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SUMÁRIO
LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE (LEI 13.869/2019) ........................................................................................... 2
Dos Crimes em Espécie .................................................................................................................................. 2
Arts. 21 a 38 ............................................................................................................................................... 2
Procedimento ............................................................................................................................................ 8
Exercícios ........................................................................................................................................................... 9
Gabarito ......................................................................................................................................................... 9

MUDE SUA VIDA!


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LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE (LEI 13.869/2019)


DOS CRIMES EM ESPÉCIE
ARTS. 21 A 38
Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou espaço
de confinamento:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém, na mesma
cela, criança ou adolescente na companhia de maior de idade ou em
ambiente inadequado, observado o disposto na Lei nº 8.069, de 13
de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).

O disposto neste artigo tem por objetivo manter a lisura e conferir a igualdade ao
sistema prisional, evitando a junção de pessoas de sexos distintos, bem como aglomerando
pessoas tecnicamente capazes de responder por um crime com os indivíduos inimputáveis
(aqui, no aspecto biológico – menores de 18 anos).

Não é tarde para recordar que o art. 82 da Lei de Execuções Penais trata com bastante
clareza o tema, vejamos:

"Art. 82. Os estabelecimentos penais destinam-se ao condenado, ao


submetido à medida de segurança, ao preso provisório e ao egresso.
§ 1° - A mulher e o maior de sessenta anos, separadamente, serão
recolhidos a estabelecimento próprio e adequado à sua condição
pessoal.
§ 2º - O mesmo conjunto arquitetônico poderá abrigar
estabelecimentos de destinação diversa desde que devidamente
isolados.

Na mesma toada, o art. 123 do Estatuto da Criança e do adolescente estabelece a


formatação do estabelecimento apto a receber o menor que cumprirá a internação.

Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva


para adolescentes, em local distinto daquele destinado ao abrigo,
obedecida rigorosa separação por critérios de idade, compleição
física e gravidade da infração.

De se registrar que, se durante o confinamento do indivíduo houver imposição ao preso


de intenso sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei, a
conduta pode ser tipificada como Tortura.

O sujeito ativo da infração é aquele agente ou autoridade com responsabilidade para


determinar a organização dos presos no estabelecimento.

Acerca desta natureza delitiva, é imprecioso que analisemos os parâmetros envolvendo


a divergência de gênero.

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A Resolução Conjunta 1/2014, editada pelo Conselho Nacional de Política Criminal e


Penitenciária e pelo Conselho Nacional de Combate à Discriminação, estabeleceu parâmetros
de acolhimento LGBT.

"Art. 1º - Estabelecer os parâmetros de acolhimento de LGBT em privação de


liberdade no Brasil.
Parágrafo único - Para efeitos desta Resolução, entende-se por LGBT a
população composta por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais,
considerando-se:
I - Lésbicas: denominação específica para mulheres que se relacionam afetiva
e sexualmente com outras mulheres;
II - Gays: denominação específica para homens que se relacionam afetiva e
sexualmente com outros homens;
III - Bissexuais: pessoas que se relacionam afetiva e sexualmente com ambos
os sexos;
IV - Travestis: pessoas que pertencem ao sexo masculino na dimensão
fisiológica, mas que socialmente se apresentam no gênero feminino, sem rejeitar o
sexo biológico; e
V - Transexuais: pessoas que são psicologicamente de um sexo e
anatomicamente de outro, rejeitando o próprio órgão sexual biológico.
Art. 2º - A pessoa travesti ou transexual em privação de liberdade tem o
direito de ser chamada pelo seu nome social, de acordo com o seu gênero.
Parágrafo único - O registro de admissão no estabelecimento prisional deverá
conter o nome social da pessoa presa.
Art. 3º - Às travestis e aos gays privados de liberdade em unidades prisionais
masculinas, considerando a sua segurança e especial vulnerabilidade, deverão ser
oferecidos espaços de vivência específicos.
§ 1º - Os espaços para essa população não devem se destinar à aplicação de
medida disciplinar ou de qualquer método coercitivo.
§ 2º - A transferência da pessoa presa para o espaço de vivência específico
ficará condicionada à sua expressa manifestação de vontade.
Art. 4º - As pessoas transexuais masculinas e femininas devem ser
encaminhadas para as unidades prisionais femininas.
Parágrafo único - Às mulheres transexuais deverá ser garantido tratamento
isonômico ao das demais mulheres em privação de liberdade.
Art. 5º - À pessoa travesti ou transexual em privação de liberdade serão
facultados o uso de roupas femininas ou masculinas, conforme o gênero, e a
manutenção de cabelos compridos, se o tiver, garantindo seus caracteres
secundários de acordo com sua identidade de gênero."

Assim, o critério que se adota é o seguinte: se estivermos diante da prisão de travesti,


deverá ser respeitada a identidade social (nome social, de acordo com a gênero) e ser
recolhida em cela feminina. Noutro giro, estando diante de transexual, a pessoa deverá ser
recolhida em cela que diga respeito ao seu gênero, a menos que opte por permanecer em cela
correspondente ao seu sexo anatômico.

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Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à


revelia da vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas dependências,
ou nele permanecer nas mesmas condições, sem determinação
judicial ou fora das condições estabelecidas em lei:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste
artigo, quem:
I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a franquear-
lhe o acesso a imóvel ou suas dependências;
II - (VETADO);
III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h
(vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas).
§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, ou
quando houver fundados indícios que indiquem a necessidade do
ingresso em razão de situação de flagrante delito ou de desastre.

Este dispositivo trata das situações envolvendo a inviolabilidade de domicílio. Como


sabido é, a CF consagra a casa com asilo inviolável, ninguém nela podendo adentrar
(penetrar), salvo no caso de flagrante delito, desastre, para prestar socorro ou, em
cumprimento de ordem judicial, durante o dia.

O sujeito ativo neste delito é aquele agente ou autoridade que invade ou adentra imóvel
alheio, pratica coação para adentrar em imóvel alheio ou cumpre mandado fora do horário
estabelecido.

Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de


investigação ou de processo, o estado de lugar, de coisa ou de
pessoa, com o fim de eximir-se de responsabilidade ou de
responsabilizar criminalmente alguém ou agravar-lhe a
responsabilidade:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica a conduta
com o intuito de:
I - eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por excesso
praticado no curso de diligência;
II - omitir dados ou informações ou divulgar dados ou informações
incompletos para desviar o curso da investigação, da diligência ou
do processo.

Trata-se de uma modalidade especial referente ao tipo de fraude processual (art. 347,
CP), aqui, temos que o crime consuma-se coma a alteração, modificação, substituição ou
deformação referente ao estado de pessoa ou coisa, para tentar fugir da responsabilização ou
para responsabilizar criminalmente alguém ou tentar majorar-lhe a pena. A inovação
fraudulenta deve ser apta a enganar, pena de não consumar o crime.

O sujeito ativo é aquele agente público que pratica a conduta (inovação artificiosa) para
eximir-se da responsabilidade ou responsabilizar ou aumentar a pena de outrem.

Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcionário ou


empregado de instituição hospitalar pública ou privada a admitir
para tratamento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com o fim de
alterar local ou momento de crime, prejudicando sua apuração:

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Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena


correspondente à violência.

Aqui, o sujeito ativo, que é aquele agente público que pratica o constrangimento, age
com violência ou grave ameaça no intuito de obrigar funcionário ou empregado de instituição
hospitalar pública ou privada a admitir para tratamento pessoa já morta, com o objetivo de
modificar o local do óbito ou o seu momento. A ideia é que o agente retira o cadáver do local
do crime, emprega constrangimento contra o funcionário do hospital, para atender ao defunto
como se vivo estivesse, visando a alterar o local do crime dificultando sua apuração.

Outro ponto de destaque e de difícil comprovação é que só existirá a infração se o agente


já sabia que o agente estava morto.

Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de


investigação ou fiscalização, por meio manifestamente ilícito:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de prova,
em desfavor do investigado ou fiscalizado, com prévio conhecimento
de sua ilicitude.

Trata-se de delito que tem por objetivo preservar a lisura na produção da prova.

A CF em seu art. 5, inciso LVI dispõe que são inadmissíveis as provas obtivas por meio
ilícito. E considera-se como prova ilícita toda a prova que viola o procedimento estabelecido
pela Lei ou pelo Texto Maior.
Em que pese existir distinção doutrinária entre prova ilícita e prova ilegítima,
não adentraremos neste mérito pois irrelevante para a compreensão.

Importante asseverar também que o STJ possui julgados no sentido de ser ilícita a prova
obtida a partir de acesso não autorizado ao aplicativo WhatsApp.

Entretanto, noutro julgado também de 2017, o STJ entendeu como legítima a devassa em
celular de vítima de homicídio. Ressaltou também que neste caso sequer era necessária ordem
judicial, pois não havia como proteger a intimidade de quem foi morto, sendo que o objeto da
apreensão destinava-se a esclarecer o responsável pela morte.

Art. 26. (VETADO).

Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento


investigatório de infração penal ou administrativa, em desfavor de
alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime, de ilícito
funcional ou de infração administrativa:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância ou
investigação preliminar sumária, devidamente justificada.

Ao nosso ver, trata-se de mais uma modalidade criminosa de difícil comprovação.


Naturalmente, tem por objetivo evitar a arbitrariedade e autoritariedade de quem tem por
função a prática investigativa.

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Sobre os entendimentos já consolidados, consignamos que é plenamente possível o


início de investigação a partir de notícia vinculada na imprensa. Desde que se trate de crime
suscetível de ação penal pública condicionada, não há óbice em investigar. (STJ, RHC
98.056/CE, j. em 04.06.20190. Perceba que nesta situação não haverá crime, eis que
apontados os elementos mínimos (indícios) necessários para toda e qualquer investigação.

Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com


a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida
privada ou ferindo a honra ou a imagem do investigado ou acusado:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

O dispositivo visa a evitar a estigmatização da imagem do acusado, para que não


ocorram pré-julgamentos ou formação de pré-conceitos com relação ao investigado. Isso
porque, se estamos diante de provas, é porque o magistrado ainda não proferiu uma decisão
definitiva. Para evitar, então, o apelo e clamor público, deve-se divulgar somente o trecho a
que se pretenda utilizar.

Não se pode confundir este delito com os contidos na Lei de Interceptação Telefônica
(Lei 9.296/1996), pois nesta existe a punição para as interceptações ou captações ilegais,
enquanto que a conduta do art. 28 da Lei de Abuso de Autoridade refere-se a uma
interceptação/captação lícita, mas com abuso no manejo do conteúdo obtido.

Art. 29. Prestar informação falsa sobre procedimento judicial,


policial, fiscal ou administrativo com o fim de prejudicar interesse
de investigado: (Vide ADIN 6234) (Vide ADIN 6240)
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. (VETADO).

Nos procedimentos judiciais e extrajudiciais, as autoridades são instadas a prestarem


informações sobre os seus atos. Assim, não podem faltar com a verdade. Além disso, devem
ter especial fim de agir no sentido de prejudicar interesse do investigado.

Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou


administrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe
inocente:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Este tipo penal tem conteúdo delicado e se assemelha com a denunciação caluniosa (art.
339, CP). Porém, na conduta prevista no código penal, exige-se que ocorra a imputação de
crime ou contravenção a outrem. Por sua vez, no art. 30 da Lei de Abuso de autoridade não
existe a exigência, bastando a instauração sem justa causa ou contra pessoa que sabe inocente,
não importando a natureza do fato imputado.

Art. 31. Estender injustificadamente a investigação,


procrastinando-a em prejuízo do investigado ou fiscalizado:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo prazo
para execução ou conclusão de procedimento, o estende de forma
imotivada, procrastinando-o em prejuízo do investigado ou do
fiscalizado.

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É sempre prudente que a autoridade vele pela duração razoável do processo ou


procedimento (Art. 5, inciso LXXVIII, CF). Em algumas modalidades de investigação, inclusive,
este prazo já vem disponibilizado na própria legislação.

As condutas do caput e parágrafo único são, deveras, idênticas, incorrendo o legislador


em mera tautologia.

Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos


autos de investigação preliminar, ao termo circunstanciado, ao
inquérito ou a qualquer outro procedimento investigatório de
infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir a
obtenção de cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a
diligências em curso, ou que indiquem a realização de diligências
futuras, cujo sigilo seja imprescindível:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Neste dispositivo, vemos a criminalização pela desobediência a um pretexto que já


estava consolidado há muito na Súmula Vinculante número 14 (“É direito do defensor, no
interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em
procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam
respeito ao exercício do direito de defesa”).

Ora, é natural que todo aquele que é submetido a um procedimento de investigação tem
o direito de saber quais as razões ensejadoras do procedimento.

Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclusive


o dever de fazer ou de não fazer, sem expresso amparo legal:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza de cargo
ou função pública ou invoca a condição de agente público para se
eximir de obrigação legal ou para obter vantagem ou privilégio
indevido.

Aquele que, por sua posição e representação, exige informação ou cumprimento de


obrigação, sem autorização legal, pratica o presente crime. Convenhamos, a Administração
Pública é movida pelo ideal da legalidade. A ninguém é dado o direito de constranger outrem,
muito menos sem expressa disposição na lei.

Aqui temos a punição pelo conhecido fenômeno da "CARTEIRADA”, quando o agente


busca um tratamento diferenciado.

Art. 34. (VETADO).

Art. 35. (VETADO).

Art. 36. Decretar, em processo judicial, a indisponibilidade de ativos


financeiros em quantia que extrapole exacerbadamente o valor
estimado para a satisfação da dívida da parte e, ante a

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demonstração, pela parte, da excessividade da medida, deixar de


corrigi-la:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

A conduta ora guerreada tem por ideal punir o magistrado que decreta a
indisponibilidade de ativos em montante que extrapole exacerbadamente o valor estimado
para garantia da dívida e que deixa de corrigi-la após a demonstração da excessividade pela
parte contrária.

A norma é excessivamente abstrata, devendo avaliar o caso prático para aferir a


incidência ou não deste crime.

Note também que a norma é composta de dois momentos para permitir a consumação. A
decretação e o deixar de corrigir.

Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no exame de


processo de que tenha requerido vista em órgão colegiado, com o
intuito de procrastinar seu andamento ou retardar o julgamento:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

O dispositivo também é impreciso e abstrato, pois não fixa padrões, permitindo um


campo fértil ao aplicador do direito no caso concreto.

Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio de


comunicação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de
concluídas as apurações e formalizada a acusação:
(Promulgação partes vetadas)
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Trata-se da punição ao agente afoito, que emite na imprensa ou outro meio de difusão de
conteúdo conceitos prévios sobre determinado investigado antes mesmo de haver acusação
formal.

PROCEDIMENTO
Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos delitos
previstos nesta Lei, no que couber, as disposições do Decreto-Lei nº
3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), e da Lei
nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.

No procedimento para apuração dos delitos de abuso de autoridade, teremos duas


possibilidades de procedimento.

Para as infrações de menor potencial ofensivo (aquelas cuja pena máxima não
ultrapassam os 2 anos), será observada a Lei 9.099/95. Já para os crimes cuja pena máxima
transcendam os dois anos, o procedimento a ser adotado é o estabelecido pelo Código
Processual Penal.

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EXERCÍCIOS
1. É permitida a manutenção de presos de sexos distintos na mesma cela, sem que isso
configure crime, quando não existir possibilidade de separação.
Certo ( ) Errado ( )

O artigo 21 da Lei de Abuso de Autoridade não permite a manutenção de


presos dentro da mesma cela ou unidade de confinamento, pena de existir a
criminalização da conduta.

2. Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de investigação ou de processo, o estado


de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de eximir-se de responsabilidade ou de
responsabilizar criminalmente alguém ou agravar-lhe a responsabilidade, configura o
crime de fraude processual.
Certo ( ) Errado ( )

O artigo 23 da Lei de abuso de autoridade se assemelha ao dispositivo


constante do art. 347 do Código Penal, que dispõe sobre a fraude processual,
porém, trata-se de situação específica, em que deve ser dada preferência à norma
especial, conforme artigo 12 do Código Penal. Ademais, no delito de fraude
processual tem-se por objetivo levar o magistrado a erro. No crime de abuso de
autoridade, o objetivo é evitar a própria responsabilidade ou responsabilizar
criminalmente alguém ou majorar-lhe a pena.

3. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos autos de investigação


preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer outro procedimento
investigatório de infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir a obtenção
de cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a diligências em curso, ou que indiquem
a realização de diligências futuras, cujo sigilo seja imprescindível, configura prática do
crime de abuso de autoridade.

A súmula vinculante número 14 já previa a ilicitude do comportamento de


negar acesso aos autos do caderno de investigação ao patrono do acusado ou a ele
próprio. Tal conduta passou a ser taxada como crime, conforme previsão do art. 32
da Lei 13.869/2019.

GABARITO
1. E
2. E
3. C

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