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SUMÁRIO
DIREITOS FUNDAMENTAIS ................................................................................................................................ 2
LIBERDADE NEGATIVA PARA O ESTADO: DIREITOS DO PRESO, PROTEÇÃO DA CASA, INTERCEPTAÇÃO...... 2
INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA ....................................................................................................................... 2
CONCEITO DE CASA ....................................................................................................................................... 3

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DIREITOS FUNDAMENTAIS
LIBERDADE NEGATIVA PARA O ESTADO: DIREITOS DO PRESO,
PROTEÇÃO DA CASA, INTERCEPTAÇÃO
A Constituição Federal de 1988 apresenta garantias essenciais para a proteção da
população carcerária, visto que sua dignidade jamais poderá ser desconsiderada.
O direito processual penal deve obedecer aos princípios constitucionais, em especial a
dignidade da pessoa humana, previsto no artigo 1º, III da CF. Para isso, devem ser aplicados os
princípios do artigo 5º. Também é garantido ao preso o respeito à sua integridade física e
moral (Art. 5º, XLIX da CF e Súmula vinculante 56). A pena deverá ser cumprida em
estabelecimento qualificado pela natureza do crime, da idade e do sexo (Art. 5º, XLVIII da CF)
e, às detentas é assegurado ter condições para permanecer com seus filhos no período de
amamentação (Art. 5º, L da CF e lei 13.257/2016), além dos direitos previstos do art.5, LXI a
LXVII, da Constituição e sumula vinculante nº25.
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem
escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo
nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar,
definidos em lei;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do
preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e
de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua
prisão ou por seu interrogatório policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade
judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei
admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável
pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação
alimentícia e a do depositário infiel.
O Ministério público é o órgão estatal designado pela Constituição para zelar pela
efetividade dos direitos assegurados na Constituição, promovendo as medidas necessárias à
sua garantia, promover, privativamente a ação penal pública (artigo 129º da CF), entidade
destinada a obter em juízo a pretensão punitiva. Há a possibilidade de ação ser intentada pela
vítima ou parentes no caso do Ministério Público não o fazer em prazo legal (Art. 5º, LIX da
CF).

INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA
A interceptação das comunicações consiste, a partir das classificações doutrinárias
acerca da prova, em um meio de investigação, destinado à obtenção de eventuais provas de
práticas criminosas, ou seja, “meios para adquirir coisas materiais, traços ou declarações
dotadas de força probatória”.
A medida surge nesse cenário como um dos meios de investigação mais invasivos,
mitigando o sigilo das comunicações, que decorre da proteção à intimidade e à vida privada,
objeto de ampla tutela por nossa Constituição Federal de 1988, que protege os direitos
fundamentais do indivíduo.

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Nesse âmbito de tutela do espaço reservado do indivíduo se insere o segredo das


comunicações, conforme artigo 5º, XII, da Constituição Federal, que assegura que:
“É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma
que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal”.
Tendo em vista a não previsão de procedimento, o referido normativo foi alvo de
críticas, sobretudo a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988. O Supremo
Tribunal Federal, por sua vez, passou a considerar ilícita a interceptação telefônica sem
existência de lei que regulamentasse a limitação constitucional explícita contida no artigo 5º
XII, como, por exemplo, no HC 69.912. Tal postura foi fundamental, dessa forma, para que, em
1996, fosse promulgada a Lei 9.296, visando a disciplina legal do tema, para regulamentar a
limitação constitucional acima mencionada.

CONCEITO DE CASA
O conceito de casa para o fim da proteção jurídico-constitucional a que se refere o artigo
5º, XI, da Constituição, compreende qualquer compartimento habitado e qualquer aposento
coletivo como, por exemplo, os quartos de hotel, pensão, motel e hospedaria ou, ainda,
qualquer outro local privado não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou
atividade.
Celso de Mello afirma ainda que a “proteção constitucional ao domicílio tem por
fundamento norma revestida do mais elevado grau de positividade jurídica”, que proclama, a
propósito do tema em análise, que “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”, horário dos
atos processuais das seis as vinte horas.
Para o ministro é importante ressaltar que o conceito de “casa”, para efeitos da proteção
constitucional, tem um sentido amplo “pois compreende, na abrangência de sua designação
tutelar, (a) qualquer compartimento habitado, (b) qualquer aposento ocupado de habitação
coletiva e (c) qualquer compartimento privado não aberto ao público, onde alguém exerce
profissão ou atividade”.
No Supremo, o ministro Celso de Mello utilizou a teoria da árvore dos frutos
envenenados ao considerar o alicerce do processo, no caso as provas, contaminadas pelo ato
ilícito dos policias. Segundo o ministro, a busca domiciliar sem mandado judicial, escuta
telefônica sem autorização da autoridade judiciária competente, obtenção de confissões
mediante toda sorte de violência, também são provas obtidas ilicitamente.

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