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BUSCA E APREENSÃO

DIREITO PROCESSUAL PENAL II

Prof. Guilherme Roman Borges


DEFINIÇÕES
BUSCA
Trata-se de diligência que busca encontrar coisas ou pessoas, com a finalidade de
obtenção de prova, restituição de um bem ao dono legítimo e assegurar o
cumprimento de medida assecuratória.

APREENSÃO
Trata-se de medida de constrição que coloca sob custódia pessoa ou objeto, com a
finalidade de obtenção de prova.
Nem sempre a busca gera apreensão, pois pode ser em vão se nada for
encontrado. Além disso, a apreensão nem sempre decorre da busca, já que o bem
pode ser entregue voluntariamente.
LEGITIMADOS PARA O PEDIDO
Ministério Público
Autoridade policial (representação)
Comissão parlamentar de inquérito
Assistente da acusação
A busca pode ser domiciliar ou pessoal e se encontra em tensão com os
seguintes direitos fundamentais:
a) inviolabilidade do domicílio
b) dignidade da pessoa humana
c) intimidade e vida privadad) incolumidade física e moral do indivíduo
Deve ser medida excepcional e sem excessos de intervenção.
MOMENTOS DA BUSCA

A busca e a apreensão podem ocorrer na fase de investigação


preliminar ou durante o processo.

LEGITIMADOS PARA A BUSCA

Autoridade policial (civil e militar) e Oficial de justiça


BUSCA DOMICILIAR

Necessita de autorização judicial (caso contrário produzirá prova


ilícita e o policial será processado por abuso de autoridade), que
deve demonstrar estarem presentes indícios de autoria e prova da
materialidade do delito.
DEFINIÇÃO DE CASA

a) habitação definitiva ou moradia transitória; b) casa própria,


alugada ou cedida; dependência das casa, sendo cercadas,
gradeadas ou muradas; c) qualquer compartimento habitado; d)
aposento ocupado de habitação coletiva como hotéis e pensões; e)
estabelecimento comerciais e industriais fechados ao público; f)
local onde se exerce atividade profissional, não aberto ao público;
g) barco, trailer, cabine de trem, navio e barraca de
acampamento, e h) áreas comuns de condomínio vertical ou
horizontal.
OBJETIVOS
- Prender criminosos.
- Apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos.
- Apreender instrumentos de falsificação ou contrafação e objetos
falsificados ou contrafeitos.
- Apreender armas e munições utilizados ou destinados para fins delituosos.
- Descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do acusado.
- Apreender cartas abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder,
quando haja suspeita de que o conhecimento do conteúdo possa ser útil à
elucidação do fato ( computadores e mídias).
- Apreender pessoas vítima de crime.
- Colher qualquer elemento de convicção.
PRESSUPOSTOS

a) Consentimento válido do morador, durante o dia ou noite.

b) Situação de flagrante delito, durante o dia ou noite


(fundadas razões)

c) Com ordem judicial durante o dia.


De acordo com a lei nº 13.869/19, é crime de abuso de autoridade cumprir
mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21 horas ou antes das 05
horas.
REQUISITOS DO MANDADO DE BUSCA (Art. 243, CPP)

I - indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada a


diligência e o nome do respectivo proprietário ou morador; ou, no caso de
busca pessoal, o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que a
identifiquem;

II - mencionar o motivo e os fins da diligência;

III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fizer
expedir.
REQUISITOS DO MANDADO DE BUSCA (Art. 243, CPP)

§ 1o se houver ordem de prisão, constará do próprio texto do mandado de


busca.

§ 2o não será permitida a apreensão de documento em poder do defensor


do acusado, salvo quando constituir elemento do corpo de delito.
BUSCA EM ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA

No que se refere à busca e apreensão em escritório de advocacia (ou mesmo


nas hipóteses de escritório residencial, desde que o crime esteja relacionado
ao exercício da atividade advocatícia), além de prévia autorização judicial
dada quando há indícios de autoria e prova da materialidade de crime
praticado por advogado, com expedição da mandado pormenorizado, é
necessária a presença de representante da OAB, sendo vedada a apreensão
de documentos, mídias e objetos pertencentes aos clientes do advogado,
salvo se também estiverem sendo investigados por sua participação na
atividade criminosa.
O que ocorre quando a autoridade policial ou o oficial de justiça
encontra elementos probatórios relacionados a outros delitos
durante uma busca?

Trata-se do encontro fortuito de provas, isto é, de provas que não estavam


na linha de desdobramento da investigação criminal. Nessa situação, caso a
diligência tenha sido realizada de acordo com a lei e o crime seja
permanente, não há problema em realizar a apreensão, porque se verifica
uma situação de flagrante delito.
Ex: quando a autoridade policial encontra droga na casa em que se realiza a
busca.
BUSCA PESSOAL

Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de


prisão ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja
na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam
corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de
busca domiciliar.
OBJETIVOS

a) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;


b) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos
falsificados ou contrafeitos;
c) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime
ou destinados a fim delituoso;
d) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu;
e) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu
poder, quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa
ser útil à elucidação do fato;
f) colher qualquer elemento de convicção.
A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar
retardamento ou prejuízo da diligência.

Quando se trata de busca pessoal em advogado, os documentos que


estiverem com ele não podem ser apreendidos, salvo quando fizer parte do
corpo de delito de um crime ou quando o advogado for partícipe ou coautor
de um crime e os documentos podem estar vinculados a tal delito.
MEDIDAS CAUTELARES REAIS OU ASSECURATÓRIAS
Arts. 125-144-A, CPP

Definição:
São medidas decretadas pelo juiz para assegurar o processo (as
provas), o confisco como efeito da condenação, a justa indenização da
vítima e também o Estado no que se refere ao pagamento da pena de
multa e das custas processuais.
MEDIDAS CAUTELARES REAIS OU ASSECURATÓRIAS
Arts. 125-144-A, CPP
CARACTERÍSTICAS DA TUTELA CAUTELAR
Instrumentalidade hipotética
Acessoriedade
Preventividade
Sumariedade
Provisoriedade
Referibilidade
Proporcionalidade
Contraditoriedade
SEQUESTRO (arts. 125 a 133, do CPP)

O sequestro é o ato de constrição (que determina a indisponibilidade) do


bem imóvel (ou de móveis em algumas situações), em virtude de fundada
suspeita de se tratar de bem adquirido com os proventos (receita, lucro) de
uma infração penal. O objetivo dessa medida é impedir que o agente aufira
qualquer tipo de vantagem com a prática delituosa e também indenizar a
parte lesada.
SEQUESTRO (arts. 125 a 133, do CPP)
Em princípio, são sequestráveis os bens imóveis (art. 79 e 80, CC)

Em casos excepcionais, quando não for possível a apreensão, os bens móveis serão
sequestrados.

Os bens de famílias não possuem proteção quando adquiridos com o produto do crime.

Quando os bens a serem sequestrados não forem encontrados ou se localizarem no


exterior, o sequestro poderá incidir sobre bens em valor compatível, adquiridos
licitamente pelo acusado, conforme alterações estabelecidas no art. 91, do CPP, pelo
Pacote Anticrime.
OBJETIVOS

a) Assegurar provas.

b) Assegurar a justa indenização da vítima pelo dano causado pela infração.

c) Prevenir a prática de novas infrações com o enfraquecimento dos resultados


essenciais dos crimes patrimoniais.
REQUISITOS PARA DECRETAÇÃO

a) Fumus delicti comissi (materialidade do crime e indícios de autoria).

b) Fumus boni iuris (perigo de alienação do bem).

c) Existência de indícios veementes da proveniência ilícita dos bens.


LEGITIMIDADE PARA REQUERER A DECRETAÇÃO
Autoridade policial
Ministério Público
Ofendido ou Assistente da acusação

Considerando as alterações legislativas estabelecidas pelo Pacote Anticrime nos arts.


3º-A, 283, §§ 2º e 4º, e 311, do CPP, entende-se que o juiz não poderá decretar de
ofício o sequestro bens, seja na fase investigatória, seja na fase processual.
MOMENTO DA DECRETAÇÃO
Durante a investigação preliminar, o processo até o trânsito em julgado, mesmo
quando já existe sentença condenatória, desde que presentes os indícios veementes de
que bens foram adquiridos com proventos da infração.

No entanto, é possível sobrestar a medida para não comprometer as investigações


(ação controlada).
Art. 4º-B da Lei nº 9.613/98 (Lavagem de Capitais), alterada pela Lei nº 12.683/12
Art. 60, § 4º, da Lei no 11.343/06 (Lei de Drogas), alterada pela Lei nº 13.840/19
PROCEDIMENTO

Autos apartados

A medida somente poderá ser decretada pelo juiz competente e quando isso
ocorre antes do oferecimento da denúncia gera prevenção.

EMBARGOS contra a decretação (Não há prazo para os embargos – até o


trânsito em julgado)
PROCEDIMENTO
Embargos do acusado ou indiciado para afastar o fundamento de origem ilícita
dos bens. (inversão do ônus da prova)

Condicionam a oposição dos embargos ao comparecimento pessoal do


acusado ou de interposta pessoa que tem em seu nome os bens do acusado,
podendo o juiz determinar a prática de atos necessários à conservação dos
bens, sem prejuízo de eventual alienação antecipada, quando houver risco de
deterioração ou depreciação do bem (Art. 4º, §3º, da Lei nº Lei 9.613/98 e
art. 63-A da Lei no 11.343/06).
PROCEDIMENTO
Embargos de terceiro de boa fé para demonstrar que que o bem lhe foi transmitido pelo
acusado a título oneroso e que não tinha consciência de sua proveniência ilícita. Quando
julgados procedentes os embargos, após o trânsito em julgado da sentença condenatória, o
sequestro é imediatamente levantado. Porém, se for julgado improcedente, o terceiro de
boa-fé pode prestar caução.

Embargos de terceiro possuidor para demonstrar que os bens sequestrados são de terceiro
estranho ao processo, que não tem relação com o delito ou com o acusado. (art. 129, CPP e
art. 674, CPP). Neste caso, os embargos podem ser julgados imediatamente após o
encerramento da instrução probatória do processo incidental.

Mandado de segurança criminal para afastar a cláusula restritiva do registro imobiliários,


desde que comprovada a origem lícita do bem.
PROCEDIMENTO

Da decisão do sequestro e dos embargos cabe a apelação – encerrado o


incidente - (art. 593, II), porém esta apelação não se confunde com aquela
interposta da sentença condenatória que determina o perdimento de bens
(efeito do sequestro).
Não poderá ser pronunciada a decisão nos embargos antes de transitar em
julgado a sentença, o que pode trazer inúmeros problemas ao privar pessoas
estranhas ao processo de seus bens ou ainda o próprio acusado de usufruir de
bens que não são produto do crime. A jurisprudência tem amenizado isso
entende que esta suspensão não se aplica a bens de embargantes que sejam
terceiros estranhos ao processo.
PROCEDIMENTO

Será julgado sem efeito o sequestro decretado na fase da investigação


preliminar, caso não seja exercida a ação penal no prazo de 60 dias (da data
em que se efetivar a medida) ou seja declarada extinta a punibilidade. Também
será levantado o sequestro após sentença absolutória transitada em julgado.
Aury Lopes Jr. defende que diante da sentença absolutória recorrível o juiz
deve liberar o réu preso cautelarmente, assim como deve levantar o sequestro.
O bem também poderá ser liberado caso o acusado preste uma caução do
valor do bem assegurado.
PROCEDIMENTO
Leilão
Com o trânsito em julgado da sentença condenatória, os bens sequestrados
serão leiloados para o ressarcimento da vítima, bem como pagamento de
custas e da pena pecuniária. O leilão será feito pelo próprio juízo criminal.

Destinação dos bens sequestrados


Indenização da vítima, despesas processuais, penas pecuniárias e o restante
será recolhido ao Fundo Penitenciário Nacional.
DIFERENÇA ENTRE SEQUESTRO E BUSCA E APREENSÃO
Quando se está diante do objeto direto do crime, que muitas vezes faz parte do corpo de
delito, a medida cabível é a busca e apreensão. Ex: carro furtado, etc... Já os bens
adquiridos com os proventos da infração ou com os lucros desses proventos serão objeto de
sequestro.

Quando o ganho obtido pelo delito serve para adquirir objetos que constituam a
materialidade de outro crime, haverá apreensão. Ex: com o dinheiro obtido na venda de
automóvel roubado o imputado compra cocaína. A droga será apreendida. Com o dinheiro
do tráfico se adquire bens para lavá-lo. Os carros serão apreendidos.

Quando os bens subtraídos são modificados ou transformados, gerando bens diferentes


daqueles que foram furtados. Ex: furto de joias que, após serem derretidas, geram um novo
bem. Essa nova coisa móvel será sequestrada, pois não se trata do objeto direto do delito.
HIPOTECA LEGAL - Arts. 125 a 133, do CPP
DEFINIÇÃO

A hipoteca legal é medida cautelar que implica a constrição legal dos bens imóveis de
origem lícita para a justa indenização da vítima.

Assim, a medida visa a assegurar a eficácia da ação indenizatória, tendo inclusive


aplicabilidade em relação a delitos que não geram ganho patrimonial como o
homicídio culposo ou doloso.
HIPOTECA LEGAL - Arts. 125 a 133, do CPP
OBJETOS

Bens imóveis de origem lícita do acusado ou da pessoa jurídica da qual é sócio,


quando houver confusão de patrimônio.

OBJETIVOS

A hipoteca legal tem a finalidade de assegurar a justa indenização da vítima ou de


seus herdeiros.
HIPOTECA LEGAL - Arts. 125 a 133, do CPP

REQUISITOS PARA DECRETAÇÃO

a) fumus delicti comissi (materialidade do crime e indícios de autoria)


b) fumus boni iuris (perigo de alienação do bem e impossibilidade de indenizar a
vítima)
c) indicação dos prejuízos sofridos, aponta valores e individualiza o bem imóvel sobre
o qual deverá recair a hipoteca legal.
HIPOTECA LEGAL - Arts. 125 a 133, do CPP
LEGITIMIDADE PARA REQUERER A HIPOTECA

Vítima, seu cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. (necessidade de habilitação


como assistente da acusação).

Ministério Público para pagamento de multas e penas pecuniárias e quando houver


efetiva demonstração de pobreza do ofendido (deve ser a Defensoria Pública).

Ministério Público quando houver interesse da Fazenda Pública (crimes de sonegação


fiscal, apropriação de contribuições previdenciárias???
HIPOTECA LEGAL - Arts. 125 a 133, do CPP
LEGITIMIDADE PARA REQUERER A HIPOTECA

Vítima, seu cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. (necessidade de habilitação


como assistente da acusação).

Ministério Público para pagamento de multas e penas pecuniárias e quando houver


efetiva demonstração de pobreza do ofendido (deve ser a Defensoria Pública).

Ministério Público quando houver interesse da Fazenda Pública (crimes de sonegação


fiscal, apropriação de contribuições previdenciárias???
HIPOTECA LEGAL - Arts. 125 a 133, do CPP
MOMENTO

Durante a investigação preliminar, o processo até o trânsito em julgado, mesmo


quando já existe sentença condenatória.

PROCEDIMENTO

1) petição de especialização
2) nomeação de perito e apresentação de laudo
3) manifestação das partes
4) decisão do juiz
HIPOTECA LEGAL - Arts. 125 a 133, do CPP
Autos apartados – O arresto é clara medida preparatória à especialização e inscrição
da hipoteca legal do imóveis

Oportunização do contraditório: Feito o pedido, abre-se a oportunidade da defesa se


manifestar no prazo de 2 dias (corre em cartório) para impugnar valores de avaliação
e outras questões impeditivas de pretensão indenizatória.

Juiz autoriza ou não a inscrição da hipoteca no registro de imóveis. Contra essa


decisão é cabível apelação.

O réu poderá oferecer contracautela caucionando o valor do imóvel para liberá-lo.


HIPOTECA LEGAL - Arts. 125 a 133, do CPP

Doutrinariamente, admite-se os embargos de terceiro estranho à infração penal nos


mesmos moldes que ocorre no sequestro, com base nos arts. 674 e ss., CPC.

Absolvido o acusado ou extinta a punibilidade, a hipoteca legal é cancelada. Se for


condenado, os autos serão remetidos ao juízo cível onde tramita a respectiva ação
civil para proceder-se a expropriação dos bens para ressarcimento da vítima.
HIPOTECA LEGAL - Arts. 125 a 133, do CPP

Arresto prévio à especialização e inscrição da hipoteca legal dos imóveis constitui


medida preparatória a esta, que impõe um procedimento complexo. Em situações
excepcionais, faz-se o arresto prévio de forma imediata e no prazo de até 15 dias a
parte interessada deve protocolar pedido de inscrição da hipoteca legal no registro
de imóveis, sob pena de revogação da medida. Contudo, ajuizado o pedido, a
indisponibilidade do bem dura até que seja efetivada a inscrição da hipoteca legal.
ARRESTO
O arresto é medida assecuratória de bens móveis, de
origem lícita para assegurar a justa indenização da
ART. 137, CPP vítima.

Se o imputado não possuir bens imóveis ou os possuir de


valor insuficiente para ressarcir a vítima, poderão ser
arrestado bens móveis suscetíveis de penhora.

Aplica-se ao arresto as disposições da hipoteca legal.


ARRESTO Apreensão: recai sobre o objeto direto do crime (art. 240
CPP)
Sequestro: bem móvel ou imóvel adquirido com os
ART. 137, CPP proventos do crime (arts. 125-133 CPP)
Hipoteca legal: bens imóveis de origem lícita e diversa do
crime (arts. 134 e 135 CPP)
Arresto prévio de imóveis: bens imóveis de origem lícita
e diversa do crime. É preparatório da hipoteca e
instrumentaliza a inscrição. (Art. 136 CPP)
Arresto de bens móveis: bens móveis de origem lícita,
quando não houverem imóveis para hipotecar ou não
forem suficientes. (Art. 137, CPP)
K) Fiança
MEDIDAS
CAUTELARES Definição
Trata-se de garantia real que pode ser prestada em
DIVERSAS DA dinheiro, pedras preciosas, metais, títulos da dívida
PRISÃO pública ou hipoteca inscrita em primeiro lugar para
assegurar a liberdade do acusado ou indiciado.
Casos de não concessão de fiança
MEDIDAS - Nos crimes de racismo.
CAUTELARES - Nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes
DIVERSAS DA hediondos e equiparados.
PRISÃO - Nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático.
Fiança - Àqueles que no mesmo processo quebraram a fiança
ou infringiram as obrigações dos arts. 327 e 328.
- Em caso de prisão civil ou militar.
- Quando presentes os motivos que autorizam a prisão
preventiva.
MEDIDAS Legitimidade para conceder a fiança
Autoridade policial da comarca em que se lavrou o
CAUTELARES flagrante (pena máxima não superior a 4 anos) – tem
DIVERSAS DA prevalecido que os aumentos referentes ao concurso
formal e ao crime continuado devem ser considerados
PRISÃO para a contagem da pena)
Juiz nos demais casos (desembargadores e ministros
Fiança relatores no caso de prerrogativa de função).
Consequências
Prestada a fiança, se ao final o acusado for condenado, a
MEDIDAS quantia que excede ao pagamento de custas, da
CAUTELARES prestação pecuniária, da multa e da indenização do
DIVERSAS DA dano, deverá ser restituída ao fiador.
Em caso de absolvição ou extinção da punibilidade ou se
PRISÃO a fiança for declarada sem efeito, será restituída
integralmente ao fiador, sem desconto e com atualização
Fiança monetária.

Cassação da fiança: ocorre quando ela é concedida e


depois o juiz verifica que não é cabível. Ex: a fiança foi
cassada porque o acusado era reincidente em crime
doloso. Houve uma mudança na classificação jurídica do
crime, que de uma simples difamação no exercício das
funções pública virou racismo
Reforço: ocorre quando a fiança prestada foi por engano
MEDIDAS insuficiente ou quando houve a depreciação do material
CAUTELARES da em fiança (ouro) ou perecimento do bem hipotecado
DIVERSAS DA (incêndio da casa). Se houver a mudança na qualificação
jurídica do crime para um de maior gravidade, é possível
PRISÃO aumentar o valor da fiança.

Fiança
Reforço: ocorre quando a fiança prestada foi por engano
MEDIDAS insuficiente ou quando houve a depreciação do material
CAUTELARES da em fiança (ouro) ou perecimento do bem hipotecado
(incêndio da casa). Se houver a mudança na qualificação
DIVERSAS DA jurídica do crime para um de maior gravidade, é possível
PRISÃO aumentar o valor da fiança.

Sem efeito: Se o reforço não ocorrer, a fiança será


considerada sem efeito e outra medida cautelar poderá
Fiança ser decretada.
MEDIDAS Quebra
- Se o acusado intimado para o ato deixa de comparecer sem
CAUTELARES justo motivo.
- Se o acusado tenta deliberadamente praticar ato de obstrução
DIVERSAS DA do andamento processual (quando tentar se evadir da citação
PRISÃO ou intimação ou quando apresenta atestados falsos).
- Se houver descumprimento da outra medida cautelar
decretada cumulativamente.
- Se o acusado resistir injustificadamente à ordem judicial.
- Descumprimento das obrigações
Fiança Não poderá mudar de residência sem permissão da autoridade
processante
Não poderá ausentar-se por mais de 8 dias de sua residência
sem comunicar ao juiz o lugar onde se encontra.
Se o acusado praticar nova infração penal dolosa (não é
necessário o trânsito em julgado).
MEDIDAS Consequência: metade do valor será perdido e o juiz
CAUTELARES decidirá pela aplicação de outra cautelar ou pela
decretação da prisão.
DIVERSAS DA
PRISÃO Perdimento: ocorre quando o acusado não se apresenta
para o início do cumprimento da pena definitivamente
imposta. A consequência será a perda do valor total,
deduzidas as custas e demais encargos do processo
Fiança (Fundo penitenciário)

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