros contatos em 1601 na Inglaterra com a "Lei dos Pobres".
Declarações importantes: Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) e
Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) reconhecem a seguridade como
direito universal.

Marcos no Brasil:

1543: Brás Cubas cria a Santa Casa de Misericórdia, primeiro hospital assistencial.
1824: Primeira constituição com socorros públicos.
1808: Criação dos montéquios - instituições de pensão por morte.
1835: Surgimento da Mão Geral, primeira entidade de previdência privada.

Evolução da Previdência no Brasil:

Evolução da Previdência Social no Brasil

1923 - Lei Eloy Chaves:


Considerada a primeira legislação previdenciária no Brasil.
Criou as Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs) para os ferroviários.

1930 - Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs):


Com a expansão da previdência para outros setores, surgiram os IAPs, que eram
organizados por categorias profissionais, como IAPB (Bancários), IAPC (Comerciários),
IAPI (Industriários), entre outros.

1960 - Unificação dos IAPs:


Os diversos IAPs foram unificados em um único órgão, o Instituto Nacional de Previdência
Social (INPS).
1967 - Fundação da Previdência Social:
Com a Reforma Administrativa, a Previdência Social foi dividida em duas entidades: o
INPS (Instituto Nacional de Previdência Social) e o IAPAS (Instituto de Administração
Financeira da Previdência e Assistência Social).

1974 - SINPAS:
Foi criado o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS), que unificou
a gestão da saúde, previdência e assistência social. O SINPAS englobava o INAMPS
(Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social), o IAPAS e outras
entidades.

1990 - Criação do INSS:


O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foi criado, absorvendo as competências do
IAPAS. O INSS passou a ser o principal órgão responsável pela gestão da Previdência
Social no Brasil.

Aspectos das Constituições Brasileiras:

1824: Socorros públicos.


1891: Aparece a palavra "aposentadoria".
1934: Tríplice de custeio e proteção ao trabalhador.
1937: Previsões sobre seguros e assistências.
1946: Foco na previdência social.
1967: Introdução do seguro-desemprego.
1988: Atual constituição focando na seguridade social como conjunto de ações de
previdência, assistência e saúde.

Serviços da Seguridade:

Previdência: Seguro público, contributivo, filiação obrigatória e repartição simples.


Assistência Social: Proteção e apoio aos cidadãos insuficientes, gratuita.
Saúde: Universal, gratuita, preventiva, integral e prioritária. Lema: "A saúde é um direito
de todos e dever do estado”.

Princípios da Seguridade Social:


Solidariedade: Cooperação da maioria em favor da minoria. Pessoas com capacidade
contributiva ajudam aquelas sem essa capacidade.

Preexistência de Custeio: Não se pode criar ou ampliar um benefício sem garantir seu
financiamento. O benefício só pode existir se houver dinheiro para sustentá-lo.

Noventena (ou Anterioridade Nonagesimal): Contribuições só podem ser cobradas 90


dias após a publicação da lei que as instituiu ou modificou.

Universalidade da Cobertura e Atendimento: A seguridade social deve atender a todos


que dela necessitam, mas devido a limitações financeiras, nem todos os benefícios
podem ser criados.

Seletividade e Distributividade: O legislador deve selecionar os riscos sociais mais


importantes e distribuir os benefícios ao maior número de pessoas que necessitam.

Uniformidade e Equivalência: Garantir igualdade entre populações urbanas e rurais.


Todos devem ter acesso aos mesmos benefícios e com valores equivalentes.

Diversidade na Base de Financiamento: A seguridade é financiada por várias fontes,


garantindo sua sustentabilidade. Quanto maior a base de financiamento, mais eficaz é a
seguridade.

Irredutibilidade do Valor dos Benefícios: Os benefícios não podem ser reduzidos. Eles
devem ser reajustados periodicamente para garantir seu poder de compra.

Caráter Democrático e Descentralizado: A gestão da seguridade social deve ser feita


com a participação de trabalhadores, empregadores, aposentados e governo. Exemplo:
Conselho Nacional de Previdência Social.

Equidade na Participação de Custeio: Quem ganha mais contribui mais, e quem ganha
menos contribui menos. Garante uma contribuição justa de acordo com a capacidade de
cada um.
Regras Gerais da Previdência Social

1. Segurados:

Obrigatórios: São aqueles que, por força de lei, estão automaticamente vinculados ao
sistema previdenciário devido à sua atividade laboral. Exemplos incluem:

Empregados (aqueles que trabalham para empregadores em regime CLT);


Empregados domésticos;
Trabalhadores avulsos (sem vínculo empregatício, mas prestam serviço para
terceiros);
Contribuintes individuais (profissionais autônomos, como advogados, médicos,
etc.);
Produtores rurais e pescadores artesanais.

Facultativos: São aqueles que, mesmo não exercendo atividade remunerada, optam por
contribuir para a Previdência Social. Exemplos:

Donas de casa;
Estudantes;
Síndicos não-remunerados;
Desempregados.

2. Dependentes:

São aqueles que têm direito a receber benefícios derivados da contribuição do segurado.
São classificados em três classes:

Classe 1: Cônjuge ou companheiro(a), filhos menores de 21 anos ou inválidos de


qualquer idade.
Classe 2: Pais, desde que comprovem dependência econômica.
Classe 3: Irmãos menores de 21 anos ou inválidos, desde que comprovem
dependência econômica.
3. Carência:

Refere-se ao número mínimo de contribuições mensais necessárias para que o segurado


ou seu dependente tenha direito a determinados benefícios.
A carência varia conforme o tipo de benefício. Por exemplo:

Aposentadoria por idade: 180 contribuições mensais;


Auxílio-doença: 12 contribuições mensais.
Algumas situações, como acidente de trabalho ou doenças específicas, podem
dispensar ou reduzir o período de carência.

Regimes Previdenciários

1. PGPS (Plano Geral de Previdência Social):

Características:
Administrado pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Abrange, principalmente, os trabalhadores do setor privado.
Financiado por contribuições do empregado, empregador e governo.

Benefícios: Aposentadorias (por idade, tempo de contribuição, invalidez), auxílio-doença,


salário-maternidade, entre outros.
2. RPPS (Regime Próprio de Previdência Social):

Características:
Destinado aos servidores públicos titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios.
Cada ente federativo possui seu próprio RPPS.
Financiado por contribuições do servidor e do respectivo ente público.

Benefícios: Aposentadorias (por invalidez, compulsória, voluntária), pensão por morte,


auxílio-doença, entre outros.
Observação: Servidores que não possuem estabilidade (ex: comissionados) são
vinculados ao PGPS.
3. Complementar:

Características:
Regime de previdência privada, de caráter complementar ao PGPS e RPPS.
Não é obrigatório, sendo uma opção do trabalhador.
Pode ser de dois tipos: fechado (entidades fechadas de previdência complementar, como
fundos de pensão) e aberto (entidades abertas de previdência complementar, como
bancos e seguradoras).

Benefícios: Dependem do plano escolhido pelo participante, mas geralmente incluem


complementação de aposentadoria e pensão por morte.
Observação: Os benefícios são resultantes das contribuições feitas pelo participante e,
em alguns casos, também pelo empregador, além dos rendimentos obtidos pelas
aplicações dessas contribuições.

Período de Graça

Definição:

O período de graça refere-se ao tempo em que o segurado mantém seus direitos e


benefícios na Previdência Social, mesmo sem realizar contribuições.

Características:

Duração:

Em regra, o período de graça dura 12 meses após a cessação das contribuições para o
segurado que deixa de exercer atividade remunerada (desempregado) e não está
recebendo benefício.
Para o segurado que comprova estar desempregado através de registro no Ministério do
Trabalho, esse período pode ser prorrogado por mais 12 meses, totalizando 24 meses.
Em caso de suspensão de atividades por motivo de doença, incapacidade, prisão ou
aposentadoria por invalidez, o período de graça é de até 12 meses após o término de
cada uma dessas situações.
Para o segurado facultativo (ex: dona de casa, estudante), o período é de 6 meses.

Importância:

Durante o período de graça, o segurado mantém sua qualidade de segurado, ou seja, não
perde o vínculo com a Previdência Social.
Isso significa que, se ocorrer algum evento que dê direito a um benefício durante esse
período (como um acidente ou doença), o segurado poderá requerê-lo, mesmo sem ter
contribuído recentemente.

Exemplo Ilustrativo:

Joana, uma empregada de uma empresa, é demitida. Ela não consegue um novo
emprego imediatamente e também não realiza contribuições individuais à Previdência.
Mesmo assim, durante 12 meses após sua demissão (ou até 24 meses se comprovar
desemprego), Joana mantém sua qualidade de segurada. Se ela sofrer um acidente
dentro desse período, poderá solicitar o auxílio-doença, por exemplo.

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