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Bruno Matheus Ferreira

Execução Penal

PRINCÍPIOS QUE REGEM A EXECUÇÃO PENAL:

Humanidade das penas: As penas devem ser aplicadas de forma a preservar a dignidade da pessoa humana,
evitando tratamentos cruéis ou degradantes, independentemente da gravidade do crime cometido.

Legalidade: O condenado tem o direito de ter todos os seus direitos garantidos pela lei e pela sentença
condenatória, não podendo as normas administrativas penitenciárias violar esses direitos, incluindo as regras
sobre faltas e sanções disciplinares.

Personalização da pena: A pena deve ser aplicada levando em consideração a culpabilidade, personalidade e
antecedentes do condenado, evitando a transferência da pena para terceiros. Nos casos de regime fechado, é
obrigatório o exame criminológico para análise da personalidade do condenado.

Proporcionalidade da pena: Deve ser estabelecida uma correspondência adequada entre a gravidade do
crime e a forma de aplicação da pena, considerando-se a classificação do preso e as circunstâncias do caso.

Isonomia: Todos os presos devem receber tratamento igualitário, sem distinção baseada em raça, status social
ou política. No entanto, a igualdade deve ser compatível com a proporcionalidade, assegurando tratamento
diferenciado aos que estão em situações juridicamente desiguais.

Jurisdicionalidade: A execução penal é predominantemente uma atividade jurisdicional, em que a autoridade


judiciária exerce um papel central. O juiz possui diversas atribuições, conforme previsto na Lei de Execuções
Penais, garantindo a intervenção judicial na execução penal.

Vedação ao excesso de execução: A execução da pena deve respeitar as condições e limites impostos na
sentença condenatória, não podendo ultrapassar o que foi determinado pelo juiz. A coisa julgada deve ser
protegida, assegurando que a pena seja executada dentro dos parâmetros estabelecidos.

Ressocialização: A execução penal tem como objetivo principal a reintegração do condenado à sociedade.
Além de punir, o Estado busca oferecer oportunidades de reabilitação e ressocialização, para que o apenado
possa se reintegrar à comunidade sem cometer novos delitos. A execução da pena deve ser guiada por essa
perspectiva de ressocialização.

OBJETIVO

A Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984, também conhecida como Lei de Execuções Penais – LEP, tem como
finalidade efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica
integração social do condenado e do internado. Essa lei é de extrema importância para o sistema de justiça
criminal, pois estabelece diretrizes e normas para a execução das penas, buscando não apenas a punição do
infrator, mas também sua ressocialização.

Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições
para a harmônica integração social do condenado e do internado.

Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em todo o Território Nacional, será exercida, no
processo de execução, na conformidade desta Lei e do Código de Processo Penal.

Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar,
quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária.

Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei.

Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa ou política.

Art. 4º O Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade nas atividades de execução da pena e da medida de
segurança.
DIREITOS DO PRESO

Trabalho remunerado: O preso tem o direito de trabalhar e receber remuneração, parte da qual é reservada em
uma caderneta de poupança para resgate após a sua liberação. A outra parte pode ser destinada à indenização
por danos, assistência familiar, despesas pessoais e ressarcimento ao Estado.

Auxílio-reclusão: Benefício previdenciário destinado aos dependentes de baixa renda do preso, desde que
mantida a condição de segurado do INSS. O valor é calculado com base na média dos valores do salário de
contribuição.

Direitos da família: Os familiares do preso têm direito a assistência social para resolver questões relacionadas
a benefícios da previdência social e documentos pessoais, além de orientação e apoio dentro da unidade
prisional. As visitas da família podem ter regras especiais estabelecidas pelo juiz, considerando a
ressocialização e a segurança.

Visitas íntimas: O preso tem o direito de receber visitas íntimas do cônjuge ou companheiro(a) em dias e locais
determinados, desde que devidamente registrados e autorizados pela área de segurança e disciplina, levando
em conta a segurança, saúde e preservação da família.

Condições especiais para mulheres presas: As penitenciárias femininas devem ter uma seção para gestantes e
parturientes, além de creche para crianças entre 6 meses e 7 anos, com o objetivo de assistir às crianças cujas
responsáveis estão presas.

Remição da pena: O preso que cumpre pena em regime fechado ou semiaberto pode reduzir parte do tempo
de execução da pena por meio de trabalho ou estudo. A conclusão do ensino fundamental ou médio e a
aprovação em exames específicos também garantem o direito à remição.

Assistência ao egresso: O egresso do sistema penitenciário tem direito à orientação para reintegração social,
alojamento e alimentação por dois meses, além de auxílio para obtenção de emprego.

Art. 41 - Constituem direitos do preso:

I -alimentação suficiente e vestuário;

II - atribuição de trabalho e sua remuneração;

III - Previdência Social;

IV - constituição de pecúlio;

V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação;

VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a
execução da pena;

VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;

VIII - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;

IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado;

X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados;

XI - chamamento nominal;

XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena;

XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento;

XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;

XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação que
não comprometam a moral e os bons costumes.
XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da autoridade judiciária competente.
(Incluído pela Lei nº 10.713, de 2003)

Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado
do diretor do estabelecimento.

Art. 42 - Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à medida de segurança, no que couber, o disposto nesta Seção.

Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico de confiança pessoal do internado ou do submetido a tratamento
ambulatorial, por seus familiares ou dependentes, a fim de orientar e acompanhar o tratamento.

Parágrafo único. As divergências entre o médico oficial e o particular serão resolvidas pelo Juiz da execução.

Dos Deveres

Art. 38. Cumpre ao condenado, além das obrigações legais inerentes ao seu estado, submeter-se às normas de execução
da pena.

Art. 39. Constituem deveres do condenado:

I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença;

II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se;

III - urbanidade e respeito no trato com os demais condenados;

IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou à disciplina;

V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;

VI - submissão à sanção disciplinar imposta;

VII - indenização à vitima ou aos seus sucessores;

VIII - indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas com a sua manutenção, mediante desconto
proporcional da remuneração do trabalho;

IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;

X - conservação dos objetos de uso pessoal.

Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no que couber, o disposto neste artigo.

TIPOS DE ESTABELECIMENTOS PENAIS

Penitenciária: Destinada aos presos provisórios e condenados em regime fechado, podendo ser de segurança
máxima ou média. Os condenados devem ser alojados em celas individuais.

Colônia agrícola, industrial ou similar: Destinada ao cumprimento da pena em regime semiaberto, caracterizada
pela ausência de grades, muros ou vigilância armada.

Casa do albergado: Destinada ao cumprimento de pena em regime aberto, onde o condenado fica recolhido
somente durante a noite e nos domingos e feriados, podendo trabalhar normalmente.

Centro de observação: Estabelecimento onde são realizados exames gerais e criminológicos, encaminhados
para a Comissão Técnica de Classificação.

Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP): Destinado a inimputáveis e semi-imputáveis com


medidas de segurança, para internação ou tratamento ambulatorial.

Cadeia Pública: Destinada ao recolhimento de presos provisórios, também conhecida como presídio e sempre
de segurança máxima.
CONSELHO PENITENCIÁRIO

O Conselho Penitenciário desempenha um papel fundamental no sistema prisional, buscando garantir a correta
aplicação da lei e dos direitos dos presos. Além de emitir pareceres em pedidos de Indulto e Livramento
Condicional, o Conselho também pode iniciar de forma independente a análise desses benefícios, levando em
consideração a conveniência e oportunidade.

A presença de profissionais de diferentes áreas no Conselho, como juristas, psiquiatras e psicólogos, permite
uma abordagem mais abrangente e embasada na execução penal. O objetivo é trazer a experiência da
comunidade para o processo, garantindo uma visão mais ampla e coerente com as necessidades e realidades
dos detentos.

Além disso, o Conselho Penitenciário desempenha um papel importante na fiscalização dos estabelecimentos
penais, realizando inspeções regulares para verificar as condições de cumprimento das penas e a observância
dos direitos dos presos. Também supervisiona os patronatos, que são responsáveis pela assistência aos
egressos, visando auxiliar na reintegração social e prevenir a reincidência criminal.

REGIMES DE EXECUÇÃO DE PENA/PROGRESSÃO E REGERESSÃO

O ordenamento jurídico brasileiro adota três regimes de cumprimento de pena: fechado, semiaberto e aberto. A
progressão de regime ocorre quando o condenado demonstra condições de adaptação a um regime menos
rigoroso. A progressão exige o cumprimento de um requisito objetivo (1/6 da pena em regime anterior, exceto
para crimes hediondos) e um requisito subjetivo (bom comportamento carcerário comprovado pelo diretor do
estabelecimento prisional). Em casos excepcionais, quando não há vagas no regime adequado, o condenado
pode aguardar em regime aberto.

A avaliação do mérito do condenado é feita pelo diretor do estabelecimento prisional, mas em casos de crimes
graves, o atestado de boa conduta pode não ser suficiente. O exame criminológico, que era exigido para a
progressão de regime fechado, não é mais obrigatório pela lei, mas pode ser realizado por determinação
judicial. O STF editou a Súmula 439, afirmando a admissibilidade do exame criminológico em casos
recomendados pelas peculiaridades do caso.

O regime fechado é cumprido em estabelecimento de segurança máxima ou média, o semiaberto em colônia


agrícola ou industrial, e o aberto em prisão albergue ou casa de albergado. O regime inicial de cumprimento da
pena é determinado na sentença, respeitando a gravidade do delito. A progressão de regime tem critérios
específicos para crimes hediondos, exigindo 2/5 da pena para primários e 3/5 para reincidentes

A Lei de Crimes Hediondos previa a vedação da progressão de regime, mas o STF declarou a
inconstitucionalidade desse dispositivo. A regressão de regime ocorre quando o condenado pratica crime
doloso, falta grave, sofre condenação por crime anterior ou não paga multa. A medida de segurança aplicada
aos fronteiriços é por tempo indeterminado, sujeita a perícia médica para averiguar a cessação da
periculosidade.

A aplicação de regime mais gravoso do que o cabível com base apenas na gravidade abstrata do delito é
vedada, exigindo motivação idônea. A progressão de regime pode ocorrer antes do trânsito em julgado da
sentença penal condenatória, conforme a Súmula 716 do STF. Os tratados internacionais de direitos humanos
têm superioridade sobre a legislação infraconstitucional, e o Pacto de San José da Costa Rica proíbe a
imposição de pena mais grave do que a aplicável no momento do delito.

REMIÇÃO DE PENA

A remissão de pena é um instituto do direito penal que consiste na redução do tempo de cumprimento da pena
imposta ao condenado. Esse benefício pode ser concedido em algumas situações específicas, previstas na
legislação, como forma de estimular a ressocialização do apenado e recompensar seu bom comportamento
durante o cumprimento da pena.

Existem dois tipos de remissão de pena:


Remissão por trabalho ou estudo: O condenado que trabalha ou estuda enquanto cumpre sua pena pode ter
seu tempo de prisão reduzido. A legislação estabelece que a cada três dias de trabalho ou estudo, o preso terá
direito a um dia de remissão de pena. Essa remissão é aplicada de forma automática, ou seja, não depende de
decisão judicial.

Remissão por mérito: Além da remissão por trabalho ou estudo, o condenado pode receber a remissão de pena
como uma forma de reconhecimento por seu bom comportamento carcerário. Essa remissão por mérito é
concedida pelo juiz da execução penal, após avaliação do diretor do estabelecimento prisional e consideração
dos critérios estabelecidos na lei.

É importante ressaltar que a remissão de pena não implica na extinção da pena, mas sim na redução do tempo
a ser cumprido. Ela pode contribuir para que o condenado progrida para um regime mais brando ou até mesmo
obtenha a liberdade condicional mais cedo.

No entanto, a remissão de pena não é um direito absoluto do condenado, sendo uma faculdade concedida pelo
Estado como uma forma de incentivar a ressocialização. O benefício pode ser revogado em caso de
cometimento de falta grave pelo preso ou por outros motivos previstos em lei.
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de
execução da pena. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011).

§ 1o A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de: (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante,
ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias; (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)

II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)

§ 2o As atividades de estudo a que se refere o § 1o deste artigo poderão ser desenvolvidas de forma presencial ou por metodologia de
ensino a distância e deverão ser certificadas pelas autoridades educacionais competentes dos cursos frequentados. (Redação dada
pela Lei nº 12.433, de 2011)

§ 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas de forma a se
compatibilizarem. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

§ 4o O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a remição .
(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)

§ 5o O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de conclusão do ensino fundamental,
médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão competente do sistema de educação. (Incluído
pela Lei nº 12.433, de 2011)

§ 6o O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade condicional poderão remir, pela frequência
a curso de ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de execução da pena ou do período de prova, observado o disposto
no inciso I do § 1o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)

§ 7o O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão cautelar .(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)

§ 8o A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)

Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando
a contagem a partir da data da infração disciplinar. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

Art. 128. O tempo remido será computado como pena cumprida, para todos os efeitos. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará mensalmente ao juízo da execução cópia do registro de todos os condenados que
estejam trabalhando ou estudando, com informação dos dias de trabalho ou das horas de frequência escolar ou de atividades de ensino de
cada um deles. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

§ 1o O condenado autorizado a estudar fora do estabelecimento penal deverá comprovar mensalmente, por meio de declaração da
respectiva unidade de ensino, a frequência e o aproveitamento escolar. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)

§ 2o Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias remidos. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)

Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código Penal declarar ou atestar falsamente prestação de serviço para fim de instruir pedido de
remição.

Art. 77. A escolha do pessoal administrativo, especializado, de instrução técnica e de vigilância atenderá a vocação, preparação
profissional e antecedentes pessoais do candidato.
§ 1° O ingresso do pessoal penitenciário, bem como a progressão ou a ascensão funcional dependerão de cursos específicos de
formação, procedendo-se à reciclagem periódica dos servidores em exercício.

§ 2º No estabelecimento para mulheres somente se permitirá o trabalho de pessoal do sexo feminino, salvo quando se tratar de pessoal
técnico especializado.

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em suas dependências com áreas e serviços destinados a dar
assistência, educação, trabalho, recreação e prática esportiva.

§ 1º Haverá instalação destinada a estágio de estudantes universitários. (Renumerado pela Lei nº 9.046, de 1995)

A anistia, a graça e o indulto são institutos do direito penal que envolvem a extinção, total ou parcial, da pena imposta a um
condenado. Embora sejam conceitos relacionados, eles possuem características distintas. Vou explicar cada um deles:

Anistia: A anistia é um ato do poder legislativo que perdoa e extingue as infrações penais cometidas em determinado
período de tempo ou em relação a certos eventos específicos. Geralmente, a anistia é concedida por meio de uma lei, que
é aprovada pelo poder legislativo competente. Com a anistia, as pessoas que cometeram crimes abrangidos por essa lei
são perdoadas e suas penas são completamente extintas. A anistia é aplicada retroativamente, ou seja, as infrações
cometidas antes da lei de anistia também são perdoadas.

Graça: A graça é um ato do poder executivo que reduz ou perdoa parcialmente uma pena imposta a um condenado. Ela é
concedida pelo chefe de Estado ou pelo chefe do poder executivo competente, por meio de um ato administrativo. A graça
pode ser parcial, reduzindo a pena em um determinado período, ou total, perdoando completamente a pena. A concessão
da graça é discricionária, ou seja, não está condicionada a critérios objetivos e o poder executivo possui a liberdade de
decidir se concede ou não o benefício.

Indulto: O indulto é um ato do poder executivo que extingue total ou parcialmente a pena imposta a um condenado. Ele é
concedido com base em critérios previamente estabelecidos, por meio de um decreto ou ato administrativo. O indulto pode
ser coletivo, abrangendo um grupo de condenados que atendam aos critérios definidos, ou individual, aplicado a um único
condenado. Normalmente, o indulto é concedido em ocasiões especiais, como feriados nacionais, datas comemorativas ou
em situações de crise, como forma de aliviar a superlotação carcerária, promover a ressocialização dos condenados ou
manifestar clemência.

É importante ressaltar que tanto a graça quanto o indulto são atos discricionários do poder executivo, ou seja, sua
concessão depende da vontade do governante e dos critérios estabelecidos. Além disso, a anistia, a graça e o indulto não
implicam na revisão da condenação ou na declaração de inocência do condenado, mas sim na extinção ou redução da
pena.

As regras e critérios para concessão de anistia, graça e indulto podem variar de acordo com a legislação de cada país,
sendo necessário consultar a legislação penal específica do respectivo ordenamento jurídico para obter informações mais
detalhadas sobre como esses institutos são aplicados em cada caso.

O Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) é uma modalidade de cumprimento de pena prevista na Lei de Execução
Penal (LEP) do Brasil. Ele foi criado com o objetivo de isolar presos considerados de alta periculosidade, que representam
um risco para a segurança do sistema prisional ou da sociedade.

O RDD é aplicado a detentos que praticaram crimes graves ou que apresentam um histórico de indisciplina dentro das
prisões. A finalidade é impor um regime de maior rigor e restrição, visando garantir a ordem e a disciplina no ambiente
carcerário.

RDD (REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO)

As principais características do RDD, de acordo com a LEP, são:

Isolamento: O preso fica isolado em cela individual, sem contato com outros detentos. Essa medida visa evitar influências
negativas e ações coordenadas entre os presos.
Restrição de visitas: Durante o período de cumprimento do RDD, as visitas sociais são limitadas e sujeitas a regras mais
rigorosas, com o objetivo de controlar o acesso do preso a pessoas externas ao sistema prisional.

Restrição de atividades: O preso submetido ao RDD tem suas atividades recreativas e laborais restritas, ficando em um
regime de confinamento mais severo.

Monitoramento: O preso no RDD é constantemente monitorado, por meio de câmeras de vigilância e outras medidas de
controle, a fim de garantir sua segurança e a segurança dos agentes penitenciários.

O período de permanência no RDD pode variar de acordo com a legislação e a gravidade do caso, sendo estabelecido por
decisão judicial. A LEP prevê um prazo máximo de 360 dias para a manutenção do preso no RDD, podendo ser prorrogado
em casos excepcionais e mediante autorização judicial.

É importante ressaltar que o RDD deve ser aplicado de forma excepcional e em conformidade com os direitos fundamentais
do preso. A legislação estabelece garantias mínimas, como a comunicação com a família, assistência jurídica, assistência à
saúde e o direito de defesa.

O objetivo do RDD é promover a segurança no sistema prisional e, ao mesmo tempo, possibilitar ao preso a oportunidade
de refletir sobre seus atos e buscar a ressocialização. No entanto, a aplicação desse regime é um tema controverso,
suscitando debates sobre seus efeitos na saúde mental dos detentos e sobre a eficácia na redução da criminalidade.

EXAME CRIMINOLÓGICO

Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime fechado, será submetido a exame
criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada classificação e com vistas à individualização da
execução.

Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser submetido o condenado ao cumprimento da pena privativa
de liberdade em regime semi-aberto.

Consiste em uma avaliação psicológica e social do condenado, realizada por profissionais especializados, com o objetivo
de obter informações sobre sua personalidade, conduta social, histórico criminal e outros aspectos relevantes para a
progressão de regime e a concessão de benefícios.

O Exame Criminológico é utilizado como instrumento para embasar decisões relacionadas ao cumprimento da pena e à
progressão de regime. Ele pode ser solicitado em casos como:

Progressão de regime: Quando o preso cumpre parte da pena em regime fechado e solicita a progressão para o regime
semiaberto ou aberto, o Exame Criminológico pode ser solicitado para avaliar sua aptidão e possibilidade de reinserção
social.

Livramento condicional: No caso de condenados que estão em regime semiaberto e desejam obter o livramento
condicional, o Exame Criminológico pode ser solicitado para avaliar sua aptidão e risco de reincidência.

Remição de pena: Em alguns casos, o Exame Criminológico pode ser utilizado como um critério para concessão de
remição de pena, que é a redução do tempo de prisão em decorrência do trabalho ou do estudo realizado pelo preso.

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