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1.

O Guarda Prisional tem como principal função, garantir a segurança e a


tranquilidade da comunidade prisional, mantendo a ordem e a segurança do
sistema prisional, proteger a vida e a integridade dos cidadãos em cumprimento
de pena e medidas privativas da liberdade, assegurar o respeito pelo
cumprimento da lei e das decisões judiciais, bem como pelos direitos e liberdades
fundamentais desses cidadãos.

2. Durante o período de reclusão, é com o guarda prisional que o recluso se liga e


comunica constantemente sobre todos os assuntos da sua vivencia. Deste modo,
é o guarda prisional a sua maior influência na reabilitação,
socialização/ressocialização, integração e reinserção social dos reclusos.

3. O ingresso do detido no sistema prisional é feito através dos serviços de vigilância


- guardas prisionais - que procedem de imediato, à verificação da identidade do
individuo. Quer este se apresente voluntariamente ou lhe tenha sido remetido
pelo tribunal competente. Sendo que após ser feito o registo de entrada o detido
é revistado e examinado para que sejam anotadas todas as suas características
pessoais e outras situações que sejam relevantes. É elaborado um inventário dos
seus objetos, documentos e valores e entregue documento assinado com a
relação efetuada. Realiza contacto telefónico para o exterior com pessoa de sua
escolha, podendo ser familiar ou pessoa amiga e com o advogado caso assim o
entenda. São lhe fornecidas as informações sobre as normas institucionais e sobre
todos os recursos que dispõe para a sua integração, com entrega de vestuário e
de um kit de produtos de higiene pessoal. É, ainda, elaborado um levantamento
de necessidades de apoio na resolução de questões pessoais, familiares e
profissionais urgentes. Posteriormente, é encaminhado para os serviços clínicos
que determinam os cuidados imediatos de saúde que o individuo necessita.

4. O processo de integração é sempre progressivo, contudo, depende das


características pessoais de cada individuo e da sua predisposição para aceitar a
sua situação de reclusão. Pelo que a definição de um período padrão para a
adaptação institucional não é mensurável.

5. O sistema prisional português é um sistema participante e dinâmico que se rege


por diversas medidas sociais de apoio e reintegração no sistema social. Contudo,
a reabilitação do recluso depende da sua predisposição para a sua (re)organização,
reabilitação e/ou integração nas condutas normativas sociais. Existem inúmeras
medidas sociais que são desenvolvidas por diferentes instituições nas diferentes
áreas de apoio social. Desde problemáticas aditivas a problemas habitacionais;
profissionais; comportamentais; falta de competências habilitarias e outras. Toda
essa informação é dada ao utente durante a sua reclusão, tendo a possibilidade
de poder elaborar um plano de reinserção com a colaboração dos diferentes
serviços disponíveis no Estabelecimento Prisional, se assim for o seu desejo. Plano
esse que é transversal a todos as instituições sociais que trabalham com estas
problemáticas.

6. Os Estabelecimentos Prisionais em Portugal dispõem de um Regulamento Geral


legislado para garantir a aplicação homogénea da Lei, de forma a promover a
eficácia na prevenção criminal, promovendo a criação de condições de
reintegração social e de qualificação pessoal em cooperação entre os serviços
prisionais e a sociedade civil. Assegurando o bem-estar pessoal e a perspetiva
futura do detido.

7. A adaptação institucional é diferenciada de acordo com as caraterísticas pessoais


de cada utente, a situação que levou à sua reclusão e à sua perspéctiva de vida
futura. Assim, quanto menor é a sua ambição pessoal maior é dificuldade em
optar por condutas normativas que o conduzam a uma vida social estável.
Contudo, não quer dizer que não se adapte institucionalmente, até porque um
recluso com bom comportamento institucional não é sinonimo de um individuo
normativo em meio social livre e vice-versa.

8. O recluso primário no sistema prisional tem sempre grandes dificuldades em


aceitar a privação de várias situações que lhe são condicionadas (cumprimento da
dinâmica institucional; acesso à internet; ao uso de telefone pessoal; entre
outros). Dependendo das suas caraterísticas pessoais para a sua adaptação
progressiva. Assim, o esclarecimento sobre as normas institucionais é o pedido
mais recorrente entre os reclusos primários.

9. Em todos os Estabelecimentos Prisionais existem atividades laborais disponíveis


que estão fixadas e aprovadas pelo Diretor-Geral. Sendo que os critérios de
seleção e afetação aos lugares é da responsabilidade dos serviços responsáveis
pelo acompanhamento do recluso. Contudo, o recluso só será integrado se
manifestar interesse em desenvolver determinada atividade laboral e depois da
sua proposta ter sido avaliada pelos diferentes profissionais institucionais.

10. A escolha da minha atividade laboral implicou a minha vontade pessoal e o


conhecimento prévio das funções e exigências necessárias para o desempenho
das tarefas exigidas. Assim, poderei dizer que me sinto realizada com a escolha
efetuada porque existe um bom ambiente profissional e um empenho e
envolvimento dos diferentes profissionais para a execução das tarefas exigidas.
Para além disso, a oportunidade de ajudar no desenvolvimento pessoal de todos
aqueles que pretendem evoluir positivamente na sua conduta pessoal.

11. Penso que o sistema apresenta, de momento, atividades suficientes para a


adaptação dos reclusos. O que está em falta é o número de efetivos nos diferentes
setores, em relação ao número de utentes existentes.

12. Pessoalmente, penso que as medidas de apoio social e as diferentes instituições


de apoio à reabilitação e reinserção social existentes são suficientes se
mantiverem sempre uma evolução constante e coincidente com as exigências
sociais. Reforçando a necessidade de complementar as estruturas sociais
existentes com um maior número de colaboradores qualificados para as
diferentes atividades exigidas. Sem descuidar que a reabilitação e/ou reinserção
social depende da vontade e motivação do individuo.

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