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By @kakashi_copiador

APRESENTAÇÃO DO MATERIAL

Queridos alunos!!

Sabemos que os resumos das disciplinas são fundamentais para fixação de conteúdos e, também, para
realização de revisões. Um resumo bem feito garante que os principais pontos de cada matéria sejam
revisados de forma rápida, aumentando a produtividade dos estudos e a eficiência das revisões.

Além disso, sabemos que, principalmente para os grandes concursos, o número de matérias cobradas no
edital é muito grande. Dessa forma, além de revisar os pontos marcados em seus materiais, um bom
resumo pode encurtar o tempo de revisão, garantindo, assim, que todo o material possa ser revisado em
um período de tempo mais curto.

Com isso em mente, apresentamos a vocês o Resumo de Direito Constitucional - Direitos e Garantias

Fundamentais: Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (Parte 1). Trata-se de um material pensado para

lhe ajudar em todo esse processo, visando, inclusive, uma economia de tempo de confecção de materiais,

tempo que é o bem mais precioso de um concurseiro, não é mesmo?

Esperamos poder ajudá-los!

Conte sempre com o Estratégia em sua caminhada!

Estratégia Concursos
RESUMO DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Teoria Geral dos Direitos Fundamentais

Direito à Vida:

● O direito à vida tem dupla acepção: direito de continuar vivo e direito a ter uma
vida digna.
● Entendimentos do STF:
○ uniões homoafetivas são reconhecidas como entidades familiares;
○ não ofende o direito à vida a pesquisa com células-tronco embrionárias;
○ não viola o direito à vida a interrupção da gravidez de feto anencéfalo.
● Os direitos fundamentais não são absolutos, nem mesmo o direito à vida. Em caso
de guerra declarada, a CF/88 admite a pena de morte.
● “Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante“
(art. 5º, III).

Princípio da Igualdade:

● A CF/88 consagra a igualdade de gênero ao prever que “homens e mulheres são


iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição” (art. 5º, I).
● A “igualdade na lei” destina-se ao legislador; a “igualdade perante a lei”, aos
intérpretes e aplicadores do Direito.
● As ações afirmativas buscam realizar a igualdade material.
○ Exemplos: cotas raciais para ingresso em universidades públicas e cotas
raciais em concursos públicos.
● É legítima a previsão de limites de idade em concursos públicos, quando
justificada pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido (Súmula STF
nº 683).
● Súmula Vinculante nº 37: “Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função
legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob fundamento de
isonomia.”

Princípio da Legalidade:

● “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”
(art. 5º, II).”

● A legalidade se aplica de modo diferente à Administração Pública e aos particulares. A


Administração Pública só pode fazer o que a lei prevê. Os particulares podem fazer tudo
o que a lei não proíbe.

● Reserva Legal x Legalidade: Legalidade é mais amplo, abrangendo leis e outros atos
normativos. Reserva legal é mais restrito, abarcando apenas as leis em sentido formal.
Liberdade de Expressão:

● “É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.” (art. 5, IV)


○ A liberdade de expressão exclui os discursos de ódio e a incitação ao racismo.
○ Segundo o STF, a defesa da legalização das drogas em manifestações públicas é
compatível com a liberdade de expressão.
○ É vedado o acolhimento de denúncias anônimas, mas elas podem servir de base
para que as autoridades competentes esclareçam ou investiguem determinados
fatos.

Direito de resposta:

● “É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por


dano material, moral ou à imagem” (art. 5º, V).
○ O direito de resposta aplica-se tanto a pessoas físicas quanto a pessoas jurídicas.
○ Pode ser acumulado com indenização por dano material, moral ou a imagem.

Liberdade religiosa:

● “É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício


dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias” (art. 5º, VI).
● “É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis
e militares de internação coletiva” (art. 5º, VII).

“Escusa de Consciência”

● O art. 5º, VIII, CF/88, estabelece que “ninguém será privado de direitos por motivo de
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se
de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada
em lei”. Trata-se de norma de eficácia contida.
○ “É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença” (art. 5º, IX, CF/88).

Direito à privacidade:

● “São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,


assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação. “ (art. 5, X)
○ As pessoas jurídicas também poderão ser indenizadas por dano moral, uma vez
que são titulares dos direitos à honra e à imagem.
○ Entendimentos do STF:
■ Não se pode coagir suposto pai a realizar exame de DNA;
■ São admitidas as biografias não-autorizadas;
■ A quebra de sigilo bancário pode ser determinada por ordem judicial ou
por CPI;
■ As autoridades fiscais podem requisitar às instituições financeiras
informações protegidas por sigilo bancário;
○ O TCU tem competência para requisitar informações relativas a operações de
crédito originárias de recursos públicos.

Direito à Inviolabilidade do Domicílio:


● Segundo o art. 5º, XI, “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre,
ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”.
○ Conceito de casa: abrange os escritórios profissionais, mas não alcança os bares e
restaurantes.
○ Segundo o STF:
■ “a entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo
em período noturno, quando amparada em fundadas razões, devidamente
justificadas a posteriori, que indiquem que dentro da casa ocorre situação
de flagrante delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do
agente ou da autoridade e de nulidade dos atos praticados”.
○ Esse entendimento do STF é relevante no que diz respeito aos crimes
permanentes.
■ É válida ordem judicial que autoriza o ingresso de autoridade policial no
estabelecimento profissional, inclusive durante a noite, para instalar
equipamentos de captação de som (“escuta ambiental”).

Sigilo das Comunicações Telefônicas:

● “É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das


comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na
forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual
penal” (art. 5º, XII).
○ A interceptação telefônica somente pode ser determinada pelo Poder Judiciário,
para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. A quebra do
sigilo telefônico pode ser determinada pelo Poder Judiciário ou por CPI.
○ É lícita a prova obtida por policial a partir da verificação, no celular de indivíduo
preso em flagrante delito, dos registros das últimas ligações telefônicas.
● É válida a prova de um crime descoberta acidentalmente durante a escuta telefônica
autorizada judicialmente para apuração de crime diverso.
● É possível a gravação telefônica por um dos interlocutores sem a autorização judicial,
caso haja investida criminosa daquele que desconhece que a gravação está sendo feita.
● São ilícitas as provas obtidas por meio de interceptação telefônica determinada a partir
apenas de denúncia anônima, sem investigação preliminar.

Liberdade Profissional:

● “É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações


profissionais que a lei estabelecer” (art. 5º, XIII). Trata-se de norma de eficácia contida.
○ O STF considera que a exigência de inscrição em conselho de fiscalização
profissional somente será cabível quando houver potencial lesivo na atividade.
○ Segundo o STF, é constitucional o exame da Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB).
○ O STF entende que é inconstitucional a exigência de diploma para o exercício da
profissão de jornalista.

Direito de Reunião:

● Não há necessidade de autorização do Poder Público nem de aviso prévio às


autoridades competentes, bastando veicular informação que permita ao Poder
Público zelar para que seu exercício se dê de forma pacífica.
● O direito de reunião deve ser usado para fins pacíficos e não pode frustrar outra
reunião anteriormente convocada para o mesmo local.
● O remédio constitucional que visa proteger o direito de reunião é o mandado de
segurança.

Liberdade de associação:

● “É plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter


paramilitar” (art. 5º, XVII).
● “A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de
autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento” (art. 5º,
XVIII).
● “As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas
atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito
em julgado” (art. 5º, XIX).
● “Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado” (art.
5º, XX).
● “As entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade
para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente” (art. 5º, XXI). Trata-se
de caso de representação processual.
○ Segundo o STF, a autorização estatutária genérica conferida às associações
por seu estatuto não é suficiente para legitimar a representação processual.

Direito de propriedade:

● O direito de propriedade é norma constitucional de eficácia contida e, portanto,


está sujeito à atuação restritiva do Poder Público.
● O direito de propriedade não é absoluto. É necessário que a propriedade atenda a
sua função social (art. 5º, XXIII). ]
● Desapropriação: A desapropriação com base na tutela do interesse público poderá
ocorrer em três hipóteses: necessidade pública, utilidade pública ou interesse
social. Nesses casos, a indenização será prévia, justa e em dinheiro.
Há casos em que a indenização pela desapropriação não será em dinheiro. São
eles os seguintes:
○ Desapropriação para fins de reforma agrária;
■ A desapropriação para fins de reforma agrária se dá mediante prévia
e justa indenização em títulos da dívida agrária.
○ Desapropriação de imóvel urbano não-edificado que não cumpriu sua
função social e;
○ A desapropriação de imóvel urbano não edificado, subutilizado ou não
utilizado, se dá mediante indenização em títulos da dívida pública.
○ Desapropriação confiscatória.
■ Na desapropriação confiscatória, não há nenhuma indenização. A
desapropriação confiscatória pode ocorrer em 2 (duas) situações:
○ Culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou;
○ Exploração de trabalho escravo.
● Requisição Administrativa: “no caso de iminente perigo público, a autoridade
competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário
indenização ulterior, se houver dano”. (art. 5º, XXV)
● Pequena propriedade rural: “A pequena propriedade rural, assim definida em lei,
desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento
de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios
de financiar o seu desenvolvimento”. (art. 5º, XXVI)
● Propriedade intelectual: “Os autores têm direito exclusivo de utilização, publicação
ou reprodução de suas obras por toda a sua vida, transmissível aos herdeiros pelo
tempo que a lei fixar.” (art. 5, XXVII)
● Os autores de inventos industriais têm privilégio apenas temporário para a sua
utilização. (art. 5, XXIX).

Direito do Consumidor:

● “O Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor” (art. 5º, XXXII). Trata-se de
norma de eficácia limitada.

Direito à informação:
● “todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular,
ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado” (art. 5º, XXXIII).
○ Segundo o STF, é constitucional a divulgação da remuneração de servidores na
Internet, em virtude do princípio da transparência.
○ O remédio constitucional que protege o direito à informação é o mandado de
segurança.
● O direito de petição independe do pagamento de taxas. Todas as pessoas (físicas e
jurídicas) podem exercer o direito de petição. Não há necessidade de advogado para o
exercício do direito de petição.
● O direito à obtenção de certidões independe do pagamento de taxas. É protegido por
meio de mandado de segurança.

Princípio da inafastabilidade de jurisdição:


● “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito” (art. 5º,
XXXV).
○ No Brasil, adota-se o sistema inglês de jurisdição. Como regra geral, não existe, em
nosso ordenamento jurídico, a jurisdição condicionada.
○ Há alguns casos de jurisdição condicionada, em relação aos quais exige-se o
prévio requerimento administrativo. São eles os seguintes:
■ habeas data;
■ controvérsias desportivas;
■ reclamação contra o descumprimento de Súmula Vinculante pela
Administração Pública e;
■ requerimento judicial de benefício previdenciário.
● Súmula STF nº 667: “Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária
calculada sem limite sobre o valor da causa.”
● Súmula Vinculante nº 20: “É inconstitucional a exigência de depósito prévio como
requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade
de crédito tributário.”

Segurança jurídica:
● “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada” (art. 5º,
XXXVI).
○ Direito adquirido é aquele que efetivamente se incorporou ao patrimônio do
particular, em virtude de já terem sido cumpridos todos os requisitos aquisitivos
exigidos pela lei então vigente.
○ Não se pode confundir “direito adquirido” com mera “expectativa de direito”.
○ Não há direito adquirido face a uma nova Constituição.

Princípio do juiz natural:


● “Não haverá juízo ou tribunal de exceção” (art. 5º, XXXVII).
● “Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente” (art. 5º,
LIII).
○ O princípio do juiz natural busca garantir a independência e a imparcialidade do
Poder Judiciário.
○ Tribunal do júri: Tem competência para julgar os crimes dolosos contra a vida.
○ Súmula Vinculante nº 45: “A competência constitucional do Tribunal do Júri
prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente
pela Constituição estadual.”
○ Segundo o STF, a soberania dos veredictos do tribunal do júri não exclui a
recorribilidade de suas decisões, quando manifestamente contrárias à prova dos
autos.

● Princípio da reserva legal em matéria penal:


○ “Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação
legal” (art. 5º, XXXIX).

● As “normas penais em branco” não violam a reserva legal em matéria penal.


● A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. Admite-se, portanto, a
retroatividade benigna.
● Mandados de criminalização: A CF/88 não tipifica crimes. Porém, estabelece normas que
determinam a criminalização de certas condutas.
○ 3TH não tem graça:
■ Terrorismo, tortura, tráfico de drogas e crimes hediondos são inafiançáveis e
insuscetíveis de graça ou anistia.
○ O racismo é inafiançável e imprescritível. É punido com a pena de reclusão. A
apologia à discriminação contra os judeus é considerada racismo. Segundo o STF,
o crime de injúria racial configura um dos tipos penais de racismo e também é
imprescritível.
○ A ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o
Estado democrático é crime inafiançável e imprescritível.

Intranscendência das penas:

● “nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o


dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido”. (art.
5º, XLV).

Individualização da pena:
● A lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
○ privação ou restrição de liberdade;
○ perda de bens;
○ multa;
○ prestação social alternativa e;
○ suspensão ou interdição de direitos.
● Penas proibidas: No ordenamento jurídico, não são admitidas as seguintes penas:
○ de morte, salvo em caso de guerra declarada;
○ de caráter perpétuo;
○ de trabalhos forçados;
○ de banimento e;
○ cruéis.

Extradição:
● O brasileiro nato não pode ser extraditado.
● O brasileiro naturalizado pode ser extraditado nas seguintes hipóteses:
○ crime comum praticado antes da naturalização e;
○ comprovado envolvimento com tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins.
● Nenhum estrangeiro será extraditado por crime político ou de opinião.
Devido processo legal
● “Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal” (art.
5º, LIV).

Ampla defesa/contraditório:
● “Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”
(art. 5º, LV).
● Súmula Vinculante nº 14: "É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso
amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício
do direito de defesa".
● Súmula Vinculante nº 05: “A falta de defesa técnica por advogado no processo
administrativo disciplinar não ofende a Constituição.”
● Súmula Vinculante nº 21: “É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento
prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.”
● Súmula Vinculante nº 28: “É inconstitucional a exigência de depósito prévio como
requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade
de crédito tributário.”
● Segundo o STF, a ampla defesa e o contraditório não se aplicam na fase do inquérito
policial.

Vedação às provas ilícitas:


● “São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos” (art. 5º, LVI).
○ As provas ilícitas devem ser expurgadas do processo. A presença de provas ilícitas
não é suficiente para invalidar todo o processo.
○ No entanto, pela “Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada”, a prova ilícita
contamina todas as outras que sejam dela decorrentes.
○ É lícita a prova obtida mediante gravação telefônica feita por um dos
interlocutores sem a autorização judicial, caso haja investida criminosa daquele
que desconhece que a gravação está sendo feita.
○ É lícita a prova obtida por gravação de conversa telefônica feita por um dos
interlocutores, sem conhecimento do outro, quando ausente causa legal de sigilo
ou de reserva da conversação.
○ É lícita a prova consistente em gravação ambiental realizada por um dos
interlocutores sem o conhecimento do outro.

Presunção de inocência:
● “Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória” (art. 5º, LVII).
● Prisões cautelares não violam a presunção de inocência.
○ Segundo o STF: “A execução provisória da sentença penal condenatória revela-se
frontalmente incompatível com o direito fundamental do réu de ser presumido
inocente até que sobrevenha o trânsito em julgado de sua condenação criminal”.

Prisão:
● “Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada
de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei.” (art. 5º, LXI).
● “A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada“
(art. 5º, LXII).
● “O preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado,
sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado” (art. 5º, LXIII).
● “O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial” (art. 5º, LXIV).
● “A prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária” (art. 5º, LXV).
● Prisão civil por dívida: “É ilícita a prisão civil do depositário infiel, qualquer que seja a
modalidade de depósito” (Súmula Vinculante nº 25).

REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
Habeas corpus:
● O habeas corpus é o remédio constitucional que busca proteger a liberdade de
locomoção.
● Pode ser preventivo (quando há ameaça de violação à liberdade de locomoção) ou
repressivo (quando já houve violação à liberdade de locomoção). É ação gratuita, que
independe de advogado para ser impetrada.
● O habeas corpus é ação com legitimidade universal, uma vez que pode ser impetrado
por qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira, ou, ainda, pelo Ministério
Público e pela Defensoria Pública.
● Pessoa jurídica pode impetrar habeas corpus, mas sempre a favor de pessoa física.
● É cabível habeas corpus mesmo quando a ofensa ao direito de locomoção é indireta, ou
seja, quando do ato impugnado possa resultar procedimento que, ao final, termine em
detenção ou reclusão da pessoa.
● Não cabe habeas corpus para impugnar decisões do STF (Plenário ou Turmas).
● Não cabe habeas corpus para impugnar determinação de suspensão dos direitos
políticos.
● Não cabe habeas corpus para discutir o mérito de punições disciplinares militares (art.
142, § 2º, CF).

Mandado de segurança:
● O mandado de segurança é cabível para proteger direito líquido e certo, não amparado
por habeas corpus ou habeas data.
● É cabível contra o chamado “ato de autoridade”, ou seja, ações ou omissões do Poder
Público e de particulares no exercício de função pública.
● Súmula STF nº 625: Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de
mandado de segurança.
● O mandado de segurança tem prazo decadencial de 120 (cento e vinte) dias.
● O impetrante do mandado de segurança pode desistir dessa ação constitucional a
qualquer tempo, ainda que proferida decisão de mérito a ele favorável, e sem anuência
da parte contrária.
● Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial transitada em julgado.
● Não cabe mandado de segurança contra lei em tese, exceto se produtora de efeitos
concretos.

Mandado de segurança coletivo:


● Pode ser impetrado por:
○ partido político com representação no Congresso Nacional;
● organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos 1 (um) ano.
● No mandado de segurança coletivo, ocorre substituição processual.

Mandado de injunção:
● É o remédio constitucional destinado a combater as omissões inconstitucionais, sejam
elas de caráter total ou parcial.
● É cabível quando a “falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania” (art. 5º, LXXI).
● É aplicável diante da falta de regulamentação de norma constitucional de eficácia
limitada.
● Legitimidade ativa: qualquer pessoa física ou jurídica.
● O mandado de injunção não é gratuito e sua impetração depende de advogado.
● Segundo o STF, não é cabível medida liminar em mandado de injunção.
● A Lei nº 13.300/2016 adotou a corrente concretista individual para o mandado de
injunção.
● A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até o advento da
norma regulamentadora (art. 9º, caput).
● É possível, entretanto, que seja conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão,
quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, liberdade ou da
prerrogativa objeto da impetração (art. 9º, § 1º).
● A Lei nº 13.300/2016 reconhece a possibilidade de que seja impetrado mandado de
injunção coletivo pelos seguintes legitimados:
○ partido político com representação no Congresso Nacional;
○ organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e
em funcionamento há pelo menos um ano;
○ Ministério Público e;
○ Defensoria Pública.

Habeas data:
● O habeas data tem 2 (duas) finalidades:
○ assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter público e;
○ retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial
ou administrativo.
● Para que seja impetrado o habeas data, exige-se a comprovação de negativa da
autoridade administrativa de garantir o acesso aos dados relativos ao impetrante.
Trata-se, portanto, de um caso de jurisdição condicionada no ordenamento jurídico
brasileiro.
● O habeas data é uma ação gratuita, mas que depende de assistência de advogado.
● RE nº 673.707/MG: “O habeas data é a garantia constitucional adequada para a obtenção,
pelo próprio contribuinte, dos dados concernentes ao pagamento de tributos constantes
de sistemas informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos administração fazendária
dos entes estatais”.
Ação popular:
● O cidadão é legitimado para propor ação popular.
● Tem como objetivo anular ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade administrativa,
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico-cultural.
● A propositura de ação popular não exige comprovação de efetivo dano material.
● Não há foro por prerrogativa de função em ação popular.
● A improcedência de ação popular não gera para o autor, salvo comprovada má fé, a
obrigação de pagar custas judiciais e o ônus da sucumbência.
● São gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
○ o registro civil de nascimento e;
○ a certidão de óbito.
● Emenda Constitucional nº 115/2022: “É assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção
dos dados pessoais, inclusive nos meios digitais.”

Tratados internacionais de direitos humanos:


● Os tratados internacionais de direitos humanos possuem dois níveis hierárquicos
diferentes:
○ nível supralegal: quando aprovados pelo rito ordinário.
○ nível constitucional: quando aprovados em dois turnos, em cada Casa do
Congresso Nacional, por 3/5 (três quintos) dos membros.

Tribunal Penal Internacional:


● O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha
manifestado adesão (art. 5º, § 4º, CF/88).

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