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A Quinta Turma, no HC 588.445, entendeu não haver nulidade na busca feita por policiais, sem
mandado judicial, em apartamento que não revelava sinais de habitação e sobre o qual havia
fundada suspeita de servir para a prática de crime permanente. pressupõe que o indivíduo a
utilize para fins de habitação – ainda que de forma transitória, pois o bem jurídico tutelado é a
intimidade da vida privada.
De acordo com o ministro, os policiais até poderiam ter abordado o suspeito em via pública
para averiguação, mas a simples intuição quando à prática de tráfico não configura, por si só,
justa causa capaz de autorizar o ingresso em domicílio sem o consentimento do morador – que
deve ser mínima e seguramente comprovado – e sem determinação judicial.
A violação do domicilio, caracteriza crime, previsto no artigo 150, do Código Penal. Porém,
mesmo sendo um direito do indivíduo, a constituição estabelece hipóteses em que é
possível a violação do domicílio sem o consentimento do morador, em situações
excepcionais, como por exemplo: flagrante delito; desastre; prestar socorro, etc.
Sobretudo, apesar de, o domicílio ser inviolável, o mesmo dispositivo que o protege é o
mesmo que o impõe limites, pois vimos que este direito não é absoluto, há sempre as
exceções as regras.
Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu entrou ou se encontra
em alguma casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for
obedecido imediatamente, o executor convocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à
força na casa, arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação
ao morador, se não for atendido, fará guardar todas as saídas, tornando a casa incomunicável,
e, logo que amanheça, arrombará as portas e efetuará a prisão.
Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar o réu oculto em sua casa será levado à
presença da autoridade, para que se proceda contra ele como for de direito.
O Código de Processo Penal, em seu artigo 302, estabelece as hipóteses em que alguém
pode ser preso em flagrante pela prática de uma infração penal. Tratando-se de crime
permanente, como o sequestro e de diversas modalidades de tráfico de entorpecentes, em
que o momento consumativo se prolonga no tempo, não se exige a exibição de mandato
judicial para ingresso na casa, podendo a prisão ocorrer a qualquer hora do dia ou da
noite. A exibição do mandato judicial é de suma importância, uma vez que, no período
noturno mesmo com autorização judicial o ingresso depende do consentimento do
morador. Durante o dia, com exibição de mandato judicial fundamentado, a busca pode ser
realizada mesmo com a discordância do morador, arrombando-se a porta se houver
necessidade.