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RESUMO PROVA CONSTITUCIONAL III

DIREITOS COLETIVOS

Para José Afonso da Silva existem apenas dois direitos coletivos presentes na constituição
federal, reunião e associação, sendo direitos individuais de expressão coletiva. Considerando os
direitos sociais, como coletivos.

- Proteção de um grupo ou coletividade.

- Direito objetivo = Norma constitucional.

- Direito Subjetivo = Decorrente de fatos.

PRINCÍPIOS E GARANTIAS CONSTITUCIONAIS (CF, art. 5º):

1. Princípio da Legalidade (inc. II)

II - Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

- Submissão de todos ao império da lei.


- Pode fazer tudo aquilo que a norma não proíbe.
- O Estado só pode exercer o que a lei determina.

2. Princípio da Igualdade ou Isonomia (caput)

Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.

- Equidade.
- Não é a absoluto.
- Não pode existir discriminação de qualquer natureza em relação aos seres humanos.
- Exemplo: vagas de estacionamento para deficientes.

3. Princípio da Irretroatividade

- Assegurar as relações jurídicas.

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- Quando nasce uma lei nova, sendo aplicada dali para frente, caso a mesma detenha
alterações, ela não pode retroagir, apenas em casos específicos no direito penal, sendo
eles:

Ato Jurídico Perfeito = É o que já foi consumado segundo a lei vigente ao tempo em que
se efetivou.
Direito Adquirido = Definição infraconstitucional, podendo ser exercido a qualquer
momento.
Coisa Julgada = é a decisão judicial a qual não caiba mais recursos.

4. Princípio da Inafastabilidade ou do controle do Poder Judiciário (inc. XXXV) -

a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

- Garante a todos o acesso ao poder judiciário.


- Defensoria pública e Justiça gratuita.

5. Proibição dos Tribunais de Exceção (inc. XXXVII)

não haverá juízo ou tribunal de exceção;

- Criados para julgar determinados crimes, ou pessoas em casos concretos.

6. Julgamentos pelo Tribunal do Júri em crimes dolosos contra a vida (inc. XXXVIII)

é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:

a) a plenitude de defesa;

b) o sigilo das votações;

c) a soberania dos veredictos;

d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

- Juri popular, homicídio, infanticídio, instigação ao suicídio e aborto.

7. Princípio do Juiz Natural ou do Juiz Competente (inc. LIII)

LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
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- Princípio do Promotor Natural
- Somente a autoridade designada pelo ordenamento jurídico é que tem a competência
para julgar e processar.

8. Princípios da Anterioridade da Reserva da Lei Penal (inc. XXXIX) “nullum crimen, nulla
poena, sine lege”

não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

- Muito parecido com o princípio da legalidade.


- Não há crime sem lei que o defina, nem pena sem cominação legal.

9. Princípio da Irretroatividade da Lei Penal mais gravosa (inc. XL)

a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

- Existente apenas no direito penal.

10. Princípio da Personalização da Pena (inc. XLV)

Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a


decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra
eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;

- Caso o indivíduo morra, a pena não poderá passar para os seus familiares.
- Mas é de caráter obrigatório a reparação de danos causados ao outrem.

11. Princípio da Individualização da Pena (inc. XLVI)

a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:

a) privação ou restrição da liberdade;

b) perda de bens;

c) multa;

d) prestação social alternativa;

e) suspensão ou interdição de direitos;

- As penas devem ser impostas de acordo com as condições de cada réu.

- Pena individualizada.

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- João cometendo um homicídio, pode ter a pena diferenciada de Paulo, que também
cometeu homicídio.

12. Proibição de Determinadas Penas (inc. XLVII)

XLVII - não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;

b) de caráter perpétuo;

c) de trabalhos forçados;

d) de banimento;

e) cruéis;

13. Princípios relativos à execução das penas privativas de liberdade (incs. XLVIII, XLIX e
L)

XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do


delito, a idade e o sexo do apenado;

XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

L - Às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus
filhos durante o período de amamentação;

- Assegurar o absoluto respeito aos direitos dos presos durante a execução da pena
privativa de liberdade.

14. Restrições à extradição de nacionais e estrangeiros (incs. LI e LII)

LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado
antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, na forma da lei;

LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

- Em hipótese alguma brasileiros natos podem ser extraditados.

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15. Proibição da prisão civil por dívidas, salvo no caso de devedor de pensão alimentícia ou
depositário infial (inc. LXVII)

LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário
e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;

- É inconstitucional a prisão civil.


- Força o indivíduo a cumprir a obrigação.

16. Princípio do Devido Processo Legal (inc. LIV), “due process of law

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

- Trata-se de uma garantia do cidadão contra uma atuação arbitrária do Poder do Estado.

17. Princípios do Contraditório e da Ampla Defesa (inc. LV)

Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados
o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

- Detém como característica que a parte contrária também precisa ser ouvida. (Princípios do
contraditório)

- Já a ampla defesa, significa que o réu deve ter todas as oportunidades para ver e ter seu direito
respeitado.

18. Proibição de provas ilícitas (inc. LVI)

São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

- Teoria fruto da árvore envenenada, são nulas provas produzidas ilicitamente como
também derivadas dessas provas.

19. Princípio da presunção de inocência (inc. LVII)

ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;

- Antes da condenação definitiva em um processo criminal, todos os cidadãos devem ser


considerados inocentes, antes do processo ser transitado e julgado.

20. Proibição da identificação criminal da pessoa já civilmente identificada (inc. LVIII)

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o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses
previstas em lei

- O indivíduo não pode ser identificado criminalmente sem portar um documento com
foto.

21. Garantias da legalidade e da comunicabilidade das prisões (incs. LXI a LXVI)

LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada
de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei;

LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados


imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado,
sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;

LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial;

LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;

LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade
provisória, com ou sem fiança;

- Uma pessoa só pode ser presa em flagrante delito ou por ordem escrita judicial.

DIREITO A VIDA
- Direito individual básico e principal.
- Bem jurídico de maior importância pelo ordenamento.
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CONCEITOS DE VIDA E MORTE

É um processo que se instaura com a concepção (ou germinação vegetal) transforma-se,


progride, mantendo sua identidade, até que muda de qualidade, deixando, então, de ser vida
para ser morte.

LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL

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No Brasil é de prática utilizar-se a teoria concepcionista, ou seja, defende que a vida começa a
partir da concepção, isto é, quando o espermatozoide penetra o ovócito e ambos se fundem,
formando a primeira célula com toda a programação genética do indivíduo até a fase adulta.

DECORRÊNCIAS DO DIREITO À VIDA:

a) Eutanásia - Boa morte, ou homicídio piedoso, considerado crime no Brasil, em razão da vida
ser um bem jurídico indisponível.

b) Pena de morte – Expressamente vedada pela constituição, salvo em caso de guerra.

c) Direito à integridade física - Para José Afonso da Silva, agredir um corpo humano é de um
modo de agredir a vida, pois está se realiza naquele. A integridade físico-corporal constitui, por
isso, um bem vital e revela um direito fundamental do indivíduo.

d) Direito à integridade moral – A vida não deve só ser protegida em seus aspectos materiais.
Existem atributos morais a serem respeitados por todos. A constituição assegura
expressamente a indenização por dano material, moral, ou a imagem.

e) Venda de órgãos - Proibida, com base no princípio do absoluto respeito a integridade física.
Art. 199, parágrafo 4°.

f) Tortura – Crime contra o direito à vida, tratando-se de um conjunto de procedimentos


destinados a forçar, com todos os tipos de coerção física e moral, a vontade de um imputado
ou de outro sujeito, para admitir mediante confissão ou depoimento, assim extorquidos, a
verdade de acusação.

g) Aborto - Interrupção da gravidez que pode ser espontâneo ou induzido. No Brasil o


ordenamento jurídico permite que o aborto seja realizado apenas em casos de estupro, risco à
vida da mãe ou anencefalia.

DIREITO À LIBERDADE

CONCEITO - É a faculdade que um indivíduo tem de fazer ou não fazer alguma coisa.

TIPOS DE LIBERDADES

• De pensamento ou opinião

É o direito que o homem tem de exprimir o que ele pensa, o único direito absoluto.

➢ Artigo 5° IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;


➢ V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização
por dano material, moral ou à imagem;

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- Vedação do anonimato – As pessoas têm assegurada a liberdade de manifestação, mas
são obrigadas a assumir a responsabilidade do que expõem.
- Direito de resposta (art. 5º, V) - Trata-se de um exercício do direito de defesa de
pessoa ofendida por terceiros em razão da publicação de uma notícia que a atinja
ofensivamente.
- Liberdade de consciência - Apenas interessa ao indivíduo que a detém, tendo a
natureza de caráter indevassável e absoluto, não estando sujeita a qualquer forma de
controle por parte do Estado.
- Liberdade de manifestação do pensamento: - Art. . 1º É livre a manifestação do
pensamento e a procura, o recebimento e a difusão de informações ou ideias, por qualquer
meio, e sem dependência de censura, respondendo cada um, nos termos da lei, pelos
abusos que cometer.
- e) Liberdade de crença e de culto (inc. VI): -

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos


cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

➢ Liberdade de crença é a liberdade de consciência de for íntimo em razão da religião. Já


a liberdade de culto é a exteriorização da liberdade da crença.

1. Sistemas de relacionamento entre Igreja e Estado

Para José Afonso da Silva, existem 3 sistemas;

➢ Confusão: Igreja e Estado se misturam, exemplo: Vaticano.


➢ União: Vínculos existentes de Estado e uma determinada religião para ser crença
oficial, exemplo: Brasil Império.
➢ Separação: Igreja e o Estado não se misturam, como no Brasil atual.

2. Decorrências da liberdade religiosa

➢ É possível uma colaboração de interesse público entre Estado e Igrejas.


➢ Exemplo: Assistência religiosa em âmbitos militares.

• De locomoção

Consiste no direito de ir e vir.

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➢ XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer
pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

• De expressão coletiva -

São direitos individuais abrangendo o direito ou liberdade de reunião e o direito ou liberdade


de associação.

➢ a) Liberdade de reunião (inc. XVI) b) - Reunião: Todos podem reunir-se pacificamente,


sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde
que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente. (Algo passageiro, grupal)

➢ Liberdade de Associação (incs. XVII a XXI) - Associação: O direito que assiste às


pessoas de se unirem de forma estável e duradoura em torno de um interesse comum,
que tenha por objetivo um fim lícito. (Organização permanente e de base contratual
fundada)

• 6. LIBERDADE DE AÇÃO PROFISSIONAL (inc. XIII): - É a liberdade na escolha de


trabalho que pretende exercer.

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações


profissionais que a lei estabelecer;

DIREITO A IGUALDADE

1. FUNDAMENTO – Todos devem ser tratados de forma igual perante a lei.

2. CONCEITO – Igualdade consiste em tratar igualmente os iguais, com os mesmos direitos e


obrigações, e desigualmente os desiguais. Equidade.

3. HIPÓTESES VÁLIDAS DE TRATAMENTO DIFERENCIADO

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➢ Quando a própria constituição estabelece um tratamento desigual: exemplo,
aposentadoria com menos tempo e idade para mulheres.
➢ Existência de um pressuposto lógico e racional que justifique a desequiparação
efetuada: Exemplo, acento para gestantes, idosos e deficientes físicos.

4. IGUALDADE FORMAL E IGUALDADE MATERIAL

➢ Formal – Todos são iguais perante a lei.


➢ Material – Igualdade de fato na vida econômica e social.

5. IGUALDADE ENTRE HOMENS E MULHERES – Homens e mulheres são iguais em direitos e


obrigações nos termos da constituição.

6. IGUALDADE PERANTE A LEI – Voltada para os operadores do direito, que não poderão
utilizar critérios discriminatórios na aplicação da lei, estabelecendo tratamento desigual para
pessoas que se encontrem nas mesmas condições.

7. IGUALDADE TRIBUTÁRIA - Quem ganha mais, paga mais, quem ganha menos, paga menos,
em quem não ganha nada, não paga.

8. IGUALDADE PERANTE A LEI PENAL - Hão de se aplicar a todos quanto pratiquem o fato
típico nela definido como crime, cometeu o crime? Todos iram responder.

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