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CENTRO UNIVERSITÁRIO DOCTUM DE TEÓFILO OTONI DIREITO

Adriana Pereira Gonçalves


Ana Gabriela Ferreira Amaral
Clara Vitória Nascimento Guimarães

FICHAMENTOS PARA O TCC I

Teófilo Otoni – MG
2023
FICHAMENTO I
BASE E FUNDAMENTO LEGAL:

LEI N° 7.210, DE 11 DE JUNHO DE 1984

Art. 82. Os estabelecimentos penais destinam-se ao condenado, ao submetido à


medida de segurança, ao preso provisório e ao egresso.

§ 1° A mulher e o maior de sessenta anos, separadamente, serão recolhidos a


estabelecimento próprio e adequado à sua condição pessoal.
(Redação dada pela Lei nº 9.460, de 1997)

§ 2º O mesmo conjunto arquitetônico poderá abrigar estabelecimentos de destinação


diversa desde que devidamente isolados.

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em suas
dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho,
recreação e prática esportiva.

§ 1º Haverá instalação destinada a estágio de estudantes universitários. (Renumerado


pela Lei nº 9.046, de 1995)

§ 2º Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de berçário,


onde as condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no
mínimo, até 6 (seis) meses de idade. (Redação dada pela Lei nº 11.942, de 2009)

§ 3º Os estabelecimentos de que trata o § 2o deste artigo deverão possuir,


exclusivamente, agentes do sexo feminino na segurança de suas dependências
internas. (Incluído pela Lei nº 12.121, de 2009).

§ 4º Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e


profissionalizante. (Incluído pela Lei nº 12.245, de 2010)

§ 5º Haverá instalação destinada à Defensoria Pública.


(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010)

Comentário do grupo: A lei de execução penal tem em seus artigos 82 e 83 e seus


incisos protocolos direcionadas às mulheres internas nos estabelecimentos penais
brasileiros. Essas medidas visam coibir atitudes que possam resultar em maus tratos,
violações da intimidade que possam ocorrer, assim como, evitar todos os tipos de
abusos. Também visam tratamento diferenciado à internas que estejam grávidas ou
com recém-nascidos, para que possam amamentar seus bebês até o 6° mês.
FICHAMENTO II
BASE E FUNDAMENTO LEGAL:

DECRETO-LEI N° 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940

Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou


aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de
transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança


máxima ou média;

b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou


estabelecimento similar;

c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou


estabelecimento adequado.
Regime especial

Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os


deveres e direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como, no que couber, o
disposto neste Capítulo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Comentário do grupo: O Código Penal também prevê que a mulher deverá cumprir
pena em estabelecimento penal próprio. Nas últimas décadas, o número de mulheres
encarceradas mais que quadruplicou, e as instalações do sistema prisional não
atendem a demanda, e a omissão do Estado dificulta o desenvolvimento de ações que
amparem estas internas psicologicamente, fisicamente e intelectualmente. Acarretado
em uma supressão dos direitos e garantias que a própria legislação assegura a essas
mulheres.
FICHAMENTO III
BASE E FUNDAMENTO LEGAL:

CITAÇÕES:

“A dignidade é um valor espiritual e moral inerente à pessoa, que se manifesta


singularmente na autodeterminação consciente e responsável da própria vida e
que traz consigo a pretensão ao respeito por parte das demais pessoas,
constituindo-se um mínimo invulnerável que todo estatuto jurídico deve
assegurar, de modo que, somente excepcionalmente, possam ser feitas
limitações ao exercício dos direitos fundamentais, mas sempre sem
menosprezar a necessária estima que merecem todas as pessoas enquanto
seres humanos.” (MORAES, 2005, p. 78).

“A dignidade é inerente ao indivíduo, independente do que aconteça, é


irrenunciável. Logo, ao analisar a situação da presa gestante, verifica-se que
também tem direito a ser tratado com dignidade, ainda mais quando está
gestante, pois acima de tudo trata-se de um indivíduo, em que deve servir de
“limite e fundamento do domínio político da República”, pois o Estado existe
para o homem e não o homem para o Estado.” (ARAÚJO, 2018, p. 1).

“No entanto, qualquer sujeito, homem ou mulher, quando se encontra inserido


no sistema prisional, experimenta uma situação de perda de sua identidade,
perda essa que é valorizada pelo sistema enquanto anulação de sua
personalidade, como forma de se mostrar reabilitado." (PIERSON, 2010, p.
605).

Comentário do grupo: Com base nas citações apresentadas, todas enfatizam a


importância da dignidade humana como um valor inerente a cada indivíduo,
independentemente de suas circunstâncias. A dignidade é considerada como
um aspecto espiritual e moral que se expressa através da autodeterminação
consciente e responsável da própria vida. Exige respeito dos outros e deve ser
resguardado por estatutos legais. As citações enfatizam a necessidade de
proteger a dignidade humana, mesmo diante de limitações legítimas aos
direitos fundamentais, como no caso de grávidas presas. Além disso, destacam
que a dignidade não deve ser anulada ou desvalorizada dentro do sistema
prisional, pois cada pessoa possui uma identidade e personalidade que devem
ser respeitadas. Reconhecer e preservar a dignidade de todos os indivíduos é
essencial para a construção de uma sociedade mais justa e humana.
FICHAMENTO IV
BASE E FUNDAMENTO LEGAL:

DECRETO-LEI Nº 8.069 DE 13 DE JULHO DE 1990 - ESTATUTO DA CRIANÇA E DO


ADOLESCENTE (ECA)

o
Art. 8 É assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas e às
políticas de saúde da mulher e de planejamento reprodutivo e, às gestantes,
nutrição adequada, atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério e
atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no âmbito do Sistema Único
de Saúde.
§ 4 o Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à gestante e
à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar
as consequências do estado puerperal.
§ 5º - A assistência referida no § 4º deste artigo deverá ser prestada também a
gestantes e mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para
adoção, bem como a gestantes e mães que se encontrem em situação de
privação de liberdade.

Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de


sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a
convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu
desenvolvimento integral.
§ 4 o Será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe ou o
pai privado de liberdade, por meio de visitas periódicas promovidas pelo
responsável ou, nas hipóteses de acolhimento institucional, pela entidade
responsável, independentemente de autorização judicial.
o
§ 5 Será garantida a convivência integral da criança com a mãe adolescente
que estiver em acolhimento institucional

Comentário do Grupo: O Estatuto da criança e do adolescente (ECA) assegura


às gestantes e às mães que cumprem penas privativas de liberdade, o direito à
amamentação, à saúde, à nutrição e os demais ressaltados. Ademais, é direito
das gestantes e lactantes o acompanhamento dos 06 primeiros meses de
amamentação. Por fim, o acompanhamento da genitora com o filho é de grande
importância devido à fraternidade e as necessidades de uma criança, todavia,
sabemos que, esses direitos são drasticamente violados e dificilmente
cumpridos com base na legalidade.

FICHAMENTO V
BASE E FUNDAMENTO LEGAL:

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1.988

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou


degradante;

XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo


com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;

XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam


permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;

Comentário do grupo: Constituição Federal garante que as mulheres


encarceradas cumpram suas penas em estabelecimentos prisionais distintos,
levando em consideração suas necessidades específicas decorrentes do gênero.
Ademais, assegura as que estejam amamentando a permanência com seus filhos
durante o período de amamentação. Mas, de acordo com dados do Infopen
apenas 16% dos estabelecimentos penais femininos tem celas para gestante, e
as unidades com berçário são de 14%, o que dificulta que a mãe presidiária
amamente o seu filho até aos 6 meses de idade como recomendado pelo
Ministério da Saúde.

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