Você está na página 1de 4

Direitos Constitucionais dos Acusados

Os direitos constitucionais fundamentados na constituição brasileira são lastreados


em conquistas históricas, dos mais variados povos que compõe a humanidade como
um todo.

Não a como mencionar a criação e implementação das leis que fundamentam a


noção de direitos humanos no Brasil, sem relatar qual o caminho traçado pelos
precursores históricos, que nos legaram tais direitos.

Não é criação isolada de um ou outro indivíduo, mas como um castelo de lego, que
para ser criado é necessário colocar cada peça individualmente e se atentar para
que desde a base, a construção do projeto, tenha direção convergente com a
idealizada pelo construtor. Portanto, os direitos humanos fundamentais, são
idealizados e construídos por pessoas de nobre respeito à dignidade humana nos
mais variados lugares e contextos sociais.

Foram ações pessoais e coletivas que ao longo da história, cada qual, colocou sua
marca ou deu sua contribuição, para que no presente momento exista uma estrutura
jurídica que suporta e aplica o que conhecemos como direitos constitucionais. A
estrutura jurídica que rege o estado brasileiro aplica e materializa os direitos
constitucionais diariamente através da aplicação das normas e leis.

As bases da Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada em 10 de


dezembro de 1948 na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas)
em Paris, junto com outros textos históricos que denotam o grande valor da
liberdade e respeito aos direitos humanos servem de inspiração ao texto
constitucional brasileiro, como também a outras nações de regime democrático ao
redor do mundo.

No Brasil, um pais em que foram criadas cerca de sete constituições – alguns


afirmam que são oito – os direitos humanos passaram pelas mais variadas
situações. Se em algumas constituições foram respeitados e até ampliados, em
outros ocorreu exponencialmente o contrário.

Algumas vozes na sociedade brasileira e até internacionalmente alegam que


existem muito mais direitos que deveres no texto da constituição brasileira, e que,
portanto, a mesma deveria ser reformulada. Outros pensam exatamente o contrário.

No que se refere às garantias constitucionais dos acusados no Brasil, no exato


instante em que é emitida uma decisão de prisão a um cidadão, automaticamente
em beneficio do réu, os direitos constitucionais relacionados à sua integridade,
devem ser obrigatoriamente respeitadas conforme o disposto no art. 5º, XLIX: “é
assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral”. A Lei de Execução
Penal (Lei 7.210/84) também institui que “Impõe-se a todas as autoridades o
respeito à integridade física e moral dos condenados e dos presos provisórios” (art.
40).
A Constituição Federal de 1988, no artigo 5º, ainda prevê alguns direitos referentes
aos presos, que de forma obrigatória devem ser observados em todo o processo
penal, por exemplo: “ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano
ou degradante” (CF, art. 5º, III). Com base na carta constitucional, é absolutamente
proibida torturas físicas e psicológicas, ou qualquer ação do agente público que
tenha por objetivo induzir o réu a assumir um delito, ao qual o mesmo não praticou,
ou obrigar o mesmo a entregar de forma não voluntária, outros integrantes do
suposto delito pelo qual o mesmo está sofrendo ação persecutória por parte do
estado.

Com base no descrito anteriormente, a lei ainda diz: “a prisão de qualquer pessoa e
o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à
família do preso ou à pessoa por ele indicada” (LXII); “o preso será informado de
seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a
assistência da família e de advogado” (LXIII); “o preso terá direito à identificação dos
responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial” (LXIV); “a prisão ilegal
será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária” (LXV); “ninguém será levado
à prisão ou nela mantido quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem
fiança”. A inobservância de tais aspectos terá por consequência o surgimento de
outro direito para o preso, que é o de, através de advogado, impetrar pedido de
habeas corpus (garantia constitucional para assegurar o direito à liberdade de
locomoção) perante a autoridade judiciária competente.

O indivíduo que está encarcerado por haver cometido um ato definido pela lei como
crime, além da repulsa social que imediatamente lhe é imposta, do sofrimento
familiar que é acarretado – a família sempre sofre – e das consequencias judiciais
que a atitude pode gerar a primeira pena que lhe advém, mesmo que mais tarde
seja inocentado e libertado, é ser privado de sua liberdade.

No cárcere, convicto ou não de sua falta de culpa, passa a receber o tratamento


que todos conhecem: ofensa è sua integridade física, compartilhamento do cubículo
com todos os tipos de presos, grave ameaça à saúde pela insalubridade da cela,
total falta de higiene e precariedade no recebimento de alimentação, dentre muitos
outros fatores que se tornaram práticas cotidianas no sistema prisional brasileiro.

Tais referências, dizem respeito ao preso em delegacia, unidade esta da polícia


judiciária que tem, em meio a outras finalidades, a detenção temporária ou custódia
de suspeitos e presos em flagrante delito. O que é analisado aqui não envolve, pois,
o preso recluso em penitenciária e o detido em estabelecimento prisional agrícola e
albergue.
Uma vez preso, encaminhado à delegacia e recolhido à cela, logo passa a
prevalecer um direito maior, que exsurge da sua própria condição humana,
subjetiva, que é o direito de defender-se provando sua inocência. Isto porque
contradizer a imputação criminal que lhe é feita constitui uma intangível defesa da
liberdade como o bem maior de todos os bens jurídicos da pessoa humana,
corroborada que é pelo princípio da presunção da inocência, pois toda pessoa
acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto não se
comprove legalmente sua culpa. É este o sentido da norma constitucional prevista
no art. 5º, inciso LVII: “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado
de sentença penal condenatória”.

Desde o momento que ao acusado é dada voz de prisão, em seu favor passa a
prevalecer o direito constitucional de ter respeitada sua integridade, em
conformidade com o disposto no art. 5º, XLIX: “é assegurado aos presos o respeito à
integridade física e moral”. A Lei de Execução Penal (Lei 7.210/84) também institui
que “Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade física e moral dos
condenados e dos presos provisórios” (art. 40). Contudo, se por um lado o indivíduo
é preso por um fato tipificado em lei, por outro lado está mesma lei, muitas vezes
não é respeitada nem no momento da prisão e muito menos dentro das delegacias,
demonstrado que está todos os tipos de agressões sofridas pelos detidos.

Em consonância com a salvaguarda da integridade do preso, as autoridades e


agentes policiais terão ainda de observar que “ninguém será submetido a tortura
nem a tratamento desumano ou degradante” (CF, art. 5º, III). Isto deveria significar,
por exemplo, que nenhum preso deveria ser submetido a intimidações, ameaças ou
à violência física para assumir a prática de um crime ou informar o nome de outras
pessoas supostamente envolvidas. Ademais, a não observância da integridade
como condicionante do respeito à dignidade da pessoa humana, poderá eivar de
nulidade todos os atos do inquérito policial, se provado for que os elementos
probatórios ali contidos foram forjados no interrogatório, por meio de
constrangimentos, violências ou ameaças.

A Constituição Federal de 1988, no artigo 5º, ainda prevê alguns direitos referentes
aos presos que exigem observância no âmbito processual. Assim, “a prisão de
qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao
juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada” (LXII); “o preso
será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
assegurada a assistência da família e de advogado” (LXIII); “o preso terá direito à
identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial”
(LXIV); “a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária”
(LXV); “ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando a lei admitir a
liberdade provisória, com ou sem fiança”. A inobservância de tais aspectos terá por
consequência o surgimento de outro direito para o preso, que é o de, através de
advogado, impetrar pedido de habeas corpus (garantia constitucional para assegurar
o direito à liberdade de locomoção) perante a autoridade judiciária competente.

É oportuno lembrar que nem todos os presos têm condições financeiras de arcar
com os custos fixos e variáveis de uma defesa jurídica. Portanto que o estado tem
por obrigação, derivada do texto constitucional, de patrocinar a defesa integral do
réu durante todo o percurso dos trâmites jurídicos relativos ao caso do réu. A
Defensoria Pública é ente do estado que reclamará os direitos do réu diante do
órgão acusador do estado.

Você também pode gostar