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Filosofia

Questão 1) - 1,00 ponto(s)

“A mente que se tornou acostumada com a liberdade e


imparcialidade da contemplação filosófica preservará alguma
coisa da mesma liberdade e imparcialidade no mundo da ação e
emoção. Ela encarará seus objetivos e desejos como partes do
Todo, com a ausência da insistência que resulta de considerá-los
como fragmentos infinitesimais num mundo em que todo o resto
não é afetado por qualquer uma das ações dos homens”
(RUSSELL, 2005, p. 179).

RUSSELL, B. O valor da filosofia. In: RUSSELL, B. Os problemas da


filosofia. Florianópolis: [s.n.], 2005.

A afirmação sublinhada no texto pode ser entendida como:


I. A contemplação filosófica ensina a pensar por si, ter opiniões,
saber avaliar, saber escolher, saber criticar, daí a liberdade e
imparcialidade.
II. Liberdade e imparcialidade podem ser entendidas como a
condição que o ser humano passa a ter de ser capaz de definir o
que é certo para si mesmo de modo subjetivo.
III. A contemplação filosófica promove o indivíduo, o “eu” ou o
“ego”.
IV. Liberdade e imparcialidade são prejudiciais para a reflexão
filosófica.
V. Ter opiniões, saber avaliar, saber escolher, saber criticar é o
mesmo que autonomia e autonomia é o mesmo que liberdade (não
ser conduzido por outrem em qualquer âmbito).
Está correto apenas o que se afirma em:
A)
III e IV.
B)
I e III.
C)
V, apenas.
D)
I e IV.
E)
IeV

Filosofia
Questão 2) - 1,00 ponto(s)

Considere o seguinte trecho do texto de Edgar Morin, Da


necessidade de um pensamento complexo:

“Durante muito tempo, a ciência ocidental foi reducionista (tentou


reduzir o conhecimento do conjunto ao conhecimento das partes
que o constituem, pensando que podíamos conhecer o todo se
conhecêssemos as partes); tal conhecimento ignora o fenômeno
mais importante, que podemos qualificar de sistêmico, da palavra
sistema, conjunto organizado de partes diferentes, produtor de
qualidades que não existiriam se as partes estivessem isoladas
umas das outras. É isto que podemos chamar ‘emergências’. Por
exemplo, somos a vida. Um ser humano é constituído por
moléculas, moléculas químicas, moléculas de ácidos, ácidos
nucléicos e aminoácidos. Nenhuma destas macromoléculas tem,
por si só, as qualidades que dão a vida; a organização viva, feita
destas moléculas, organização complexa, tem um certo número de
qualidades que emergem, qualidades de autoprodução, auto-
reprodução, autodesenvolvimento, comunicação, movimento etc.”
(MORIN, 1999, p. 3).

MORIN, E. Da necessidade de um pensamento complexo. In:


MARTINS, F. M.; SILVA, J. M. da (Orgs.). Para navegar no século
XXI: tecnologias do imaginário e cibercultura. 2. ed. Porto Alegre:
EDIPUCRS, 1999.
Levando em consideração o texto, analise as afirmativas abaixo:

I. É possível perceber no texto que Morin afirma que o ser


humano não passa de um agregado de moléculas, ácidos
nucleicos e aminoácidos. Isso significa que a organização básica
dos seres vivos, como o ser humano, é simples. A simplicidade e
individualidade dos sistemas são um dos argumentos ventrais
defendidos pela teoria da complexidade.
II. Morin defende o reducionismo da ciência, afirmando que
foi e é responsável pelo grande desenvolvimento da ciência desde
René Descartes.
III. A teoria da complexidade busca destacar a importância
de considerar as inter-relações e interações entre os vários
componentes de um sistema.
IV. O reducionismo científico, típico da ciência atual, é
problemático, pois tende a enxergar somente as partes separadas,
não considerando o todo: “Não podemos, portanto, compreender o
ser humano apenas através dos elementos que o constituem”.
V. Morin defende uma visão antropocêntrica da ciência, na
qual o ser humano está no centro do mundo, mestre e dominador
da natureza.

Assinale apenas a alternativa que apresenta a (s) afirmativa (s)


correta (s):
A)
III e IV.
B)
II e V.
C)
I e III.
D)
III e V.
E)
II, apenas.
Filosofia
Questão 3) - 1,00 ponto(s)

“A morte é o fim de nossa caminhada, é o objeto necessário de


nossa mira; se nos apavora, como é possível dar um passo à frente
sem ser tomado pela ansiedade? O remédio do vulgo é não pensar
nela. Mas de que estupidez brutal pode vir cegueira tão grosseira?
É pôr a brida na cauda do burro” (MONTAIGNE, 2010, p. 63)

MONTAIGNE, M. Os ensaios: uma seleção. Tradução de Rosa


Freire d’Aguiar. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

Sobre o pensamento de Montaigne, a partir da obra Ensaios, é


correto afirmar que:

A)
A finitude foi objeto de interesse do filósofo, pois precisamos
pensar como os gregos.
B)
A finitude foi objeto de interesse do filósofo, pois o filosofar
também é se preparar para morrer.
C)
A finitude foi objeto de interesse do filósofo, pois é necessário não
pensar na morte, uma vez que isso é inútil.
D)
A finitude foi objeto de interesse parcial do filósofo, eis que, se o
ser humano é finito, o que importa é a felicidade.
E)
A finitude jamais foi objeto de interesse do filósofo, eis que a
filosofia não deveria se interessar por assuntos do dia a dia.

Filosofia
Questão 4) - 1,00 ponto(s)
“John Locke (1632-1704) teve grande influência em sua época.
Sua principal obra no campo da teoria do conhecimento, o Ensaio
sobre o entendimento humano (1690), foi elaborada ao longo de
vinte anos, como ele mesmo nos esclarece, a partir de suas
discussões com os cientistas membros da Royal Society, à qual
era profundamente ligado. É nesse sentido que Locke vê a filosofia
como uma tarefa crítica e preparatória para a construção da
ciência: ‘Meu trabalho é como o de um ajudante de jardinagem,
preparando o terreno e removendo o entulho que atrapalha o
caminho do conhecimento’. Nessa obra, principalmente, Locke
desenvolve um modelo empirista, antiespeculativo e
antimetafísico de conhecimento.”

MARCONDES, Danilo. Iniciação à história da filosofia dos pré-


socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Zahar, 1997. p. 251.

Considerando o pensamento de Locke, analise as proposições e


assinale a alternativa correta:
A)
Locke utiliza o conceito de ideia para mostrar que a intuição
intelectual é definidora do conhecimento.
B)
Para Locke, “crença” ou “opinião” é um tipo de conhecimento certo
e definitivo, baseado na experiência.
C)
Segundo Locke, o conhecimento é inato e resulta da maneira como
elaboramos os dados que nos vêm da sensibilidade, por meio da
experiência.
D)
A ideia da mente como sendo “uma tábula rasa”, “um papel em
branco”, no qual a experiência vai deixando sua marca e o
conhecimento pode ser, então, construído, mostra o lado empirista
de Locke.
E)
Locke considera o conceito de ideia da mesma forma que René
Descartes, inclusive adotando a visão das ideias inatas deste.
Filosofia
Questão 5) - 1,00 ponto(s)

“Para este esclarecimento [Aufklärung], porém, nada mais se exige


senão liberdade. E a mais inofensiva entre tudo aquilo que se
possa chamar liberdade, a saber: a de fazer um uso público de sua
razão em todas as questões. Ouço, agora, porém, exclamar de
todos os lados: não raciocineis! O oficial diz: não raciocineis, mas
exercitai-vos! O financista exclama: não raciocineis, mas pagai! O
sacerdote proclama: não raciocineis, mas crede! (Um único senhor
no mundo diz: raciocinai, tanto quanto quiserdes, e sobre o que
quiserdes, mas obedecei!) Eis aqui por toda a parte a limitação da
liberdade. Que limitação, porém, impede o esclarecimento
[Aufklärung]?” (KANT, 2013, p. 65).

KANT, I. Textos seletos. Tradução de Floriano de Sousa


Fernandes. Petrópolis: Vozes, 2013.

Sobre o pensamento de Kant, a partir da obra Resposta à pergunta:


que é esclarecimento?, analise as asserções e a relação proposta
entre elas:
I.Que um público se esclareça a si mesmo é perfeitamente
possível; mais que isso, se lhe for dada a liberdade, é quase
inevitável.

PORQUE

II. Encontrar-se-ão sempre alguns indivíduos capazes de


pensamento próprio, até entre os tutores estabelecidos da grande
massa, que, depois de terem sacudido de si mesmos o jugo da
menoridade, espalharão em redor de si o espírito de uma avaliação
racional do próprio valor e da vocação de cada homem em pensar
por si mesmo.
A respeito das asserções, assinale a opção correta:

A)
As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma
justificativa da I.
B)
As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma
justificativa da I.
C)
A asserção II é uma proposição falsa e a I é uma proposição
verdadeira.
D)
A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição
falsa.
E)
As asserções I e II são proposições falsas.

Filosofia
Questão 6) - 1,00 ponto(s)

Segundo Russel, “o homem ‘prático’, no sentido corrente, é o que


só necessidades materiais reconhece; é aquele que admite ser
preciso aos homens algum alimento para os seus corpos, mas não
tem consciência de ser necessário que se busque alimento para
os seus espíritos. Se toda a gente gozasse saúde; se houvessem a
pobreza e as enfermidades sido já reduzidas o mais possível,
muito ficaria por fazer ainda para produzir uma sociedade
verdadeiramente válida; e até no mundo do nosso tempo são tão
valiosos os bens do espírito, pelo menos, quanto os do corpo”.

RUSSELL, Bertrand. O Valor da Filosofia.

Com relação à ideia de Russell sobre o “homem prático”, analise


as afirmações abaixo:
I. Prático pode ser entendido como útil, no sentido de utilidade,
utilitário ou utilitarista.
II. Ser humano prático é aquele que se preocupa basicamente
com seu bem-estar físico.
III. Ser humano prático é aquele que age de maneira refletida,
tendo, portanto, interesses filosóficos.
IV. Na verdade, a dimensão prática descrita no texto é
fundamental para a reflexão filosófica.
V. Essa ideia de homem prático se relaciona diretamente com
a filosofia, por buscar, primeiramente, o conhecer.

Está correto o que se afirma apenas em:


A)
I e IV.
B)
I e III.
C)
III e IV.
D)
I e II.
E)
V.

Filosofia
Questão 7) - 1,00 ponto(s)

“É difícil portanto para um homem em particular se desvencilhar


da menoridade que para ele se tornou quase uma natureza.
Chegou mesmo a criar amor a ela, sendo por ora realmente
incapaz de utilizar seu próprio entendimento, porque nunca o
deixaram fazer a tentativa de assim proceder. Preceitos e
fórmulas, estes instrumentos mecânicos do uso racional, ou antes
do abuso, de seus dons naturais, são os grilhões de uma perpétua
menoridade” (KANT, 2013, p. 65).
KANT, I. Textos seletos. Tradução de Floriano de Sousa
Fernandes. Petrópolis: Vozes, 2013.

Sobre o pensamento de Kant, a partir da obra Resposta à pergunta:


que é esclarecimento?, sobre as causas pelas quais uma tão
grande parte dos homens continua “menor” durante toda a vida?
É correto afirmar que são elas:

A)
Preguiça e covardia.
B)
Astrologia e misticismo.
C)
Medo e superstição.
D)
Religião e intolerância racial.
E)
Antinomia e anomia.

Filosofia
Questão 8) - 1,00 ponto(s)

O conhecimento científico possui uma série de aspectos


particulares que o definem como tal. Entre suas principais
características, pode ser exemplificado que ele é factual,
contingente, ou seja, não é definitivo, é sistemático, é verificável
empiricamente. Em função das suas características, analise as
afirmações:

I. O conhecimento científico é comunicável, uma vez que sua


linguagem deve poder informar todos os seres humanos que
tenham sido instruídos para entendê-lo.
II. O conhecimento científico é verificável, afinal é aceito como
válido quando passa pela prova da experiência ou
demonstração.
III. O conhecimento científico é relacionado à investigação
metódica.
IV. O conhecimento científico é sistemático, uma vez que é
constituído por um sistema de ideias logicamente
relacionadas.
V. O conhecimento científico é falível, em virtude de não ser
definitivo, absoluto ou final.

Está correto o que se afirma apenas em.


A)
I, II, III, IV e V.
B)
II, III, IV e V.
C)
I, II, IV e V.
D)
I e IV.
E)
II, III e V.

Filosofia
Questão 9) - 1,00 ponto(s)

“[...] nem atrás de nós, nem à nossa frente, ou no domínio


numinoso (aquilo que é influenciado pelo divino) dos valores,
dispomos de justificativas ou escusas. Nós estamos sós, sem
escusas. É o que exprimirei dizendo que o homem está condenado
a ser livre. Condenado, pois ele não se criou a si mesmo, e, por
outro lado, contudo, é livre, já que, uma vez lançado no mundo, é o
responsável por tudo o que faz” (SARTRE, 2014, p. 33).

SARTRE, J. P. O existencialismo é um humanismo. Tradução de


João Batista. Petrópolis: Vozes, 2014.
Sobre o pensamento de Sartre, a partir da obra O existencialismo é
um humanismo, é correto afirmar que:

A)
O existencialismo é uma doutrina pessimista, especialmente a
visão de angústia desenvolvida por Sartre.
B)
A escolha do indivíduo é uma decisão que interfere em todo o
mundo, mesmo que ele opte por não escolher.
C)
A liberdade é a menor das responsabilidade, pois, sem princípios
ou regras externos para justificar nossas ações, não temos
desculpas que nos eximam das escolhas feitas.
D)
Por meio do ato de filosofar, o indivíduo consegue ser livre e
autônomo.
E)
Como a existência precede a essência, não estamos condenados
à liberdade.

Filosofia
Questão 10) - 1,00 ponto(s)

“A contínua obra de vossa vida é construir a morte. Estais na morte


enquanto estais em vida, pois estais depois da morte quando não
mais estais em vida. Ou, se assim o preferis, estais morto depois
da vida, mas durante a vida estais morrendo, e a morte toca bem
mais brutalmente o moribundo que o morto, e mais vida e mais
essencialmente. Se da vida tirastes proveito, estais saciado; ide-
vos satisfeito. Por que não te retiras da vida qual um conviva
saciado?” (MONTAIGNE, 2010, p. 78).

MONTAIGNE, M. Os ensaios: uma seleção. Tradução de Rosa


Freire d’Aguiar. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
Sobre o pensamento de Montaigne, a partir da obra Ensaios, é
correto afirmar que:
A)
Montaigne foi influenciado por Rousseau, que questionava a
existência de um gênio maligno.
B)
Montaigne foi influenciado por Tomás de Aquino, que inventou a
subjetividade.
C)
Montaigne foi influenciado por Cícero, que argumentava que não
devemos temer a morte.
D)
Montaigne foi influenciado por Platão, que argumentava que a
verdade pode ser obtida pela conjugação do raciocínio com a
observação.
E)
Montaigne foi influenciado por Parmênides, que argumentava que
a verdade existe eternamente, fora do nosso espírito.

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