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SIMULADO I

TJAL

Bloco I
DIREITO CIVIL
01- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.
I – Multipropriedade é o regime de condomínio em que cada um dos proprietários de um
mesmo imóvel é titular de uma fração de tempo, à qual corresponde a faculdade de uso e gozo,
com exclusividade, da totalidade do imóvel, a ser exercida pelos proprietários de forma
alternada.
II – O STJ e a doutrina majoritária entendem que a multipropriedade é um direito real, mesmo
não contando do rol do artigo 1.225, CC.
III – A multipropriedade extinguir-se-á automaticamente se todas as frações de tempo forem
do mesmo multiproprietário.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas.
Gabarito: B
I – Correta. Artigo 1.358-C, CC.
O Timesharing ocorre quando um bem é dividido entre vários proprietários sendo que cada um
deles utilizará a coisa, com exclusividade, durante certo(s) período(s) de tempo por ano, em um
sistema de rodízio. O time-sharing é também chamado de multipropriedade ou de regime de
aproveitamento por turno.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Invalidade da penhora sobre a integralidade de imóvel
submetido a time-sharing. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/e9dae45ec08b498f7e1a
247757c9b35>.
Observação: é imprescindível a leitura dos arts. 1.358-B a 1.358-U, CC, que foram
acrescentados pela Lei 13.777/2018.
II – Correta. O STJ e a doutrina majoritária entendem que a multipropriedade é um direito real.
TJ. 3ª Turma. REsp 1.546.165-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. para acórdão Min.
João Otávio de Noronha, julgado em 26/4/2016 (Info 589).
III – Incorreta. Artigo 1.358-C, parágrafo único, CC. “ A multipropriedade não se extinguirá
automaticamente se todas as frações de tempo forem do mesmo multiproprietário”.

02- Sobre os direitos da personalidade analise as assertivas a seguir e marque a resposta


CORRETA
I – Para a corrente jusnaturalista os direitos de personalidade são inatos e naturais, não são
constituídos pelo sistema, tem origem jurídica preconcebida, origem divina. Contudo, trata-se
de corrente minoritária no ordenamento jurídico brasileiro.
II – A corrente positivista, majoritária em nosso ordenamento jurídico, sustenta que os direitos
de personalidade decorrem da ordem jurídica positiva. Diz-se que se fossem divinos seriam
universais, presentes em todos os ordenamentos, o que não é verdade.
III – Os direitos da personalidade são absolutos, não podendo ser relativizados nem mesmo
quando em conflitos com outros direitos da mesma hierarquia.
IV - Os direitos de personalidade não têm estimativa econômica, mas a violação a um direito de
personalidade gera reparação pecuniária e tal reparação não se sujeita a prazo prescricional
uma vez que tais direitos são imprescritíveis.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I está incorreta.
c) Apenas II e III estão corretas.
d) Apenas I e III estão incorretas.
e) Todas estão incorretas.
Gabarito: E
I – INCORRETA – A corrente jusnaturalista é majoritária em nosso ordenamento jurídico.
II – INCORRETA – A corrente positivista é minoritária
III – INCORRETA - Os diretos da personalidade são sim absolutos, mas referida característica é
no sentido de serem oponíveis erga omnes e não no sentido de relativos, pois nada impede que
um direito de personalidade sofra relativização quando em conflito com outro de mesma
hierarquia.
IV – INCORRETA – uma das características dos direitos da personalidade é que são
extrapatrimonias, o conteúdo, essência não tem valor econômico, pecuniário. Os direitos de
personalidade não têm estimativa econômica, mas a violação a um direito de personalidade
gera indenização, gera reparação pecuniária. A indenização por danos morais é a reparação por
essa violação. Contudo a característica de serem imprescritíveis significa que não há prazo
extintivo para o exercício de um direito de personalidade. Ninguém sofre a perda de um direito
de personalidade pelo não uso, mas existe prazo prescricional para reclamar a indenização.

03- Com relação do domicílio, assinale a alternativa CORRETA de acordo com as disposições
do Código Civil.
a) Como regra, o domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com
ânimo definitivo, tendo várias residências cabe à própria pessoa natural eleger qual delas deve
ser considerado seu domicílio.
b) O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar
em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha
onde o navio estiver matriculado e da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar
imediatamente subordinado; e o do preso, o lugar em que cumprir a pena.
c) O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem
designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito Federal ou no
último ponto do território brasileiro onde o teve.
d) Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será
considerado domicílio para os atos nele praticados e se a administração, ou diretoria, tiver a
sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, o lugar do estabelecimento do
principal estabelecimento.
e) Também é domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar
onde esta é exercida, mas se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos ter-se-á por
domicílio da pessoa natural o lugar onde for encontrada.
Gabarito: C
a) Art. 70, CC. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com
ânimo definitivo.
Art. 71, CC. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva,
considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.
b) Art. 76, Parágrafo único, CC. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o
do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde
servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar
imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso,
o lugar em que cumprir a sentença.
c) Correta. Art. 77, CC.
d) Art. 75 § 1º, CC. Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes,
cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
§ 2o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da
pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do
estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.
e) Art. 72, CC. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à
profissão, o lugar onde esta é exercida.
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles
constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.

04- Ainda sobre as pessoas jurídicas assinale a alternativa INCORRETA.


a) As pessoas jurídicas de direito privado têm sua existência legal com a inscrição do ato
constitutivo no registro respectivo, sendo que o direito de anular essa constituição por defeito
ao ato decai em três anos, contato o prazo da publicação de sua inscrição no registro.
b) Constituem espécies de pessoas jurídicas reconhecidas pelo Código Civil: pessoas jurídicas de
direito público, pessoas jurídicas de direito privado, interno e externo.
c) Regem-se pelo Código Civil, quanto ao seu funcionamento, as pessoas jurídicas de direito
público a que se tenha dado estrutura de direito privado, salvo disposição em contrário.
d) As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus
agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os
causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
e) As empresas individuais de responsabilidade limitada são espécie de pessoa jurídica de
direito privado.
Gabarito: B
a) Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do
ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou
aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o
ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de
direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição
no registro.
b) INCORRETA - Art. 40, CC. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e
de direito privado.
c) Art. 41, Parágrafo único, CC. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito
público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao
seu funcionamento, pelas normas deste Código.
d) Art. 43, CC.
e) Art. 44, CC. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos;
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.

05- É nulo o negócio jurídico, EXCETO:


a) quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido
por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.
b) quando o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito.
c) quando celebrado por pessoa absolutamente incapaz ou quando for ilícito, impossível ou
indeterminável o seu objeto.
d) quando não revestir a forma prescrita em lei ou quando for preterida alguma solenidade que
a lei considere essencial para a sua validade.
e) quando tiver por objetivo fraudar lei imperativa ou quando a lei taxativamente o declarar
nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
Gabarito: A
a) Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem
de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das
circunstâncias do negócio.
As demais assertivas são hipóteses de nulidade conforme o art. Art. 166, CC:
É nulo o negócio jurídico quando:
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV - não revestir a forma prescrita em lei;
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
06- A respeito do Direito das Obrigações, assinale a alternativa INCORRETA.
a) Poderá haver uma indeterminação subjetiva na relação obrigacional quando um devedor
assina um cheque ao portador, não sabendo quem irá recebê-lo no banco.
b) Nas obrigações propter rem há uma indeterminabilidade subjetiva passiva da relação
obrigacional.
c) Sempre que a indeterminabilidade do credor ou do devedor participar do destino natural dos
direitos oriundos da relação estaremos diante do que se convencionou chamar de obrigação
ambulatória.
d) O objeto mediato da obrigação é a própria atividade positiva (ação) ou negativa (omissão) do
devedor, satisfativa do interesse do credor. Tecnicamente, essa atividade denomina-se
prestação, que terá sempre conteúdo patrimonial.
e) Os núncios são considerados figuras secundárias ou coadjuvantes da relação obrigacional.
Gabarito: D
a), b) e c)
Poderá haver indeterminação subjetiva na relação obrigacional quando, por exemplo, um
devedor assina um cheque ao portador, não sabendo quem irá recebê-lo no banco, pois a
cambial pode circular na praça, restando, momentaneamente, indeterminado o sujeito ativo,
credor do valor nele consignado. É também o caso da promessa de recompensa feita ao público
(art. 854 do CC/2002). Trata-se de hipóteses em que há indeterminabilidade subjetiva ativa da
obrigação.
Também poderá ocorrer a indeterminabilidade subjetiva passiva da relação obrigacional. Nesse
caso, não se pode, de antemão, especificar quem é o devedor da obrigação. É o que acontece
com as obrigações propter rem, prestações de natureza pessoal que acedem a um direito real,
acompanhando-o em todas as suas mutações. Por exemplo: a taxa condominial ou o Imposto
Predial Territorial Urbano são prestações compulsórias, vinculadas à propriedade do imóvel
residencial ou comercial, pouco importando quem seja, efetivamente, o seu titular. A
obrigação, portanto, não possui sujeito determinado, sendo certo apenas que a pessoa que
adquirir o imóvel ficará sujeita ao seu cumprimento.
d) Em princípio, deve-se salientar que a obrigação possui dois tipos de objeto:
- objeto direto ou imediato;
- objeto indireto ou mediato.
O objeto imediato da obrigação (e, por consequência, do direito de crédito) é a própria
atividade
positiva (ação) ou negativa (omissão) do devedor, satisfativa do interesse do credor.
Tecnicamente, essa atividade denomina-se prestação, que terá sempre conteúdo patrimonial.
(...)
O objeto indireto ou mediato da obrigação, trata-se, no caso, do objeto da própria prestação
de dar, fazer ou não fazer, ou seja, do próprio bem da vida posto em circulação jurídica. Cuida-
se, em outras palavras, da coisa, em si considerada, de interesse do credor.
e) Na relação obrigacional, podem concorrer figuras secundárias ou coadjuvantes, como os
representantes e os núncios.
Os representantes, legais (pais, tutores, curadores) ou voluntários (mandatários), agem em
nome e no interesse de qualquer dos sujeitos da relação obrigacional (credor ou devedor).
Manifestam, portanto, declaração de vontade por conta do representado, vinculando-os, na
forma da legislação em vigor.
Os núncios, por sua vez, são meros transmissores da vontade do declarante. Atuam como
simples mensageiros da vontade de outrem, sem interferirem efetivamente na relação jurídica.
Essa singular figura jurídica, todavia, não é exclusiva do Direito das Obrigações.
Gagliano, Pablo Stolze Manual de direito civil; volume único/Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo
Pamplona Filho. – São Paulo: Saraiva, 2017. p. 210/214

07- Assinale a alternativa INCORRETA.


a) Se a obrigação for de restituir coisa certa e para o melhoramento, ou aumento, empregou o
devedor trabalho ou dispêndio, o credor estará obrigado com as despesas realizadas.
b) Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou
aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.
c) Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado
em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e
danos.
d) Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes.
e) Se a obrigação for de restituir coisa certa e sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa,
sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização.
Gabarito: A
a) Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio,
o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo
possuidor de boa-fé ou de má-fé.
b) Art. 235, CC.
c) Art. 236, CC.
d) Art. 237, parágrafo único, CC.
e) Art. 241, CC.

08- Marque a alternativa INCORRETA de acordo com o Código Civil.


a) O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, salvo se provado depois que não
era credor.
b) Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não
provar que em benefício dele efetivamente reverteu.
c) Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito, ou da
impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão
constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor.
d) Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, salvo se as
circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante.
e) O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só
valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.
Gabarito: A
a) Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que
não era credor.
b) Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor
não provar que em benefício dele efetivamente reverteu.
c) Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito,
ou da impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que
poderão constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o
credor.
d) Art. 311. Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, salvo se as
circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante.
e) Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena
de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.

09- Marque a assertiva CORRETA de acordo com o Código Civil.


a) A remissão concedida a um dos codevedores extingue a dívida na parte a ele
correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já
lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida.
b) A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular, prova
desoneração do devedor, mas não de seus coobrigados, se o credor for capaz de alienar, e o
devedor capaz de adquirir.
c) Quando na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor, extingue-se a
obrigação, mas cessando a confusão se restabelece a obrigação anterior, sem os respectivos
acessórios.
d) O devedor que se torne credor do seu credor, depois de penhorado o crédito deste, pode
opor ao exequente a compensação, de que contra o próprio credor disporia.
e) Não podem ser objeto de novação obrigações anuláveis, nulas ou extintas.
Gabarito: A
a) Art. 388. A remissão concedida a um dos codevedores extingue a dívida na parte a ele
correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já
lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida.
b) Art. 386. A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular, prova
desoneração do devedor e seus coobrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor
capaz de adquirir.
c) Art. 381. Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades
de credor e devedor.
Art. 384. Cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus acessórios, a
obrigação anterior.
d) Art. 380. Não se admite a compensação em prejuízo de direito de terceiro. O devedor que se
torne credor do seu credor, depois de penhorado o crédito deste, não pode opor ao exequente
a compensação, de que contra o próprio credor disporia.
e) Art. 367. Salvo as obrigações simplesmente anuláveis, não podem ser objeto de novação
obrigações nulas ou extintas.

10- Marque a alternativa CORRETA com relação aos contratos aleatórios.


a) Se o contrato for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si
o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o
preço, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que a coisa venha a existir
em quantidade inferior à esperada.
b) A alienação aleatória poderá ser anulada como culposa pelo prejudicado, se provar que o
outro contratante não ignorava a consumação do risco, a que no contrato se considerava
exposta a coisa.
c) Se o contrato for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o
risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o
preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda se da coisa nada vier a existir.
d) Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco, assumido
pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não
existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato.
e) Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não
virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o
que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, salvo se nada
do avençado venha a existir.
Gabarito: D
a) Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o
risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o
preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em
quantidade inferior à esperada.
b) Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente poderá ser anulada como
dolosa pelo prejudicado, se provar que o outro contratante não ignorava a consumação do
risco, a que no contrato se considerava exposta a coisa.
c) Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o
risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o
preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em
quantidade inferior à esperada.
Parágrafo único. Mas, se dá coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante
restituirá o preço recebido.
d) Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco,
assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa
já não existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato.
e) Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de
não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente
o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que
nada do avençado venha a existir.

11- Assinale a alternativa INCORRETA a respeito da propriedade.


a) A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo correspondentes, em altura e
profundidade úteis ao seu exercício, não podendo o proprietário opor-se a atividades que
sejam realizadas, por terceiros, a uma altura ou profundidade tais, que não tenha ele interesse
legítimo em impedi-las.
b) O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por perigo público
iminente ou interesse social, bem como no de requisição, em caso de necessidade ou utilidade
pública.
c) O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do
poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
d) A propriedade do solo não abrange as jazidas, minas e demais recursos minerais, os
potenciais de energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros bens referidos por leis
especiais, mas o proprietário do solo tem o direito de explorar os recursos minerais de emprego
imediato na construção civil, desde que não submetidos a transformação industrial, obedecido
o disposto em lei especial.
e) O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades
econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido
em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio
histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.
Gabarito: B
a) Art. 1.229, CC. A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo correspondentes,
em altura e profundidade úteis ao seu exercício, não podendo o proprietário opor-se a
atividades que sejam realizadas, por terceiros, a uma altura ou profundidade tais, que não
tenha ele interesse legítimo em impedi-las.
b) art. 1.228, § 3º, CC. O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação,
por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisição, em caso
de perigo público iminente.
c) Art. 1.228, CC. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de
reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
d) Art. 1.230, CC. A propriedade do solo não abrange as jazidas, minas e demais recursos
minerais, os potenciais de energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros bens
referidos por leis especiais.
Parágrafo único. O proprietário do solo tem o direito de explorar os recursos minerais de
emprego imediato na construção civil, desde que não submetidos a transformação industrial,
obedecido o disposto em lei especial.
e) Art. 1.228, § 1º, CC. O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas
finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o
estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o
patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.

12- Assinale a alternativa INCORRETA a respeito do direito de superfície.


a) As partes têm plena liberdade para deliberar, no contrato respectivo, sobre o rateio dos
encargos e tributos que incidirão sobre a área objeto da concessão do direito de superfície.
b) A propriedade superficiária pode ser autonomamente objeto de direitos reais de gozo e
garantia, cujo prazo não exceda a duração da concessão da superfície.
c) Admite-se a constituição do direito de superfície por cisão.
d) As normas previstas no Código Civil sobre direito de superfície revogam as relativas a direito
de superfície constantes do Estatuto da Cidade
e) Ao superficiário que não foi previamente notificado pelo proprietário para exercer o direito
de preferência é assegurado o direito de, no prazo de seis meses, contado do registro da
alienação, adjudicar para si o bem mediante depósito do preço.
Gabarito: D
a) Enunciado 94, CJF - As partes têm plena liberdade para deliberar, no contrato respectivo,
sobre o rateio dos encargos e tributos que incidirão sobre a área objeto da concessão do direito
de superfície.
b) Enunciado 249, CJF - A propriedade superficiária pode ser autonomamente objeto de direitos
reais de gozo e garantia, cujo prazo não exceda a duração da concessão da superfície, não se
lhe aplicando o art. 1.474.
c) Enunciado 250, CJF - Admite-se a constituição do direito de superfície por cisão.
d) Enunciado 93, CJF - As normas previstas no Código Civil sobre direito de superfície não
revogam as relativas a direito de superfície constantes do Estatuto da Cidade (Lei n.
10.257/2001) por ser instrumento de política de desenvolvimento urbano.
e) Enunciado 510, CJF - Ao superficiário que não foi previamente notificado pelo proprietário
para exercer o direito de preferência previsto no art. 1.373 do CC é assegurado o direito de, no
prazo de seis meses, contado do registro da alienação, adjudicar para si o bem mediante
depósito do preço.

13- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – Após a separação de fato ou de corpos, o cônjuge que estiver na posse ou na administração
do patrimônio partilhável - seja na condição de administrador provisório, seja na de
inventariante - terá o dever de prestar contas ao ex-consorte.
II – É válido, desde que escrito, o pacto de convivência formulado pelo casal no qual se opta
pela adoção da regulação patrimonial da futura relação como igual ao regime de comunhão
universal, ainda que não tenha sido feito por meio de escritura pública.
III – A presunção de concepção dos filhos na constância do casamento prevista no Código Civil
se estende à união estável.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas
Gabarito: A
I - CORRETA - Após a separação de fato ou de corpos, o cônjuge que estiver na posse ou na
administração do patrimônio partilhável - seja na condição de administrador provisório, seja na
de inventariante - terá o dever de prestar contas ao ex-consorte. STJ. 4ª Turma.REsp 1274639-
SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 12/09/2017 (Info 614).
II – CORRETA - É válido, desde que escrito, o pacto de convivência formulado pelo casal no qual
se opta pela adoção da regulação patrimonial da futura relação como símil (igual) ao regime de
comunhão universal, ainda que não tenha sido feito por meio de escritura pública. Em outras
palavras, um casal que vive (ou viverá) em união estável pode celebrar contrato de convivência
dizendo que aquela relação será regida por um regime de bens igual ao regime da comunhão
universal. Esse contrato, para ser válido, precisa ser feito por escrito, mas não é necessário que
seja realizado por escritura pública. STJ. 3ª Turma. REsp 1459597-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi,
julgado em 1/12/2016 (Info 595).
III – CORRETA - A presunção de concepção dos filhos na constância do casamento prevista no
art. 1.597, II, do CC se estende à união estável. STJ. 3ª Turma. REsp 1194059-SP, Rel. Min.
Massami Uyeda, julgado em 6/11/2012.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia>

14- A respeito dos alimentos, assinale a alternativa INCORRETA.


a) Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos
da pessoa obrigada.
b) O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os
ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.
c) Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o
respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora.
d) Na falta dos descendentes cabe a obrigação aos ascendentes, guardada a ordem de sucessão
e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais.
e) O novo casamento do cônjuge devedor não extingue a obrigação constante da sentença de
divórcio.
Gabarito: D
a) Art. 1.694, § 1º, CC. Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do
reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
b) Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a
todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de
outros.
c) Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos,
sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora.
d) Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem
de sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais.
e) Art. 1.709. O novo casamento do cônjuge devedor não extingue a obrigação constante da
sentença de divórcio.

15- Assinale a alternativa INCORRETA a respeito do casamento.


a) A habilitação para o casamento, o registro e a primeira certidão serão isentos de selos,
emolumentos e custas, para as pessoas cuja pobreza for declarada, sob as penas da lei.
b) A alteração do regime de bens na união estável depende de homologação judicial e prévia
oitiva do Ministério Público.
c) Será nulo o registro civil do casamento religioso se, antes dele, qualquer dos consorciados
houver contraído com outrem casamento civil.
d) O casamento religioso, que atender às exigências da lei para a validade do casamento civil,
equipara-se a este, desde que registrado no registro próprio, produzindo efeitos a partir da
data de sua celebração.
e) Cessada a causa suspensiva da celebração do casamento, será possível aos cônjuges
modificar o regime obrigatório de bens do casamento para o eleito pelo casal.
Gabarito: B
a) Art. 1.512, CC. Parágrafo único. A habilitação para o casamento, o registro e a primeira
certidão serão isentos de selos, emolumentos e custas, para as pessoas cuja pobreza for
declarada, sob as penas da lei.
b) Incorreta. Conforme artigo 1639, §2º, CC, não é necessário a oitiva do MP.
c) Art. 1.516. § 3º, CC Será nulo o registro civil do casamento religioso se, antes dele, qualquer
dos consorciados houver contraído com outrem casamento civil.
d) Art. 1.515, CC. O casamento religioso, que atender às exigências da lei para a validade do
casamento civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro próprio, produzindo
efeitos a partir da data de sua celebração.
e) De todas as causas em que a lei impõe o casamento no regime da separação
absoluta, apenas a senilidade que impõe a imutabilidade do regime. Melhor explicando, com a
extinção das causas suspensivas, exceto a senilidade, que não tem como ser extinta,
desaparece a necessidade da imposição do regime, com isso é facultado as partes pleitearam a
sua modificação. É também o caso de casamento de menor de 18 anos. Ao completar a
maioridade, eles poderão pleitear a modificação.
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no
casamento: I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da
celebração do casamento.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL


16- A respeito das normas fundamentais do processo civil, assinale a alternativa CORRETA.
a) As normas fundamentais do processo civil não estão previstas no NCPC, pois são
estruturadas em cláusulas abertas.
b) Não há previsão no NCPC de hipóteses em que contraditório seja diferido.
c) O processo para ser devido ele tem que ser realizado em um prazo razoável, o que não
significa dizer que o processo tem que ser célere. O processo tem que durar o tempo
necessário para que ele possa ser resolvido. Trata-se do princípio da duração razoável do
processo, o qual não possui acento constitucional.
d) De acordo com o Código de Processo Civil, é necessário ter interesse e legitimidade para
postular em juízo.
e) Não há previsão legal de mitigação do direito de acesso à justiça, devendo este ser amplo e
pleno.
Gabarito: D
a) As normas fundamentais do processo civil estão previstas nos artigos 2 o a 12 do NCPC. São
geralmente estruturadas em cláusulas abertas.
b) O art. 9o. do CPC prevê o contraditório diferido, ou seja, o contraditório será exercido em
momento posterior.
c) A duração razoável do processo encontra previsão legal tanto na CF, art. 5o, LXXVIII, como no
art. 4o, CPC.
d) CORRETA. art. 17, CP. A possibilidade jurídica do pedido deixou de ser uma condição da ação.
e) Há algumas mitigações (flexibilizações) ao direito fundamental de acesso à justiça, quais
sejam:
- Lide desportiva (art. 217, §1o, CF): exige-se o esgotamento do processo administrativo
(processo desportivo).
- Habeas Data (Lei 9.507/97): é imprescindível a negativa de informação pelo órgão.
- Ações previdenciárias: conforme o STF é necessário que a parte primeiro queira o benefício
perante o INSS, não é necessário o esgotamento da via administrativa. Se não houver primeiro
o requerimento administrativo não haverá lide (tem que caracterizar o interesse de agir).

17- Marque a assertiva INCORRETA


a) A existência de vara privativa, instituída por lei estadual, não altera a competência territorial
resultante das leis de processo.
b) A pessoa jurídica de direito privado pode ser demandada no domicílio da agência, ou
estabelecimento, em que praticou o ato.
c) Compete a Justiça Federal, em ambas as instâncias, processar e julgar as causas em que for
parte o Banco do Brasil.
d) Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse jurídico que justifique a
presença. No processo, da união, das autarquias ou empresas públicas.
e) Excluído do feito o ente federal, cuja presença levara o Juiz Estadual a declinar da
competência, deve o Juiz Federal restituir os autos e não suscitar conflito.
Gabarito: C
a) CORRETA – Súmula 206, STJ
b) CORRETA – Súmula 363, STF
c) INCORRETA – Súmula 508- STF Compete a Justiça Estadual, em ambas as instâncias,
processar e julgar as causas em que for parte o Banco do Brasil.
d) CORRETA - Súmula 150, STJ
e) CORRETA – Súmula 224, STJ

18- São hipóteses de impedimento do juiz, EXCETO


a) quando interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro
do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha.
b) quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério
Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha
reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive.
c) quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou
de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive.
d) quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente,
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive.
e) em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou
decorrente de contrato de prestação de serviços.
Gabarito: C
A letra ‘c’ traz hipótese de suspeição, nos termos do artigo 145, NCPC, as demais assertivas são
hipóteses de impedimento.
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro
do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;
III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do
Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim,
em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente,
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no
processo;
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes;
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou
decorrente de contrato de prestação de serviços;
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro
ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive,
mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório;
IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado.
§ 1o Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o
advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da
atividade judicante do juiz.
§ 2o É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz.
§ 3o O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato conferido a
membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que individualmente
ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no processo.
Art. 145. Há suspeição do juiz:
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de
iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que
subministrar meios para atender às despesas do litígio;
III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro
ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;
IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.
§ 1o Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar
suas razões.
§ 2o Será ilegítima a alegação de suspeição quando:
I - houver sido provocada por quem a alega;
II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do arguido.
19- Com relação ao incidente de desconsideração da personalidade jurídica marque a
assertiva CORRETA.
a) O juiz não pode determinar, de forma incidental, nos autos da execução singular ou coletiva,
a desconsideração da personalidade jurídica.
b) Não é cabível o incidente de desconsideração da personalidade jurídica na execução fundada
em título executivo extrajudicial.
c) O incidente de desconsideração da personalidade jurídica pode ser adotado nos Juizados
Especiais, o que seria exceção à regra de vedação de intervenção de terceiros nos juizados, pois
isto está expressamente autorizado pelo CPC.
d) Requerida desconsideração da personalidade jurídica na petição inicial o processo será
suspenso, mas se requerida em incidente o processo terá seu trâmite regular, sendo o
incidente autuado em apartado, sem a necessidade de suspensão do processo.
e) Da decisão que resolve o incidente de desconsideração da personalidade jurídica caberá
apelação, no prazo de 15 dias.
Gabarito: C
a) O juiz pode determinar, de forma incidental, nos autos da execução singular ou coletiva, a
desconsideração da personalidade jurídica. STJ. 3ª Turma. REsp 1326201-RJ, Rel. Min. Nancy
Andrighi, julgado em 7/5/2013 (Info 524).
O CPC 2015 confirma esta possibilidade e afirma que a desconsideração da personalidade
jurídica será requerida, em regra, por meio de um incidente processual na forma do art. 133
(art. 795, § 4º). Este incidente, contudo, poderá ser até dispensado se a desconsideração for
requerida na petição inicial:
b) Art. 134, CPC O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de
conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo
extrajudicial.
c) CORRETA
d) art. 134, § 2o Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade
jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa
jurídica.
§ 3o A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2 o.
e) Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:
(...)
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;

20- No que tange ao cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de


prestar alimentos, assinale a alternativa INCORRETA.
a) O juiz mandará protestar o pronunciamento judicial, caso o executado, no prazo de 03 (três)
dias, não efetue o pagamento, não prove que o efetuou ou não apresente justificativa da
impossibilidade de efetuá-lo.
b) Somente a comprovação de fato que gere a impossibilidade absoluta de pagar justificará o
inadimplemento.
c) Caso a justificativa apresentada não for aceita, o juiz mandará protestar o pronunciamento
judicial ou decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses.
d) O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das prestações vencidas e
vincendas, mas paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da ordem de
prisão.
e) O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até as 3
(três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do
processo.
Gabarito: C
Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou
de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará
intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou
justificar a impossibilidade de efetuá-lo.
§ 1o Caso o executado, no prazo referido no caput, não efetue o pagamento, não prove que o
efetuou ou não apresente justificativa da impossibilidade de efetuá-lo, o juiz mandará protestar
o pronunciamento judicial, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 517. (ALTERNATIVA
A)
§ 2o Somente a comprovação de fato que gere a impossibilidade absoluta de pagar justificará o
inadimplemento. (ALTERNATIVA B)
§ 3o Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz, além de
mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1 o, decretar-lhe-á a prisão pelo
prazo de 1 (um) a 3 (três) meses. (ALTERNATIVA C)
§ 4o A prisão será cumprida em regime fechado, devendo o preso ficar separado dos presos
comuns.
§ 5o O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das prestações vencidas e
vincendas. (ALTERNATIVA D)
§ 6o Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da ordem de prisão.
(ALTERNATIVA D)
§ 7o O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até as 3
(três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do
processo. (ALTERNATIVA E)
§ 8o O exequente pode optar por promover o cumprimento da sentença ou decisão desde logo,
nos termos do disposto neste Livro, Título II, Capítulo III, caso em que não será admissível a
prisão do executado, e, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo à
impugnação não obsta a que o exequente levante mensalmente a importância da prestação.
§ 9o Além das opções previstas no art. 516, parágrafo único, o exequente pode promover o
cumprimento da sentença ou decisão que condena ao pagamento de prestação alimentícia no
juízo de seu domicílio.

21- Analise os itens que seguem e marque a alternativa CORRETA de acordo com a
jurisprudência.
I – O art. 1º da Lei nº 9.494/97 determina, entre outras vedações, que não será cabível tutela
antecipada contra o Poder Público visando obter a reclassificação ou equiparação de servidores
públicos ou a concessão de aumento ou extensão de vantagens pecuniárias.
II – Segundo o STF o artigo 1º da Lei nº 9.494/97, que foi declarado constitucional, não impede
toda e qualquer antecipação de tutela contra a Fazenda Pública. Somente está proibida a
concessão de tutela antecipada nas hipóteses listadas no art. 1º da Lei nº 9.494/97, que deve
ser interpretado restritivamente.
III – O STF afirmou que é possível a concessão de tutela antecipada tratando sobre férias de
servidores públicos, considerando que isso não envolve a reclassificação ou equiparação de
servidores públicos nem a concessão de aumento ou extensão de vantagens.
a) todas as assertivas estão corretas.
b) apenas I está incorreta.
c) apenas II está incorreta.
d) apenas III está incorreta.
e) apenas I e III estão corretas.
Gabarito: A
Todas as assertivas estão corretas.
Segue o julgado do STF:
O art. 1º da Lei nº 9.494/97 determina, entre outras vedações, que não será cabível tutela
antecipada contra o Poder Público visando obter a reclassificação ou equiparação de servidores
públicos ou a concessão de aumento ou extensão de vantagens pecuniárias.
O STF declarou que esse dispositivo é constitucional (ADC 4).
Vale ressaltar, no entanto, que a decisão proferida na referida ADC 4 não impede toda e
qualquer antecipação de tutela contra a Fazenda Pública. Somente está proibida a concessão
de tutela antecipada nas hipóteses listadas no art. 1º da Lei nº 9.494/97, que deve ser
interpretado restritivamente.
No presente julgado, o STF afirmou que seria possível a concessão de tutela antecipada
tratando sobre férias de servidores públicos, considerando que isso não envolve a
reclassificação ou equiparação de servidores públicos nem a concessão de aumento ou
extensão de vantagens.
STF. Plenário. Rcl 4311/DF, red. p/ o acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 6/11/2014 (Info
766).

22- O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos legais ou que
apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito,
determinará que o autor, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser
corrigido ou completado. O prazo para emendar a inicial é de:
a) 10 dias, sendo este prazo dilatório.
b) 10 dias, sendo este prazo peremptório.
c) 15 dias, sendo este prazo peremptório.
d) 15 dias, sendo este prazo dilatório.
e) Não há previsão legal, devendo o juiz estabelecer o prazo de emenda.
Gabarito: D
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320
ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito,
determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando
com precisão o que deve ser corrigido ou completado.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.
O prazo para que o autor emende a petição inicial é um prazo dilatório (e não peremptório).
Logo, o juiz poderá aceitar a emenda da petição inicial mesmo fora deste prazo. Este prazo
pode ser reduzido ou ampliado por convenção das partes ou por determinação do juiz. Novo
CPC: o raciocínio empregado no julgado acima permanece válido no novo CPC (art. 139, VI). No
entanto, é importante destacar que o prazo disponível para que o autor emende a petição
inicial foi ampliado pelo CPC 2015 para 15 dias (antes, o prazo era de 10 dias). STJ. 2ª Seção.
REsp 1133689-PE, Rel. Min. Massami Uyeda, julgado em 28/3/2012 (recurso repetitivo) (Info
494).

23- Marque a assertiva INCORRETA.


a) A fixação de calendário para a prática de atos processuais torna dispensável intimação para a
audiência cuja data esteja designada no calendário.
b) As partes podem requer a homologação da delimitação consensual das questões de fato e de
direito a qual vincula as partes e o juiz após homologada.
c) O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela
deles estiver em condições de imediato julgamento.
d) Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada
pelo tribunal, a sentença proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios
e suas respectivas autarquias e empresas públicas.
e) O juiz deverá designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as
partes toda vez que a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito.
Gabarito: D
a) Correta. Art. 191, §2º, CPC: "Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato
processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário."
b) Correta. Art. 357, §2º, CPC.
c) Correta. Art. 356, II, CPC.
d) Incorreta. Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão
depois de confirmada pelo tribunal, a sentença:
I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas
autarquias e fundações de direito público;
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal.
e) Correta. Art. 357, §3º, CPC.

24- Analise as assertivas a seguir e assinale a alternativa CORRETA.


I - O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais, mas o julgamento
favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção pessoal que o devedor tenha direito de
invocar em relação a qualquer deles.
II - O disposto no art. 506 do CPC não permite que se incluam, dentre os beneficiados pela coisa
julgada, litigantes de outras demandas em que se discuta a mesma tese jurídica.
III - A análise de questão prejudicial incidental, desde que preencha os pressupostos dos
parágrafos do art. 503, está sujeita à coisa julgada, mas depende de provocação específica para
o seu reconhecimento.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I está incorreta.
c) Apenas II está incorreta.
d) Apenas III está incorreta.
e) Todas estão incorretas.
Gabarito: D
I – Correta. Art. 274, CPC
II – Correta. Enunciado 36, CJF
III – INCORRETA - Enunciado 165, FPPC - A análise de questão prejudicial incidental, desde que
preencha os pressupostos dos parágrafos do art. 503, está sujeita à coisa julgada,
independentemente de provocação específica para o seu reconhecimento.

25- Assinale a alternativa INCORRETA.


a) Dentro do sistema de execução, a fiança bancária e o seguro garantia judicial produzem os
mesmos efeitos jurídicos que o dinheiro para fins de garantir o juízo, não podendo o exequente
rejeitar a indicação, salvo por insuficiência, defeito formal ou inidoneidade da salvaguarda
oferecida.
b) É possível a conversão do procedimento de execução para entrega de coisa incerta para
execução por quantia certa na hipótese em que o produto perseguido for entregue com atraso,
gerando danos ao credor da obrigação.
c) A execução provisória de obrigação de fazer em face da Fazenda Pública não atrai o regime
constitucional dos precatórios.
d) O contrato particular de abertura de crédito à pessoa física visando financiamento para
aquisição de material de construção – Construcard –, acompanhado de demonstrativo de
débito e nota promissória é título executivo extrajudicial.
e) O ato de composição entre denunciado e vítima visando à reparação civil do dano, embutido
na decisão concessiva de suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei nº 9.099/95), é
título judicial apto a lastrear eventual execução. E
Gabarito: D
a) STJ. 3ª Turma. REsp 1.691.748-PR, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
07/11/2017 (Info 615).
b) STJ. 3ª Turma.REsp 1507339-MT, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em
24/10/2017 (Info 614).
c) STF. Plenário.RE 573872/RS, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 24/5/2017 (repercussão
geral) (Info 866).
d) O contrato particular de abertura de crédito a pessoa física visando financiamento para
aquisição de material de construção – Construcard –, ainda que acompanhado de
demonstrativo de débito e nota promissória, não é título executivo extrajudicial. STJ. 4ª
Turma. REsp 1323951-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 16/5/2017 (Info 606).
e) STJ. 4ª Turma. REsp 1123463-DF, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 21/2/2017 (Info
599).

26- A respeito da responsabilidade patrimonial de terceiros, assinale a alternativa CORRETA.


a) O fiador, quando executado, sempre tem o direito de exigir que primeiro sejam executados
os bens do devedor.
b) O sócio réu, quando responsável pelo pagamento da dívida da sociedade, tem o direito de
exigir que primeiro sejam excutidos os bens da sociedade, independentemente de onde se
encontrem.
c) O espólio responde pelas dívidas do falecido mesmo após feita a partilha dos bens entre os
herdeiros, eis que estes só podem ser responsáveis pelas dívidas dentro das forças da herança
d) Ao fiador e ao sócio que paga a dívida cabe promover ação própria para cobrança do crédito
que possui contra o devedor primitivo.
e) O exequente que estiver, por direito de retenção, na posse de coisa pertencente ao devedor
não poderá promover a execução sobre outros bens senão depois de excutida a coisa que se
achar em seu poder.
Gabarito: E
a) Art. 794, CPC. O fiador, quando executado, tem o direito de exigir que primeiro sejam
executados os bens do devedor situados na mesma comarca, livres e desembargados,
indicando-os pormenorizadamente à penhora.
§ 3o O disposto no caput não se aplica se o fiador houver renunciado ao benefício de ordem.
b) Art. 795, CPC. Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da sociedade,
senão nos casos previstos em lei.
§ 1o O sócio réu, quando responsável pelo pagamento da dívida da sociedade, tem o direito de
exigir que primeiro sejam excutidos os bens da sociedade.
§ 2o Incumbe ao sócio que alegar o benefício do § 1o nomear quantos bens da sociedade
situados na mesma comarca, livres e desembargados, bastem para pagar o débito.
c) Art. 796, CPC. O espólio responde pelas dívidas do falecido, mas, feita a partilha, cada
herdeiro responde por elas dentro das forças da herança e na proporção da parte que lhe
coube.
d) Art. 974, § 2º, CPC. O fiador que pagar a dívida poderá executar o afiançado nos autos do
mesmo processo.
Art. 975, § 3º, CPC. O sócio que pagar a dívida poderá executar a sociedade nos autos do
mesmo processo.
e) Art. 793, CPC.

27- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I - A adjudicação do bem penhorado deve ser assegurada ao legitimado que oferecer preço não
inferior ao da avaliação.
II - A utilização do sistema RENAJUD com o propósito de identificar a existência de veículos
penhoráveis em nome do executado não pressupõe a comprovação do insucesso do exequente
na obtenção dessas informações mediante consulta ao DETRAN.
III - Em ação de execução de dívida contraída pessoalmente pelo autor da herança, a penhora
pode ocorrer diretamente sobre os bens do espólio.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I está incorreta.
c) Apenas II está incorreta.
d) Apenas III está incorreta.
e) Todas estão incorretas.
Gabarito: A
I - STJ. 4ª Turma. REsp 1505399-RS, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 12/4/2016 (Info
583).
II – STJ. 3ª Turma. REsp 1347222-RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 25/8/2015
(Info 568).
III - STJ. 3ª Turma. REsp 1318506-RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 18/11/2014
(Info 552).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
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28- Assinale a alternativa CORRETA de acordo com o CPC.


a) Havendo litisconsórcio, o recurso interposto por um sempre aproveitará a todos.
b) Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um devedor aproveitará aos outros
quando as defesas opostas ao credor lhes forem comuns.
c) Certificado o trânsito em julgado, com menção expressa da data de sua ocorrência, o
escrivão ou o chefe de secretaria, após despacho do juiz, providenciará a baixa dos autos ao
juízo de origem, no prazo de 5 (cinco) dias.
d) Não comprovado pelo recorrente o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e
de retorno, no ato de interposição do recurso, será intimado, na pessoa de seu advogado, para
realizar o recolhimento, sob pena de deserção.
e) Intimado a recolher o preparo, caso seja recolhido em valor menor, será o recorrente
intimado para complementação em dobro, sob pena de deserção.
Gabarito: B
a) Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se
distintos ou opostos os seus interesses.
b) Art. 1.005. Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um
devedor aproveitará aos outros quando as defesas opostas ao credor lhes forem comuns.
c) Art. 1.006. Certificado o trânsito em julgado, com menção expressa da data de sua
ocorrência, o escrivão ou o chefe de secretaria, independentemente de despacho,
providenciará a baixa dos autos ao juízo de origem, no prazo de 5 (cinco) dias.
d) Art. 1.007, § 4º O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o
recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de
seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção.
e) Art. 1.007, § 5º É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo,
inclusive porte de remessa e de retorno, no recolhimento realizado na forma do § 4o.

29- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – O STF admite a possibilidade de apreciação do recurso extraordinário com repercussão geral
mesmo que, no caso concreto, tenha havido prejudicialidade do tema discutido.
II - O reconhecimento da repercussão geral no Plenário Virtual não impede sua rediscussão no
Plenário físico, notadamente quando tal reconhecimento tenha ocorrido por falta de
manifestações suficientes.
III - É possível o controle das decisões homologatórias de sentenças estrangeiras proferidas
pelo STJ mediante recurso extraordinário.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas.
Gabarito: A
I – CORRETA - Determinado indivíduo ingressou com pedido de registro para concorrer às
eleições de Prefeito sem estar filiado a partido político (candidatura avulsa). O pedido foi
indeferido em todas as instâncias e a questão chegou até o STF por meio de recurso
extraordinário. Ocorre que, quando o STF foi apreciar o tema, já haviam sido realizadas as
eleições municipais. Diante disso, suscitou-se que o recurso estava prejudicado. O STF
reconheceu que, na prática, realmente havia uma prejudicialidade do recurso tendo em vista
que as eleições se encerraram. No entanto, o Tribunal decidiu superar a prejudicialidade e
atribuir repercussão geral à questão constitucional discutida dos autos. Isso significa que o STF
admitiu o processamento do recurso e em uma data futura irá examinar o mérito do pedido, ou
seja, se podem ou não existir candidaturas avulsas no Brasil. Entendeu-se que o mérito do
recurso deveria ser apreciado tendo em vista sua relevância social e política. Eventual prejuízo
parcial do caso concreto subjacente ao recurso extraordinário não é impeditivo do
reconhecimento de repercussão geral. STF. Plenário.ARE 1054490 QO/RJ, Rel. Min. Roberto
Barroso, julgado em 5/10/2017 (Info 880).
II – CORRETA - O reconhecimento da repercussão geral no Plenário Virtual não impede sua
rediscussão no Plenário físico, notadamente quando tal reconhecimento tenha ocorrido por
falta de manifestações suficientes. STF. Plenário. RE 584247/RR, Rel. Min. Roberto Barroso,
julgado em 27/10/2016 (Info 845).
III – CORRETA - É possível o controle das decisões homologatórias de sentenças estrangeiras
proferidas pelo STJ mediante recurso extraordinário. No entanto, é necessário rigor no exame
da alegação de afronta à Constituição nessas hipóteses (art. 102, II, “a”, da CF/88), sob pena de
criação de nova instância revisional. STF. Plenário. RE 598770/República Italiana, Rel. orig. Min.
Marco Aurélio, Red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 12/2/2014 (Info 735).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
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30- Ainda a respeito da ação rescisória, assinale a alternativa INCORRETA.
a) A ação rescisória é uma ação autônoma de impugnação, cuja finalidade é desconstituir a
decisão de mérito transitada em julgado.
b) De maneira geral, a ação rescisória é o veículo adequado para suscitar nulidades absolutas
que contaminaram o processo ou a decisão.
c) A rescisória só servirá para desconstituir a decisão quando o vício de que ela ou o processo
padecem persistir mesmo depois do trânsito em julgado.
d) Sempre que a sentença for apenas de homologação, como ocorre quando há acordo entre os
litigantes, a ação rescisória será o mecanismo adequado para impugnação.
e) A cassação das decisões que reconhecem prescrição e decadência, depois do trânsito em
julgado, exige ação rescisória, e não a anulatória ou declaratória, porque estas só cabem
quando a intervenção do juízo é meramente homologatória, sem conteúdo decisório.
Gabarito: D
a) Esgotados os recursos, a sentença transita em julgado. Não é mais possível rediscuti-la nos
mesmos autos, pois haverá coisa julgada formal, que afeta todas as sentenças, terminativas ou
definitivas. Se o julgamento for de mérito, haverá também a coisa julgada material sobre todas
as decisões de mérito, que projeta seus efeitos fora do processo e impede que as partes
rediscutam em qualquer outro aquilo que tenha sido decidido sobre os pedidos.
Em casos excepcionais, porém, a lei permite a utilização de ação autônoma de impugnação,
cuja finalidade é desconstituir a decisão de mérito transitada em julgado. Nela, ainda é
possível postular a reapreciação daquilo que foi decidido em caráter definitivo. Trata-se da
ação rescisória.
b) Não se trata de um recurso, pois pressupõe que todos já se tenham esgotado. Exige que
tenha havido o trânsito em julgado da decisão de mérito. Consiste em uma ação cuja finalidade
é desfazer o julgamento já tornado definitivo.
Ela não cabe em qualquer circunstância. O art. 966 enumera as hipóteses de cabimento. Pode-
se dizer, de maneira geral, que é o veículo adequado para suscitar nulidades absolutas que
contaminaram o processo ou a decisão. O rescindido é a decisão (rectius, o seu dispositivo).
Mas, como o processo se caracteriza por ser uma sequência de atos interligados e coordenados,
que se sucedem no tempo e visam ao provimento jurisdicional, a existência de um vício no seu
curso pode contaminar todos os atos subsequentes e, por conseguinte, a decisão de mérito.
c) A rescisória só servirá para desconstituí-la quando o vício de que ela ou o processo
padecem persistir mesmo depois do trânsito em julgado. Há nulidades que não sobrevivem ao
final do processo. Quando ele se encerra, elas se sanam. Por exemplo: se o processo for
conduzido por um juiz suspeito, cumpre às partes reclamar, arguindo a suspeição; ou ela é
acolhida, o que ensejará o refazimento dos atos decisórios, se necessário, ou não é acolhida, ou
nem mesmo suscitada, caso em que o vício desaparece.
Quando o vício é daqueles que desaparecem quando o processo se encerra, não cabe a ação
rescisória. Ela exige que a nulidade seja absoluta, que se prolongue para além do processo.
d) Há dois outros mecanismos, além da rescisória, pelos quais se pode impugnar uma sentença
transitada em julgado. Um deles é a ação anulatória ou declaratória de nulidade, prevista no
art. 966, § 4º, do CPC que cabe contra os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes
ou por outros participantes do processo e homologados pelo juízo, bem como os atos
homologatórios
praticados no curso da execução. Sempre que a sentença for apenas de homologação, como
ocorre quando há acordo entre os litigantes, a ação rescisória não será o mecanismo
adequado para impugnação, mas as ações anulatórias ou declaratórias de nulidade, previstas
para os atos jurídicos em geral.
e) Decisões que reconhecem prescrição e decadência
Elas põem fim ao processo, com resolução de mérito; no entanto, não julgam a pretensão do
autor. Por isso, são chamadas falsas sentenças de mérito: a lei as considera de mérito para que
possam revestir-se da coisa julgada material.
A cassação de tais decisões, depois do trânsito em julgado, exige ação rescisória, e não a
anulatória ou declaratória, porque estas só cabem quando a intervenção do juízo é meramente
homologatória, sem conteúdo decisório. O reconhecimento da prescrição ou da decadência
decorre de um pronunciamento judicial, em que o juízo verifica os prazos e examina a existência
de causa suspensiva ou interruptiva. Não há apenas manifestação de vontade das partes, mas
efetiva decisão judicial. Daí o cabimento da rescisória.
(Gonçalves, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil esquematizado – 7. ed. – São Paulo:
Saraiva, 2016, p. 860/863).

DIREITO DO CONSUMIDOR

31- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – Pode-se dizer que o Código de Defesa do Consumidor tem eficácia supralegal, ou seja, está
em um ponto hierárquico intermediário entre a Constituição Federal de 1988 e as leis
ordinárias.
II – A essência da teoria do diálogo das fontes é de que as normas jurídicas não se excluem –
supostamente porque pertencentes a ramos jurídicos distintos –, mas se complementam,
sendo que no Brasil, a principal incidência da teoria se dá justamente na interação entre o CDC
e o CC/2002, em matérias como a responsabilidade civil e o Direito Contratual.
III – De acordo com a teoria do diálogo das fontes é possível que a norma mais favorável ao
consumidor esteja fora da própria Lei Consumerista, podendo o intérprete fazer a opção por
esse preceito específico, devendo as normas e os negócios jurídicos serem interpretados e
integrados da maneira mais favorável ao consumidor.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas
Gabarito: A
I – CORRETA - Destaque-se que, do mesmo modo, a respeito do caráter de norma
principiológica, opinam Nelson Nery Jr. e Rosa Maria de Andrade Nery, expondo pela
prevalência contínua do Código Consumerista sobre as demais normas, eis que “as leis especiais
setorizadas (v.g., seguros, bancos, calçados, transportes, serviços, automóveis, alimentos etc.)
devem disciplinar suas respectivas matérias em consonância e em obediência aos princípios
fundamentais do CDC”. Diante de tais premissas, pode-se dizer que o Código de Defesa do
Consumidor tem eficácia supralegal, ou seja, está em um ponto hierárquico intermediário entre
a Constituição Federal de 1988 e as leis ordinárias. Para tal dedução jurídica, pode ser utilizada
a simbologia do sistema piramidal, atribuída a Hans Kelsen.
II – CORRETA - Tema fundamental para a compreensão do campo de incidência do Código de
Defesa do Consumidor refere-se à sua interação em relação às demais leis, notadamente em
relação ao vigente Código Civil.
Como é notório, prevalecia, na vigência do Código Civil de 1916, a ideia de que o Código de
Defesa do Consumidor constituiria um microssistema jurídico autoaplicável e autossuficiente,
totalmente isolado das demais normas. Assim, naquela outrora vigente realidade, havendo uma
relação de consumo, seria aplicado o Código de Defesa do Consumidor e não o Código Civil. Por
outra via, presente uma relação civil, incidiria o Código Civil e não o CDC. Assim era ensinada a
disciplina de Direito do Consumidor na década de noventa e na primeira década do século XXI.
Porém, essa concepção foi superada com o surgimento do Código Civil de 2002 e da teoria do
diálogo das fontes. Tal tese foi desenvolvida na Alemanha por Erik Jayme, professor da
Universidade de Heidelberg, e trazida ao Brasil pela notável Claudia Lima Marques, da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A essência da teoria é de que as normas jurídicas
não se excluem – supostamente porque pertencentes a ramos jurídicos distintos –, mas se
complementam. No Brasil, a principal incidência da teoria se dá justamente na interação entre o
CDC e o CC/2002, em matérias como a responsabilidade civil e o Direito Contratual.
III – CORRETA - Do ponto de vista legal, a tese está baseada no art. 7º do CDC, que adota um
modelo aberto de interação legislativa. Repise-se que, de acordo com tal comando, os direitos
previstos no CDC não excluem outros decorrentes de tratados ou convenções internacionais de
que o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas
autoridades administrativas competentes, bem como dos que derivem dos princípios gerais do
direito, analogia, costumes e equidade. Nesse contexto, é possível que a norma mais favorável
ao consumidor esteja fora da própria Lei Consumerista, podendo o intérprete fazer a opção por
esse preceito específico. Como reconhece o Enunciado n. 1 do Instituto Brasileiro de Política e
Direito do Consumidor (BRASILCON), as normas e os negócios jurídicos devem ser interpretados
e integrados da maneira mais favorável ao consumidor.
Tartuce, Flávio. Manual de direito do consumidor: direito material e processual / Flávio Tartuce,
Daniel Amorim Assumpção Neves. – 7. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: MÉTODO, 2018. p. 27/33.

32- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – Há relação de consumo entre a sociedade empresária vendedora de aviões e a sociedade
empresária administradora de imóveis que tenha adquirido avião com o objetivo de facilitar o
deslocamento de sócios e funcionários.
II – Há relação de consumo entre a seguradora e a concessionária de veículos que firmam
seguro empresarial visando à proteção do patrimônio desta, desde que o seguro não integre os
produtos ou serviços oferecidos por esta.
III – O CDC é aplicável ao contrato firmado entre um cliente pessoa física e uma instituição
financeira por meio do qual esta se comprometeu a realizar a aplicação do dinheiro do
correntista em fundos de investimento.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas
Gabarito: A
I – CORRETA - Empresa administradora de imóveis adquire um avião para servir como meio de
transporte para seus sócios e funcionários. Há relação de consumo neste caso? Esse contrato é
regido pelo CDC? A administradora é considerada consumidora na situação em tela? SIM. Há
relação de consumo entre a sociedade empresária vendedora de aviões e a sociedade
empresária administradora de imóveis que tenha adquirido avião com o objetivo de facilitar o
deslocamento de sócios e funcionários. Aplica-se a teoria finalista mitigada. STJ. 3ª Turma. AgRg
no REsp 1321083-PR, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 9/9/2014 (Info 548).
II – CORRETA - O STJ decidiu que há relação de consumo entre a seguradora e a concessionária
de veículos que firmam seguro empresarial visando à proteção do patrimônio desta (destinação
pessoal) — ainda que com o intuito de resguardar veículos utilizados em sua atividade
comercial —, desde que o seguro não integre os produtos ou serviços oferecidos por esta. STJ.
3ª Turma. REsp 1352419-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 19/8/2014 (Info
548).
III – CORRETA - I — O CDC é aplicável ao contrato firmado entre um cliente pessoa física e uma
instituição financeira por meio do qual esta se comprometeu a realizar a aplicação do dinheiro
do correntista em fundos de investimento. II — A instituição financeira que, descumprindo o
que foi oferecido a seu cliente, deixa de acionar mecanismo denominado “stop loss” pactuado
em contrato de investimento incorre em infração contratual passível de gerar a obrigação de
indenizar o investidor pelos prejuízos causados. III — A jurisprudência do STJ entende que o
simples descumprimento contratual, por si, não é capaz de gerar danos morais. É necessário
que haja um plus, uma consequência fática capaz, esta sim, de acarretar dor e sofrimento
indenizável pela sua gravidade. No caso concreto, o STJ considerou que o banco que não aciona
o mecanismo do “stop loss” e que, por isso, causa prejuízos aos clientes não deve pagar
indenização por danos morais, considerando que houve mero inadimplemento, que gerou
dissabor, mas que não chegou a acarretar dano moral indenizável. STJ. 4ª Turma. REsp 656932-
SP, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 24/4/2014 (Info 541).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
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33- Assinale a alternativa CORRETA de acordo com as disposições do CDC e o entendimento


dos tribunais superiores.
a) Caso o cliente tenha adquirido passagens aéreas de ida e volta na categoria promocional,
mas não compareça ao embarque no trecho de ida, será válido o cancelamento unilateral e
automático da passagem relativa ao trecho de volta, em razão da necessidade de
equacionamento dos custos e riscos da fornecedora do serviço de transporte aéreo.
b) O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação prescreve em trinta dias,
tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis.
c) Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir do conhecimento do dano e de sua
autoria.
d) O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação decai em noventa dias,
tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis.
e) Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto
ou do serviço.
Gabarito: E
a) Incorreta. (Alternativa retirada do concurso para Juiz de Direito – TJBA – CESPE – 2019)
“É abusiva a prática comercial consistente no cancelamento unilateral e automático de um dos
trechos da passagem aérea, sob a justificativa de não ter o passageiro se apresentado para
embarque no voo antecedente, por afrontar direitos básicos do consumidor, tais como a
vedação ao enriquecimento ilícito, a falta de razoabilidade nas sanções impostas e, ainda, a
deficiência na informação sobre os produtos e serviços prestados (...) Constando-se o
condicionamento, para a utilização do serviço, o pressuposto criado para atender apenas o
interesse da fornecedora, no caso, o embarque no trecho de ida, caracteriza-se a indesejável
prática de venda casada. A abusividade reside no condicionamento de manter a reserva do voo
de volta ao embarque do passageiro no voo de ida” (RESP 1595731, 2016.00.90369-0, LUIS
FELIPE SALOMÃO, STJ - QUARTA TURMA, DJE: 01/02/2018
b) Incorreta. Art. 26, CDC. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação
caduca em: (decadência)
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis;
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis.
c) Incorreta. Art. 27, CDC. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos
causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a
contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.
d) Incorreta. Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação
caduca em: (decadência)
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis;
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis.
e) Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do
produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a
partir do conhecimento do dano e de sua autoria.

34- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – Não existindo anotação irregular nos órgãos de proteção ao crédito, a mera cobrança
indevida de serviços ao consumidor não gera danos morais presumidos.
II – A ação de indenização por danos morais decorrente da inscrição indevida em cadastro de
inadimplentes se sujeita ao prazo quinquenal do art. 27 do CDC.
III – O dano moral coletivo é aferível in re ipsa, ou seja, sua configuração decorre da mera
constatação da prática de conduta ilícita que, de maneira injusta e intolerável, viole direitos de
conteúdo extrapatrimonial da coletividade, revelando-se despicienda a demonstração de
prejuízos concretos ou de efetivo abalo moral.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas
Gabarito: C
I – CORRETA – Jurisprudência em Teses do STJ - EDIÇÃO N. 74: DIREITO DO CONSUMIDOR III - 7)
Não existindo anotação irregular nos órgãos de proteção ao crédito, a mera cobrança indevida
de serviços ao consumidor não gera danos morais presumidos.
Disponível
em:http://www.stj.jus.br/SCON/jt/toc.jsp?edicao=EDI%C7%C3O%20N.%2074:%20DIREITO%20
DO%20CONSUMIDOR%20III
II – INCORRETA - Jurisprudência em Teses do STJ - EDIÇÃO N. 74: DIREITO DO CONSUMIDOR III -
8) A ação de indenização por danos morais decorrente da inscrição indevida em cadastro de
inadimplentes não se sujeita ao prazo quinquenal do art. 27 do CDC, mas ao prazo de 3 (três)
anos, conforme previsto no art. 206, § 3º, V, do CC/2002.
Disponível em:
http://www.stj.jus.br/SCON/jt/toc.jsp?edicao=EDI%C7%C3O%20N.%2074:%20DIREITO%20DO%
20
CONSUMIDOR%20III
III – CORRETA - Inicialmente, registre-se que o dano moral coletivo é aferível in re ipsa, ou seja,
sua configuração decorre da mera constatação da prática de conduta ilícita que, de maneira
injusta e intolerável, viole direitos de conteúdo extrapatrimonial da coletividade, revelando-se
despicienda a demonstração de prejuízos concretos ou de efetivo abalo moral. A análise da
configuração do dano moral coletivo, na espécie, não reside na identificação de seus
telespectadores, mas sim nos prejuízos causados a toda sociedade, em virtude da
vulnerabilização de crianças e adolescentes, notadamente daqueles que tiveram sua origem
biológica devassada e tratada de forma jocosa, de modo a, potencialmente, torná-los alvos de
humilhações e chacotas pontuais ou, ainda, da execrável violência conhecida por bullying. A
citada conduta odiosa, que repercute de forma mais contundente e nociva na psique de
crianças e adolescentes, apresenta tamanha relevância, que, atualmente, é objeto da Lei
13.185/2015. No caso dos autos, verifica-se que o quadro do programa televisivo analisado, ao
expor a identidade (imagens e nomes) dos "genitores" das crianças e adolescentes, tornou-os
vulneráveis a toda sorte de discriminações, ferindo o comando constitucional que impõe a
todos (família, sociedade e Estado) o dever de lhes assegurar, com absoluta prioridade, o
direito à dignidade e ao respeito e de lhes colocar a salvo de toda forma de discriminação,
violência, crueldade ou opressão (art. 227 da Constituição da República de 1988). No mesmo
sentido, os artigos 17 e 18 do ECA consagram a inviolabilidade da integridade física, psíquica e
moral das crianças e dos adolescentes, inibindo qualquer tratamento vexatório ou
constrangedor. Nessa perspectiva, a conduta da emissora de televisão - ao exibir quadro que,
potencialmente, poderia criar situações discriminatórias, vexatórias, humilhantes às crianças e
aos adolescentes - traduz flagrante dissonância com a proteção universalmente conferida às
pessoas em franco desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, donde se extrai a
evidente intolerabilidade da lesão ao direito transindividual da coletividade, configurando-se,
portanto, hipótese de dano moral coletivo indenizável.
(REsp 1.517.973-PE, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, julgado em 16/11/2017,
DJe 01/02/2018)

35- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta.


I – A presença do direito penal nas relações de consumo busca tão somente reprimir condutas
indesejáveis e causadoras de danos ao consumidor.
II – Os crimes tipificados no sistema consumerista são crimes de perigo, uma vez que a
ocorrência de dano efetivo ao consumidor não é exigida para a consumação.
III – Os crimes contra as relações de consumo encontram-se previstos exclusivamente no
Código de Defesa do Consumidor.
a) I, II e III são corretas.
b) II e III são corretas.
c) Apenas a III é correta.
d) Apenas a II é correta.
e) Apenas a I é correta.
Gabarito: D
I – Incorreta. O Direito Penal do Consumidor tem por escopo não apenas a prevenção de
condutas indesejáveis e causadoras de danos, mas, sobretudo, a prevenção da ocorrência de
condutas lesivas às relações de consumo.
II – Correta. Os crimes tipificados no sistema consumerista são crimes de perigo, uma vez que a
ocorrência de dano efetivo ao consumidor não é exigida para a sua verificação e consumação,
bastando a simples manifestação da conduta para caracterizar a sua ilicitude.
III – Incorreta. CDC, art. 61: Constituem crimes contra as relações de consumo previstas neste
código, sem prejuízo do disposto no Código Penal e leis especiais, as condutas tipificadas nos
artigos seguintes.

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

36- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta.


I – O antigo Código de Menores do Brasil (Dec. n.º 5.083/1926), já tutelava os direitos
subjetivos da criança e do adolescente por meio da adoção de medidas necessárias à sua
proteção integral.
II – É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar,
com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária. A garantia de prioridade compreende a
preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas.
III – O direito à proteção especial da criança, do adolescente e do jovem abrange a garantia de
direitos previdenciários e trabalhistas.
a) I, II e III estão corretas.
b) Apenas a II é correta.
c) Apenas II e III são corretas.
d) Apenas a III é correta.
e) Apenas a I é correta.
Gabarito: C
I – Incorreta. No Código de Menores do Brasil (Dec. n.º 5.083/1926), adotava-se a doutrina da
situação irregular e não a doutrina da proteção integral. Os menores não eram tratados como
sujeitos de direitos. Já o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA (Lei 8.069/90) adota a
doutrina da proteção integral, prevendo em seu art. 1º: Esta Lei dispõe sobre a proteção
integral à criança e ao adolescente. Ademais, prevê seu art. 3º: A criança e o adolescente
gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da
proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios,
todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental,
moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. Parágrafo único. Os
direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e adolescentes, sem
discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou
crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição
econômica, ambiente social, região e local de moradia ou outra condição que diferencie as
pessoas, as famílias ou a comunidade em que vivem.
II – Correta. ECA, art. 4º, caput, parágrafo único, alínea “c”.
III – Correta. CF/88, art. 227, caput e §3º, II.

37- Assinale a alternativa INCORRETA a respeito da Adoção.


a) A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa da realização do estágio de
convivência.
b) O estágio de convivência será cumprido no território nacional, preferencialmente na
comarca de residência da criança ou adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade limítrofe,
respeitada, em qualquer hipótese, a competência do juízo da comarca de residência da criança.
c) O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será inscrita no registro civil
mediante mandado do qual não se fornecerá certidão. O mandado judicial, que será arquivado,
cancelará o registro original do adotado.
d) A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, bem como o nome de seus
ascendentes e nenhuma observação sobre a origem do ato poderá constar nas certidões do
registro.
e) A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional, um registro de crianças e
adolescentes em condições de serem adotados e outro de pessoas interessadas na adoção. O
deferimento da inscrição dar-se-á após prévia consulta aos órgãos técnicos do juizado,
independentemente da oitiva do Ministério Público.
Gabarito: E
a) Correta. ECA, art. 46, §2º.
b) Correta. ECA, art. 46, §5º.
c) Correta. ECA, art. 47, caput e §2º.
d) Correta. ECA, art. 47, §§ 1º e 4º.
e) Incorreta. ECA, art. 50, caput e §1º: O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia
consulta aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o Ministério Público.

38- Assinale a alternativa correta conforme a Lei n. 12.594/2012, que institui o Sistema
Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase).
I – É vedada a aplicação de sanção disciplinar de isolamento a adolescente interno, exceto seja
essa imprescindível para garantia da segurança de outros internos ou do próprio adolescente a
quem seja imposta a sanção, sendo necessária ainda comunicação ao defensor, ao Ministério
Público e à autoridade judiciária em até 24 (vinte e quatro) horas.
II – As medidas socioeducativas de liberdade assistida, de semiliberdade e de internação
deverão ser reavaliadas no máximo a cada 6 (seis) meses, podendo a autoridade judiciária, se
necessário, designar audiência, no prazo máximo de 10 (dez) dias, cientificando o defensor, o
Ministério Público, a direção do programa de atendimento, o adolescente e seus pais ou
responsável.
III – A reavaliação da manutenção, da substituição ou da suspensão das medidas de meio
aberto ou de privação da liberdade e do respectivo plano individual pode ser solicitada a
qualquer tempo, a pedido da direção do programa de atendimento, do defensor, do Ministério
Público, do adolescente, de seus pais ou responsável.
IV - É vedado à autoridade judiciária aplicar nova medida de internação, por atos infracionais
praticados anteriormente, a adolescente que já tenha concluído cumprimento de medida
socioeducativa dessa natureza, ou que tenha sido transferido para cumprimento de medida
menos rigorosa, sendo tais atos absorvidos por aqueles aos quais se impôs a medida
socioeducativa extrema.
a) I, II, III e IV são corretas.
b) I, II e III são corretas.
c) I e II são corretas.
d) Apenas a III é correta.
e) Apenas a IV é correta.
Gabarito: A
I – Correta. Lei 12.594/2012, art. 48, §2º.
II – Correta. Lei 12.594/2012, art. 42, caput.
III - Correta. Lei 12.594/2012, art. 43, caput.
IV - Correta. Lei 12.594/2012, art. 45, §2º.

39- Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao Procedimento de Apuração de Ato


Infracional.
a) O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo, encaminhado à
autoridade policial competente. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o
adolescente será prontamente liberado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e
responsabilidade de sua apresentação ao representante do Ministério Público, no mesmo dia
ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela gravidade do ato
infracional e sua repercussão social, deva o adolescente permanecer sob internação para
garantia de sua segurança pessoal ou manutenção da ordem pública.
b) Em caso de não liberação do adolescente apreendido em flagrante, a autoridade policial
encaminhará, desde logo, o adolescente ao representante do Ministério Público, juntamente
com cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência. Sendo impossível a apresentação
imediata, a autoridade policial encaminhará o adolescente à entidade de atendimento, que fará
a apresentação ao representante do Ministério Público no prazo de quarenta e oito horas.
c) O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional não poderá ser conduzido ou
transportado em compartimento fechado de veículo policial, em condições atentatórias à sua
dignidade, ou que impliquem risco à sua integridade física ou mental, sob pena de
responsabilidade.
d) Se, por qualquer razão, o representante do Ministério Público não promover o arquivamento
ou conceder a remissão, oferecerá representação à autoridade judiciária, propondo a
instauração de procedimento para aplicação da medida socioeducativa que se afigurar a mais
adequada. A representação será oferecida por petição, que conterá o breve resumo dos fatos e
a classificação do ato infracional e, quando necessário, o rol de testemunhas, podendo ser
deduzida oralmente, em sessão diária instalada pela autoridade judiciária.
e) O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do procedimento, estando o adolescente
internado provisoriamente, será de quarenta e cinco dias.
Gabarito: B
a) Correta. ECA, arts. 172 e 174.
b) Incorreta. ECA, art. 175: Em caso de não liberação, a autoridade policial encaminhará,
desde logo, o adolescente ao representante do Ministério Público, juntamente com cópia do
auto de apreensão ou boletim de ocorrência. § 1º Sendo impossível a apresentação imediata,
a autoridade policial encaminhará o adolescente à entidade de atendimento, que fará a
apresentação ao representante do Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas.
c) Correta. ECA, art. 178.
d) Correta. ECA, art. 182, §1º.
e) Correta. ECA, art. 183.

40- Com relação à política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente, pode-se
afirmar que se trata de uma linha de ação da política de atendimento:
a) municipalização do atendimento.
b) proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos da criança e do adolescente.
c) criação e manutenção de programas específicos.
d) integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Segurança
Pública e Assistência Social.
e) realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvimento infantil e sobre prevenção da
violência.
Gabarito: B
Art. 87, ECA. São linhas de ação da política de atendimento:
I - políticas sociais básicas;
II - serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social de garantia de proteção
social e de prevenção e redução de violações de direitos, seus agravamentos ou reincidências;
III - serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial às vítimas de
negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão;
IV - serviço de identificação e localização de pais, responsável, crianças e adolescentes
desaparecidos;
V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos da criança e do adolescente.
VI - políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o período de afastamento do
convívio familiar e a garantir o efetivo exercício do direito à convivência familiar de crianças e
adolescentes;
VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de guarda de crianças e adolescentes
afastados do convívio familiar e à adoção, especificamente inter-racial, de crianças maiores ou
de adolescentes, com necessidades específicas de saúde ou com deficiências e de grupos de
irmãos. OBS. As demais assertivas são diretrizes da política de atendimento (art. 88, ECA).

Bloco II
DIREITO PENAL

41- A respeito do princípio da insignificância, assinale a alternativa INCORRETA.


a) Os Tribunais Superiores fixaram 4 requisitos para aplicação do princípio da insignificância:
Mínima ofensividade da conduta; Ausência de periculosidade social da ação; Reduzido grau de
reprovabilidade do comportamento; Inexpressividade da lesão jurídica causada.
b) Segundo o STJ, a reiteração delitiva não impede o reconhecimento do princípio da
insignificância.
c) Segundo o TSE, não é possível a aplicação do princípio da insignificância em crimes eleitorais.
d) Segundo o princípio da bagatela própria, há insignificância da conduta perpetrada, sendo
materialmente atípica.
e) Segundo o princípio da bagatela imprópria, há uma irrelevância da pena, ainda que o fato
seja relevante. O fato é material e formalmente típico, ilícito e culpável, mas não haverá a
aplicação da pena, pois ela se torna desnecessária, não cumprindo a sua função.
Gabarito: B
Segundo o STJ, a reiteração delitiva impede o reconhecimento do princípio da insignificância.
As demais assertivas encontram-se corretas.

42- A respeito do conceito de crime, assinale a alternativa CORRETA.


I – De acordo com o critério substancial, crime é toda ação ou omissão humana que lesa ou
expõe a perigo de lesão bens jurídicos penalmente tutelados.
II – O conceito de crime fornecido pelo legislador é conhecido como critério material.
III – O Direito Penal Brasileiro acolheu um sistema dicotômico ao fracionar o gênero crime em
duas espécies: infração penal e contravenção.
IV – De acordo com a teoria quadripartite o crime em seu aspecto analítico é comporto de
quatro elementos: fato típico, ilicitude, culpabilidade e punibilidade.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I está incorreta.
c) Apenas II e III estão incorretas.
d) Apenas I e IV estão incorretas.
e) Apenas I, III e IV estão incorretas.
Gabarito: C
I – CORRETA – Trata-se da definição de crime de acordo com o critério substancial, também
chamado de material.
II – INCORRETA - o conceito legal de crime fornecido pelo legislador é o conceito legal
III – INCORRETA - O Direito Penal Brasileiro acolheu um sistema dicotômico ao fracionar o
gênero infração penal em duas espécies: crime e contravenção penal.
IV – CORRETA – O critério analítico, formal ou dogmático se funda nos elementos que compõe a
estrutura do crime. Para a posição quadripartite (minoritária) crime seria composto por fato
típico, ilicitude, culpabilidade e punibilidade. Já para a posição tripartite, o crime seria
composto por fato típico, ilicitude e culpabilidade. Há ainda a posição bipartite segundo a qual
o crime seria composto apenas por fato típico e ilicitude, sendo a culpabilidade pressuposto de
aplicação de pena.

43- Marque a assertiva INCORRETA:


a) O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a
punição por crime culposo, se previsto em lei.
b) É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação
de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva
de culpa e o fato é punível como crime culposo.
c) Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.
d) O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se evitável, isenta
de pena; se inevitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
e) O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se
consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem
o agente queria praticar o crime.
Gabarito: D
a) CORRETA – ART. 20, CP.
b) CORRETA - ART. 20, §1º, CP.
c) CORRETA - ART. 20, §2º, CP.
d) INCORRETA – ART. 21 – O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do
fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
e) CORRETA - ART. 20, §3ºCP

44- Ainda sobre o concurso de infrações penais assinale a alternativa INCORRETA


a) Não há continuidade delitiva entre os crimes de roubo e extorsão, ainda que praticados em
conjunto. Isso porque, os referidos crimes, apesar de serem da mesma natureza, são de
espécies diversas.
b) No Crime continuado do caput do art. 71 do CP, o critério para se determinar o quantum da
majoração (entre 1/6 a 2/3) é apenas a quantidade de delitos cometidos, já no crime
continuado específico (art. 71, parágrafo único, do CP), a fração de aumento será determinada
pela quantidade de crimes praticados e também pela análise das circunstâncias judicias do art.
59 do Código Penal.
c) Se reconhecida a continuidade delitiva específica entre estupros praticados contra vítimas
diferentes, deve ser aplicada exclusivamente a regra do art. 71, parágrafo único, do Código
Penal, a não ser que, em relação a cada uma das vítimas, especificamente, também tenha
ocorrido a prática de crime continuado.
d) Constatando-se a ocorrência de diversos crimes sexuais durante longo período de tempo, é
possível o aumento da pena pela continuidade delitiva no patamar máximo de 2/3 (art. 71 do
CP), ainda que sem a quantificação exata do número de eventos criminosos.
e) Em função da melhor hermenêutica, os crimes descritos nos arts. 168-A e 337-A, apesar de
constarem em títulos diferentes no Código Penal e serem, por isso, topograficamente díspares,
refletem delitos que guardam estreita relação entre si, portanto cabível o instituto da
continuidade delitiva (art. 71 do CP).
Gabarito: C
a) STJ. 5ª Turma. HC 435.792/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/05/2018. STF. 1ª
Turma. HC 114667/SP, rel. org. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado
em 24/4/2018 (Info 899).
b) STJ. 5ª Turma. REsp 1718212/PR, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 19/04/2018.
c) INCORRETA.
RECURSO ESPECIAL. PENAL. ESTUPRO DE VULNERÁVEIS. VÍTIMAS DIVERSAS. CRIME
CONTINUADO. UNIDADE DE DESÍGNIOS. RECONHECIMENTO. NECESSIDADE. FALTA DE
PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 356/STF. CONTINUIDADE DELITIVA COMUM E ESPECÍFICA.
AUMENTO REALIZADO EM DUAS ETAPAS. DESCABIMENTO. ART. 71, PARÁGRAFO ÚNICO, DO
CP. NORMA ESPECIAL. INCIDÊNCIA EXCLUSIVA. 1. O Tribunal de origem não debateu a matéria
referente à necessidade da existência de unidade de desígnios como pressuposto para o
reconhecimento da continuidade delitiva. Os embargos de declaração opostos pelo Ministério
Público, por sua vez, não suscitaram a questão, limitaram-se a sustentar não ser possível a
continuidade entre vítimas distintas, em crimes de natureza sexual. Sendo assim, o tema
debatido no recurso especial carece de prequestionamento, nos termos da Súmula 356/STF. 2.
Se reconhecida a continuidade delitiva específica entre os estupros praticados contra vítimas
diferentes, deve ser aplicada exclusivamente a regra do art. 71, parágrafo único, do Código
Penal, por se tratar de norma
especial em relação ao caput do dispositivo, mesmo que, em relação a cada uma das vítimas,
especificamente, também tenha ocorrido a prática de crime continuado. 3. A quantidade de
infrações praticadas no tocante a todas as vítimas deve ser avaliada uma só vez, refletindo na
fixação do patamar de aumento decorrente da incidência do crime continuado específico, em
cuja estipulação também deverão ser observadas as demais circunstâncias mencionadas no art.
71, parágrafo único, do Código Penal. 4. Tal procedimento não faz com que a continuidade
delitiva existente em relação a cada vítima específica deixe de ser considerada, mas apenas
com que a sua valoração seja feita em conjunto, o que é possível porque parâmetros mínimo e
máximo de aumento previstos no art. 71, parágrafo único, são mais amplos do que aqueles
estabelecidos no caput do mesmo artigo. 5. Com o retorno dos autos para a fixação de novo
patamar de aumento decorrente da continuidade delitiva, fica prejudicado o recurso especial
no tocante ao pedido de redução, à fração mínima, da exasperação da pena, pelo crime
continuado. 6. Recurso especial do Ministério Público não conhecido. Recurso especial
defensivo conhecido parcialmente e, nessa extensão, provido em parte. (REsp 1471651/MG,
Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 13/10/2015, DJe 05/11/2015)
d) STJ. 5ª Turma. HC 311146-SP, Rel. Min. Newton Trisotto (Desembargador convocado do TJ-
SC), julgado em 17/3/2015 (Info 559).
e) STJ. REsp 1212911/RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, julgado em 20/03/2012.

45- Marque a assertiva INCORRETA.


a) Quando o agente ultrapassar as barreiras necessárias na prática do fato típico, cuja ilicitude a
eximente apaga, há excesso, seja no tocante à situação de necessidade, à agressão repelida, ao
dever legal, ou, ainda, ao exercício do direito.
b) Doloso, ou consciente, é o excesso voluntário e proposital. O agente quer ultrapassar os
parâmetros legais, sabendo que assim agindo praticará um delito de natureza dolosa, e por ele
responderá como crime autônomo.
c) Culposo é o excesso decorrente da profunda alteração de ânimo do agente, isto é, medo ou
susto provocado pela situação em que se encontra.
d) Excesso intensivo ou próprio é o que se verifica quando ainda estão presentes os
pressupostos das causas de exclusão da ilicitude.
e) Excesso extensivo ou impróprio é aquele em que não estão mais presentes os pressupostos
das causas de exclusão da ilicitude. Em seguida, o agente ofende bem jurídico alheio,
respondendo pelo resultado dolosa ou culposamente produzido.
Gabarito: C
Exculpante é o excesso decorrente da profunda alteração de ânimo do agente, isto é, medo ou
susto provocado pela situação em que se encontra. Exemplo: depois de tomar conhecimento
de que está jurado de morte em sua faculdade, “A” começa a andar armado, visando se
defender em caso de eventual agressão injusta. Em determinada ocasião, é abordado em local
ermo e escuro por duas pessoas desconhecidas, e, assustado, contra elas efetua
repentinamente disparos de arma de fogo, matando-as.
Essa espécie de excesso encontra certa dose de rejeição pela doutrina e pela jurisprudência. Os
concursos para ingresso no Ministério Público, em geral, não reconhecem essa tese, sob a
alegação de que não possui amparo legal, e, por ser vaga, levaria muitas vezes à impunidade.
Há entendimentos, contudo, no sentido de que o excesso exculpante exclui a culpabilidade, em
razão da inexigibilidade de conduta diversa. A propósito, com a rubrica “excesso escusável”,
dispõe o art. 45, parágrafo único, do Decreto-lei 1.001/1969 – Código Penal Militar: “Não é
punível o excesso quando resulta de escusável surpresa ou perturbação de ânimo, em face da
situação”.
Culposo, ou inconsciente, é o excesso resultante de imprudência, negligência ou imperícia
(modalidades de culpa). O agente responde pelo crime culposo praticado.

46- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I - A pena prevista para o crime de injúria qualificada não é desproporcional, sendo compatível
com a CF/88, considerando que tem por objetivo proteger a dignidade da pessoa humana.
II - Em regra, o advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria ou difamação
puníveis a sua manifestação, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, ainda que
contra o magistrado.
III - Trata-se de hipótese de perdão judicial quando o ofensor e ofendido, projetam
deliberadamente ofensas recíprocas, incitando um ao outro, devendo suportar as aleivosias em
relação de vice e versa.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas.
Gabarito: A
Todas as assertivas estão corretas.
I - STF. 1ª Turma. HC 109676/RJ, rel. Min. Luiz Fux, julgado em 11/6/2013 (Info 710).
II - STJ. 5ª Turma. HC 202059-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 16/2/2012 (Info
491).
III - STF. 1ª Turma. AP 926/AC, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 6/9/2016 (Info 838).

47- Com relação aos crimes contra a inviolabilidade de correspondência, assinale a


alternativa INCORRETA.
a) Quem se apossa indevidamente de correspondência alheia, embora não fechada, para
sonegá-la ou destruí-la, no todo ou em parte incorre nas mesmas penas do crime de violação
de correspondência.
b) No crime de violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou telefônica, se o agente
comete o crime, com abuso de função em serviço postal, telegráfico, radioelétrico ou telefônico
as penas aumentam-se de metade.
c) O crime de violação de correspondência comercial somente se procede mediante
representação.
d) Os crimes previstos no artigo 151 do Código Penal somente se procedem mediante
representação, salvo nos casos do § 1º, IV, e do § 3º.
e) Nos crimes de violação de correspondência, se há dano para outrem as penas aumentam-se
de metade.
Gabarito: B
a) Lei nº 6.538/78
VIOLAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA
Art. 40 - Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada dirigida a outrem:
Pena: detenção, até seis meses, ou pagamento não excedente a vinte dias-multa.
SONEGAÇÃO OU DESTRUIÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA.
§ 1º - Incorre nas mesmas penas quem se apossa indevidamente de correspondência alheia,
embora não fechada, para sonegá-la ou destruí-la, no todo ou em parte.
b) Art. 151, § 3º - Se o agente comete o crime, com abuso de função em serviço postal,
telegráfico, radioelétrico ou telefônico:
Pena - detenção, de um a três anos.
c) Correspondência comercial
Art. 152 - Abusar da condição de sócio ou empregado de estabelecimento comercial ou
industrial para, no todo ou em parte, desviar, sonegar, subtrair ou suprimir correspondência, ou
revelar a estranho seu conteúdo:
Pena - detenção, de três meses a dois anos.
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.
d) Art. 151, § 4º - Somente se procede mediante representação, salvo nos casos do § 1º, IV, e
do § 3º.
e) Art. 151, § 2º - As penas aumentam-se de metade, se há dano para outrem.

48- Julgue as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I - Toda e qualquer forma de estupro é considerada crime hediondo, sendo irrelevante que a
prática de qualquer deles tenha causado, ou não, lesões corporais de natureza grave ou morte.
II - A hediondez ou a gravidade abstrata do delito não obriga, por si só, o regime prisional mais
gravoso, pois o juízo, em atenção aos princípios constitucionais da individualização da pena e
da obrigatoriedade de fundamentação das decisões judiciais, deve motivar o regime imposto
observando a singularidade do caso concreto.
III – De acordo com o entendimento jurisprudencial, a causa de aumento prevista no art. 9º da
Lei de Crimes Hediondos foi revogada tacitamente pela Lei nº 12.015/2009.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas.
Gabarito: A
I – CORRETA - Os crimes de estupro e atentado violento ao pudor, mesmo que cometidos antes
da edição da Lei nº 12.015/2009, são considerados hediondos, ainda que praticados na forma
simples. Em outras palavras, seja antes ou depois da Lei nº 12.015/2009, toda e qualquer forma
de estupro (ou atentado violento ao pudor) é considerada crime hediondo, sendo irrelevante
que a prática de qualquer deles tenha causado, ou não, lesões corporais de natureza grave ou
morte. STJ. 3ª Seção. REsp 1110.520-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
26/9/2012 (Info 505). STF. 1ª Turma. HC 100612/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o
acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 16/8/2016 (Info 835).
II – CORRETA - A hediondez ou a gravidade abstrata do delito não obriga, por si só, o regime
prisional mais gravoso, pois o juízo, em atenção aos princípios constitucionais da
individualização
da pena e da obrigatoriedade de fundamentação das decisões judiciais, deve motivar o regime
imposto observando a singularidade do caso concreto. Assim, é inconstitucional a fixação de
regime inicial fechado com base unicamente na hediondez do delito. STF. 1ª Turma. ARE
935967 AgR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 15/03/2016. STF. 2ª Turma. HC 133617, Rel.
Min. Gilmar Mendes, julgado em 10/05/2016. É inconstitucional a fixação ex lege, com base no
art. 2º, § 1º, da Lei 8.072/1990, do regime inicial fechado, devendo o julgador, quando da
condenação, ater-se aos parâmetros previstos no artigo 33 do Código Penal. STF. Plenário. ARE
1052700 RG, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 02/11/2017.
III – CORRETA - O entendimento do STJ e do STF é no sentido de que a causa de aumento
prevista no art. 9º da Lei de Crimes Hediondos foi revogada tacitamente pela Lei nº
12.015/2009, considerando que esta Lei revogou o art. 224 do CP, que era mencionado pelo
referido art. 9º. STF. Primeira Turma. HC 111246/AC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
11/12/2012 (Info 692).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia.

49- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I - A Lei de Organização Criminosa, ao regulamentar o acordo de colaboração premiada (arts.
4º, §§ 6º a 15, e 7º), empresta ao instituto da colaboração premiada, de forma clara, o caráter
de conformidade no processo penal ou justiça negociada.
II - A fim de dar celeridade às investigações e em face da gravidade da situação investigada, é
possível a infiltração de agentes de polícia em tarefas da investigação, independentemente de
prévia autorização judicial.
III - Embora útil, ou até mesmo indispensável, a colaboração não deve ser banalizada, em razão
dos riscos de acusações indevidas, bem como da exposição dos colaboradores e seus familiares.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas
Gabarito: C
I - CORRETA - A LOC, ao regulamentar o acordo de colaboração premiada (arts. 4º, §§ 6º a 15, e
7º), empresta ao instituto da colaboração premiada, de forma clara, o caráter de conformidade
no processo penal ou justiça negociada, sempre que o acordo envolver a colaboração, e a
superação da visão do instituto como uma mera causa de diminuição de pena, a ser
reconhecida pelo juiz, por ocasião da sentença, tenha ou não havido um acordo formal entre
acusação e defesa.
Gonçalves, Victor Eduardo Rios. Legislação penal especial / Victor Eduardo Rios Gonçalves, José
Paulo Baltazar Junior; coordenador Pedro Lenza. – 2. ed. – São Paulo: Saraiva, 2016, p. 859/860.
II – INCORRETA - Lei 12.850/13, art. 10: A infiltração de agentes de polícia em tarefas de
investigação, representada pelo delegado de polícia ou requerida pelo Ministério Público, após
manifestação técnica do delegado de polícia quando solicitada no curso de inquérito policial,
será precedida de circunstanciada, motivada e sigilosa autorização judicial, que estabelecerá
seus limites.
RESUMO - No ambito da Lei de Organizações Criminosas, Lei nº 12.850/13, temos o seguinte:
-> Infiltração de agentes em atividades investigativas -> imprescindível/necessária prévia
autorização judicial.
-> Ação Controlada -> SEM autorização judicial, porém com prévia comunicação ao juiz.
-> Acesso a Registros, Dados Cadastrais, Documentos e Informações -> SEM autorização
judicial, porém acesso somente as informações cadastrais que informem a qualificação pessoal.
III – CORRETA - Embora útil, ou até mesmo indispensável, a colaboração não deve ser
banalizada, em razão dos riscos de acusações indevidas, bem como da exposição dos
colaboradores e seus familiares (STJ, HC 97.509, Arnaldo Lima, 5ª T., u., 15/06/2010). Bem por
isso, os agentes públicos envolvidos no procedimento devem tomar redobrados cuidados na
avaliação da veracidade das declarações do colaborador, que pode estar motivado por vingança
ou pelo desejo de se livrar da própria culpa, sem esquecer o risco de que a investigação seja
dirigida no sentido desejado pela organização criminosa, valendo-se de supostos colaboradores
pilotados, que façam chegar informações à Polícia como meio de se livrar de rivais ou
comparsas indesejáveis.
Gonçalves, Victor Eduardo Rios. Legislação penal especial / Victor Eduardo Rios Gonçalves, José
Paulo Baltazar Junior; coordenador Pedro Lenza. – 2. ed. – São Paulo: Saraiva, 2016, p. 859/860.

50- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – Pratica lavagem de dinheiro o sujeito que recebe propina por meio de depósitos bancários
fracionados, em valores que não atingem os limites estabelecidos pelas autoridades monetárias
à comunicação compulsória dessas operações.
II – O recebimento de valores em dinheiro tipifica o delito de lavagem, seja quando recebido
pelo próprio agente público, seja quando recebido por interposta pessoa.
III – Se a lavagem de dinheiro envolveu valores vultosos, a pena-base poderá ser aumentada
(“consequências do crime”) tendo em vista que, neste caso, considera-se que o delito violou o
bem jurídico tutelado de forma muito mais intensa do que o usual.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas
Gabarito: C
I - CORRETA - Pratica lavagem de dinheiro o sujeito que recebe propina por meio de depósitos
bancários fracionados, em valores que não atingem os limites estabelecidos pelas autoridades
monetárias à comunicação compulsória dessas operações. Ex: suponhamos que, na época, a
autoridade bancária dizia que todo depósito acima de R$ 20 mil deveria ser comunicado ao
COAF; diante disso, um Deputado recebia depósitos periódicos de R$ 19 mil para burlar essa
regra. Para o STF, isso configura o crime de lavagem. Trata-se de uma forma de ocultação da
origem e da localização da vantagem pecuniária recebida pela prática do crime antecedente.
STF. 2ª Turma. AP 996/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 29/5/2018 (Info 904).
II - INCORRETA - O mero recebimento de valores em dinheiro não tipifica o delito de lavagem,
seja quando recebido pelo próprio agente público, seja quando recebido por interposta pessoa.
STF. 2ª Turma. AP 996/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 29/5/2018 (Info 904).
III – CORRETA - Se a lavagem de dinheiro envolveu valores vultosos, a pena-base poderá ser
aumentada (“consequências do crime”) tendo em vista que, neste caso, considera-se que o
delito violou o bem jurídico tutelado de forma muito mais intensa do que o usual. STF. 1ª
Turma. AP 863/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 23/5/2017 (Info 866).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia>

DIREITO PROCESSUAL PENAL

51- Ainda com relação aos sistemas processuais penais, assinale a alternativa CORRETA.
a) O tema relativo ao sistema processual penal adotado no Brasil é controvertido, não havendo
posição uniforme a respeito.
b) Pelo estudo e analise histórica dos sistemas processuais penais, é possível constatar que
houve uma evolução linear do sistema inquisitório para o acusatório e, ao final, para o misto
em compasso com a valorização do réu como sujeito de direitos e não apenas como um objeto
do processo.
c) O sistema processual acusatório não restringe a ingerência, de ofício, do magistrado antes da
fase processual da persecução penal.
d) No sistema processual inquisitivo, o processo é público; a confissão é elemento suficiente
para a condenação; e as funções de acusação e julgamento são atribuídas a pessoas distintas.
e) Em nosso sistema processual penal, que segue o sistema acusatório puro, não pode o juiz
determinar de ofício a produção de quaisquer provas.
Gabarito: A
O tema relativo ao sistema processual penal adotado no Brasil é controvertido, não havendo
posição uniforme a respeito.
A doutrina e a jurisprudência majoritária apontam o sistema acusatório. Entretanto, há
orientação em sentido oposto, compreendendo no direito brasileiro o sistema misto ou
inquisitivo garantista.
Para os adeptos da primeira corrente, a consagração do modelo acusatório está clara em várias
disposições da Constituição Federal, em especial aquelas que referem a obrigatoriedade de
motivação das decisões judiciais (art. 93, IX) e as garantias da isonomia processual (art. 5.º, I),
do juiz natural (art. 5.º, XXXVII e LIII), do devido processo legal (art. 5.º, LIV), do contraditório,
da ampla defesa (art. 5.º, LV) e da presunção de inocência (art. 5.º, LVII).
Já os defensores do segundo entendimento aduzem que, muito embora a Constituição Federal
tenha incorporado regras pertinentes ao sistema acusatório, o direito brasileiro agasalhou
resquícios do sistema inquisitivo na legislação infraconstitucional, do que é exemplo a
faculdade conferida ao juiz de produzir provas ex officio, prevista genericamente no art. 156 do
CPP e ratificada em várias outras disposições do mesmo Código e da legislação complementar.
(Avena, Norberto Cláudio Pâncaro. Processo penal. 9.ª ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro:
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017. p. 42.)

52- Sobre o Inquérito Policial, nos termos do Código de Processo Penal, é INCORRETO o que
se afirma em:
a) Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado de ofício, mediante requisição da
autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem
tiver qualidade para representá-lo.
b) O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem
ela ser iniciado.
c) Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a
autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não
contrarie a moralidade ou a ordem pública.
d) Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito não caberá nenhum tipo
de recurso.
e) Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a
requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
Gabarito: D
a) Art. 5º, CPP.
b) Art. 5º, §4º, CPP.
c) Art. 7º, CPP.
d) Art. 5º, § 2º, CPP - Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito
caberá recurso para o chefe de Polícia.
e) Art. 5º, §5º, CPP.

53- A respeito da ação penal privada, assinale a alternativa INCORRETA.


a) De acordo com o princípio da disponibilidade à vítima do crime, ao seu representante legal
ou aos seus sucessores (na hipótese do art. 31do CPP) compete decidir sobre a conveniência do
ajuizamento ou não.
b) O proprietário da rádio não pode ser processado criminalmente por ofensas proferidas por
radialista pelo simples fato de ser o titular da empresa e inimigo político do ofendido.
c) É possível condenar o querelante em honorários advocatícios sucumbenciais na hipótese de
rejeição de queixa-crime por ausência de justa causa.
d) Deve ser rejeitada a queixa-crime que, oferecida antes de qualquer procedimento prévio,
impute a prática de infração de menor potencial ofensivo com base apenas na versão do autor
e na indicação de rol de testemunhas, desacompanhada de Termo Circunstanciado ou de
qualquer outro documento hábil a demonstrar, ainda que de modo indiciário, a autoria e a
materialidade do crime.
e) Deve ser rejeitada a queixa-crime que impute ao querelado a prática de crime contra a
honra, mas que se limite a transcrever algumas frases, escritas pelo querelado em sua rede
social, segundo as quais o querelante seria um litigante habitual do Poder Judiciário, sem
esclarecimentos que possibilitem uma análise do elemento subjetivo da conduta do querelado
consistente no intento positivo e deliberado de lesar a honra do ofendido.
Gabarito: A
a) Princípio da oportunidade: à vítima do crime, ao seu representante legal ou aos seus
sucessores (na hipótese do art. 31 do CPP) compete decidir sobre a conveniência do
ajuizamento ou não. Isso porque, em muitos casos, a exposição natural de um processo
criminal pode ser ainda mais prejudicial do que a própria sensação de impunidade provocada
pela inércia em acionar o agente criminoso.
Princípio da disponibilidade: é princípio que decorre da oportunidade. Uma vez ajuizada a ação
penal, sendo o particular o seu titular exclusivo, pode desistir de seu prosseguimento, quer
mediante o perdão (art. 51 do CPP; arts. 105 e 107, V, do CP), quer por meio da omissão na
prática
de atos que revelam desinteresse no prosseguimento da demanda, v.g., seu não
comparecimento injustificado aos atos do processo criminal, acarretando, via de consequência
a perempção da ação (art. 60, III, do CPP).
Avena, Norberto Cláudio Pâncaro. Processo penal. 9.ª ed. São Paulo: MÉTODO, 2017, p. 183
b) STF. 1ª Turma. Pet 5660/PA, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 14/3/2017 (Info 857).
c) STJ. 3ª Seção. EREsp 1218726-RJ, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 22/6/2016 (Info 586).
d) STJ. 5ª Turma. RHC 61822-DF, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 17/12/2015 (Info 577)
e) STJ. Corte Especial. AP 724-DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 20/8/2014 (Info 547).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar?categoria=12&subcategoria=1
26&assunto=290

54- Assinale a alternativa CORRETA de acordo com a jurisprudência.


a) Compete à Justiça Federal a execução de medida de segurança imposta a militar licenciado.
b) A doação eleitoral por meio de “caixa 2” é uma conduta que configura crime eleitoral de
falsidade ideológica (art. 350 do Código Eleitoral). A competência para processar e julgar este
delito é da Justiça Eleitoral, mas a existência de crimes conexos de competência da Justiça
Comum, como corrupção passiva e lavagem de capitais, afasta a competência da Justiça
Eleitoral.
c) Compete à Justiça Estadual processar e julgar os crimes de violação de direito autoral e
contra a lei de software decorrentes do compartilhamento ilícito de sinal de TV por assinatura,
via satélite ou cabo, por meio de serviços de cardsharing.
d) Compete à Justiça Federalo julgamento de crime ambiental decorrente de construção de
moradias de programa habitacional popular, nas hipóteses em que a Caixa Econômica Federal
atue na qualidade de agente financiador da obra.
e) Compete à Justiça Federal o processamento e o julgamento da ação penal que versa sobre
crime praticado no exterior, o qual tenha sido transferido para a jurisdição brasileira, por
negativa de extradição.
Gabarito: E
a) Compete à Justiça Estadual a execução de medida de segurança imposta a militar licenciado.
STJ. 3ª Seção. CC 149.442-RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 09/05/2018 (Info 626).
b) A doação eleitoral por meio de “caixa 2” é uma conduta que configura crime eleitoral de
falsidade ideológica (art. 350 do Código Eleitoral). A competência para processar e julgar este
delito é da Justiça Eleitoral. A existência de crimes conexos de competência da Justiça Comum,
como corrupção passiva e lavagem de capitais, não afasta a competência da Justiça Eleitoral,
por força do art. 35, II, do CE e do art. 78, IV, do CPP. STF. 2ª Turma.PET 7319/DF, Rel. Min.
Edson Fachin, julgado em 27/3/2018 (Info 895).
c) Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes de violação de direito autoral e contra
a lei de software decorrentes do compartilhamento ilícito de sinal de TV por assinatura, via
satélite ou cabo, por meio de serviços de cardsharing. STJ. 3ª Seção.CC 150629-SP, Rel. Min.
Nefi Cordeiro, julgado em 22/02/2018 (Info 620).
d) Compete à Justiça estadual o julgamento de crime ambiental decorrente de construção de
moradias de programa habitacional popular, nas hipóteses em que a Caixa Econômica Federal
atue, tão somente, na qualidade de agente financiador da obra. O fato de a CEF atuar como
financiadora da obra não tem o condão de atrair, por si só, a competência da Justiça Federal.
Isto porque para sua responsabilização não basta que a entidade figure como financeira. É
necessário que ela tenha atuado na elaboração do projeto ou na fiscalização da segurança e da
higidez da obra. STJ. 3ª Seção.CC 139197-RS, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em
25/10/2017 (Info 615).
e) STJ. 3ª Seção. CC 154656-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 25/04/2018 (Info 625).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia>

55- Julgue as assertivas abaixo e assinale e alternativa CORRETA.


I - A intimação da Defensoria Pública, a despeito da presença do defensor na audiência de
leitura da sentença condenatória, somente se aperfeiçoa com sua intimação pessoal, mediante
a remessa dos autos.
II - O termo inicial da contagem do prazo para impugnar decisão judicial é, para o Ministério
Público, a data da entrega dos autos na repartição administrativa do órgão, salvo se a intimação
pessoal tenha se dado em audiência, em cartório ou por mandado.
III - No caso de intimação por Diário de Justiça eletrônico, o termo inicial dos prazos processuais
será o primeiro dia útil seguinte ao da data da publicação. Considera-se como data da
publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça
eletrônico.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas.
Gabarito: C
I – CORRETA - A LC 80/94 (Lei Orgânica da Defensoria Pública) prevê, como uma das
prerrogativas dos Defensores Públicos, que eles devem receber intimação pessoal (arts. 44, I,
89, I e 128, I). Se uma decisão ou sentença é proferida pelo juiz na própria audiência, estando o
Defensor Público presente, pode-se dizer que ele foi intimado pessoalmente naquele ato ou
será necessário ainda o envio dos autos à Defensoria para que a intimação se torne perfeita?
Para que a intimação pessoal do Defensor Público se concretize, será necessária ainda a
remessa dos autos à Defensoria Pública. A intimação da Defensoria Pública, a despeito da
presença do defensor na audiência de leitura da sentença condenatória, somente se aperfeiçoa
com sua intimação pessoal, mediante a remessa dos autos. Assim, a data da entrega dos autos
na repartição administrativa da Defensoria Pública é o termo inicial da contagem do prazo para
impugnação de decisão judicial pela instituição, independentemente de intimação do ato em
audiência. STJ. 3ª Seção. HC 296759-RS, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 23/8/2017
(Info 611). STF. 2ª Turma. HC 125270/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 23/6/2015 (Info
791).
II – INCORRETA - O termo inicial da contagem do prazo para impugnar decisão judicial é, para o
Ministério Público, a data da entrega dos autos na repartição administrativa do órgão, sendo
irrelevante que a intimação pessoal tenha se dado em audiência, em cartório ou por
mandado. STJ. 3ª Seção. REsp 1349935-SE, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em
23/8/2017 (recurso repetitivo) (Info 611).
III – CORRETA - No caso de intimação por Diário de Justiça eletrônico, o termo inicial dos prazos
processuais será o primeiro dia útil seguinte ao da data da publicação. Considera-se como data
da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da
Justiça eletrônico. STF. 1ª Turma. HC 120478/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em
11/3/2014 (Info 738).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
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56- Assinale a alternativa CORRETA.


a) Arguida a falsidade de documento constante dos autos, o juiz mandará autuar em apartado a
impugnação, e em seguida ouvirá a parte contrária, que, no prazo de 3 dias, oferecerá resposta.
b) Havendo fundada dúvida sobre a sanidade mental do indiciado, o delegado de polícia poderá
determinar de ofício a realização do competente exame, com o objetivo de aferir a sua
imputabilidade.
c) Tanto o incidente de insanidade como o de falsidade não podem ser feitos na fase de
inquérito policial.
d) Se os peritos concluírem que o acusado era, ao tempo da infração, irresponsável nos termos
do art. 22 do Código Penal, o processo continuará suspenso até que o acusado se restabeleça.
e) O exame de insanidade mental do acusado não durará mais de quarenta e cinco dias, salvo
se os peritos demonstrarem a necessidade de maior prazo.
Gabarito: E
a) Art. 145. Arguida, por escrito, a falsidade de documento constante dos autos, o juiz
observará o seguinte processo:
I - mandará autuar em apartado a impugnação, e em seguida ouvirá a parte contrária, que, no
prazo de 48 horas, oferecerá resposta;
II - assinará o prazo de 3 dias, sucessivamente, a cada uma das partes, para prova de suas
alegações;
III - conclusos os autos, poderá ordenar as diligências que entender necessárias;
IV - se reconhecida a falsidade por decisão irrecorrível, mandará desentranhar o documento e
remetê-lo, com os autos do processo incidente, ao Ministério Público.
b) Art. 149 do CPP - Quando houver dúvida sobre a integridade mental do acusado, o juiz
ordenará, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, do defensor, do curador, do
ascendente, descendente, irmão ou cônjuge do acusado, seja este submetido a exame médico-
legal.
c) Art. 149 § 1o O exame poderá ser ordenado ainda na fase do inquérito, mediante
representação da autoridade policial ao juiz competente. (incidente de insanidade)
O incidente de falsidade documental pode ser instaurado, unicamente, na fase do processo
judicial, não sendo prevista sua instauração na fase do inquérito policial. Isso ocorre porque
tanto a falsificação como o uso de documento falso constituem crimes de ação penal pública
incondicionada. (Avena, Norberto Cláudio Pâncaro Processo penal – 9.ª ed. rev. e atual. – São
Paulo: MÉTODO, 2017. p. 298).
d) Art. 151. Se os peritos concluírem que o acusado era, ao tempo da infração, irresponsável
nos termos do art. 22 do Código Penal, o processo prosseguirá, com a presença do curador.
Art. 152. Se se verificar que a doença mental sobreveio à infração o processo continuará
suspenso até que o acusado se restabeleça, observado o § 2o do art. 149.
e) Correta. art. 150, § 1o O exame não durará mais de quarenta e cinco dias, salvo se os peritos
demonstrarem a necessidade de maior prazo.

57- Marque a alternativa INCORRETA.


a) Quando qualquer das partes pretender recusar o juiz, somente poderá fazê-lo em petição
assinada por ela própria, aduzindo as suas razões acompanhadas de prova documental ou do
rol de testemunhas e se reconhecer a suspeição, o juiz sustará a marcha do processo, mandará
juntar aos autos a petição do recusante com os documentos que a instruam, e por despacho se
declarará suspeito, ordenando a remessa dos autos ao substituto.
b) O juiz, o órgão do Ministério Público, os serventuários ou funcionários de justiça e os peritos
ou intérpretes abster-se-ão de servir no processo, quando houver incompatibilidade ou
impedimento legal, que declararão nos autos. Se não se der a abstenção, a incompatibilidade
ou impedimento poderá ser arguido pelas partes, seguindo-se o processo estabelecido para a
exceção de suspeição.
c) Haverá conflito de jurisdição quando duas ou mais autoridades judiciárias se considerarem
competentes, ou incompetentes, para conhecer do mesmo fato criminoso ou quando entre
elas surgir controvérsia sobre unidade de juízo, junção ou separação de processos.
d) A suspeição dos jurados deverá ser arguida oralmente, decidindo de plano do presidente do
Tribunal do Júri, que a rejeitará se, negada pelo recusado, não for imediatamente comprovada,
o que tudo constará da ata.
e) Os juízes e tribunais, sob a forma de representação, e a parte interessada, sob a de
requerimento, darão parte escrita e circunstanciada do conflito, perante o tribunal
competente, expondo os fundamentos e juntando os documentos comprobatórios.
Gabarito: A
a) Art. 98. Quando qualquer das partes pretender recusar o juiz, deverá fazê-lo em petição
assinada por ela própria ou por procurador com poderes especiais, aduzindo as suas razões
acompanhadas de prova documental ou do rol de testemunhas.
Art. 99. Se reconhecer a suspeição, o juiz sustará a marcha do processo, mandará juntar aos
autos a petição do recusante com os documentos que a instruam, e por despacho se declarará
suspeito, ordenando a remessa dos autos ao substituto.
b) Art. 112. O juiz, o órgão do Ministério Público, os serventuários ou funcionários de justiça e
os peritos ou intérpretes abster-se-ão de servir no processo, quando houver incompatibilidade
ou impedimento legal, que declararão nos autos. Se não se der a abstenção, a
incompatibilidade ou impedimento poderá ser argüido pelas partes, seguindo-se o processo
estabelecido para a exceção de suspeição.
c) Art. 114. Haverá conflito de jurisdição:
I - quando duas ou mais autoridades judiciárias se considerarem competentes, ou
incompetentes, para conhecer do mesmo fato criminoso;
II - quando entre elas surgir controvérsia sobre unidade de juízo, junção ou separação de
processos.
d) Art. 106. A suspeição dos jurados deverá ser argüida oralmente, decidindo de plano do
presidente do Tribunal do Júri, que a rejeitará se, negada pelo recusado, não for imediatamente
comprovada, o que tudo constará da ata.
e) Art. 116. Os juízes e tribunais, sob a forma de representação, e a parte interessada, sob a de
requerimento, darão parte escrita e circunstanciada do conflito, perante o tribunal
competente, expondo os fundamentos e juntando os documentos comprobatórios.

58- Julgue as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I - A ausência de lacre em todos os documentos e bens, mesmo quando ocorra em razão da
grande quantidade de material apreendido, torna automaticamente ilegítima a prova obtida.
II - Não há ilegalidade na perícia de aparelho de telefonia celular pela polícia, sem prévia
autorização judicial, na hipótese em que seu proprietário - a vítima - foi morto, tendo o referido
telefone sido entregue à autoridade policial por sua esposa.
III - Não deve ser acolhida a alegação de nulidade em razão da não observância da ordem de
formulação de perguntas às testemunhas, estabelecida pelo art. 212 do CPP, se a parte não se
desincumbiu do ônus de demonstrar o prejuízo decorrente da inversão da ordem de inquirição
das testemunhas.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas.
Gabarito: D
I – INCORRETA - A ausência de lacre em todos os documentos e bens - que ocorreu em razão da
grande quantidade de material apreendido - não torna automaticamente ilegítima a prova
obtida. STJ. 5ª Turma. RHC 59414-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em
27/6/2017 (Info 608).
II – CORRETA - Não há ilegalidade na perícia de aparelho de telefonia celular pela polícia, sem
prévia autorização judicial, na hipótese em que seu proprietário - a vítima - foi morto, tendo o
referido telefone sido entregue à autoridade policial por sua esposa. STJ. 6ª Turma.RHC 86076-
MT, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. Acd. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 19/10/2017
(Info 617). Cuidado para não confundir: Sem prévia autorização judicial, são nulas as provas
obtidas pela polícia por meio da extração de dados e de conversas registradas no Whatsapp
presentes no celular do suposto autor de fato delituoso, ainda que o aparelho tenha sido
apreendido no momento da prisão em flagrante. STJ. 5ª Turma. RHC 67379-RN, Rel. Min.
Ribeiro Dantas, julgado em 20/10/2016 (Info 593). STJ. 6ª Turma. RHC 51531-RO, Rel. Min. Nefi
Cordeiro, julgado em 19/4/2016 (Info 583).
III – CORRETA - A inobservância ao disposto no art. 212 do Código de Processo Penal gera
nulidade meramente relativa. São necessárias para seu reconhecimento a alegação no
momento oportuno e a comprovação do efetivo prejuízo. STJ. 6ª Turma. AgRg no RHC
62.461/MG, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 03/10/2017.
(CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia>)

59- Assinale a alternativa INCORRETA.


a) A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem
econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal,
quando houver indícios da existência do crime e de sua autoria.
b) Será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa
ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser
colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese
recomendar a manutenção da medida.
c) A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre motivada e o
juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do processo, verificar a falta de motivo
para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
d) Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato em estado
de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício
regular de direito, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória,
mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação.
e) Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva
decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do Ministério
Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial.
Gabarito: A
a) Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da
ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei
penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.
b) Art. 313 Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida
sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para
esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação,
salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida.
c) Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre
motivada.
Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do processo, verificar a falta de
motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a
justifiquem.
d) art. 310, Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente
praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no
2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao
acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais,
sob pena de revogação.
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
e) Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão
preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do
Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial.

60- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA


I - No âmbito do STJ, entende-se que é indispensável a defesa preliminar nas hipóteses do art.
514 do Código de Processo Penal, mesmo quando a denúncia é lastreada em inquérito policial,
já que a finalidade precípua dessa defesa é a de evitar a propositura de ações penais temerárias
contra funcionários públicos.
II – Segundo o STF, é desnecessária a resposta preliminar de que trata o art. 514 do Código de
Processo Penal, na ação penal instruída por inquérito policial.
III – Os Tribunais Superiores compreendem que a nulidade eventualmente configurada em
razão da falta de notificação para defesa preliminar é absoluta, não sendo necessária a
demonstração de prejuízo, não recluindo com o decurso do tempo.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas.
Gabarito: E
No âmbito do STF, entende-se que é indispensável a defesa preliminar nas hipóteses do art.
514 do Código de Processo Penal, mesmo quando a denúncia é lastreada em inquérito
policial, já que a finalidade precípua dessa defesa é a de evitar a propositura de ações penais
temerárias contra funcionários públicos. (ASSERTIVA I)
Já no STJ, consagrou-se entendimento oposto, compreendendo-se, nos termos da Súmula 330,
que “é desnecessária a resposta preliminar de que trata o art. 514 do Código de Processo
Penal, na ação penal instruída por inquérito policial”. (ASSERTIVA II)
Sem embargo dessa divergência, compreendemos que a posição externada pela Súmula 330 do
STJ, é a mais acertada. Afinal, se o acusado já teve a oportunidade de apresentar suas
justificativas na fase extrajudicial e se estas não foram suficientes para convencer o Ministério
Público quanto ao não ajuizamento da ação penal, parece desnecessário renovar-lhe essa
oportunidade, até porque, em tese, não serão diferentes seus argumentos de defesa.
De todo o modo, cabe ressaltar que ambas as Cortes Superiores – STF e STJ – compreendem
que a nulidade eventualmente configurada em razão da falta de notificação para defesa
preliminar é relativa, devendo ser arguida tempestivamente, com demonstração de prejuízo,
sob pena de preclusão. (ASSERTIVA III)
(Avena, Norberto Cláudio Pâncaro Processo penal / Norberto Avena. – 9.ª ed. rev. e atual. – Rio
de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017. p. 530/531). Destacamos.

DIREITO CONSTITUCIONAL

61- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – As Constituições concisas resultam numa maior estabilidade do arcabouço constitucional,
bem como numa flexibilidade que permite adaptar a Constituição a situações novas e
imprevistas do desenvolvimento institucional de um povo, a suas variações mais sentidas de
ordem política, econômica e financeira, a necessidades, sobretudo, de improvisar soluções que
poderiam, contudo, esbarrar na rigidez dos obstáculos constitucionais.
II – Formalmente constitucional será aquele texto que contiver as normas fundamentais e
estruturais do Estado, a organização de seus órgãos, os direitos e garantias fundamentais.
Material, por seu turno, será aquela Constituição que elege como critério o processo de sua
formação, e não o conteúdo de suas normas. Assim, qualquer regra nela contida terá o caráter
de constitucional.
III – As constituições dogmáticas são sempre escritas e partem de teorias preconcebidas, de
planos e sistemas prévios, de ideologias bem declaradas, de dogmas políticos. São elaboradas
de uma só vez, racionalmente, por uma Assembleia Constituinte.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas
Gabarito: C
I – CORRETA - Quanto à extensão, podem as Constituições ser sintéticas (concisas, breves,
sumárias, sucintas, básicas) ou analíticas (amplas, extensas, largas, prolixas, longas,
desenvolvidas, volumosas, inchadas).
Sintéticas seriam aquelas enxutas, veiculadoras apenas dos princípios fundamentais e
estruturais do Estado. Não descem a minúcias, motivo pelo qual são mais duradouras, na
medida em que os seus princípios estruturais são interpretados e adequados aos novos anseios
pela atividade da Suprema Corte. O exemplo lembrado é a Constituição americana, que está em
vigor há mais de 200 anos (é claro, com emendas e interpretações feitas pela Suprema Corte).
Pinto Ferreira, analisando o constitucionalismo pátrio, indica a Constituição de 1891 como
exemplo de sintética.
Paulo Bonavides, a seu turno, e com precisão, observa que “as Constituições concisas ou breves
resultam numa maior estabilidade do arcabouço constitucional, bem como numa flexibilidade
que permite adaptar a Constituição a situações novas e imprevistas do desenvolvimento
institucional de um povo, a suas variações mais sentidas de ordem política, econômica e
financeira, a necessidades, sobretudo, de improvisar soluções que poderiam, contudo, esbarrar
na rigidez dos obstáculos constitucionais”.
II – INCORRETA - O conceito de Constituição pode ser tomado tanto em sentido material como
formal.
Materialmente constitucional será aquele texto que contiver as normas fundamentais e
estruturais do Estado, a organização de seus órgãos, os direitos e garantias fundamentais.
Como exemplo podemos citar a Constituição do Império do Brasil, de 1824, que, em seu art.
178, prescrevia ser constitucional somente o que dissesse respeito aos limites e atribuições
respectivos dos poderes políticos e aos direitos políticos e individuais dos cidadãos; tudo o que
não fosse constitucional poderia ser alterado, sem as formalidades referidas (nos arts. 173 a
177), pelas legislaturas ordinárias.
Formal, por seu turno, será aquela Constituição que elege como critério o processo de sua
formação, e não o conteúdo de suas normas. Assim, qualquer regra nela contida terá o caráter
de constitucional. A brasileira de 1988 é formal!
III – CORRETA - Quanto ao modo de elaboração as Constituições poderão ser dogmáticas
(também denominadas “sistemáticas”, segundo J. H. Meirelles Teixeira) ou históricas.
Dogmáticas, sempre escritas, consubstanciam os dogmas estruturais e fundamentais do estado
ou, como bem observou Meirelles Teixeira, “... partem de teorias preconcebidas, de planos e
sistemas prévios, de ideologias bem declaradas, de dogmas políticos... São elaboradas de um só
jato, reflexivamente, racionalmente, por uma Assembleia Constituinte”. Como exemplo,
destacamos a brasileira de 1988.
Históricas, constituem-se através de um lento e contínuo processo de formação, ao longo do
tempo, reunindo a história e as tradições de um povo. Aproximam-se, assim, da costumeira e
têm como exemplo a Constituição inglesa.
Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 22. ed. – São Paulo: Saraiva Educação,
2018, p. 117/119. Destacamos.

62- A respeito do Poder Constituinte Derivado marque a assertiva INCORRETA.


a) O Poder Constituinte Derivado é criado e instituído pelo Poder Constituinte Originário.
b) Também recebe o nome de poder constituinte de segundo grau ou remanescente.
c) Trata-se de um poder de fato, um poder político, uma força social.
d) É um poder limitado e condicionado aos parâmetros impostos pelo Poder Constituinte
Originário.
e) Deve obedecer às regras colocadas e impostas pelo Poder Constituinte Originário.
Gabarito: C
Na verdade, são características do Poder Constituinte Originário e não do derivado.

63- Ao tratar sobre a retroatividade das normas constitucionais, o STF estabeleceu que as
novas normas constitucionais têm:
a) Retroatividade média, a nova norma alcança prestações pendentes de negócios celebrados
no passado, além de prestações futuras.
b) Retroatividade mínima, nunca podendo ter retroatividade média ou máxima.
c) Irretroatividade, a lei não retroage para sequer alcançar fatos passados. Só alcança negócios
celebrados a partir de quando entrar em vigor.
d) Retroatividade máxima, a nova norma alcança fatos já consumados no passado, inclusive já
alcançados pela coisa julgada.
e) Retroatividade mínima, a nova norma alcança prestações futuras de negócios celebrados no
passado.
Gabarito: E
a) O conceito de retroatividade média está correto, porém, segundo o STF as novas normas
constitucionais têm retroatividade mínima.
b) As normas constitucionais, em regra, possuem retroatividade mínima, mas podem adotar
retroatividade média e máxima, se assim o constituinte regular.
c) O conceito de irretroatividade está correto, porém, segundo o STF as novas normas
constitucionais têm retroatividade mínima.
d) O conceito de retroatividade máxima está correto, porém, segundo o STF as novas normas
constitucionais têm retroatividade mínima.
e) CORRETA.

64- Assinale a alternativa INCORRETA com base no entendimento sumulado pelos tribunais
superiores.
a) É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de
consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.
b) É competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento
comercial.
c) Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e
militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal.
d) A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de
processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União.
e) A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é da competência dos
Municípios.
Gabarito: E
a) Súmula Vinculante 2, STF.
b) Súmula Vinculante 38, STF.
c) Súmula Vinculante 39, STF.
d) Súmula Vinculante 46, STF.
e) INCORRETA - Súmula 19, STF - A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é
da competência da União.

65- A respeito das emendas parlamentares, analise as assertivas a seguir e assinale a


alternativa CORRETA de acordo com a jurisprudência.
I - É possível que haja emendas parlamentares em projetos de lei de iniciativa dos Poderes
Executivo e Judiciário, desde que cumpram dois requisitos: a) guardem pertinência temática
com a proposta original (tratem sobre o mesmo assunto); b) não acarretem em aumento de
despesas.
II – A iniciativa de projetos de lei que tratem sobre a organização e o funcionamento dos
Tribunais de Contas é reservada privativamente ao próprio Tribunal (arts. 73 e 96, II, “b”, da
CF/88), por tal razão, não é possível que haja emendas parlamentares em projetos de lei de
iniciativa do Tribunal de Contas.
III - É incompatível com a Constituição a apresentação de emendas parlamentares sem relação
de pertinência temática com medida provisória submetida à sua apreciação.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I está incorreta
c) Apenas II está incorreta
d) Apenas III está incorreta.
e) Todas estão incorretas.
Gabarito: C
I – CORRETA - STF. Plenário. ADI 5087 MC/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 27/8/2014
(Info 756).
STF. Plenário. ADI 1333/RS, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 29/10/2014 (Info 765).
STF. Plenário. ADI 3942/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, jugado em 5/2/2015 (Info 773).
STF. Plenário. ADI 2810/RS, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 20/4/2016 (Info 822).
II – INCORRETA - A iniciativa de projetos de lei que tratem sobre a organização e o
funcionamento dos Tribunais de Contas é reservada privativamente ao próprio Tribunal (arts.
73 e 96, II, “b”, da CF/88). É possível que haja emendas parlamentares em projetos de lei de
iniciativa do Tribunal de Contas, desde que respeitados dois requisitos: a) guardem pertinência
temática com a proposta original (tratem sobre o mesmo assunto); b) não acarretem em
aumento de despesas. STF. Plenário. ADI 5442 MC/DF e ADI 5453 MC/SC, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgado em 17/3/2016 (Info 818).
III – CORRETA - STF. Plenário. ADI 5127/DF, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o acórdão Min.
Edson Fachin, julgado em 15/10/2015 (Info 803). STF. Plenário. ADI 5012/DF, Rel. Min. Rosa
Weber, julgado em 16/3/2017 (Info 857).

66- Embora a regra seja a livre iniciativa, a Constituição Federal estabelece hipóteses de
monopólio. Constitui monopólio da União Federal:
a) A pesquisa e a lavra de riquezas minerais do solo e subsolo, salvo radioisótopos cuja
produção, comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão.
b) A refinação do petróleo nacional ou estrangeiro.
c) Transporte do petróleo refinado e seus derivados básicos, e bem assim o transporte, por
meio de dutos e condutos, de petróleo, seus derivados e de gás de qualquer origem.
d) A produção e comercialização de radioisótopos, que, por seu conteúdo nuclear, não podem
ser objeto de permissão.
e) Importação e exportação de riquezas minerais.
Gabarito: B
CF/88:
Art. 177. Constituem monopólio da União:
I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;
II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;
III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades
previstas nos incisos anteriores;
IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de
petróleo produzidos no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto,
seus derivados e gás natural de qualquer origem;
V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio
de minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja
produção, comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão,
conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constituição Federal.

67- Assinale a alternativa CORRETA a respeito do Poder Executivo.


a) A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado,
sendo considerado eleito o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria de
votos, não computados os em branco e os nulos.
b) O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão conjunta, prestando
o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o
bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.
c) Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos
cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara
dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.
d) Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa
dias depois de aberta a última vaga, sendo que caso a vacância ocorra nos últimos dois anos do
período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita sessenta dias depois da última
vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
e) O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de
Estado, sendo que eles não poderão, sem licença do Supremo Tribunal Federal, ausentar-se do
País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.
Gabarito: C
a) Art. 77, CF A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á,
simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo
de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato
presidencial vigente.
§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado.
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver
a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.
b) art. 78, CF O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do
Congresso Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição,
observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a
independência do Brasil.
c) Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos
respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente
da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.
d) Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição
noventa dias depois de aberta a última vaga.
§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para
ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma
da lei.
e) Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros
de Estado.
Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso
Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.

DIREITO ELEITORAL

68- É vedado ao partido receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou pretexto,
contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através de publicidade
de qualquer espécie, procedente de EXCETO:
a) entes públicos, ressalvadas as dotações legais e do Fundo Partidário.
b) pessoas jurídicas de qualquer natureza.
c) entidade de classe ou sindical.
d) pessoas físicas.
e) entidade ou governo estrangeiros.
Gabarito: D
Art. 31, Lei nº 9.096/95 – Lei dos Partidos Políticos: É vedado ao partido receber, direta ou
indiretamente, sob qualquer forma ou pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou
estimável em dinheiro, inclusive através de publicidade de qualquer espécie, procedente de:
I - entidade ou governo estrangeiros;
II - entes públicos e pessoas jurídicas de qualquer natureza, ressalvadas as dotações referidas
no art. 38 desta Lei e as proveniente do Fundo Especial de Financiamento de Campanha;
(Redação dada pela Lei nº 13.488, de 2017)
III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.488, de 2017)
IV - entidade de classe ou sindical.
V - pessoas físicas que exerçam função ou cargo público de livre nomeação e exoneração, ou
cargo ou emprego público temporário, ressalvados os filiados a partido político. (Incluído pela
Lei nº 13.488, de 2017).

69- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – No Processo de registro de candidatos, o partido que não o impugnou não tem legitimidade
para recorrer da sentença que o deferiu, salvo se se cuidar de matéria constitucional.
II – O Ministério Público Eleitoral possui legitimidade para recorrer da decisão que julga o
pedido de registro de candidatura, mesmo que não haja apresentado impugnação anterior.
III – A AIRC tem por finalidade impedir que o cidadão que não possui as condições de
elegibilidade, ou que tenha uma das causas de inelegibilidade, ou ainda que não tenha
apresentado os documentos exigidos por lei ou resolução do TSE, tenha seu registro deferido
pela Justiça Eleitoral.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas.
Gabarito: A
I – CORRETA – Súmula 11, TSE
II – CORRETA – STF – ARE 728188/RJ – Relator: Min. Ricardo Lewandowski; DJe 154. Divulg. 08-
08-2014 Public. 12-08-2014.
III – CORRETA - OLIVEIRA, João Paulo. Direito Eleitoral para concursos – Salvador: Ed.
JusPodivm, 2016, p. 217.

70- Assinale a alternativa INCORRETA a respeito da representação por condutas vedadas.


a) As multas no caso de prática de condutas vedadas serão duplicadas a cada reincidência.
b) No ano em que se realizar eleição, fica proibida a distribuição gratuita de bens, valores ou
benefícios por parte da Administração Pública, exceto nos casos de calamidade pública, de
estado de emergência ou de programas sociais autorizados em lei e já em execução
orçamentária no exercício anterior.
c) Nos seis meses que antecederem as eleições, na realização de inaugurações é vedada a
contratação de shows artísticos pagos com recursos públicos.
d) O ressarcimento das despesas com o uso de transporte oficial pelo Presidente da República e
sua comitiva em campanha eleitoral será de responsabilidade do partido político ou coligação a
que esteja vinculado.
e) É proibido a qualquer candidato comparecer, nos três meses que precedem o pleito, a
inaugurações de obras públicas.
Gabarito: C
a) Art. 73, § 6º, Lei 9.504/97. As multas de que trata este artigo serão duplicadas a cada
reincidência.
b) Art. 73, § 10, Lei 9.504/97. No ano em que se realizar eleição, fica proibida a distribuição
gratuita de bens, valores ou benefícios por parte da Administração Pública, exceto nos casos de
calamidade pública, de estado de emergência ou de programas sociais autorizados em lei e já
em execução orçamentária no exercício anterior, casos em que o Ministério Público poderá
promover o acompanhamento de sua execução financeira e administrativa.
c) Art. 75, Lei 9.504/97. Nos três meses que antecederem as eleições, na realização de
inaugurações é vedada a contratação de shows artísticos pagos com recursos públicos.
d) Art. 76, Lei 9.504/97. O ressarcimento das despesas com o uso de transporte oficial pelo
Presidente da República e sua comitiva em campanha eleitoral será de responsabilidade do
partido político ou coligação a que esteja vinculado.
e) Art. 77, Lei 9.504/97. É proibido a qualquer candidato comparecer, nos 3 (três) meses que
precedem o pleito, a inaugurações de obras públicas.
Bloco III
DIREITO EMPRESARIAL

71- O conceito de empresário encontra-se descrito no artigo 966, CC. De acordo com este
artigo, considera-se empresário:
a) quem exerce atividade com fins lucrativos, organizada, para a execução ou circulação de
bens e serviços mesmo que de forma não profissional.
b) quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção e
circulação de bens e serviços.
c) quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou
circulação de bens ou serviços.
d) quem seja sócio de sociedade.
e) quem exerce profissionalmente atividade com fins lucrativos, independente da atividade.
Gabarito: C
Artigo 966, CC:
“Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada
para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.”

72- A respeito das sociedades entre cônjuges, marque a assertiva INCORRETA.


a) A proibição de sociedade entre pessoas casadas sob o regime da comunhão universal ou da
separação obrigatória só atinge as sociedades constituídas após a vigência do Código Civil de
2002.
b) A vedação à participação de cônjuges casados nas condições previstas no artigo 977 do
Código Civil refere-se unicamente a uma mesma sociedade
c) Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que tenham
casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória.
d) As restrições previstas no art. 977 do Código Civil impossibilitam que os cônjuges casados
sob os regimes de bens ali previstos contratem entre si tanto sociedades empresárias quanto
sociedades simples.
e) O artigo 977 do Código Civil abrange tanto a participação originária (na constituição da
sociedade) quanto a derivada, isto é, fica vedado o ingresso de sócio casado em sociedade de
que já participa o outro cônjuge.
Gabarito: C
a) III Jornada de Direito Civil - Enunciado 204
b) III Jornada de Direito Civil - Enunciado 205
c) INCORRETA - Art. 977, CC Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com
terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da
separação obrigatória.
d) STJ REsp 1.058.165/RS
e) III Jornada de Direito Civil - Enunciado 205
73- Além das ações existem também outros valores mobiliários emitidos por uma S/A os
quais não representam fração do capital social e não conferem a seus titulares a qualidade de
acionista. Com relação a tais valores mobiliários, assinale a alternativa INCORRETA.
a) As partes beneficiárias conferirão aos seus titulares direito de crédito eventual contra a
companhia, consistente na participação nos lucros anuais.
b) A companhia poderá emitir debêntures que conferirão aos seus titulares direito de crédito
certo contra ela, considerada título executivo extrajudicial.
c) Os bônus de subscrição conferirão aos seus titulares direito de subscrever ações do capital
social, que será exercido mediante apresentação do título à companhia e pagamento do preço
de emissão das ações.
d) As partes beneficiárias servem à companhia como instrumento de autofinanciamento ou
como remuneração da prestação de serviços e podem ser emitidas tanto por companhias
abertas como por companhias fechadas.
e) A debênture poderá ter garantia real ou garantia flutuante, não gozar de preferência ou ser
subordinada aos demais credores da companhia.
Gabarito: D
a) Art. 46, §1º, LSA.
b) Art. 52, LSA e 784, I, CPC
c) Art. 75, Parágrafo único, LSA.
d) INCORRETA - Art. 47. As partes beneficiárias poderão ser alienadas pela companhia, nas
condições determinadas pelo estatuto ou pela assembleia geral, ou atribuídas a fundadores,
acionistas ou terceiros, como remuneração de serviços prestados à companhia.
Parágrafo único. É vedado às companhias abertas emitir partes beneficiárias.
e) Art. 58, LSA.

74- Sobre os princípios e características dos títulos de crédito assinale a alternativa


INCORRETA.
a) Os títulos de crédito são considerados bens móveis, sujeitando-se aos princípios que
norteiam a circulação desses bens.
b) Segundo o princípio da autonomia, o título de crédito configura documento constitutivo de
direito novo, autônomo, originário e sempre completamente desvinculado da relação que lhe
deu origem.
c) Representam obrigações quesíveis, cabendo ao credor, em regra, dirigir-se ao devedor para
receber a importância devida.
d) Além dos princípios da cartularidade, literalidade e autonomia, alguns autores ainda
apontam a independência ou substantividade e a legalidade ou tipicidade como princípios dos
títulos de crédito.
e) A emissão do título de crédito e sua entrega ao credor tem, em regra, natureza pro solvendo.
Gabarito: B
Entende-se que o título de crédito só é autônomo, ou seja, desvinculado da relação que lhe deu
origem após a circulação.
75- Analise as assertivas a seguir e assinale a alternativa CORRETA de acordo com o
entendimento jurisprudencial sobre a falência do devedor empresário.
I - A extinção das obrigações do falido extingue e impede o prosseguimento de execução
ajuizada contra avalista e devedor solidário.
II – Trata-se de entendimento consolidado que a decretação da extinção das obrigações do
falido prescinde da apresentação de prova da quitação de tributos.
III - O autor do pedido de falência não precisa demonstrar que existem indícios da insolvência
ou da insuficiência patrimonial do devedor, bastando que a situação se enquadre em uma das
hipóteses do art. 94 da Lei nº 11.101/2005.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I está correta.
c) Apenas II está correta.
d) Apenas III está correta.
e) Nenhuma está correta.
Gabarito: D
I – INCORRETA - A extinção das obrigações do falido, em decorrência da aplicação do art. 135,
III, do Decreto-Lei nº 7.661/45 (art. 158, III, da Lei nº 11.101/2005), não extingue nem impede o
prosseguimento de execução ajuizada contra avalista e devedor solidário. STJ. 4ª Turma. REsp
1104632-PR, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 20/4/2017 (Info 605).
II – INCORRETA - Nos processos de falência ajuizados anteriormente à vigência da Lei nº
11.101/2005, a decretação da extinção das obrigações do falido prescinde da apresentação de
prova da quitação de tributos. STJ. 3ª Turma.REsp 1426422-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi,
julgado em 28/3/2017 (Info 601). Existe divergência se, na vigência da Lei nº 11.101/2005, a
quitação dos tributos é condição para a extinção das obrigações do falido. A Min. Nancy
Andrighi sustenta que sim. A redação literal do art. 191 do CTN é de que a extinção das
obrigações do falido requer prova de quitação de todos os tributos.
III – CORRETA - STJ. 3ª Turma. REsp 1532154-SC, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado
em 18/10/2016 (Info 596).

76 - Assinale a alternativa INCORRETA.


a) Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário que recebe por
endosso translativo título de crédito contendo vício formal extrínseco ou intrínseco, ficando
ressalvado seu direito de regresso contra os endossantes e avalistas.
b) O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota promissória sem
força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao vencimento do título.
c) Em ação monitória fundada em cheque prescrito ajuizada contra o emitente, é indispensável
a menção ao negócio jurídico subjacente à emissão da cártula.
d) O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de cheque sem força
executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte à data de emissão estampada na cártula.
e) O endossatário de título de crédito por endosso-mandato só responde por danos
decorrentes de protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário.
Gabarito: C
a) Súmula 475-STJ
b) Súmula 504-STJ
c) Súmula 531-STJ: ação monitória fundada em cheque prescrito ajuizada contra o emitente, é
dispensável a menção ao negócio jurídico subjacente à emissão da cártula.
d) Súmula 503-STJ
e) Súmula 476-STJ

DIREITO TRIBUTÁRIO

77- Assinale a alternativa INCORRETA com relação à taxa.


a) A taxa, de modo diverso do imposto, é exação bilateral, contraprestacional e sinalagmática.
b) A taxa de polícia, denominada também de taxa de fiscalização, será exigida em razão de atos
de polícia realizados pela Administração Pública, pelos mais variados órgãos ou entidades
fiscalizatórias.
c) Os requisitos da taxa de serviço são cumulativos e dão os limites necessários à exigibilidade
da taxa de serviço, sempre dotada de especificidade e divisibilidade.
d) Há apenas dois tipos de taxa: a taxa de polícia e a taxa de serviço.
e) Pagar-se-á taxa de polícia em função do exercício efetivo ou potencial do poder de polícia
administrativa.
Gabarito: E
a) A taxa é tributo vinculado à ação estatal, sujeitando-se à atividade pública, e não à atividade
do particular. Deverá ser exigida pelas entidades impositoras (União, Estados, Municípios e
Distrito Federal), não se admitindo a exigência em face de atuação de empresa privada. De
modo diverso do imposto, é exação bilateral, contraprestacional e sinalagmática. Seu
disciplinamento vem do art. 145, II, da CF, c/c os arts. 77 a 79 do CTN.
b) e e) A taxa de polícia, denominada também de taxa de fiscalização, será exigida em razão de
atos de polícia realizados pela Administração Pública, pelos mais variados órgãos ou entidades
fiscalizatórias. Pagar-se-á tal taxa em função do “exercício regular do poder de polícia
administrativa”, tendente a limitar direitos ou liberdades individuais em benefício da
coletividade. A esse propósito, dispõe o parágrafo único do art. 78 do CTN:
“Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão
competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de
atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder”.
c) A taxa de serviço será cobrada em razão da prestação estatal de um serviço público específico
e divisível. Note que são requisitos cumulativos, que dão os limites necessários à exigibilidade
da taxa de serviço, sempre dotada de especificidade e divisibilidade, segundo dispõe o art. 79, II
e III, do CTN. Ressalte-se que a prestação do serviço público poderá ser de utilização efetiva (art.
79, I, a, do CTN) ou potencial (art. 79, I, b, do CTN).
d) A taxa tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia e/ou a utilização,
efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível prestado ao contribuinte ou posto à
sua disposição (art. 79, I, II e III, do CTN). Há dois tipos de taxa: a taxa de polícia e a taxa de
serviço.
Sabbag, Eduardo de Moraes- Direito Tributário Essencial. 14. ed. rev., atual. E ampl. – Rio de
Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014, p.67/68

78- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I - A capacidade tributária é intransferível, irrenunciável e indelegável não se confundindo com
a competência tributária ativa, que é administrativa e delegável.
II - Apesar de irrenunciável e intransferível, o exercício da capacidade tributária pode ser
considerado facultativo, cabendo a cada ente tributante decidir sobre o exercício da capacidade
tributária.
III - Admite-se a delegação de atribuições administrativas, como, por exemplo, a transferência
das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos a outra pessoa jurídica de Direito Público, o que
não se confunde com a inadequada “delegação de capacidade tributária”.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas.
Gabarito: E
A competência tributária é intransferível, irrenunciável e indelegável (art. 7.º, caput, do CTN),
não se confundindo com a capacidade tributária ativa, que é “administrativa e delegável”. No
entanto, apesar de irrenunciável e intransferível, o exercício da competência tributária pode ser
considerado facultativo, cabendo a cada ente tributante decidir sobre o exercício da
competência tributária (art. 8.º do CTN).
Admite-se a delegação de atribuições administrativas, como, por exemplo, a transferência das
funções de arrecadar ou fiscalizar tributos a outra pessoa jurídica de Direito Público, o que não
se confunde com a inadequada “delegação de competência tributária” (art. 7.º, § 3.º, do CTN).
Tal transferência tem sido chamada na doutrina de “atribuição de capacidade tributária ativa”.
Sabbag, Eduardo de Moraes- Direito Tributário Essencial / Eduardo de Moraes Sabbag. – 14. ed.
rev., atual. E ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, out./2014, p. 58

79- De acordo com o CTN, a partir de qual momento efetivamente existirá o crédito
tributário?
a) Desde a existência da obrigação tributária.
b) Desde o momento da prática do fato gerador.
c) Desde o lançamento tributário.
d) Desde o não pagamento da obrigação tributária.
e) Desde a ocorrência da hipótese de incidência.
Gabarito: C
(...) o Código Tributário Nacional adota o lançamento tributário como procedimento
administrativo necessário para constituição do crédito tributário, ao estabelecer:
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário
pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a
ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável,
calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a
aplicação da penalidade cabível.
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena
de responsabilidade funcional.
Na redação desse dispositivo, conseguimos extrair que a autoridade administrativa terá
competência para constituir o crédito tributário pelo lançamento, demonstrando que a opção
do legislador foi separar o momento do surgimento da obrigação tributária daquele do crédito
tributário.
No momento em que o contribuinte praticar o fato gerador do tributo, surgirá a
concretização da obrigação tributária respectiva, mas ainda não o efetivo crédito tributário
que apenas será constituído com o posterior lançamento. O crédito tributário surge com o
lançamento.
Novais, Rafael. Direito tributário facilitado / Rafael Novais. – 3. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de
Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2018, p. 341/342. Destacamos.

80- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I - O fato de o imóvel estar vago ou sem edificação é suficiente para retirar a garantia
constitucional da imunidade tributária. Não é possível considerar que determinado imóvel está
voltado à finalidade essencial da entidade se ele está sem edificação ou ocupação.
II - Segundo o STF, as prestadoras de serviços de composição gráfica, que realizam serviços por
encomenda de empresas jornalísticas ou editoras de livros, estão abrangidas pela imunidade
tributária prevista no art. 150, VI, d, da CF.
III - De acordo com o STJ, quando uma igreja compra um terreno baldio, mesmo que para a
construção de um templo, somente goza de imunidade quanto a esse bem quando o projeto já
estiver concluído e o templo construído.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas.
Gabarito: E
I – INCORRETA - E se o imóvel da instituição de ensino estiver vago ou não edificado, ele,
mesmo assim, gozará da imunidade? SIM. O fato de o imóvel estar vago ou sem edificação não
é suficiente, por si só, para retirar a garantia constitucional da imunidade tributária. Não é
possível considerar que determinado imóvel está voltado a finalidade diversa da exigida pelo
interesse público apenas pelo fato de, momentaneamente, estar sem edificação ou ocupação.
Em suma, essa imunidade tributária é aplicada aos bens imóveis, temporariamente ociosos, de
propriedade das instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos que
atendam os requisitos legais. STF. 1ª Turma. RE 385091/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
6/8/2013 (Info 714). STF. Plenário. RE 767332/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
31/10/2013 (repercussão geral).
II – INCORRETA - Segundo o STF, as prestadoras de serviços de composição gráfica, que
realizam serviços por encomenda de empresas jornalísticas ou editoras de livros, não estão
abrangidas pela imunidade tributária prevista no art. 150, VI, d, da CF. As empresas que fazem
composição gráfica para editoras, jornais etc. são meras prestadoras de serviço e, por isso, a
elas não se aplica a imunidade tributária. STF. 2ª Turma. RE 434826 AgR/MG, rel. orig. Min.
Cezar Peluso, red. p/ o acórdão Min. Celso de Mello, julgado em 19/11/2013 (Info 729).
III – INCORRETA - Determinada Igreja efetuou a compra de um terreno baldio (imóvel vago) que
seria utilizado para a construção de um templo, conforme um projeto que já estava aprovado.
O Município efetuou o lançamento do ITBI afirmando que a Igreja somente gozaria de
imunidade quanto a esse bem quando o projeto já estivesse concluído e o templo construído. A
tese do Município foi aceita pelo STJ? NÃO. Segundo decidiu o STJ, haveria imunidade no
presente caso. Em se tratando de entidade religiosa, há presunção relativa de que o imóvel da
entidade está vinculado às suas finalidades essenciais, o que impede a cobrança de impostos
sobre aquele imóvel de acordo com o art. 150, VI, “c”, da CF. A descaracterização dessa
presunção para que incida ITBI sobre imóvel de entidade religiosa é ônus da Fazenda Pública
municipal, nos termos do art. 333, II, do CPC/1973 (art. 373, II, do CPC/2015). Em suma, para
fins de cobrança de ITBI, é do município o ônus da prova de que imóvel pertencente a entidade
religiosa está desvinculado de sua destinação institucional. STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp
444193-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 4/2/2014 (Info 534).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia>

81- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – O pagamento indevido ou a maior será restituído (administrativa ou judicialmente),
independentemente de provas sobejas, bastando a apresentação da guia de recolhimento
autenticada, para que se formalize o pedido do valor.
II – No entendimento do STJ o prazo prescricional para a repetição de indébito se interrompe
em face de pedido formulado na esfera administrativa.
III – O CTN dispõe que é de cinco anos o prazo para a repetição do valor pago indevidamente,
contados da data extinção do crédito tributário pelo pagamento.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas
Gabarito: C
I – CORRETA - O CTN, tirante os prazos habitualmente oponíveis à Fazenda, trata de lapsos
temporais para o contribuinte pleitear a restituição de quantias pagas indevidamente.
Se o tributo for pago a maior, o contribuinte verá nascer o direito à restituição, sem qualquer
óbice a ser criado pelo Fisco. O pagamento indevido ou a maior será restituído (administrativa
ou judicialmente), independentemente de provas sobejas, bastando a apresentação da guia de
recolhimento (autenticada, conforme o entendimento do STJ, no REsp 267.007/SP-2005) para
que se formalize o pedido do valor.
II – INCORRETA - No entendimento do STJ, aliás, o prazo prescricional para a repetição de
indébito não se interrompe e/ou suspende, em face de pedido formulado na esfera
administrativa (AgRgAg 629.184/MG-2005).
III – CORRETA - O CTN dispõe que é de cinco anos o prazo para a repetição (devolução) do valor
pago indevidamente, contados da data extinção do crédito tributário pelo pagamento.
Sabbag, Eduardo de Moraes - Direito Tributário Essencial / Eduardo de Moraes Sabbag. – 14.
ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014, p. 188/189.
Destacamos.
Art. 168, CTN. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5
(cinco) anos, contados:
I – nas hipóteses dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito tributário;
II – na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar definitiva a decisão
administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado
ou rescindido a decisão condenatória.

82- O ICMS é espécie tributária que pode ser classificada como um imposto
a) direto e especial, que deverá ser seletivo.
b) indireto e real, que poderá ser seletivo.
c) direto e pessoal, que deverá ser seletivo.
d) indireto e pessoal, que poderá ser seletivo.
e) direto e real, que poderá ser seletivo.
GABARITO: B
Classificação quanto à possibilidade de repercussão do encargo econômico-finaneiro:
• INDIRETO - tributos que em virtude de sua configuração jurídica, permitem a translação
do seu encargo para uma pessoda diferente daquela definida em lei. Ex: ICMS
• DIRETO - tributos que não permitem tal translação de forma que a pessoa definida em
lei como sujeito passivo é a mesma que sofre o impacto financeiro do tributo. Ex: IR
São reais os tributos que, em sua incidência, não levam em consideração aspectos pessoais,
subjetivos.
Em contrapartida, são pessoais os tributos que incidem de forma subjetiva, considerando os
aspectos pessoais do contribuinte. Nessa linha de raciocínio, o imposto de renda é pessoal, pois
sua incidência leva em consideração características pessoais do sujeito passivo, como a
quantidade de dependentes e os gastos com saúde, educação, previdência social etc.
Assim, o ICMS é real, pois não leva em consideração aspectos subjetivos do sujeito que circula
mercadorias.

83- De acordo com a jurisprudência recente dos tribunais superiores acerca dos tributos
municipais, assinale a alternativa correta:
I - A LC 116/2003 estabelece que as sociedades profissionais de advogados deverão pagar ISS,
considerando que o serviço de advocacia se encontra previsto no item 17.14 da lista anexa. É
inconstitucional lei municipal que estabelece impeditivos à submissão de sociedades
profissionais de advogados ao regime de tributação fixa em bases anuais na forma estabelecida
por lei nacional.
II - A incidência do IPTU sobre imóvel situado em área considerada pela lei local como
urbanizável ou de expansão urbana está condicionada à existência dos melhoramentos
elencados no art. 32, § 1º, do CTN.
III - O termo inicial do prazo prescricional da cobrança judicial do Imposto Predial e Territorial
Urbano inicia-se no dia seguinte à data estipulada para o vencimento da exação.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II está correta.
e) Apenas III está correta.
GABARITO: C
I – Correta. A lei complementar do Município de Porto Alegre previu que somente poderia ser
utilizado o regime do ISSQN Fixo nas hipóteses em que a execução da atividade-fim não ocorra
com participação de pessoa jurídica ou de pessoa física inabilitada ao exercício da advocacia.
Ademais, utilizou-se, como base de cálculo, a importância paga a título de remuneração pelo
trabalho do próprio contribuinte. Com isso, a lei municipal reduziu o âmbito de incidência do
art. 9º, §§ 1º e 3º, do DL 406/68. Essa legislação municipal é constitucional? Não. STF. Plenário.
RE 940769/RS, Rel. Edson Fachin, julgado em 24/4/2019 (repercussão geral) (Info 938).
II – Incorreta. Súmula 626, STJ: A incidência do IPTU sobre imóvel situado em área considerada
pela lei local como urbanizável ou de expansão urbana não está condicionada à existência dos
melhoramentos elencados no art. 32, § 1º, do CTN. STJ. 1ª Seção. Aprovada em 12/12/2018,
DJe 17/12/2018.
Assim, pode incidir IPTU sobre imóvel situado em área urbanizável ou de expansão urbana
mesmo que ainda não existam os melhoramentos previstos no art. 32, § 1º do CTN. O exemplo
típico são os sítios de recreio: É legal a cobrança do IPTU dos sítios de recreio, localizados em
zona de expansão urbana definida por legislação municipal, mesmo que não contenha os
melhoramentos previstos no art. 31, § 1º, do CTN. STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 783.794/SP,
Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 15/12/2009.
III – Correta. O termo inicial do prazo prescricional da cobrança judicial do Imposto Predial e
Territorial Urbano - IPTU - inicia-se no dia seguinte à data estipulada para o vencimento da
exação. STJ. 1ª Seção. REsp 1.658.517-PA, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em
14/11/2018 (recurso repetitivo) (Info 638).
A pretensão executória surge, portanto, somente a partir do dia seguinte ao vencimento
estabelecido no carnê encaminhado ao endereço do contribuinte ou da data de vencimento
fixada em lei local e amplamente divulgada através de calendário de pagamento.

84- No Diário Oficial municipal que circulou no dia 03 de janeiro de 2018, foi publicada lei
municipal que modificou a data de recolhimento de ISS – Imposto sobre Serviços de Qualquer
Natureza devido naquela localidade, antecipando o prazo de vencimento da obrigação
tributária. O último dispositivo legal estabeleceu que a lei entraria em vigor na data de sua
publicação. Essa lei
a) não poderá produzir efeitos durante o exercício fiscal de 2018, em respeito ao princípio da
anterioridade.
b) poderá ter sua eficácia suspensa administrativa ou judicialmente, em respeito ao princípio da
segurança jurídica.
c) produzirá efeitos a partir da data de sua publicação, uma vez que o princípio da anterioridade
não se aplica à norma legal que apenas altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária.
d) produzirá efeitos a partir da data de sua publicação, uma vez que o critério temporal de
incidência tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade, legalidade ou da confiança.
e) produzirá efeitos a partir de 03 de abril de 2018, devendo observar o princípio da
anterioridade nonagesimal.
GABARITO: C
Súmula vinculante 50-STF: Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação
tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.
Segundo o STF, o princípio da anterioridade só se aplica para os casos em que o Fisco
institui ou aumenta o tributo. A modificação do prazo para pagamento não pode ser
equiparada à instituição ou ao aumento de tributo, mesmo que o prazo seja menor do que o
anterior, ou seja, mesmo que tenha havido uma antecipação do dia de pagamento.
Em outras palavras, quando o Poder Público alterar o prazo de pagamento de um
tributo, isso poderá produzir efeitos imediatos, não sendo necessário respeitar o princípio da
anterioridade (nem a anual nem a nonagesimal).
A alteração do prazo de pagamento não precisa ser feita por lei, podendo ser realizada
por ato infralegal. Assim, pode-se dizer que a alteração do prazo de pagamento não se submete
ao princípio da legalidade.

85- São tributos classificados como indiretos, de competência da União, Estados e Municípios,
respectivamente:
a) Imposto sobre produtos industrializados - IPI, Imposto sobre a transmissão causa mortis e
doação – ITD e Imposto sobre a transmissão de bens imóveis – ITBI;
b) Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação – ICMS, Imposto sobre
serviços de qualquer natureza – ISS e Imposto sobre Propriedade Territorial Rural – ITR, quando
cobrado pelos Municípios;
c) Contribuições de intervenção no domínio econômico - CIDE, Imposto sobre operações
relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação – ICMS e Imposto sobre serviços de qualquer
natureza – ISS;
d) Imposto sobre produtos industrializados – IPI, Imposto sobre a propriedade de veículos
automotores – IPVA e Contribuição para o custeio da iluminação pública – COSIP, quando
cobrada na conta de energia elétrica;
e) Imposto sobre produtos industrializados – IPI, Imposto sobre operações relativas à circulação
de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e
de comunicação – ICMS e Imposto sobre serviços de qualquer natureza – ISS.
GABARITO: E
Tributos indiretos: são tributos nos quais o contribuinte de direito não é o mesmo que paga o
tributo (contribuinte de fato), nessa classificação, o encargo financeiro do tributo indireto é
transferido para um terceiro, que arca com todo ônus tributário. Representam essa
classificação, via de regra, os tributos incidentes sobre o consumo e os IVAs. Ex: ISS, IPI, ICMS,
PIS, COFINS.
Tributos diretos: são tributos em que o contribuinte de fato coincide com o contribuinte de
direito. Aquele que paga o tributo é o mesmo que a lei estipulou como sujeito passivo da
obrigação tributária. Ex: IR, ITCMD, ITBI, etc.

DIREITO ADMINISTRATIVO

86- Entende-se que há o exercício de função administrativa, EXCETO:


a) na adoção de medidas para fazer impedir ou cessar imediatamente propaganda eleitoral
realizada irregularmente.
b) na fixação de locais de funcionamento de zonas eleitorais.
c) na designação de locais de votação e na nomeação de pessoas para compor a Junta Eleitoral
e a Mesa Receptora.
d) na transferência de domicílio eleitoral e na impugnação desse ato.
e) na expedição de título eleitoral e na inscrição de eleitores.
Gabarito: D
Há o exercício de função administrativa, por exemplo, na expedição de título eleitoral, na
inscrição de eleitores, na transferência de domicílio eleitoral, na fixação de locais de
funcionamento de zonas eleitorais, na designação de locais de votação, na nomeação de
pessoas para compor a Junta Eleitoral e a Mesa Receptora, na adoção de medidas para fazer
impedir ou cessar imediatamente propaganda eleitoral realizada irregularmente.
(...)
Observe-se que a função jurisdicional pode ter origem em procedimento administrativo que, em
razão da superveniência de conflito, convola-se em judicial. Um exemplo dessa situação é
possível ocorrer na transferência de domicílio eleitoral. Sabe-se que esse procedimento possui
natureza eminentemente administrativa; todavia, se deferida a transferência pleiteada,
dentro do lapso de 10 dias qualquer delegado de partido político poderá recorrer ao Tribunal
Regional Eleitoral (CE, art. 57, § 2º c.c. Lei nº 6.996/82, art. 7º, § 1º, e art. 8º), impugnando a
decisão com o argumento de que o requerente não possui domicílio na circunscrição; surge,
então, evidente conflito de interesses, a ser solvido pelo órgão da Justiça Eleitoral, cuja
atividade deixa de ser administrativa e passa a ser jurisdicional.
Gomes, José Jairo. Direito eleitoral / José Jairo Gomes – 14. ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo:
Atlas, 2018, p. 117/118. Destacamos

87- A respeito da organização administrativa, assinale a alternativa INCORRETA.


a) A organização administrativa resulta de um conjunto de normas jurídicas que regem a
competência, as relações hierárquicas, a situação jurídica, as formas de atuação e controle dos
órgãos e pessoas, no exercício da função administrativa.
b) A desconcentração trata-se de mero fenômeno interno e traduz, na verdade, atividade
centralizada.
c) A centralização é a situação em que o Estado executa suas tarefas diretamente, ou seja, por
intermédio dos inúmeros órgãos e agentes administrativos que compõem sua estrutura
funcional.
d) Pela descentralização, o Estado executa suas tarefas indiretamente, isto é, delega a atividade
a outras entidades. Na desconcentração, desmembra órgãos para propiciar melhoria na sua
organização estrutural.
e) A denominada administração direta reflete a administração centralizada, ao passo que a
administração indireta conduz à noção de administração desconcentrada.
Gabarito: E
A denominada administração direta reflete a administração centralizada, ao passo que a
administração indireta conduz à noção de administração descentralizada.
A desconcentração é fenômeno interno em que a administração direta desmembra órgãos para
propiciar melhoria na sua organização estrutural.
Já a descentralização reflete a administração indireta, quando o Estado delega a atividade a
outras entidades.
Carvalho Filho, José dos Santos Manual de direito administrativo. 32. ed. rev., atual. e ampl. –
São Paulo: Atlas, 2018. p. 553.

88- Assinale a alternativa INCORRETA.


a) A criação de órgãos e entidades públicas depende de lei em sentido formal, por expressa
exigência da Constituição Federal de 1988.
b) A Administração Direta é composta pelos órgãos públicos integrantes de sua estrutura,
despidos de personalidade jurídica, enquanto a Administração Indireta compreende as
autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista.
c) Temos as pessoas administrativas ou entes políticos que são a União, Estados, Distrito
Federal e Municípios, que são entes da federação previstos na Constituição e os entes
administrativos, que são criados por lei ou por autorização legal editada por ente político, para
o desempenho de função administrativa ou exploração de atividade econômica.
d) Os entes administrativos surgiram para suprir uma necessidade técnica, vez que se constatou
que aglutinar todas as competências não produzia os melhores resultados, face aos
intermináveis corredores da burocracia administrativa, que necessitaria ser cada vez mais
vascularizada, com um número maior de órgãos públicos.
e) Os órgãos públicos, como os entes da Federação (União, Estados, Distrito Federal e
Municípios) possuem personalidades jurídicas próprias e, portanto, são sujeitos de direitos e
obrigações no ordenamento jurídico.
Gabarito: C
Temos as pessoas políticas ou entes políticos que são a União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, que são entes da federação previstos na Constituição e as pessoas administrativas
ou entes administrativos, que são pessoas criadas por lei ou por autorização legal editada por
ente político, para o desempenho de função administrativa ou exploração de atividade
econômica.
BALTAR NETO, Fernando Ferreira Ronny; DE TORRES, Charles Lopes. Direito Administrativo. 8ª
Ed. Juspodivm, 2018. p. 87/88.

89- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I - O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT detém competência para
a fiscalização do trânsito nas rodovias e estradas federais, podendo aplicar, em caráter
exclusivo, penalidade por infração ao Código de Trânsito Brasileiro.
II - É obrigatória a prévia fiscalização do camarão in natura, ainda que na condição de matéria-
prima, antes do beneficiamento em outros Estados da Federação, podendo tal atividade ser
realizada no próprio estabelecimento rural onde se desenvolve a carcinicultura.
III - A autoexecutoriedade não retira da Administração Pública a possibilidade de valer-se de
decisão judicial que lhe assegure a providência fática que almeja, pois nem sempre as medidas
tomadas pelo Poder Público no exercício do poder de polícia são suficientes.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas.
Gabarito: D
I - INCORRETA - O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT detém
competência para a fiscalização do trânsito nas rodovias e estradas federais, podendo aplicar,
em caráter não exclusivo, penalidade por infração ao Código de Trânsito Brasileiro, consoante
se extrai da conjugada exegese dos arts. 82, § 3º, da Lei nº 10.233/2001 e 21 da Lei nº
9.503/1997 (Código de Trânsito Brasileiro). STJ. 1ª Seção. REsp 1588969-RS, Rel. Min. Assusete
Magalhães, julgado em 28/02/2018 (recurso repetitivo) (Info 623).
II – CORRETA - É obrigatória a prévia fiscalização do camarão in natura, ainda que na condição
de matéria-prima, antes do beneficiamento em outros Estados da Federação, podendo tal
atividade ser realizada no próprio estabelecimento rural onde se desenvolve a carcinicultura.
STJ. 1ª Turma.REsp 1536399-PI, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 08/02/2018 (Info 620).
III – CORRETA - Um dos atributos do poder de polícia é a autoxecutoriedade. Isso significa que a
Administração Pública pode, com os seus próprios meios, executar seus atos e decisões, sem
precisar de prévia autorização judicial. A Administração, contudo, pode, em vez de executar o
próprio ato, ingressar com ação judicial pedindo que o Poder Judiciário determine essa
providência ao particular. Ex: diante de uma irregularidade grave, a Administração Pública
poderia, em tese, interditar o estabelecimento. Se ela, em vez de executar esta ordem
diretamente, ajuíza ação pedindo que o Poder Judiciário determine essa providência, tal ação
não pode ser julgada extinta por falta de interesse de agir. A autoexecutoriedade não retira da
Administração Pública a possibilidade de valer-se de decisão judicial que lhe assegure a
providência fática que almeja, pois nem sempre as medidas tomadas pelo Poder Público no
exercício do poder de polícia são suficientes. STJ. 2ª Turma. REsp 1651622/SP, Rel. Min.
Herman Benjamin, julgado em 28/03/2017.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia>
90- Os contratos administrativos possuem algumas peculiaridades próprias de sua natureza.
Dessa forma, NÃO é uma característica dos contratos administrativos:
a) Formalismo.
b) Ser intuitu personae.
c) Comutatividade.
d) Bilateralidade.
e) Imutabilidade.
Gabarito: E
Possui a relação jurídica do contrato administrativo algumas peculiaridades próprias de sua
natureza. Assim é que esse tipo de contrato se reveste das seguintes características:
1. formalismo, porque não basta o consenso das partes, mas, ao contrário, é necessário que se
observem certos requisitos externos e internos;
2. comutatividade, já que existe equivalência entre as obrigações, previamente ajustadas e
conhecidas;
3. confiança recíproca (intuitu personae), porque o contratado é, em tese, o que melhor
comprovou condições de contratar com a Administração, fato que, inclusive, levou o legislador a
só admitir a subcontratação de obra, serviço ou fornecimento até o limite consentido, em cada
caso, pela Administração, isso sem prejuízo de sua responsabilidade legal e contratual (art. 72
do Estatuto);
4. bilateralidade, indicativa de que o contrato administrativo sempre há de traduzir obrigações
para ambas as partes.
Carvalho Filho, José dos Santos. Manual de direito administrativo / José dos Santos Carvalho
Filho – 32. ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Atlas, 2018, p. 249.

91- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I - A vitaliciedade representa a garantia, ou a prerrogativa especial, de permanência no serviço
público, conferida a agentes públicos de determinadas categorias funcionais, titulares de cargos
vitalícios, em virtude da especificidade das funções que lhe são cometidas, tal como
reconhecido em sede constitucional.
II - A vitaliciedade dos servidores vitalícios em muito se assemelha à estabilidade dos servidores
efetivos, sendo comum em ambas o direito do servidor de continuar inserido no respectivo
quadro funcional, apenas perdendo o cargo em razão de sentença judicial transitada em
julgado.
III – A despeito de o conteúdo da garantia ser o mesmo existem dois suportes fáticos diversos
para aquisição da vitaliciedade, permitindo seja ela classificada em: (a) vitaliciedade mediata,
no caso de juízes de primeiro grau; e (b) vitaliciedade imediata, quando vitaliciedade é
concomitante à investidura, como é o caso do magistrado de Tribunal oriundo da classe dos
advogados, cuja investidura se tenha dado pelo quinto constitucional (art. 94, CF), ou, ainda, do
membro de Tribunal de Contas, escolhido nos termos do art. 73, § 2o, da CF.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas.
Gabarito: C
I – CORRETA
II – INCORRETA
III – CORRETA
A vitaliciedade representa a garantia, ou a prerrogativa especial, de permanência no serviço
público, conferida a agentes públicos de determinadas categorias funcionais, titulares de
cargos vitalícios, em virtude da especificidade das funções que lhe são cometidas, tal como
reconhecido em sede constitucional. (ASSERTIVA I) No atual quadro normativo constitucional,
são titulares do direito à vitaliciedade os magistrados (art. 95, I), os membros dos Tribunais de
Contas (art. 73, § 3o) e os membros do Ministério Público (art. 128, § 5o, I, “a”).
Na verdade, a vitaliciedade dos servidores vitalícios em muito se assemelha à estabilidade dos
servidores efetivos, sendo comum em ambas o direito do servidor de continuar inserido no
respectivo quadro funcional. Mas, enquanto a perda da vitaliciedade só pode derivar de
sentença judicial transitada em julgado, como resulta daqueles dispositivos, a da estabilidade
pode originar-se também de processo administrativo, embora assegurando-se o direito de
ampla defesa ao servidor (art. 41, II e III, CF). (ASSERTIVA II) Por conseguinte, será forçoso
reconhecer que os efeitos da vitaliciedade são mais benéficos para o titular do cargo do que os
advindos da estabilidade.
Entretanto, a Constituição também impôs, em algumas situações, o cumprimento de requisito
temporal – no caso, de dois anos – para adquirir a vitaliciedade. Segundo o art. 95, I, da CF, os
juízes gozam da prerrogativa da “vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após
dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal
a que o juiz estiver vinculado e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado”.
A despeito de o conteúdo da garantia ser o mesmo, vislumbram-se nesse mandamento dois
suportes fáticos diversos para sua aquisição, permitindo seja ela classificada em: (a)
vitaliciedade mediata, no caso de juízes de primeiro grau; e (b) vitaliciedade imediata, para a
investidura em outras situações. No primeiro caso, conquanto o cargo seja vitalício, os efeitos
jurídicos decorrentes da vitaliciedade são adquiridos apenas após dois anos de exercício,
período em que poderá haver a perda do cargo por processo administrativo decidido no âmbito
do respectivo Tribunal. É o caso, por exemplo, do juiz ou do promotor de justiça aprovado em
concurso público. No segundo, a vitaliciedade é concomitante à investidura, como é o caso do
magistrado de Tribunal oriundo da classe dos advogados, cuja investidura se tenha dado pelo
quinto constitucional (art. 94, CF), ou, ainda, do membro de Tribunal de Contas, escolhido nos
termos do art. 73, § 2o, da CF. (ASSERTIVA III) essas hipóteses, ao contrário do que sucede com
a anterior, inexiste estágio confirmatório, de modo que a só investidura já é suficiente para
garantir ao titular a vitaliciedade e, em consequência, a perda do cargo decretada
exclusivamente por sentença judicial transitada em julgado.
(Carvalho Filho, José dos Santos. Manual de direito administrativo – 32. ed. rev., atual. e ampl. –
São Paulo: Atlas, 2018. p 798/799).
92- Analise as assertivas a seguir e assinale a alternativa CORRETA
I – O direito à percepção de Vantagem Pessoal Nominalmente Identificável não impede a sua
eventual absorção pelo subsídio e, do mesmo modo, não inviabiliza a aplicação do teto
constitucional, que inclui a vantagem de caráter pessoal no cômputo da remuneração do
servidor para observância do teto.
II – Incide contribuição previdenciária sobre os rendimentos pagos aos exercentes de mandato
eletivo, decorrentes da prestação de serviços à União, aos Estados e ao Distrito Federal ou aos
Municípios, após o advento da Lei nº 10.887/2004, desde que não vinculados a regime próprio
de previdência.
III - O abono de permanência insere-se no conceito de remuneração do cargo efetivo, de forma
a compor a base de cálculo da licença-prêmio não gozada.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas.
Gabarito: A
I – CORRETA - O direito à percepção de VPNI não impede a sua eventual absorção pelo subsídio
e, do mesmo modo, não inviabiliza a aplicação do teto constitucional, que inclui a vantagem de
caráter pessoal no cômputo da remuneração do servidor para observância do teto.
STJ. 1ª Turma. RMS 33744-DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 05/04/2018 (Info 624).
II – CORRETA - Incide contribuição previdenciária sobre os rendimentos pagos aos exercentes
de mandato eletivo, decorrentes da prestação de serviços à União, aos Estados e ao Distrito
Federal ou aos Municípios, após o advento da Lei nº 10.887/2004, desde que não vinculados a
regime próprio de previdência. STF. Plenário.RE 626837/GO, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
25/5/2017 (repercussão geral) (Info 866).
III – CORRETA - O abono de permanência insere-se no conceito de remuneração do cargo
efetivo, de forma a compor a base de cálculo da licença-prêmio não gozada. STJ. 1ª Turma.
REsp 1514673-RS, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 7/3/2017 (Info 600).
(CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia>)

93- Assinale a alternativa INCORRETA com relação aos sujeitos do ato de improbidade
administrativa, considerando o entendimento jurisprudencial sobre o tema.
a) A tortura de preso custodiado em delegacia praticada por policial constitui ato de
improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública.
b) O estagiário que atua no serviço público, ainda que transitoriamente, se remunerado, está
sujeito a responsabilização por ato de improbidade administrativa.
c) É possível aplicar a lei de improbidade mesmo para quem não é agente público, mas induza
ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma,
direta ou indireta. É o caso do chamado "terceiro", definido pelo art. 3º da Lei nº 8.429/92.
d) É possível, no âmbito de ação civil pública de improbidade administrativa, a condenação de
membro do Ministério Público à pena de perda da função pública prevista no art. 12 da Lei
8.429/92.
e) Os notários e registradores estão abrangidos no amplo conceito de “agentes públicos”, na
categoria dos “particulares em colaboração com a Administração” e assim podem ser
considerados agentes públicos para fins de improbidade administrativa.
Gabarito: B
a) A tortura de preso custodiado em delegacia praticada por policial constitui ato de
improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública. STJ. 1ª
Seção. REsp 1177910-SE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 26/8/2015 (Info 577).
b) e c) O estagiário que atua no serviço público, ainda que transitoriamente, remunerado ou
não, está sujeito a responsabilização por ato de improbidade administrativa. Isso porque o
conceito de agente público para fins de improbidade abrange não apenas os servidores
públicos, mas todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por
eleição, nomeação,
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
emprego ou função na Administração Pública. Além disso, é possível aplicar a lei de
improbidade mesmo para quem não é agente público, mas induza ou concorra para a prática
do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma, direta ou indireta. É o caso do
chamado "terceiro", definido pelo art. 3º da Lei nº 8.429/92. STJ. 2ª Turma. REsp 1352035-RS,
Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 18/8/2015 (Info 568).
d) O membro do Ministério Público pode ser processado e condenado por ato de improbidade
administrativa? SIM. É pacífico o entendimento de que o Promotor de Justiça (ou Procurador da
República) pode ser processado e condenado por ato de improbidade administrativa, com
fundamento na Lei 8.429/92. Mesmo gozando de vitaliciedade e a Lei prevendo uma série de
condições para a perda do cargo, o membro do MP, se for réu em uma ação de improbidade
administrativa, poderá ser condenado à perda da função pública? O membro do MP pode ser
réu em uma ação de improbidade de que trata a Lei 8.429/92 e, ao final, ser condenado à perda
do cargo mesmo sem ser adotado o procedimento da Lei 8.625/93 e da LC 75/93? SIM. O STJ
decidiu que é possível, no âmbito de ação civil pública de improbidade administrativa, a
condenação de membro do Ministério Público à pena de perda da função pública prevista no
art. 12 da Lei 8.429/92. A Lei 8.625/93 (Lei Orgânica Nacional do MP) e a LC 75/93 preveem
uma série de regras para que possa ser ajuizada ação civil pública de perda do cargo contra o
membro do MP. Tais disposições impedem que o membro do MP perca o cargo em ação de
improbidade? NÃO. Segundo o STJ, o fato de essas leis preverem a garantia da vitaliciedade aos
membros do MP e a necessidade de ação judicial para a aplicação da pena de demissão não
significa que elas proíbam que o membro do MP possa perder o cargo em razão de sentença
proferida na ação civil pública por ato de improbidade administrativa. Essas leis tratam dos
casos em que houve um procedimento administrativo no âmbito do MP para apuração de fatos
imputados contra o Promotor/Procurador e, sendo verificada qualquer das situações previstas
nos incisos do § 1º do art. 38, deverá obter-se autorização do Conselho Superior para o
ajuizamento de ação civil específica. Desse modo, tais leis não cuidam de improbidade
administrativa e, portanto, nada interferem nas disposições da Lei 8.429/92. Em outras
palavras, existem as ações previstas na LC 75/93 e na Lei 8.625/93, mas estas não excluem (não
impedem) que o membro do MP também seja processado e condenado pela Lei 8.429/92. Os
dois sistemas convivem harmonicamente. Um não exclui o outro. Se o membro do MP praticou
um ato de improbidade administrativa, ele poderá ser réu em uma ação civil e perder o cargo?
Essa ação deverá ser proposta segundo o rito da lei da carreira (LC 75/93 / Lei 8.625/93) ou
poderá ser proposta nos termos da Lei 8.429/92? SIM. O membro do MP que praticou ato de
improbidade administrativa poderá ser réu em uma ação civil e perder o cargo. Existem duas
hipóteses possíveis: • instaurar o processo administrativo de que trata a lei da carreira (LC
75/93: MPU / Lei 8.625/93: MPE) e, ao final, o PGR ou o PGJ ajuizar ação civil de perda do cargo
contra o membro do MP. • Ser proposta ação de improbidade administrativa, nos termos da Lei
8.429/92. Neste caso, não existe legitimidade exclusiva do PGR ou PGJ. A ação poderá ser
proposta até mesmo por um Promotor de Justiça (no caso do MPE) ou Procurador da República
(MPF) que atue em 1ª instância. STJ. 1ª Turma. REsp 1191613-MG, Rel. Min. Benedito
Gonçalves, julgado em 19/3/2015 (Info 560).
e) Os notários e registradores podem ser considerados agentes públicos para fins de
improbidade administrativa? SIM. Os sujeitos ativos dos atos de improbidade administrativa
não são apenas os servidores públicos, mas todos aqueles que estejam abarcados no conceito
de agente público, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 8.429/1992. Os notários e
registradores estão abrangidos no amplo conceito de “agentes públicos”, na categoria dos
“particulares em colaboração com a Administração”. Dessa forma, encontram-se no campo de
incidência da Lei nº 8.429/1992. STJ. 1ª Turma. REsp 1186787/MG, Rel. Min. Sérgio Kukina,
julgado em 24/04/2014.
(CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia>)

94- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I - Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto,
cadastrados, escolhidos e convidados em número mínimo de três pela unidade administrativa,
a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos
demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com
antecedência de até vinte e quatro horas da apresentação das propostas.
II – Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados
ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior
à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.
III - Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens
móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou
penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista na lei de licitações, a quem oferecer
o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas
Gabarito: D
I – INCORRETA – Art. 22, § 3º, lei 8666/93. Convite é a modalidade de licitação entre
interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados
em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado,
cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente
especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro)
horas da apresentação das propostas.
II – CORRETA – Art. 22, § 2º, lei 8666/93. Tomada de preços é a modalidade de licitação entre
interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para
cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a
necessária qualificação.
III – CORRETA – Art. 22, § 5º, lei 8666/93. Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer
interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos
legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art.
19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.

95- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – Nas desapropriações para fins de reforma agrária, o valor da indenização deve ser
contemporâneo à avaliação efetivada em juízo, tendo como base o laudo adotado pelo juiz
para a fixação do justo preço, pouco importando a data da imissão na posse ou mesmo a da
avaliação administrativa.
II – Na ação de desapropriação por utilidade pública, a citação do proprietário do imóvel
desapropriado não dispensa a do respectivo cônjuge.
III – A indenização devida em desapropriação por interesse social, deverá considerar a área
efetivamente desapropriada, ainda que o tamanho real seja maior do que o constante da
escritura, a fim de não se configurar enriquecimento sem causa em favor do ente expropriante.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas
Gabarito: C
I – CORRETA - O art. 26 do Decreto-Lei nº 3.365/41 determina que o valor da indenização será
calculado com base no preço do imóvel no momento da perícia (avaliação): “no valor da
indenização, que será contemporâneo da avaliação, não se incluirão os direitos de terceiros
contra o expropriado.” A avaliação de que trata esse artigo é a administrativa ou a judicial? Em
outras palavras, o valor da indenização a ser paga será calculado com base no preço do imóvel
no momento da avaliação administrativa ou judicial? No momento da avaliação judicial. Nas
desapropriações para fins de reforma agrária, o valor da indenização deve ser contemporâneo à
avaliação efetivada em juízo, tendo como base o laudo adotado pelo juiz para a fixação do justo
preço, pouco importando a data da imissão na posse ou mesmo a da avaliação administrativa.
De fato, a avaliação efetivada em juízo, ordinariamente, deverá se reportar à época em que for
realizada — e não ao passado — para fixar a importância correspondente ao bem objeto da
expropriação, haja vista que exigir que esses trabalhos técnicos refiram-se à realidade passada
(de anos, muitas vezes) pode prejudicar a qualidade das avaliações e o contraditório. Logo,
quando o art. 26 do DL 3.365/41 afirma que a indenização, em regra, deverá corresponder ao
valor do imóvel apurado na data da perícia, ela está se referindo à avaliação judicial. STJ. 2ª
Turma. AgRg no REsp 1459124-CE, Rel. Min. Herman Benjamin, 18/9/2014 (Info 549).
II – INCORRETA - Na ação de desapropriação por utilidade pública, a citação do proprietário do
imóvel desapropriado dispensa a do respectivo cônjuge. A desapropriação por utilidade
pública rege-se pelo Decreto-Lei nº 3.365/41. A ação de desapropriação é uma ação de
natureza real, uma vez que tem por objeto (pedido) a propriedade de um bem imóvel. O
CPC/2015 determina que, nas ações que versem sobre direitos reais imobiliários, em regra,
tanto o réu como o seu cônjuge devem ser citados (art. 73, § 1º, I) (art. 10, § 1º do CPC/1973).
Essa regra não se aplica nas ações de desapropriação por utilidade pública. Se a Fazenda
Pública ajuíza ação de desapropriação por utilidade pública contra o proprietário, o seu cônjuge
não precisará ser citado. Isso porque o art. 16 do DL 3.365/1941 (Lei das Desapropriações)
dispõe que a “citação far-se-á por mandado na pessoa do proprietário dos bens; a do marido
dispensa a da mulher”. Logo, não se aplica o § 1º do art. 10 do CPC/1973 (art. 73, § 1º, I, do
CPC/2015) considerando que esta é norma geral em relação ao art. 16 do DL 3.365/41, que é lei
específica. STJ. 2ª Turma. REsp 1404085-CE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 5/8/2014
(Info 547).
III – CORRETA - Se, em procedimento de desapropriação por interesse social, ficar constatado
que a área medida do bem é maior do que a escriturada no Registro de Imóveis, o expropriado
receberá indenização correspondente à área registrada, ficando a diferença depositada em
Juízo até que, posteriormente, se complemente o registro ou se defina a titularidade para o
pagamento a quem de direito. A indenização devida deverá considerar a área efetivamente
desapropriada, ainda que o tamanho real seja maior do que o constante da escritura, a fim de
não se configurar enriquecimento sem causa em favor do ente expropriante. STJ. 2ª Turma.
REsp 1466747-PE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 24/2/2015 (Info 556). STJ. 2ª Turma.
REsp 1286886-MT, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 6/5/2014 (Info 540).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia>

DIREITO AMBIENTAL
96- Não compete privativamente à União legislar sobre:
a) Direito agrário.
b) Águas e energia.
c) Jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia.
d) Responsabilidade por dano ao meio ambiente.
e) Atividades nucleares de qualquer natureza.
Gabarito: D
Art. 22, CF. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e
do trabalho;
(...)
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
(...)
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
(...)
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
Art. 24, CF. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre:
(...)
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;

97- Não são de competência da União os licenciamentos ambientais de:


a) Empreendimentos desenvolvidos em dois ou mais estados.
b) Empreendimentos desenvolvidos no Brasil e em país limítrofe.
c) Empreendimentos desenvolvidos em todas as unidades de conservação federal.
d) Empreendimentos desenvolvidos em terras indígenas.
e) Empreendimentos com material radioativo.
Gabarito: C
Art. 7º, LC 140/11 São ações administrativas da União:
(...)
XIV - promover o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades:
a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe;
b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona
econômica exclusiva;
c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas;
d) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pela União, exceto em
Áreas de Proteção Ambiental (APAs);
e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados;
f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos de ato do Poder
Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das Forças Armadas, conforme disposto na
Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999;
g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material
radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e
aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen); ou
h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da
Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho Nacional
do Meio Ambiente (Conama), e considerados os critérios de porte, potencial poluidor e
natureza da atividade ou empreendimento;
98- Assinale a alternativa CORRETA nos termos da Lei que institui o Sistema Nacional de
Unidades de Conservação da Natureza.
a) O entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a
normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a
unidade é chamado de corredor ecológico.
b) Entende-se por plano de manejo o conjunto de métodos, procedimentos e políticas que
visem a proteção a longo prazo das espécies, habitats e ecossistemas, além da manutenção dos
processos ecológicos, prevenindo a simplificação dos sistemas naturais.
c) Unidade de conservação é o espaço territorial e seus recursos ambientais, onde há
manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por interferência humana,
admitido apenas o uso indireto dos seus atributos naturais.
d) A conservação de ecossistemas e habitats naturais e a manutenção e recuperação de
populações viáveis de espécies em seus meios naturais e, no caso de espécies domesticadas ou
cultivadas, nos meios onde tenham desenvolvido suas propriedades características é chamada
de conservação da natureza.
e) Por diversidade biológica entende-se a variabilidade de organismos vivos de todas as origens,
compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas
aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade
dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas.
Gabarito: E
Art. 2º, Lei 9.985/00. Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
Incisos:
a) XVIII - zona de amortecimento: o entorno de uma unidade de conservação, onde as
atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de
minimizar os impactos negativos sobre a unidade; e
XIX - corredores ecológicos: porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando
unidades de conservação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota,
facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a
manutenção de populações que demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior
do que aquela das unidades individuais.
b) XVII - plano de manejo: documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos
gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que
devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das
estruturas físicas necessárias à gestão da unidade;
V - preservação: conjunto de métodos, procedimentos e políticas que visem a proteção a longo
prazo das espécies, habitats e ecossistemas, além da manutenção dos processos ecológicos,
prevenindo a simplificação dos sistemas naturais;
c) I - unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas
jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público,
com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao
qual se aplicam garantias adequadas de proteção;
VI - proteção integral: manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por
interferência humana, admitido apenas o uso indireto dos seus atributos naturais;
d) II - conservação da natureza: o manejo do uso humano da natureza, compreendendo a
preservação, a manutenção, a utilização sustentável, a restauração e a recuperação do
ambiente natural, para que possa produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais
gerações, mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e aspirações das gerações
futuras, e garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral;
VII - conservação in situ: conservação de ecossistemas e habitats naturais e a manutenção e
recuperação de populações viáveis de espécies em seus meios naturais e, no caso de espécies
domesticadas ou cultivadas, nos meios onde tenham desenvolvido suas propriedades
características;
e) III - diversidade biológica: a variabilidade de organismos vivos de todas as origens,
compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas
aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade
dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas;

99- De acordo com o Código Florestal (Lei 12.621/12), são consideradas Área de Preservação
Permanente, em zonas rurais ou urbanas, EXCETO:
a) Em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 (cinquenta)
metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e encharcado.
b) As áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua
situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros.
c) As encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% (cem por
cento) na linha de maior declive.
d) As bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca
inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais.
e) As áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou
represamento de cursos d’água naturais, na faixa 100 (cem) metros, em zonas rurais e 30
(trinta) metros, em zonas urbanas.
Gabarito: E
Art. 4º, Lei 12.621/12. Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou
urbanas, para os efeitos desta Lei:
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os
efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de:
a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura;
b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta)
metros de largura;
c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos)
metros de largura;
d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600
(seiscentos) metros de largura;
e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600
(seiscentos) metros;
II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de:
a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 (vinte) hectares
de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros;
b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;
III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou
represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do
empreendimento;
IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua
situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros;
V - as encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% (cem por
cento) na linha de maior declive;
VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;
VII - os manguezais, em toda a sua extensão;
VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca
inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais;
IX - no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e
inclinação média maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente
a 2/3 (dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida
pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos
ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação;
X - as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a
vegetação;
XI - em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50
(cinquenta) metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e encharcado.

100- Assinale a alternativa INCORRETA.


a) Os Planos de Recursos Hídricos serão elaborados por bacia hidrográfica, por Estado e para o
País.
b) Os Planos de Recursos Hídricos são planos de curto prazo, com horizonte de planejamento
compatível com o período de implantação de seus programas e projetos.
c) O enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da água,
visa assegurar às águas qualidade compatível com os usos mais exigentes a que forem
destinadas e diminuir os custos de combate à poluição das águas, mediante ações preventivas
permanentes.
d) As classes de corpos de água serão estabelecidas pela legislação ambiental.
e) Os Planos de Recursos Hídricos são planos diretores que visam a fundamentar e orientar a
implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e o gerenciamento dos recursos
hídricos.
Gabarito: B
a) Art. 8º, Lei 9.433/97. Os Planos de Recursos Hídricos serão elaborados por bacia hidrográfica,
por Estado e para o País.
b) Art. 7º, Lei 9.433/97. Os Planos de Recursos Hídricos são planos de longo prazo, com
horizonte de planejamento compatível com o período de implantação de seus programas e
projetos e terão o seguinte conteúdo mínimo (....)
c) Art. 9º, Lei 9.433/97. O enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos
preponderantes da água, visa a:
I - assegurar às águas qualidade compatível com os usos mais exigentes a que forem
destinadas;
II - diminuir os custos de combate à poluição das águas, mediante ações preventivas
permanentes.
d) Art. 10, Lei 9.433/97. As classes de corpos de água serão estabelecidas pela legislação
ambiental.
e) Art. 6º, Lei 9.433/97. Os Planos de Recursos Hídricos são planos diretores que visam a
fundamentar e orientar a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e o
gerenciamento dos recursos hídricos.

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