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ACADEMIA DE POLICIA MILITAR DE MINAS GERAIS


ESCOLA DE FORMAÇAO DE SOLDADOS

SD 2ª CL Jordaim 1868710

SD 2ª CL Paschoal 1862960

SD 2ª CL Russo 1870633

SD 2ª CL Vilela 1870906

SD 2ª CL Zanoti 1852110

DIREITO CONSTITUCIONAL

O DIREITO À INVIOLABILIDADE DOMICILIAR DA PESSOA EM SITUAÇÃO DE


RUA

Docente: Senhor Capitão Igor Soares


Saraiva

Belo Horizonte
2024
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 3
1.1 Objetivo: 3
2 DESENVOLVIMENTO 4
3 CONCLUSÃO 7
4 REFERÊNCIAS 8
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1. Introdução
O direito á inviolabilidade de domiciliar da pessoa em situação de rua é um
tema importante que segundo a legislação, o direito à inviolabilidade do domicílio se
estende também às pessoas em situação de rua. Isso significa que elas têm o direito
à privacidade e à proteção do local onde se encontram, mesmo que seja precário.
Esse direito é fundamental para garantir a dignidade e o respeito a essas pessoas.

A inviolabilidade do domicílio, para fins de proteção constitucional, é


entendida como um local onde a pessoa exerce seu direito de privacidade, mesmo
que seja uma pessoa em situação de rua. Sendo assim, é importante assegurar que
essas pessoas tenham o direito à inviolabilidade domiciliar, garantindo um espaço de
respeito e dignidade. Esse direito é parte da proteção dos grupos vulneráveis e
contribui para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.

1.1 Objetivo
Identificar e caracterizar o direito á inviolabilidade domiciliar da pessoa em
situação de rua, baseando-se na constituição federal, que consagra a inviolabilidade
do domicílio direito fundamental, ao dispor no art. 5º, inciso Xl que “a casa é asilo
inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador [...]”, sendo importante lembrar que a inviolabilidade domiciliar não é um
direito absoluto, podendo assim, que um agente entre na residência de outra
pessoa, não resultando em violação de direitos fundamentais. Tais casos são
considerados exceções legais. Apesar da relativização da inviolabilidade do
domicílio, há casos em que a polícia, amparada numa das exceções legais, atua de
forma abusiva, autoritária, sem justificação. Além disso, a inviolabilidade domiciliar é
um direito fundamental que protege toda a privacidade do indivíduo e o
desenvolvimento global da humanidade.
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2. Desenvolvimento
A constituição federal traz em uma série de direitos e garantias fundamentais
às pessoas e, entre outros, frisa-se o direito à inviolabilidade do domicílio.
Dessa forma, o direito de inviolabilidade domiciliar, assim como muitos não é
absoluto, ou seja, presume-se que um agente pode entrar na residência de outra
pessoa, mas esta situação não resulta em violação de direitos fundamentais.
Tais casos são considerados exceções legais. Apesar da relativização da
inviolabilidade do domicílio, há casos em que a polícia, amparada numa das
exceções legais, atua de forma abusiva, autoritária, sem justificação.
Além disso, a inviolabilidade domiciliar é um direito fundamental que protege
toda a privacidade do indivíduo e o desenvolvimento global da humanidade. Apesar
das inúmeras críticas teóricas à abordagem das autoridades de persecução penal,
que deram pouca atenção à proteção dos direitos das famílias contra infrações, foi
somente em 2015 que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pelo controle
judicial, alegando que provou uma tese com repercussão geral, decidindo que a
entrada de forma forçada em moradia alheia, sem que se tenha um mandado
judicial, só será legal se o agente possuir motivos justificados para tal ação.
Haja vista que são algumas exceções legais para a entrada em uma
residência, sendo elas: prestar socorro ou desastre, ou mandado judicial durante o
dia, ou flagrante de delito. Não atendendo aos requisitos, a prisão e toda prova dela
vinda se torna ilegal, acabando com o processo e cessando as penas judiciais.
A inviolabilidade domiciliar é um direito garantido na Constituição Federal de
1988, conforme dispõe o artigo 5º, inciso XI já descrito acima,
Ademais, a Convenção Americana de Direitos Humanos também protege a
inviolabilidade domiciliar, conforme se extrai o artigo 11:

Artigo 11. Proteção da honra e da dignidade


2. Ninguém pode ser objeto de ingerências arbitrárias ou abusivas em sua
vida privada, na de sua família, em seu domicílio ou em sua correspondência, nem
de ofensas ilegais à sua honra ou reputação.
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Ademais, importante sabermos qual seria a definição de domicílio para a


legislação jurídica. Isso o artigo 150 § 4º do Código Penal define o que seria
enquadrado como 'casa' (sinônimo de domicílio) e teria a inviolabilidade, são eles:
1. Qualquer compartimento habitado;
2. Aposento ocupado de habitação coletiva;
3. Compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou
atividade.
Dessa forma, tais locais não podem ser violados, salvo exceções legais.
Noutro norte, não se trata de um direito absoluto, podendo, portanto, haver a
violação do domicílio nos casos previstos em lei e de acordo com a legislação
jurídica. Os casos de violação domiciliar encontram-se dispostos na Carta Magna,
são eles:
1. Flagrante delito;
2. Em caso de desastre;
3. Para prestar socorro e
4. Durante o dia, por determinação judicial.
O art. 5º, XI, da Constituição Federal consagrou o direito fundamental relativo
à inviolabilidade domiciliar, ao dispor que "a casa é asilo inviolável do indivíduo,
ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de
flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
determinação judicial". 2. A inviolabilidade de sua morada é uma das expressões do
direito à privacidade do indivíduo, o qual, na companhia de seu grupo familiar,
espera ter o seu espaço de intimidade preservado contra devassas indiscriminadas
e arbitrárias, perpetradas sem os cuidados e os limites que a excepcionalidade da
ressalva a tal franquia constitucional exigem. 3. O ingresso em moradia alheia
depende, para sua validade e regularidade, da existência de fundadas razões (justa
causa) que sinalizem para a possibilidade de mitigação do direito fundamental em
questão. É dizer, somente quando o contexto fático anterior à invasão permitir a
conclusão acerca da ocorrência de crime no interior da residência é que se mostra
possível sacrificar o direito à inviolabilidade do domicílio. 4. O STF definiu, em
repercussão geral, que o ingresso forçado em residência sem mandado judicial
apenas se revela legítimo - a qualquer hora do dia, inclusive durante o período
noturno - quando amparado em fundadas razões, devidamente justificadas pelas
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circunstâncias do caso concreto, que indiquem estar ocorrendo, no interior da casa,


situação de flagrante delito ( RE n. 603.616/RO, Rel. Ministro Gilmar Mendes, DJe
8/10/2010). 5. A ausência de justificativas e de elementos seguros a legitimar a ação
dos agentes públicos, diante da discricionariedade policial na identificação de
situações suspeitas relativas à ocorrência de tráfico de drogas, pode fragilizar e
tornar írrito o direito à intimidade e à inviolabilidade domiciliar. 6. Tal compreensão
não se traduz, obviamente, em transformar a casa em salvaguarda de criminosos,
tampouco um espaço de criminalidade. Há de se convir, no entanto, que só justifica
o ingresso na moradia alheia a situação fática emergencial consubstanciadora de
flagrante delito, incompatível com o aguardo do momento adequado para, mediante
mandado judicial, legitimar a entrada na residência. 7. Na hipótese sob exame,
verifica-se que: a) durante as diligências da referida ocorrência, foi acionado a
equipe de policiais com cães, ocasião em que um dos animais "entrou na residência
de número 54, que estava com a porta aberta indo diretamente ao fogão sinalizando
que encontrara algo ilícito"; b) após revista em seu domicílio, foram encontradas
substâncias entorpecentes (20 gramas de maconha, distribuídas em 14 buchas,
além de 1 porção, bem como de 24 gramas de cocaína, distribuídas em 87
invólucros). 8. Em nenhum momento foi explicitado, com dados objetivos do caso,
em que consistiria eventual atitude suspeita por parte do acusado, externalizada em
atos concretos. Não há referência a prévia investigação, monitoramento ou
campanas no local. Também não se tratava de averiguação de denúncia robusta e
atual acerca da existência de entorpecentes no interior da residência (aliás, não há
sequer menção a informações anônimas sobre a possível prática do crime de tráfico
de drogas pelo autuado). 9. A mera intuição acerca de eventual traficância praticada
pelo paciente, embora pudesse autorizar abordagem policial, em via pública, para
averiguação, não configura, por si só, justa causa a permitir o ingresso em seu
domicílio, sem seu consentimento - que deve ser mínima e seguramente
comprovado - e sem determinação judicial. 10. Em que pese eventual boa-fé dos
policiais militares, não havia elementos objetivos, seguros e racionais, que
justificassem a invasão de domicílio. Assim, como decorrência da Doutrina dos
Frutos da Árvore Envenenada (ou venenosa, visto que decorre da fruits of the
poisonous tree doctrine, de origem norte-americana), consagrada no art. 5º, LVI, da
Constituição Federal, é nula a prova derivada de conduta ilícita. 11. Recurso provido
a fim de conceder a ordem, de ofício, para determinar o trancamento do processo.
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3. Conclusão
Com base no artigo 5º conclui-se que, todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza e garantindo a todos brasileiros e estrangeiros
residentes no país alguns direitos como à liberdade, à segurança, dentre outros
pontos (Brasil,1988). Podendo destacar que o Inciso XI do artigo 5º permite que
esses 2 pontos com a sejam desrespeitados com as seguintes hipóteses de
autorização do ingresso no domicílio “XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo,
ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de
flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
determinação judicial;” (Brasil, 1988, cap. I, art. 5, inc. XI).
A complexidade desse contexto destaca a importância de um controle judicial
cuidadoso, aliado a uma interpretação minuciosa da legislação vigente. Essa
abordagem é essencial para guardar de maneira efetiva os direitos dos cidadãos,
proporcionando um balanço sensato entre a proteção da esfera privada e a
necessidade de efetividade das ações policiais. A atuação do Judiciário, ao
considerar cuidadosamente cada caso e as variantes específicas envolvidas,
torna-se embasada na busca pela justiça e na preservação dos fundamentos que
norteiam a constituição federal, assim, é definitivo que o controle judicial e a
interpretação criteriosa da legislação continuem a evoluir em resposta aos desafios
modernos, mantendo-se como instrumentos vitais na promoção de uma sociedade
justa, igual e respeitadora dos direitos individuais, mesmo em meio às
complexidades que existem a união entre a inviolabilidade domiciliar, o exercício do
poder policial e as interpretações jurisprudenciais.
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4. Referências

BRASIL.Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.


Brasília/DF, 1988.
http://www.conjur.com.br
http://www.buscadordizerodireito.com.br
http://www.stj.jus.br
http://www.tjdf.jus.br
http://atividadepolicial.com.br

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