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Aviso importantíssimo, deusa: Esse é um modelo consultivo para sua prática, ou seja, deve ser
adaptado ao caso concreto em que você está atuando. Preste atenção em cada detalhe e faça as
alterações necessárias.
ATENÇÃO: É TERMINANTEMENTE PROIBIDO a distribuição, revenda, repasse, ainda que de forma
gratuita e sem interesse de lucro, sob pena de responder civil e criminalmente. Ao utilizar este
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Sendo este o caso, o réu foi denunciado por, em tese, praticar o delito
disposto no artigo 33, caput, da Lei nº 11.343/06, com incidência do artigo 61, inciso
II, alínea j,do Código Penal.
- Invasão de domicílio. Afronta ao artigo 5º, inciso XI, da Constituição Federal (se
couber ao caso concreto, faça as alterações de acordo com a realidade, do
contrário, apague!)
Impraticável é a continuação do presente sem que seja suscitada a nulidade
absoluta do feito, em virtude de violação grave à garantia constitucional insculpida
no artigo 5º, inciso XI, da Constituição Federal, eis que tanto a prisão quanto a
apreensão dos entorpecentes ocorreram em situação manifestamente arbitrária.
Consta nos depoimentos de fls.__, de ambos os policiais militares e
condutores da ocorrência, que se dirigiram ao local após denúncia anônima de que
ali havia um depósito de drogas. Aduzem, em síntese, que ao abrir a porta, o réu
percebeu a presença dos dois policiais e, tão logo os visualizou, empreendeu fuga,
rumo aos fundos da residência.
Se por um lado é certo que a palavra dos policiais possui fé pública, de outro
vértice, contudo, é necessário que as versões apresentadas pelos agentes de
segurança pública sejam acompanhadas do mínimo de comprovação inequívoca,
mormente quando se trata de autorização para entrada em residência alheia, fora
das hipóteses previstas no comando constitucional do artigo 5º, inciso XI, da Carta
Maior.
O alegado supra encontra arrimo em recente decisão, nos autos do HC 616.584, no
Superior Tribunal de Justiça, em que o já citado ilustre Ministro Ribeiro Dantas
endossa:
"Em verdade, caberia aos agentes que atuam em nome do Estado
demonstrar de modo inequívoco que o consentimento do morador foi
livremente prestado ou que, na espécie, havia em curso uma clara
situação de comercio espúrio de droga a autorizar o ingresso
domiciliar, mesmo sem consentimento".
Nossa Carta Maior, em seu artigo 5º, inciso LVI, determina que são
inadmissíveis as provas obtidas por meio ilícito no processo penal.
No mesmo sentido caminha o Codex Processual Penal, em seu artigo 157, que
testifica a inadmissibilidade de tais provas, bem como a necessidade de seu
desentranhamento do processo. Para fins processuais penais, as provas ilícitas são
aquelas obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. Será ilícita, pois,
quando obtida em decorrência de lesão a direito material ou, ainda, quando
produzida ao arrepio dos princípios constitucionais.
No caso em apreço, a prova é absolutamente ilícita, eis que oriunda de
invasão de domicílio, de tal modo que caminha de encontro aos preceitos
constitucionais, ferindo garantias fundamentais.
A lesão repelida por nosso ordenamento jurídico pátrio torna a prova trazida
aos autos indigna de estear uma condenação e deve, inquestionavelmente, gerar a
absolvição do réu.
Volvemos, pois, a tudo quanto fora discutido no início, haja vista tal mácula
incinerar qualquer possibilidade de continuidade do feito sem que se amargue uma
injusta e inconstitucional condenação.
O Rel. do caso, Des. Augusto Siqueira, conclui que a prova era nula, e
enfatizou:
Não é salutar admitir que condutas como as que aqui se discutem sejam
perpetradas no bojo do processo criminal, sob pena de molestar-se, também, o
princípio célebre e insigne do devido processo legal.
A Sexta Turma decidiu que policiais que precisem entrar em uma residência
para investigar a ocorrência de um crime e não tenham mandado judicial devem
registrar a autorização do morador em áudio ou vídeo, como forma de não deixar
dúvidas do consentimento dele.
No mérito do HC, o ínclito Rel. observou que esta situação está em total
consonância com o que se entende por Estado Democrático de Direito, bem como
com a própria noção de civilidade ( HC 598.051/SP 02/03/2021).
Com efeito, a alegação dos policiais de que visualizaram uma caixa de papelão que
permitia visualizar seu conteúdo interno não guarda qualquer verossimilhança, seja
pelas condições da situação, seja pela lógica dos fatos.
Resta claro que a alegada denúncia anônima foi suficiente para os policiais
irem até a residência do réu e, certos do que encontrariam, realizaram a entrada
forçada e arbitrária.
A prova obtida de maneira ilícita, sendo a única amealhada aos autos como
gênese do crime ao réu imputado, vicia todo o processo, de tal forma que a medida
de Justiça é a absolvição.
IV- DOS PEDIDOS (muita atenção e cuidado nos pedidos, fazendo as devidas
alterações de acordo com a necessidade do caso)
Por todo o exposto, requer:
3. Caso ainda não seja este o entendimento, requer seja a pena estabelecida
em seu patamar mínimo legal, rechaçada a agravante do período de pandemia e
reconhecida a atenuante de confissão espontânea, nos termos do artigo 65, inciso III,
alínea d, do Estatuto Punitivo.
5. Por último, para fins de eventual execução penal, bem como para fixação
de regime, requer seja contabilizado o tempo em que o réu permaneceu segregado,
a fim de que seja feita a detração penal, da data em que foi preso até a prolação de
sentença.
Nestes termos,