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8. LEI Nº 7.

210/84 - LEI DE EXECUÇÃO PENAL (LEP)

ASPECTOS INTRODUTÓRIOS (ART. 1º AO 4º)


- Execução da pena tem OBJETIVO de efetivar disposições da sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica
integração social do condenado ou internado.
 Regras aplicam-se igualmente aos presos provisórios, condenados e condenados pela justiça eleitoral e militar, quando recolhidos
em estabelecimento prisional comum/ordinário.
CLASSIFICAÇÃO (ART. 5º AO 9º)
- Visando a INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA, haverá CLASSIFICAÇÃO dos condenados, feita pela comissão técnica de classificação,
conforme ANTECEDENTES e PERSONALIDADE.
Classificação do condenado à PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE Classificação do condenado à PENA RESTRITIVA DE DIREITOS
Comissão técnica de classificação – composta por no mínimo: Comissão atuará junto ao juízo da execução e será integrada por
2 chefes de serviço + 1 psiquiatra + 1 psicólogo + 1 assistente social fiscais do Serviço Social.

EXAME CRIMINOLÓGICO PARA A CLASSIFICAÇÃO


Condenado à pena privativa de liberdade em regime fechado SERÁ Condenado à pena privativa de liberdade em regime semi-aberto
SUBMETIDO (obrigatoriamente) ao exame criminológico PODERÁ SER SUBMETIDO (opcional) ao exame criminológico.
 Segundo a jurisprudência do STJ, cometimento de falta grave na execução penal justifica a EXIGÊNCIA de exame criminológico
para progressão de regime.

IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL GENÉTICO


Quando ingressar na unidade prisional, o condenado por crime doloso praticado com violência grave contra a pessoa, crime contra a
vida, liberdade sexual ou crime sexual contra vulnerável, SERÁ SUBMETIDO (obrigatoriamente) à IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL
GENÉTICO, pela extração de DNA por técnica adequada e indolor.
 Se o condenado não foi submetido à identificação quando do ingresso na unidade prional, DEVERÁ ser submetido durante o
cumprimento da pena.
 Os dados genéticos devem ser armazenados em bancos de dados, com proteção do sigilo e titular da amostra tem direito de acesso
aos seus dados.
 A recusa à realização da identificação constitui falta grave.

ASSISTÊNCIA AO PRESO E INTERNADO (ART. 10 AO 27)


- Assistência ao preso é dever do Estado, para prevenir o crime e preparar indivíduos para o retorno familiar.

MESSE JR

Material; Educacional; Saúde; Social; Egresso - Jurídica; Religiosa

MATERIAL  Fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas, que atendam aos presos em suas necessidades.
 Locais destinados à venda de produtos e objetos permitidos e não fornecidos pela Administração
EDUCACIONAL  Compreenderá a instrução escolar e a formação profissional.
 Ensino médio, regular ou supletivo, com formação geral ou profissional (a nível de formação e aperfeiçoamento) de
nível médio será implantado nos presídios.
 Ensino de 1º grau será obrigatório.
 União, Estados, Municípios o Distrito Federal, incluirão em seus programas de educação à distância e de novas
tecnologias de ensino, o atendimento aos presos.
 A mulher terá ensino profissional adequado à sua condição.
 Cada estabelecimento dotar-se-á de biblioteca, para todos os reclusos, com livros instrutivos, recreativos e didáticos.
SAÚDE  Caráter preventivo e curativo, compreenderá atendimento médico, farmacêutico e odontológico no próprio
estabelecimento OU prestada em outro local, mediante autorização da direção do estabelecimento se NÃO houver
estrutura no local.
 Acompanhamento médico à mulher, principalmente no pré-natal e no pós-parto, extensivo ao recém-nascido.
 Direito de contratar médico de confiança pessoal (art. 43).
SOCIAL  Finalidade amparar o preso e o internado e prepará-los para o retorno à liberdade.
 Principais competências: relatar, dificuldades enfrentadas pelo assistido; acompanhar permissões de saídas e das
saídas temporárias; promover recreação e orientação do assistido e do liberando para facilitar o retorno à liberdade;
providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da Previdência Social e do seguro por acidente no trabalho;
orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, do internado e da vítima.
 Colaborar com o egresso para a obtenção de trabalho.
EGRESSO  Considera-se egresso: liberado definitivo, 1 ano desde a saída do estabelecimento + liberado condicional, durante o
período de prova.
 A assistência consiste: orientação para reintegrá-lo à vida em liberdade e se necessário, concessão de alojamento e
alimentação, em local adequado, por 2 meses - prorrogável uma única vez SE comprovado, por declaração do
assistente social, o empenho na obtenção de emprego.
JURÍDICA  Destinada àqueles que NÃO têm recursos financeiros para contratar advogado, assistência será integral e gratuita,
pela Defensoria Pública, dentro e fora das unidades penais.
 Em TODOS os estabelecimentos haverá local apropriado ao atendimento pelo Defensor Público.
 Fora dos estabelecimentos prisionais, os Núcleos Especializados da Defensoria Pública prestarão assistência jurídica
integral e gratuita aos réus, sentenciados em liberdade, egressos e seus familiares, sem recursos financeiros.
RELIGIOSA  Permissão de participação em serviços religiosos organizados no estabelecimento em local apropriado aos cultos
 Permissão para posse de livros de instrução religiosa, com liberdade de culto (estende-se à toda e qualquer religião)
 Ninguém poderá ser obrigado a participar de atividade religiosa.
DO TRABALHO (ART. 28 AO 37)
- Considerado como dever social e condição de dignidade humana, terá finalidade educativa e produtiva.
- Deverão ser consideradas: a habilitação, a condição pessoal, necessidades futuras do preso, e as oportunidades oferecidas pelo mercado.
 Deverá ser limitado, na medida do possível, o artesanato sem expressão econômica, exceto nas regiões de turismo.
 Maiores de 60 anos podem solicitar ocupação adequada à sua idade e os doentes ou deficientes físicos somente exercerão atividades
apropriadas ao seu estado.
 Mínimo 6 e máximo 8 horas diárias, com descanso nos domingos e feriados.
JORNADA DE  Permitido horário especial aos presos designados para os serviços de conservação e manutenção do estabelecimento;
TRABALHO  É direito do preso ter uma divisão proporcional do tempo para o trabalho, descanso e recreação.

- Ao trabalho do preso NÃO se aplica a Consolidação das Leis do Trabalho. Será remunerado mediante prévia tabela, e não será inferior a 3/4
do salário mínimo
- A remuneração deve atender:
 Indenização dos danos causados pelo crime, SE determinados judicialmente e NÃO reparados por outros meios;
 Assistência à família e pequenas despesas pessoais;
 Ressarcimento ao Estado das despesas com sua manutenção, em proporção fixada sem prejuízo das destinações anteriores.
- Salvo lei em contrário o restante da remuneração será depositado em Caderneta de Poupança, que será entregue ao condenado quando
posto em liberdade.
- Tarefas de prestação de serviço à comunidade não serão remuneradas.
 A prestação de serviço à comunidade é uma pena restritiva de direito (art. 43, inciso IV do CP), não é considerado trabalho, por isso,
não há remuneração
Condenado à pena privativa de liberdade Preso provisório Preso político
- OBRIGADO ao trabalho conforme suas - Trabalho é FACULTATIVO - Trabalho FACULTATIVO;
aptidões e capacidade - Executado APENAS no interior do
- Permitido o trabalho externo estabelecimento

Trabalho obrigatório NÃO É trabalho forçado!


 A Constituição Federal veda a imposição de pena de trabalho forçado (art. 5º, inciso XLVII, alínea “c”), contudo, por trabalho forçado
entende-se o ato de usar de violência ou ameaça para forçar alguém a executar um trabalho, de outro modo, a LEP impõe uma
obrigação jurídica de trabalho ao preso para que assim ele tenha benefícios jurídicos como por exemplo: remissão de pena e bom
comportamento carcerário para fins de progressão de regime.
 O preso que não cumpre com a obrigação jurídica de trabalhar sofrerá consequências jurídicas, perdendo os benefícios obtidos
através do trabalho, contudo, JAMAIS poderá ser violentado ou ameaçado para exercer uma atividade.

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TRABALHO EXTERNO
- Ocorre fora do estabelecimento prisional, permitido para os presos em regime fechado SOMENTE em serviço ou obras públicas realizadas
por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.
 Limite MÁXIMO de presos é de 10% do total de empregados na obra.
 O trabalho em empresa privada deve ser expressamente aceito pelo preso.
- Requisitos para o trabalho externo:
 Autorização da direção do estabelecimento;
 Aptidão, disciplina e responsabilidade;
 Cumprimento de no mínimo 1/6 da pena.
- Haverá revogação da autorização de trabalho externo do preso que praticar crime, for punido por falta grave, ou tiver comportamento contrário
aos requisitos estabelecidos neste artigo.
 STF: É admitido o trabalho externo do preso condenado pela prática de crime hediondo, desde que cumpridos os requisitos da LEP.
DOS DEVERES DOS PRESOS
I - Disciplina e cumprimento fiel da sentença; VI – Submissão à sanção disciplinar imposta;

II - Urbanidade e respeito no trato com os demais condenados; VII – Indenização à vítima ou seus sucessores;

III – Obediência ao servidor e respeito todas as pessoas que se VIII – Indenização ao Estado, se possível, das despesas com a sua
relacionar - descumprimento caracteriza falta grave manutenção, mediante desconto proporcional da remuneração do
trabalho;
IV – Oposição aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou IX – Higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;
de subversão à ordem ou disciplina;
V – Execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas X – Conservação dos objetos de uso pessoal;
descumprimento caracteriza falta grave
DIREITOS (ART. 40 AO 43)
É dever de todas as autoridades o respeito à integridade física e moral dos condenados e dos presos provisórios.
- Os direitos previstos na LEP aplicam-se aos condenados definitivamente, presos provisórios e àqueles submetidos a medida de segurança.

I - Alimentação suficiente e vestuário; IX - Proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;


II - Assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e X - Entrevista pessoal e reservada com o advogado;
religiosa; Estende-se ao Defensor Público.
Lembre-se do mnemônico: MESSE JR.
III - Atribuição de trabalho e sua remuneração; XI - Representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de
O trabalho é ao mesmo tempo, direito e obrigação do preso. direito;
IV - Constituição de pecúlio XII - Audiência especial com o diretor do estabelecimento;
V - Previdência Social XIII - atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da
Apesar de ter direito à previdência, lembre-se de que o trabalho responsabilidade da autoridade judiciária competente.
do preso NÃO está sujeito ao regime celetista e regras CLT. A emissão do atestado compete ao juiz da execução (art. 66, X).
VI - Exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e XIV - Proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o
desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da descanso e a recreação;
pena; XV - Visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em
VII - chamamento nominal; dias determinados;
XVI – contato com o mundo exterior por meio de correspondência
VIII - Igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da escrita, da leitura e de outros meios de informação que NÃO
individualização da pena; comprometam a moral e os bons costumes.
Em atenção ao direito de individualização da pena, Esses direitos podem ser restringidos ou suspensos por ATO
excepcionalmente, pode haver tratamento diferenciado conforme as MOTIVADO do diretor do estabelecimento, inclusive como
necessidades do preso. sanção pela prática de falta disciplinar (art. 53, inciso III da
LEP);
DA DISCIPLINA (ART. 44 AO 48)
- As faltas disciplinares estão sujeitas ao princípio da legalidade, pois NÃO HÁ falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão
legal ou regulamentar.
 No início da execução da pena ou da prisão, o preso dever ser cientificado das normas disciplinares
O poder disciplinar consiste na possibilidade de aplicação de sanções (punições) ao condenado à pena privativa de liberdade ou restritiva
de direitos e o preso provisório que cometam faltas disciplinares durante a execução da pena.
 A LEP não menciona que os submetidos à medida de segurança (inimputáveis) estão sujeitos à disciplina, considerando que eles
não têm o discernimento necessário para isso, mas, serão exigidas ordens mínimas para preservação da ordem.

EXERCÍCIO DO PODER DISCIPLINAR


Na pena privativa de liberdade Na pena restritiva de direitos
Autoridade administrativa (diretor do estabelecimento prisional) Autoridade administrativa a que estiver sujeito o condenado.

DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR (ARTS. 59 E 60)


- Após a prática da falta disciplinar, DEVE ser instaurado o procedimento para apuração, assegurado o direito de defesa.
 A instauração do procedimento administrativo é competência do diretor do estabelecimento prisional e é OBRIGATÓRIA;
 A decisão sobre a prática da falta será SEMPRE MOTIVADA;
Súmula 533 do STJ: Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito da execução penal, é IMPRESCINDÍVEL a
instauração de procedimento administrativo pelo diretor do estabelecimento prisional, assegurado o direito de defesa, a ser realizado por
advogado constituído ou defensor público nomeado.

- O diretor do estabelecimento pode decretar ISOLAMENTO PREVENTIVO do faltoso por ATÉ 10 dias (deve ser comunicado ao juiz).
 APENAS o juiz da execução pode determinar a inclusão do preso em regime disciplinar diferenciado, no interesse da disciplina
ou apuração do ato.
 O tempo de isolamento ou inclusão preventiva no regime disciplinar diferenciado será computado no período de cumprimento da
sanção disciplinar.
DAS FALTAS DISCIPLINARES
- A LEP classifica as faltas disciplinares em: leves, médias e graves.
 Faltas leves e médias são especificadas e sancionadas pela legislação local.
 A TENTATIVA é PUNIDA com a mesma SANÇÃO da FALTA disciplinar CONSUMADA.
Faltas graves do condenado à pena privativa de liberdade e do Faltas graves o condenado à pena restritiva de direitos
preso provisório, no que couber
I - Incitar ou participar de movimento de subversão da ordem ou I - Descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;
disciplina;
II - Fugir; II - Retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação
III - Possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a imposta;
integridade física de outrem;
IV - Provocar acidente de trabalho; III - Inobservar os deveres dos incisos II e V, do artigo 39 da LEP.
V - Descumprir, no regime aberto, as condições impostas; Configura falta grave o descumprimento dos deveres de:
VI - Inobservar os deveres dos incisos II e V, do artigo 39 da LEP. 1) Obediência ao servidor e respeito a todas as pessoas;
Configura falta grave o descumprimento dos deveres de: 2) execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;
1) Obediência ao servidor e respeito a todas as pessoas;
2) execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;
VII – Possuir, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou
similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o
ambiente externo.
VIII - recusar submeter-se ao procedimento de identificação do
perfil genético.
Aplicado aos condenados por crime doloso praticado com
violência grave contra a pessoa, crime contra a vida, liberdade
sexual ou crime sexual contra vulnerável (art. 9º-A da LEP).

Súmula 441 do STJ – a falta grave NÃO INTERROMPE o prazo para obtenção de livramento condicional;
Súmula 534 do STJ: a prática de falta grave INTERROMPE a contagem do prazo para a progressão de regime de cumprimento de pena,
o qual se REINICIA a partir do cometimento dessa infração.
 Essa regra também foi incluída na LEP (artigo 1121, §6º da LEP).
Súmula 535 do STJ: A prática de falta grave NÃO INTERROMPE o prazo para fim de comutação de pena ou indulto;

DAS SANÇÕES E DA APLICAÇÃO DAS SANÇÕES (ART. 53 A 58)


- As sanções no âmbito da execução penal estão sujeitas aos princípios da legalidade e da anterioridade, assim, NÃO HÁ falta nem sanção
disciplinar sem expressa e anterior previsão legal ou regulamentar.
 O rol das sanções disciplinares é TAXATIVO, o que significa que apenas aquelas previstas no artigo 53 da LEP podem ser aplicadas
em caso de falta disciplinar no curso da execução penal.
 Para aplicar as sanções disciplinares a autoridade deverá considerar: a natureza, os motivos, as circunstâncias e as consequências
do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão;
SANÇÕES DISCIPLINARES
INFRAÇÕES LEVES E MÉDIAS INFRAÇÕES GRAVES
I - Advertência verbal; I - Suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo único);

II - Repreensão; II - Isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos


estabelecimentos que possuam alojamento coletivo;
O isolamento SEMPRE será comunicado ao juiz.
As sanções de suspensão ou restrição de direitos e de
isolamento são decretadas por ato motivado do diretor do
estabelecimento e NÃO poderão exceder 30 dias, exceto a
hipótese de regime disciplinar diferenciado

III - Inclusão no regime disciplinar diferenciado (RDD)


Depende de requerimento circunstanciado do diretor ou
outra autoridade administrativa e APENAS o juiz pode
determinar a inclusão do faltoso em RDD, ouvidos o Ministério
Público e a defesa do preso em no máximo 15 dias.

São expressamente - Sanção que coloque em perigo a integridade física e moral do condenado;
PROIBIDAS - O emprego de cela escura;
pela LEP - As sanções coletivas.

DAS RECOMPENSAS
- O legislador criou o sistema de recompensas durante a execução da pena com a intenção de estimular o bom comportamento dos presos por
meio da concessão de benefícios quais sejam: o elogio e a concessão de regalias.
 As recompensas devem SEMPRE estar de acordo com os princípios constitucionais da legalidade, imparcialidade, moralidade,
publicidade e eficiência (art. 37 da CF);
 As regalias privilegiam e têm em vista o bom comportamento, colaboração com a disciplina e a dedicação ao trabalho;
 A legislação local e os regulamentos estabelecerão a natureza e a forma de concessão de regalias;
 A concessão de regalias deve zelar pelos objetivos da Execução Penal, e NÃO PODE caracterizar privilégios inaceitáveis,
devendo sempre respeitar a isonomia entre os presos.
DO REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO (ART. 52)
- O RDD foi criado com o intuito de dar um tratamento diferenciado e mais rigoroso aos presos que apresentem alto risco, como por exemplo
os integrantes de facções criminosas com atuação nos estabelecimentos prisionais.
 É uma sanção disciplinar aplicável aos presos condenados ou provisórios, nacional ou estrangeiro, sem prejuízo da condenação penal;
É cabível RDD em 3 situações:
1º Pela prática de fato previsto como crime doloso, que constitui falta grave, E ocasione subversão da ordem ou disciplina internas;
2º Quando o preso apresentar alto risco para a ordem OU a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade;
3º Se existirem fundadas suspeitas de envolvimento ou participação do preso provisório ou condenado, a qualquer título, em
organizações criminosas, associação criminosa ou milícia privada, independentemente da prática de falta grave (art. 52, §2º da
LEP)
Se houverem indícios de que o preso exerce liderança em organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada
OU que a organização/associação/milícia tenha atuação criminosa em 2 ou mais Estados, o RDD será
OBRIGATORIAMENTE cumprido em estabelecimento prisional federal.
 Perceba que basta uma das situações, ou o preso exercer liderança ou participar de organização/associação/milícia
que tenha atuação em 2 Estados ou mais.
Nesse caso, o RDD deve ter ALTA segurança interna e externa, principalmente para evitar contato do preso com
membros de sua organização/associação/milícia privada, ou de grupos rivais

REGRAS E RESTRIÇÕES DO RDD


I - Duração máxima de até 2 anos, permitida a repetição do RDD IV - Fiscalização do conteúdo da correspondência
por nova falta grave de mesma espécie; V - Direito de 2 horas diárias para banho de sol, em grupos de até 4
II - Recolhimento em cela individual; presos e sem que haja contato com presos do mesmo grupo
III - Visitas a cada 15 dias – duração de 2 horas - 2 pessoas por vez, criminoso;
(pessoa da família ou um terceiro autorizado judicialmente) VI - Entrevistas SEMPRE monitoradas, exceto com seu
realizadas em instalações equipadas para impedir o contato físico e defensor, em instalações em instalações equipadas para impedir o
a passagem de objetos. contato físico e a passagem de objetos, salvo expressa autorização
judicial em contrário;
Essa visita será gravada em sistema de áudio ou de áudio e VII - Participação em audiências judiciais
vídeo; PREFERENCIALMENTE por videoconferência, garantinda a
SE houver autorização judicial, poderá também ser fiscalizada participação do defensor no mesmo ambiente do preso.
por agente penitenciário.

É permitido que o RDD seja prorrogado sucessivas vezes por períodos de 1 ano se houverem indícios de:
 Que o preso continua apresentando alto risco para a ordem e segurança do estabelecimento ou da sociedade; OU
 Mantém vínculos com organização/associação/milícia privada, considerados o perfil criminal, sua função no grupo criminoso, a
operação duradoura do grupo, a existência de novos processos criminais e os resultados do tratamento penitenciário.

- Após os primeiros 6 meses de RDD, o preso que não receber a visita da família ou de terceiro autorizado judicialmente, poderá, após
agendamento, ter contato telefônico, que será gravado, com uma pessoa da família, 2 vezes por mês e por 10 minutos.
DOS ÓRGÃOS DA EXECUÇÃO PENAL (ART. 61)
I - O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária V - Os Departamentos Penitenciários
II - O Juízo da Execução VI - O Patronato
III - O Ministério Público VII - O Conselho da Comunidade
IV – O Conselho Penitenciário VIII - A Defensoria Pública
O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, Conselho Penitenciário e Conselho da Comunidade estão expressamente
indicados no conteúdo programático de Direitos Humanos, por isso, dê uma atenção especial a esses órgãos da execução.
CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA CRIMINAL E PENITENCIÁRIA (ART. 62 A 64)
- Subordinado ao MinistéRIO da Justiça
Cuidado, MinistéRIO NÃO É MinisTRO as bancas de prova costumam trocar os termos!

Membros Mandado Renovação


13 2 anos cada 1/3 em cada ano
- Composto por 13 membros, escolhidos por ato do Ministério da Justiça
 Membros escolhidos entre professores e profissionais da área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas,
e representantes da comunidade e dos Ministérios da área social.
 Exerce suas atividades em âmbito estadual e federal;
Competências do CNPCP
1. Propor diretrizes da política criminal quanto à prevenção do 7. Estabelecer os critérios para a elaboração da estatística criminal;
delito, administração da Justiça Criminal e execução das penas 8. Inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos penais, bem assim
e das medidas de segurança; informar-se, mediante relatórios do Conselho Penitenciário,
2. Contribuir na elaboração de planos nacionais de requisições, visitas ou outros meios, acerca do desenvolvimento
desenvolvimento, sugerindo as metas e prioridades da política da execução penal nos Estados, Territórios e Distrito Federal,
criminal e penitenciária; propondo às autoridades dela incumbida as medidas necessárias
3. Promover a avaliação periódica do sistema criminal para a sua ao seu aprimoramento;
adequação às necessidades do País; 9. Representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa
4. Estimular e promover a pesquisa criminológica; para instauração de sindicância ou procedimento administrativo,
5. Elaborar programa nacional penitenciário de formação e em caso de violação das normas referentes à execução penal;
aperfeiçoamento do servidor; 10. Representar à autoridade competente para a interdição, no todo
6. Estabelecer regras sobre a arquitetura e construção de ou em parte, de estabelecimento penal.
estabelecimentos penais e casas de albergados;
O conteúdo de Direitos Humanos cobra expressamente esse tópico da LEP, por isso, dê uma atenção especial;
Perceba que o CNPCP tem atuação na parte de fiscalização, fixação de normas e diretrizes, bem como a parte de pesquisas
relacionadas à política criminal e penitenciária. Não há atuação direita com os detentos.
DO JUÍZO DA EXECUÇÃO
- A execução penal compete ao Juiz indicado na lei de organização judiciária e, na sua ausência, ao juiz da sentença.
 Em regra, o um juiz fixa a sentença (vara criminal) e outro juiz atua na fase de cumprimento da pena (vara de execuções penais)
Competências do Juiz da execução
1. Aplicar aos casos julgados lei nova que favorecer o condenado; 5. Determinar:
2. Declarar extinta a punibilidade; a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e
3. Decidir sobre: fiscalizar sua execução;
a) soma ou unificação de penas; b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa em
b) progressão ou regressão nos regimes; privativa de liberdade;
c) detração e remição da pena; c) a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de
d) suspensão condicional da pena; direitos;
e) livramento condicional; d) a aplicação da medida de segurança, bem como a substituição
f) incidentes da execução. da pena por medida de segurança;
4. Autorizar saídas temporárias; e) a revogação da medida de segurança;
f) a desinternação e o restabelecimento da situação anterior;
Lembre-se que a PERMISSÃO DE SAÍDA é autorizada pelo g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra
comarca;
DIRETOR do estabelecimento, em dois casos: (art. 120)
h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º, do artigo
- Falecimento ou doença grave do CADI
86, da LEP.
CADI = cônjuge/companheiro, ascendente, descendente e irmão.
6. Zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida de segurança;
- Tratamento médico (quando a unidade prisional não estiver
7. Inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando
equipada para fornecer a assistência médica necessária).
providências para o adequado funcionamento e promovendo,
quando for o caso, a apuração de responsabilidade;
8. Interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal que estiver
funcionando em condições inadequadas ou com infringência aos
dispositivos desta Lei;
9. Compor e instalar o Conselho da Comunidade.
10. Emitir anualmente atestado de pena a cumprir
Lembre-se de que o preso tem DIREITO de receber
ANUALMENTE o ATESTADO DE PENA A CUMPRIR, sob
pena de responsabilização do juiz.
- Perceba que o juiz da execução é o único que tem a função de determinar a forma de cumprimento das penas, bem como de tomar decisões
sobre quais penas serão aplicadas, decidir sobre o regime de cumprimento, e alguns benefícios que antecipam a liberdade do condenado, como
por exemplo a remissão, livramento e suspensão condicional.

MINISTÉRIO PÚBLICO
- Responsável por fiscalizar a execução da pena e da medida de segurança, atuando no processo executivo e nos incidentes da execução.
Competências do Ministério Público
I - Fiscalizar a regularidade formal das guias de recolhimento e de internamento;
II - Requerer:
a) providências para o desenvolvimento do processo executivo;
b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução;
c) a aplicação de medida de segurança e a substituição da pena por medida de segurança;
d) a revogação da medida de segurança;
e) a conversão de penas, a progressão, regressão nos regimes e a revogação da suspensão condicional da pena e do livramento condicional;
f) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior.
III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária, durante a execução.

O MINISTÉRIO Público visitará MENSALMENTE os estabelecimentos penais, registrando a sua presença em livro próprio

DO CONSELHO PENITENCI4RIO
- É órgão CONSULTIVO e FISCALIZADOR da execução da pena.
 Integrado por membros nomeados pelo Governador do Estado, do Distrito Federal e dos Territórios entre: professores e profissionais
da área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas e por representantes da comunidade.
 Regras de funcionamento são estabelecidas pela legislação federal e estadual.
- Conselho PENITENCI4RIO – mandado de 4 anos
Competências do Conselho Penitenci 4 rio
1. Emitir parecer sobre indulto e comutação de pena, EXCETO em 3. Apresentar, no 1º trimestre de cada ano, ao Conselho Nacional de
pedido de indulto com base no estado de saúde do preso (chamado Política Criminal e Penitenciária, relatório dos trabalhos efetuados
também de indulto humanitário); no ano anterior;
2. inspecionar os estabelecimentos e serviços penais; 4. Supervisionar os patronatos, e a assistência aos egressos.
DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL
- É órgão EXECUTIVO da Política Penitenciária Nacional e de apoio administrativo e financeiro do Conselho Nacional de Política Criminal
e Penitenciária
 Subordinado ao MinistéRIO da Justiça
 Responsável pela coordenação e supervisão dos estabelecimentos penais e de internamento federais
Competências do Departamento Penitenciário NACIONAL
1. Acompanhar a fiel aplicação das normas de execução penal em 6. Estabelecer, mediante convênios com as unidades federativas, o
todo o Território Nacional; cadastro nacional das vagas existentes em estabelecimentos locais
2. Inspecionar e fiscalizar periodicamente os estabelecimentos e destinadas ao cumprimento de penas privativas de liberdade
serviços penais; aplicadas pela justiça de outra unidade federativa, em especial
3. Assistir tecnicamente as Unidades Federativas na implementação para presos sujeitos a regime disciplinar.
dos princípios e regras estabelecidos nesta Lei;
4. Colaborar com as Unidades Federativas mediante convênios, na 7. Acompanhar a execução da pena das mulheres beneficiadas pela
implantação de estabelecimentos e serviços penais; progressão especial (art. 112, §3º), monitorando sua integração
5. Colaborar com as Unidades Federativas para a realização de social e a ocorrência de reincidência, específica ou não, mediante
cursos de formação de pessoal penitenciário e de ensino a realização de avaliações periódicas e de estatísticas criminais.
profissionalizante do condenado e do internado.

DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO LOCAL


- A legislação local poderá criar Departamento Penitenciário ou similar, com as atribuições que estabelecer.
 Terá finalidade de supervisionar e coordenar os estabelecimentos penais da Unidade da Federação a que pertencer.
 Havendo departamento penitenciário local, o órgão será responsável por acompanhar mulheres beneficiadas com a progressão
especial e os dados serão encaminhados ao Departamento Penitenciário Nacional.
DA DIREÇÃO E DO PESSOAL DOS ESTABELECIMENTOS PENAIS
- O diretor de estabelecimento deverá:
 Ser portador de diploma de nível superior de Direito, ou Psicologia, ou Ciências Sociais, ou Pedagogia, ou Serviços Sociais;
 Possuir experiência administrativa na área;
 Ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o desempenho da função.
- Diretor DEVERÁ residir no estabelecimento, ou nas proximidades, e dedicará tempo integral à sua função.
- O Quadro do Pessoal Penitenciário será organizado em categorias funcionais, segundo as necessidades do serviço, com especificação de
atribuições relativas às funções de direção, chefia e assessoramento do estabelecimento e às demais funções.
 A escolha do pessoal administrativo, especializado, de instrução técnica e de vigilância atenderá a vocação, preparação profissional
e antecedentes pessoais do candidato.
 O ingresso do pessoal penitenciário, bem como a progressão ou a ascensão funcional dependerão de cursos específicos de formação,
procedendo-se à reciclagem periódica dos servidores em exercício.
- No estabelecimento para mulheres somente se permitirá o trabalho de pessoal do sexo feminino, SALVO se tratar de pessoal técnico
especializado.
DO PATRONATO
- Pode ser público ou particular tem função de prestar assistência aos albergados e aos egressos, e também:
 Orientar os condenados à pena restritiva de direitos;
 Fiscalizar o cumprimento das penas de prestação de serviço à comunidade e de limitação de fim de semana;
 Colaborar na fiscalização do cumprimento das condições da suspensão e do livramento condicional.
- Perceba que o patronato NÃO atua diretamente com os detentos – suas funções são direcionadas àqueles que estão cumprindo penas restritivas
de direito, ou, os beneficiários da suspensão e livramento condicional.
DO CONSELHO DA COMUNIDADE
- Haverá um Conselho da Comunidade em cada comarca.
 1 Representante de associação comercial ou industrial.
 1 Advogado indicado pela Seção da OAB
 1 Defensor Público indicado pelo Defensor Público Geral
 1 Assistente Social escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho Nacional de Assistentes Sociais
- Se os respectivos órgãos não indicarem os representantes, o juiz da execução escolherá os membros do conselho da comunidade.
Competências do Conselho da CoMunidade
I - Visitar, pelo menos MENSALMENTE, os estabelecimentos penais existentes na comarca;
II - Entrevistar presos;
III - Apresentar relatórios mensais ao Juiz da execução e ao Conselho Penitenciário;
IV - Diligenciar a obtenção de recursos materiais e humanos para melhor assistência ao preso ou internado, em harmonia com a direção do
estabelecimento.
DEFENSORIA PÚBLICA
- Velará pela regular execução da pena e da medida de segurança, oficiando, no processo executivo e nos incidentes da execução, para a
DEFESA dos necessitados em todos os graus e instâncias, de forma individual e coletiva
Competências da Defensoria Pública
1. Requerer: 2. Requerer a emissão anual do atestado de pena a cumprir;
a) Providências necessárias ao desenvolvimento do processo
executivo 3. Interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade
b) a aplicação de lei posterior que favorecer o condenado judiciária ou administrativa durante a execução;
c) a declaração de extinção da punibilidade
d) a unificação de penas; 4. Representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa
e) a detração e remição da pena; para instauração de sindicância ou procedimento administrativo
f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de em caso de violação das normas referentes à execução pena.
execução;
g) a aplicação de medida de segurança e sua revogação, bem 5. Visitar os estabelecimentos penais, tomando providências
como a substituição da pena por medida de segurança para o adequado funcionamento, e requerer, quando for o caso,
h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a suspensão a apuração de responsabilidade;
condicional da pena, o livramento condicional, a comutação de
pena e o indulto; 6. Requerer à autoridade competente a interdição, no todo ou em
i) a autorização de saídas temporárias; parte, de estabelecimento penal.
j) a internação, a desinternação e o restabelecimento da
situação anterior
k) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra
comarca;
l) a remoção do condenado nas hipóteses da LEP;
- A Defensoria Pública visitará Periodicamente os estabelecimentos penais, registrando a sua presença em livro próprio

BIZU SOBRE OS ÓRGÃOS DA EXECUÇÃO PENAL


- “Quem tem M, faz visitas Mensais ao estabelecimento. Quem tem D e P faz visitas PerióDicas”

MINISTÉRIO Público Visitas MENSAIS


Conselho da COMUNIDADE 

DEFENSORIA PÚBLICA  Visitas PERIÓDICAS


DOS ESTABELECIMENTOS PENAIS
- Destinam-se ao condenado, ao submetido à medida de segurança, ao preso provisório e ao egresso.
- A mulher e o maior de 70 anos, devem ser recolhidos separadamente, em próprio e adequado à sua condição pessoal
 Estabelecimentos destinados a mulheres serão equipados com berçário, onde as condenadas possam cuidar e amamentar seus filhos,
no mínimo, até 6 meses de idade.
 A existência do berçário atende também aos direitos da criança – lembre-se que a DUDH e a Constituição Federal
dispõem que a maternidade e a infância têm proteção especial.
 Estabelecimentos femininos devem ter EXCLUSIVAMENTE, agentes do sexo feminino na segurança de suas dependências internas.
Nos casos de pessoal técnico especializado, EXCEPCIONALMENTE, podem haver agentes masculinos.

- Devem ser instaladas salas de aulas de cursos do ensino básico e profissionalizante e também instalação destinada à Defensoria Pública.
- O estabelecimento deverá ter lotação compatível com a sua estrutura e finalidade, de acordo com o limite máximo de capacidade determinado
pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.

São INDELEGÁVEIS as funções de direção, chefia e coordenação no sistema penal, e de todas as atividades que exijam o exercício do
poder de polícia, e também:
1. Classificação de condenados; 3. Controle de rebeliões;
2. Aplicação de sanções disciplinares; 4. Transporte de presos para locais externos aos estabelecimentos penais.
DA SEPARAÇÃO DE ACORDO COM A CLASSIFICAÇÃO DOS PRESOS
- O preso provisório ficará separado do condenado por sentença transitada em julgado.
Critérios de separação dos presos
Presos PROVISÓRIOS Presos CONDENADOS
1. Acusados de crimes hediondos ou equiparados; 1. Condenados por crimes hediondos ou equiparados;
2. Reincidentes em crimes cometidos com violência ou grave
2. Acusados de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa;
ameaça à pessoa; 3. Primários condenados por crimes cometidos com violência ou
grave ameaça à pessoa;
3. Acusados pela prática de outros crimes ou contravenções. 4. Demais condenados pela prática de outros crimes ou
contravenções em situação diversa.
- Devem ser colocados separadamente:
 Preso que, na data do fato, era funcionário da Administração da Justiça Criminal.
 Preso que tiver sua integridade física, moral ou psicológica ameaçada pela convivência com os demais presos.

- As penas privativas de liberdade aplicadas pela justiça de uma Unidade Federativa podem ser executadas em outra unidade, em
estabelecimento local ou da União.
DA PENITENCIÁRIA
- Destina-se ao condenado à pena de reclusão, em regime fechado.
 A União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios poderão construir Penitenciárias, exclusivamente, para presos provisórios
e condenados que estejam em regime fechado e sujeitos ao regime disciplinar diferenciado.
- O condenado será alojado em cela individual que conterá dormitório, aparelho sanitário e lavatório. Que deve ter ao menos:
1. Salubridade do ambiente pela aeração, insolação e condicionamento térmico adequado à existência humana;
2. Área mínima de 6,00m2;

A penitenciária de HOMENS será construída, em local afastado do centro urbano, à distância que não restrinja a visitação.

- Nas penitenciárias de mulheres, deve haver seção para gestante e parturiente e de creche para crianças maiores de 6 meses e menores de
7 anos, para atender a criança desamparada cuja responsável estiver presa. São requisitos básicos:
1. Atendimento por pessoal qualificado.
2. Horário de funcionamento que garanta a melhor assistência à criança e à sua responsável.
COLÔNIA AGRÍCOLA/INDUSTRIAL/ SIMILAR CASA DO ALBERGADO
- Cumprimento da pena em regime semiaberto - Cumprimento de pena em regime aberto e de pena de
limitação de fim de semana
- Pode haver alojamento coletivo, com os requisitos das penitenciárias, e deve - Deve se situar em centro urbano, e caracterizar-se pela
haver: ausência de obstáculos físicos contra a fuga
 A falta de obstáculos contra a fuga se justifica porque
a) a seleção adequada dos presos; conforme artigo 36 do Código penal, regime aberto
baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade
b) o limite de capacidade máxima que atenda os objetivos de do condenado.
individualização da pena. - Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa do
Albergado, que conterá aposentos para acomodar os presos,
local adequado para cursos e palestras e instalações para os
serviços de fiscalização e orientação dos condenados.
CENTRO DE OBSERVAÇÃO
- Destinada à realização de exames gerais e o criminológico - resultados serão encaminhados à Comissão Técnica de Classificação.
 Poderão ser realizadas pesquisas criminológicas.
 Será instalado em unidade autônoma ou em anexo a estabelecimento penal.
 Se não houver Centro de Observação, os exames poderão ser realizados pela Comissão Técnica de Classificação.
HOSPITAL DE CUSTÓDIA E TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO
- Destina-se aos inimputáveis e semi-imputáveis (art. 26 do Código Penal).
 As instalações seguem o padrão daquelas da penitenciária.
 Exame psiquiátrico e os necessários ao tratamento são obrigatórios para todos os internados.
- O tratamento ambulatorial será realizado no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico ou local com dependência médica adequada.
 O condenado a quem sobrevier doença mental será internado em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico – superada a doença
mental, nada impede que o condenado volte a cumprir pena no estabelecimento prisional.
CADEIA PÚBLICA
- Destina-se ao recolhimento de presos provisórios.
 Cada comarca terá, pelo menos 1 cadeia pública a fim de resguardar o interesse da Administração da Justiça Criminal e a permanência
do preso em local próximo ao seu meio social e familiar.
 Será instalado próximo de centro urbano, observando-se as exigências mínimas das penitenciárias.
 Se não houver estabelecimento adequado, o cumprimento da prisão civil e da prisão administrativa se efetivará em seção
especial da Cadeia Pública.
DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE
- Após o trânsito em julgado da sentença condenatória, o Juiz ordenará a expedição de guia de recolhimento para a execução.
 NINGUÉM será recolhido, para cumprimento de pena privativa de liberdade, sem a guia de recolhimento.
 A guia deve ser expedida pela autoridade judiciária e remetida à autoridade administrativa responsável pela execução e deve ser
retificada (corrigida) sempre que houver modificação quanto ao início da execução ou ao tempo de duração da pena
 A autoridade administrativa passará recibo da guia de recolhimento e notificará o condenado de seus termos.
 As guias serão registradas em livro especial, em ordem cronológica do recebimento, e anexadas ao prontuário do condenado,
sendo acrescentadas no curso da execução, o cálculo das remições e de outras retificações posteriores.

A guia deverá conter: nome do condenado; qualificação civil, número do RG; inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória, e a certidão
do trânsito em julgado; informação sobre os antecedentes e o grau de instrução; data do fim da pena; outras peças do processo consideradas
indispensáveis ao adequado tratamento penitenciário.
 Se o condenado na data do fato era funcionário da Administração da Justiça Criminal, essa informação deve constar na guia,
para que o detento seja recolhido separadamente, conforme determina a LEP.

- Cumprida ou extinta a pena, o condenado será liberado, mediante ALVARÁ DO JUIZ, se por outro motivo não estiver preso.
DOS REGIMES E DA PROGRESSÃO DE PENA (DEFINIDA PELA SOMA/UNIFICAÇÃO DAS PENAS)

- O juiz que proferir a sentença condenatória é responsável por estabelecer o regime inicial de cumprimento da pena.
 Se houver condenação por mais de um crime, o juiz estabelecerá o regime inicial observando resultado da soma ou unificação das
penas, bem como da detração ou remição.
 Se durante o cumprimento da pena privativa de liberdade o preso sofrer nova condenação, as penas serão novamente somadas
para que haja determinação do regime de cumprimento da pena.

- A pena privativa de liberdade será executada em FORMA PROGRESSIVA com a transferência para regime menos rigoroso conforme
decisão do juiz da execução, da seguinte maneira:
FECHADO - pena superior a 8 anos - em estabelecimento de segurança máxima ou média
SEMIABERTO - condenado NÃO reincidente, com pena maior que 4 e menor que 8 anos - em colônia agrícola, industrial ou
similar.
ABERTO - condenado NÃO reincidente, com pena igual ou menor que 4 anos - em casa de alvergado ou
estabelecimento adequado
- Para que haja progressão de regime, o sentenciado deve ter cumprido no MÍNIMO:
A violência praticada contra a COISA não interfere na progressão de pena, para determinar a maior ou menor porcentagem,
a violência deve ter sido praticada contra a pessoa, por expressa disposição da LEP.
Para fins de progressão de regime, o TRÁFICO PRIVILEGIADO NÃO é considerado crime hediondo. (art. 33, §4º da Lei
11,343/2006).
Em todos os casos, só haverá progressão de regime se o preso tiver boa conduta carcerária, comprovada pelo diretor do
estabelecimento.
16% se primário e o crime foi cometido SEM – violência à pessoa ou grave ameaça

20% se reincidente e o crime foi cometido SEM – violência à pessoa ou grave ameaça

25% se primário e o crime foi cometido COM violência à pessoa ou grave ameaça

30% se reincidente e o crime foi cometido COM violência à pessoa ou grave ameaça

40% se primário e condenado por crime hediondo ou equiparado;

50% se condenado por crime hediondo ou equiparado e foi :


1. Condenado por crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for primário, vedado o livramento condicional;
2. Condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada para a prática de crime
hediondo ou equiparado;
3. Condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada;

60% se o condenado for reincidente EM CRIME HEDIONDO ou equiparado;

70% se o condenado for reincidente em crime hediondo ou equiparado com resultado morte, vedado o livramento condicional.

MUITA ATENÇÃO PARA AS SÚMULAS QUE TRATAM SOBRE A PROGRESSÃO DE REGIME


- Súmula 491 STJ - É INADMISSÍVEL a chamada progressão per saltum de regime prisional.
 Isso significa que a progressão de regime deve ser gradativa e necessariamente obedecer a ordem: regime fechado, semiaberto e
aberto, de acordo com a pena estabelecida.
 É PROIBIDO “saltar etapas” na progressão de regime, logo, NÃO é admitido que o preso saia do regime fechado direto para o
regime aberto, ele deve necessariamente passar antes pelo regime semiaberto.

Súmula vinculante 56: A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais
gravoso, devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS.
 Segundo o STF, o fato de não existirem vagas disponíveis no estabelecimento NÃO AUTORIZA que o condenado seja colocado
em regime mais grave do que deveria de acordo com a quantidade de sua pena.
Súmula 716 - STF: Admite-se a progressão de regime de cumprimento ou aplicação imediata de regime menos severo nela determinada de
regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença.

 O entendimento do STF é no sentido de que o preso provisório pode progredir de regime antes que haja sentença condenatória.

DA REGRESSÃO DE REGIME
- A LEP prevê que a execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma REGRESSIVA, de modo que o condenado pode ser
transferido para regime mais rigoroso quando:
1. Praticar fato definido como crime doloso ou falta grave, devendo o condenado ser previamente ouvido;
 A LEP NÃO EXIGE trânsito em julgado, de modo que a jurisprudência entende que basta o cometimento de crime
doloso/falta grave para que o condenado esteja sujeito à regressão de regime.
2. Sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime (artigo
111, dispõe que o regime de cumprimento de pena é determinado pela unificação das penas).

DA PROGRESSÃO ESPECIAL
- Essa modalidade de progressão de regime se destina à mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência.
- São requisitos cumulativos da progressão especial:
1. Não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;
2. Não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente;
 A finalidade da progressão especial é permitir que a condenada possa voltar a cuidar de seu filho ou da pessoa com
deficiência pela qual é responsável, logo, não há qualquer sentido em beneficiar a condenada se seu filho ou dependente
foi a vítima do crime praticado.
3. Ter cumprido ao menos 1/8 da pena no regime anterior;
4. Ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento;
5. Não ter integrado organização criminosa.
- O cometimento de novo crime doloso ou falta grave implicará a revogação do benefício da progressão especial.
DO REGIME ABERTO
- A permanência do condenado em regime aberto supõe a aceitação de seu programa e das condições impostas pelo Juiz.
- SOMENTE poderá ingressar no regime aberto o condenado que:
1. Estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de trabalhar imediatamente;
2. Apresentar fundados indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de responsabilidade, ao regime aberto.

Poderão ser dispensadas da exigência de trabalho: I - condenado maior de 70 anos; II - condenado que tenha doença grave; III - condenadA
com filho menor ou deficiente físico ou mental; IV - condenada gestante.
Condições OBRIGATÓRIAS para fixação do regime aberto
1. Permanecer em local designado, durante o repouso e nos dias de folga;
2. Sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados;
3. Não sair da cidade onde reside, sem autorização judicial;
4. Comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades, quando determinado

- A LEP permite que o juiz estabeleça outras medidas especiais para a fixação do regime aberto, essas condições podem ser modificadas
pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, da autoridade administrativa ou do condenado, desde que as circunstâncias recomendem.
 Súmula 493 – STJ: É INADMISSÍVEL a fixação de pena substitutiva (art. 44 do CP) como condição especial ao regime aberto.
A legislação local poderá estabelecer normas complementares para o cumprimento da pena privativa de liberdade em regime aberto.
DA PRISÃO DOMICILIAR
- O beneficiário de regime aberto PODE cumprir pena em residência particular quando se tratar de:
1. Condenado maior de 70 anos;
2. Condenado acometido de doença grave;
3. CONDENADA com filho menor ou deficiente físico ou mental;
 A LEP não dá esse direito para o CONDENADO, mas apenas para mulheres nessa situação.
4. Condenada gestante
- O condenado sofrerá regressão do regime aberto se descumprir as condições estabelecidas pelo juiz, frustrar os fins da execução ou deixar de
pagar a multa imposta de forma injustificada.
DAS AUTORIZAÇÕES DE SAÍDA
Permissão de Saída Saída Temporária
- Preso regime fechado/semiaberto; - Preso em regime semiaberto;
- Com escolta, pelo tempo necessário à finalidade da saída - SEM vigilância direta – por até 7 dias – 5 x ao ano, respeitado o
intervalo de 45 dias entre cada saída temporária.
- Autorizada pelo DIRETOR da unidade, em dois casos: - Autorizada pelo JUIZ, se cumpridos os requisitos:
1. Falecimento ou doença grave de CADI 1. Bom comportamento;
Cônjuge; companheiro, Ascendente, Descendente, Irmão 2. Cumprimento MÍN de 1/6 da pena, se primário, ou de 1/4 se
reincidente;
2. Necessidade de tratamento médico/odontológico 3. Compatibilidade da saída temporária com a pena.
HIPÓTESES:
 Visita à família;
 Curso profissionalizante/2º grau/superior, na comarca da
execução;
 Atividades que contribuam para o retorno ao convívio social.
 O condenado por crime hediondo com morte NÃO tem
direito à saída temporária.
CONDIÇÕES:
 Fornecimento do endereço familiar ou de onde será
encontrado;
 Recolhimento à residência visitada, no período noturno;
 Proibição de frequentar bares, casas noturnas e congêneres;
 O juiz pode estabelecer outras condições que achar
necessárias.

REMIÇÃO
- Esse benefício permite que o condenado possa reduzir o tempo de cumprimento da pena por meio do trabalho e/ou estudo.
 Aplicada ao condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto – aplica-se também ao preso provisório.
 Como o trabalho é um requisito do regime aberto e do livramento condicional, o condenado que cumpre pena em regime aberto ou
é beneficiário do livramento condicional NÃO tem direito de remição pelo trabalho, mas, podem remir pelo tempo de estudo.
- O tempo remido é considerado para todos os fins como pena cumprida.

Remição pelo trabalho Remição pelo estudo


- Para cada 12 horas de estudo, dividas em pelo menos 3 dias, o preso
- Para cada 3 dias de trabalho regular, preso tem direito ao desconto tem direito de desconto de 1 dia de pena;
de 1 dia de pena a ser cumprida. - É permitido o ensino presencial e EAD (ensino à distância), regular
- O trabalho interno e externo autorizam a remição. ou profissional, inclusive em curso de requalificação profissional;
- Não se aplica ao regime aberto ou em livramento condicional. - APLICADO ao regime aberto ou em livramento condicional;
 O tempo a remir será acrescido de 1/3 se durante o cumprimento
da pena o preso concluir o ensino fundamental/ médio/superior;
 Onde não tem escola o tempo de leitura pode ser usado na
remissão da pena.
- O preso autorizado a estudar fora da unidade prisional deve
comprovar mensalmente sua frequência e aproveitamento nas
atividades de ensino.
- É permitida a cumulação do tempo a remir pelo estudo + trabalho, desde que haja compatibilidade de horários entre as duas atividades;
- Preso impossibilitado, por acidente, de trabalhar ou estudar continuará a beneficiar-se com a remição;
- Se o preso praticar falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 do tempo remido, recomeçando a contagem a partir da data da infração.

- A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa.
 A autoridade administrativa encaminhará mensalmente ao juiz a relação de todos os condenados que estejam trabalhando ou
estudando, informando dias de trabalho ou das horas de frequência escolar de cada um.
- Constitui crime de falsidade ideológica declarar ou atestar falsamente prestação de serviço para fins de remição.
LIVRAMENTO CONDICIONAL
- É um benefício concedido para antecipação provisória da liberdade do acusado, após o cumprimento de parcela da pena, desde que o
condenado cumpra condições fixadas pelo juiz.
 Para que o condenado seja beneficiado com o livramento NÃO é preciso que ele tenha passado pelos regimes fechado, semiaberto e
aberto – basta que cumpra os requisitos da lei.
- É concedido pelo juiz da execução, ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou maior que 2 anos, ouvidos o Ministério Público e
Conselho Penitenciário, se cumpridos os REQUISITOS:
1. Cumprimento de MAIS de 1/3 da pena se NÃO for reincidente em crime DOLOSO e tiver bons antecedentes;
2. Cumprimento de MAIS de 1/2 da pena se REINCIDENTE em crime DOLOSO;
3. Cumprimento de MAIS de 2/3 da pena, se condenado por crime hediondo ou equiparados ou tráfico de pessoas, se não for
reincidente específico em crimes dessa natureza;
4. Comprovado: bom comportamento; não cometimento de falta grave nos últimos 12 meses;  bom desempenho no
trabalho;  aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto;
5. Ter reparado o dano causado pela infração, salvo efetiva impossibilidade;
O livramento condicional para o condenado por crime doloso, com violência ou grave ameaça à pessoa, depende da constatação de condições
pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinquir.
CONDIÇÕES E HIPÓTESES DE REVOGAÇÃO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL
Condições obrigatórias Condições facultativas
1. Obtenção de ocupação lícita, em prazo razoável se for apto ao 1. Não mudar de RESIDÊNCIA sem comunicação ao Juiz e à
trabalho; autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção;
2. Comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação; 2. Recolher-se à habitação em hora fixada;
3. Não mudar do território da COMARCA do Juízo da execução, 3. Não frequentar determinados lugares.
sem prévia autorização.
- Após a concessão de livramento condicional, ao ser liberado do estabelecimento penal o beneficiário deve receber:
 Saldo de seu pecúlio e seus pertences;
 Uma caderneta, que exibirá à autoridade judiciária ou administrativa, sempre que lhe for exigida, contendo as seguintes
informações: a identificação do liberado; b) o texto da LEP que trata do livramento condicional; c) as condições impostas;
- Na falta de caderneta, será entregue ao liberado um salvo-conduto, com as condições do livramento, com espaço para registrar o cumprimento
das condições.
Casos de revogação FACULTATIVA Casos de revogação OBRIGATÓRIA
- Se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações - Se o liberado for condenado a pena privativa de liberdade, em
estabelecidas; sentença irrecorrível por:
- Se for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção,
a pena que não seja privativa de liberdade;
 Crime cometido durante a vigência do benefício (período do
livramento NÃO é considerado pena cumprida – vedada a
concessão de novo livramento);
 Crime anterior, SE após a unificação, a pena for incompatível
com o livramento (o período é considerado como pena cumprida
– as penas unificadas são consideradas para concessão de novo
livramento).
- Na hipótese da revogação facultativa, se o juiz optar por manter o benefício, deverá advertir o liberado ou agravar as condições.
- O juiz poderá mediante oitiva do liberado e decisão fundamentada, modificar as condições especificadas na sentença,

Perceba que para que haja REGRESSÃO de regime, a LEP NÃO exige trânsito em julgado da condenação por novos crimes ou falta grave,
mas, para que haja REVOGAÇÃO do livramento condicional, exige-se o trânsito em julgado.
 Caso o beneficiário pratique infração durante o livramento, o juiz poderá ordenar sua prisão, suspendendo o curso do
livramento até a decisão final, para depois disso revogar o benefício, se for o caso.
- O Juiz julgará extinta a pena se expirar o prazo do livramento sem revogação.
Súmula 617 do STJ: Extingue-se a pena se o livramento condicional não é suspenso ou revogado antes do término do período de prova.
MONITORAÇÃO ELETRÔNICA
- O juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração eletrônica quando:
1. Autorizar a saída temporária no regime semiaberto;
2. Determinar a prisão domiciliar;
Mnemônico: o juiz determina a monitoração eletrônica quando TEM DÓ (saída temporária e prisão domiciliar);
- O condenado será instruído dos cuidados com o equipamento eletrônico e dos deveres:
1. Receber visitas do servidor responsável pela monitoração eletrônica, responder aos seus contatos e cumprir suas orientações;
2. Não remover, violar, modificar, danificar de qualquer forma o dispositivo de monitoração ou permitir que outrem o faça.

- O descumprimento dos deveres do condenado pode acarretar: regressão do regime, a revogação da autorização de saída temporária ou
revogação da prisão domiciliar; advertência, por escrito, sempre que não forem aplicadas as outras penalidades.
 A monitoração eletrônica poderá ser revogada: se tornar desnecessária ou inadequada ou se o condenado violar deveres ou
cometer falta grave.
STJ: usar o equipamento de monitoração sem bateria suficiente, sair da zona de monitoramento e não atender o responsável pela monitoração
configura FALTA GRAVE.
DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA
- A suspensão condicional da pena é também conhecida como sursis, um benefício aplicado na execução penal que evita o encarceramento de
condenados a penas de pequena duração, visando sua reinserção na convivência social.
 Após a sentença penal condenatória o condenado é submetido a um período de prova, algumas condições são estabelecidas de
acordo com a situação do condenado,e enquanto estiverem sendo cumpridas (período de prova), a execução da pena privativa de
liberdade fica suspensa.
 Aplicada APENAS para penas restritivas de liberdade, não se aplica suspensão condicional para pena restritiva de direitos e
multa.
- Requisitos para a suspensão condicional da pena privativa de liberdade:
1. Condenado NÃO REINCIDENTE em crime DOLOSO;
2. Circunstâncias pessoais do condenado autorizem a concessão do benefício;
3. NÃO for indicada ou recomendada a substituição da pena restritiva de liberdade por uma pena restritiva de direitos.

- A condenação anterior a pena de multa NÃO impede a concessão da suspensão condicional da pena e esse benefício PODE ser
concedido aos condenados por crime cometido com violência ou grave ameaça desde que preenchidos os demais requisitos.
- Tipos de sursis:
Simples - Pena NÃO superior a 2 anos;
Período de prova - No primeiro ano, o beneficiário fica sujeito à prestação de serviços comunitários ou a limitação de final de semana;
de 2 a 4 anos
Especial - Pena NÃO superior a 2 anos;
- Condenado NÃO REINCIDENTE em crime doloso + tenha reparado o dano causado pelo crime + tenha
Período de prova circunstancias favoráveis (art. 59 do CP);
de 2 a 4 anos - Não há exigência de prestação de serviços à comunidade ou limitação de fim de semana – MAS o beneficiário fica
sujeito às condições cumulativas:
1. Proibição de frequentar determinados lugares;
2. Proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz;
3. Comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades.
Etário ou - Pena NÃO superior a 4 anos
humanitário - Destinada ao condenado MAIOR de 70 anos (sursis etário) ou as razões de saúde justifiquem a suspensão (sursis
Período de prova humanitário);
de 4 a 6 anos - Com exceção do limite de pena e o tempo do período de prova, as demais regras permanecem iguais às outras
modalidades.

- Haverá revogação OBRIGATÓRIA da suspensão condicional se o beneficiário:


1. Sofre condenação irrecorrível, por CRIME DOLOSO;
2. Se frustra, embora solvente, a execução da pena de multa,
3. Deixa de reparar o dano injustificadamente,
4. Não presta serviços comunitários ou não cumpre a limitação de fim de semana no primeiro ano do período de prova.

- Hipóteses de revogação FACULTATIVA: descumpre outras condições impostas ou é condenado, por crime culposo/contravenção;
 Nesses casos o juiz ao invés de revogar o benefício, pode prorrogar o período de prova até o máximo, se não foi anteriormente fixado.

- O Código Penal prevê que se o beneficiário está sendo processado pela prática de algum delito, prorroga-se o período de prova até o
julgamento.
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
- São as seguintes:
1. Prestação pecuniária; 4. Interdição temporária de direitos;
2. Perda de bens e valores; 5. Limitação de fim de semana.
3. Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas

- As penas restritivas de direito têm duas características principais:


 Autônomas porque não podem ser aplicadas de forma cumulada com as penas privativas de liberdade;
 Substitutivas porque são aplicadas em substituição a uma pena privativa de liberdade (o juiz fixa a pena privativa de liberdade
e depois realiza a substituição se presentes os requisitos exigidos no Código Penal.
DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA
- A medida de segurança é aplicada ao agente inimputável ou semi-imputável, que comete um fato previsto na lei como crime e tem caráter
essencialmente preventivo porque busca evitar que haja a prática de um novo fato delituoso.
 A aplicação depende da expedição de guia de recolhimento, NINGUÉM será submetido à medida de segurança sem expedição
da guia de recolhimento.
 A periculosidade do agente que cometeu o fato é fundamental para escolha de qual medida de segurança será aplicada;
 O internado será recolhido a estabelecimento dotado de características hospitalares e será submetido a tratamento.
- São medidas de segurança:
 Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou estabelecimento adequado (medida de segurança restritiva);
 Tratamento ambulatorial (medida de segurança detentiva) – sendo que em qualquer tempo o juiz pode determinar a internação do
agente para fins curativos.
No caso do agente semi-imputável, se o juiz entender necessário e suficiente, poderá substituir a pena privativa de liberdade pela medida
de segurança pelo prazo mínimo de 1 a 3 anos.

- PRAZO: a medida de segurança será por tempo indeterminado, observado o prazo MÍNIMO de 1 a 3 anos, e perdurará enquanto não
for constatada a cessação da periculosidade do agente.
 Se a punibilidade do agente for extinta, a medida de segurança não pode ser aplicada;
 A cessação da periculosidade é constatada através da realização de perícia médica, realizada no prazo mínimo fixado.
 STF entende que a duração máxima da medida de segurança deve ser de 30 anos (limite das penas privativas de liberdade antes
de 2019, quando o limite passou a ser de 40 anos);
 Súmula 527 do STJ: O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente
cominada ao delito praticado.
Não existe consenso sobre a duração da medida de segurança, logo, fique atento ao enunciado da questão para entender se a banca cobra
o entendimento do STF ou STJ.
DESINTERNAÇÃO OU LIBERAÇÃO CONDICIONAL
- Serão SEMPRE CONDICIONADAS (dependem de perícia médica).
- A internação ou tratamento ambulatorial podem ser reestabelecidos se antes do decurso de 1 ano, pratica fato indicativo de persistência de sua
periculosidade.

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