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Nº de 2023
(Da equipe CARCARÁS DA JUSTIÇA – ACADEMIA MBL – 2023)
Art. 1°. Esta Lei institui a política nacional de cuidado e acompanhamento específico à
pessoa adulta, assim reconhecida com a aquisição da maioridade civil, que se apresente
na condição de incongruência de gênero ou transgênero.
Parágrafo único. A pessoa que se apresentar em condição de incongruência de gênero
ou transgênero, independentemente de qual seja a denominação que melhor enquadre a
situação pessoal dela, terá sua identidade e dignidade pessoal respeitadas pelo Poder
Público e pela sociedade, vedadas quaisquer discriminações e tratamentos díspares
daqueles ofertados à população que não se apresente nestas condições, conforme o
ordenamento perpetrado pelas garantias fundamentais advindo da Constituição Federal,
dos Tratados internacionais de direitos humanos dos quais a República Federativa do
Brasil seja signatária e pelos termos e disposições desta Lei.
Art. 6º. O adolescente que venha a adquirir a maioridade civil, nos termos e condições
da Lei, e que for pessoa que se apresente na condição de incongruência de gênero ou
transgênero, poderá requerer o início da hormonioterapia e da programação dos
procedimentos cirúrgicos e pós-cirurgicos que a pessoa que se apresente na condição de
incongruência de gênero ou transgênero tem direito, quando do atingimento da
maioridade civil.
Art. 9º. O servidor, ou o serviço público que não observar a regra de tratamento do
artigo de gênero requerido pela pessoa que se apresente na condição de incongruência
de gênero ou transgênero, estará sujeito a responsabilização cível e administrativa,
respondendo de acordo com a normatização disciplinar que regulamente sua função
pública.
Art. 19. O acompanhamento dos familiares e indivíduos do vínculo social da pessoa que
se apresente na condição de incongruência e gênero ou transgênero deverá ser articulado
com outros serviços de saúde ou socioassistenciais, com vistas a garantir a assistência
integral caso não seja realizado pela mesma equipe que assiste ao transgênero.
Art. 25. O PTS será desenvolvido respeitando as normatizações e diretrizes vigentes das
especialidades médicas e áreas do conhecimento envolvidas nesse cuidado,
considerando-se as seguintes premissas elementares:
a) os profissionais da equipe ambulatorial serão responsáveis pela primeira
etapa do PTS;
b) deve-se assegurar que todos os membros da equipe realizem atendimento
à pessoa com incongruência de gênero ou transgênero, para que
identifiquem as singularidades de cada caso;
PROJETO DE LEI Nº de 2023
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c) o PTS será elaborado em reunião de discussão da equipe
multiprofissional e interdisciplinar, com a participação da pessoa com
incongruência de gênero ou transgênero;
d) o atendimento médico deve constar de anamnese, exame físico e psíquico
completos, incluindo na identificação do indivíduo nome social, nome de
registro, identidade de gênero e sexo ao nascimento;
e) deverá constar a existência do histórico patológico, proporcionando os
devidos encaminhamentos necessários;
f) considerando a fase peculiar do desenvolvimento, as ações sugeridas pelo
PTS deverão ser construídas com crianças, adolescentes e seus pais ou
responsável legal;
g) a assistência disponibilizada para crianças e adolescentes deverá estar
articulada com as escolas e também com as instituições de acolhimento,
quando for o caso, considerando a importante dimensão desses serviços no
desenvolvimento infantil.
Art. 29. Não são necessárias doses elevadas de hormônios sexuais para atingir os
objetivos descritos da hormonioterapia cruzada e os efeitos desejados, além de estarem
associadas a efeitos colaterais. Os hormônios utilizados são:
a) a testosterona, para induzir o desenvolvimento dos caracteres sexuais
secundários masculinos nos homens transexuais;
b) o estrogênio, para induzir o desenvolvimento dos caracteres sexuais
secundários femininos nas mulheres transexuais e travestis;
c) o antiandrógeno, que pode ser utilizado para atenuar o crescimento dos
pelos corporais e as ereções espontâneas até a realização da orquiectomia.
Art. 30. O uso de estrógenos ou testosterona deve ser mantido ao longo da vida do
indivíduo, monitorando-se os fatores de risco.
Art. 32. O envolvimento dos pais, familiares ou responsável legal será obrigatório no
acompanhamento psicológico, psiquiátrico ou terapêutico lato sensu de criança que se
apresente como pessoa com incongruência de gênero ou transgênero, respeitando os
preceitos éticos e específicos de cada área profissional envolvida e vedada a adoção de
hormonioterapia, conforme a previsão do artigo 5º, exceção feita aos §§ 1º e 2º, desta
Lei.
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(Da equipe CARCARÁS DA JUSTIÇA – ACADEMIA MBL – 2023)
Parágrafo único. Constatando a equipe multidisciplinar, o médico especialista ou
qualquer interveniente no tratamento que os pais, os familiares ou eventuais
responsáveis legais contribuam para a turbação da livre formação de caráter da criança,
seja por conduta omissiva, seja por conduta comissiva, será comunicado o Conselho
Tutelar para apuração de eventual violação de direitos, conforme previsão do artigo 227,
da Constituição Federal, do Estatuto da Criança e do Adolescente e desta Lei.
Art. 36. O acompanhamento psiquiátrico será realizado por médico psiquiatra integrante
de equipe multiprofissional, cabendo ao profissional formular diagnóstico, identificar
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morbidades, realizar diagnósticos diferenciais, prescrever medicamentos e indicar e
executar psicoterapia, se necessário.
Parágrafo único. Após a avaliação psiquiátrica, serão contraindicadas a hormonioterapia
e/ou cirurgia nas seguintes condições:
I – transtornos psicóticos graves;
II – transtornos de personalidade graves;
III – retardo mental e
IV – transtornos globais do desenvolvimento graves.
Art. 37. Cabe ao médico psiquiatra, junto à equipe multiprofissional e interdisciplinar,
avaliar periódica e sequencialmente a evolução do indivíduo, mesmo após o
encaminhamento para a cirurgia de afirmação de gênero e sua realização, pelo período
mínimo de um ano.
JUSTIFICATIVA
Este projeto tem como objetivo analisar e proteger com maior critério os procedimentos
e acompanhamento médico, psicológico, social e cirúrgico para pessoas que se
apresentam na condição de incongruência de gênero ou transgênero.
Evitar que sejam aplicados procedimentos precoces que tragam prejuízos futuros ao
cidadão que for submetido a intervenções irreversíveis.
Faz-se necessário reduzir o preconceito e assumir que estas pessoas fazem parte da
nossa sociedade. Segundo estudo desenvolvido pela Faculdade de Medicina de Botucatu
da Universidade Estadual Paulista (Unesp), foram entrevistadas 6.000 pessoas em 129
municípios de todas as regiões do país. O resultado, segunda a autora do artigo
(professora da Faculdade de Medicina de Bocutatu - Maria Cristina Pereira Lima)
mostram a urgência de políticas de saúde voltadas para esse público. Na sua pesquisa
pessoas que se identificam como transgênero representaram 0,69% e pessoas não
binárias 1,19%, que representam 4 milhões de pessoas no Brasil.
1. Fortalecer a legislação: Promover uma revisão e atualização das leis existentes que
tratam da sexualização infantil, de modo a torná-las mais abrangentes e eficazes. Isso
pode incluir a punição mais rigorosa para os responsáveis por práticas de sexualização,
assim como para o consumo e compartilhamento de material pornográfico infantil.
1. Proteção das crianças: Uma legislação mais robusta e políticas públicas eficientes
podem oferecer uma maior proteção às crianças, ajudando a prevenir casos de abuso
sexual e exploração infantil.
Desvantagens:
Falhas:
1. Lacunas legais: A legislação existente pode ter lacunas que não abordam
adequadamente todos os aspectos da sexualização infantil, como formas de exploração
online, pornografia infantil ou grooming (ação de seduzir uma criança para fins
sexuais). Portanto, é crucial garantir que a nova legislação seja abrangente o suficiente
para abordar todas essas brechas.