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LEI DE EXECUÇÃO PENAL

RESUMO:

 Objetivos da execução penal:

A) efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal;


B) proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do
internado (ressocialização).
 No processo de execução é aplicado a LEP (primeiramente) e nas omissões o CPP.
 A LEP também se aplica ao:
- Preso provisórios;
- Ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento
sujeito à jurisdição ordinária.

 Princípio da Legalidade na Execução Penal: ao condenado e ao internado são


assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei.
OBS: o preso provisório continua com os seus direitos políticos. A suspensão só ocorre
com o trânsito em julgado da sentença penal condenatória.
 Princípio da Isonomia na Execução Penal: não haverá qualquer distinção de natureza
política, racial, religiosa ou social. (Minemômico: PRReSo)
 Distinções permitidas: sexo (homem e mulher), idade, natureza do delito,
reincidência, etc.

 Classificação

- Os Condenados são classificados segundo os seus antecedentes e a sua


personalidade para orientar a individualização da pena.

 A Comissão Técnica de Classificação (CTC) é responsável por elaborar o programa


individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou preso
provisório.
 Composição da CTC:

a) Para pena privativa de liberdade: 2 chefes de serviço; 1 psiquiatra; 1 psicólogo; 1


assistente social; ela é presidida pelo Diretor do Estabelecimento.
b) Para os demais casos: é composta por fiscais do serviço social. Atua junto ao Juízo
da Execução.
 A CTC pode:

- Entrevistar pessoas;
- Requisitar de repartições ou estabelecimentos privados, dados e informações do
condenado;
- Realizar outras diligências e exames necessários.

 Exame Criminológico: para o condenado ao cumprimento de pena privativa de


liberdade em regime fechado o exame criminológico é obrigatório. Ou seja, o preso
provisório. Para aqueles que cumprirão a pena no regime semiaberto o exame
criminológico é facultativo (atenção para esse detalhe). O exame se destina a obter
elementos necessários a uma adequada classificação e com vistas à individualização da
pena. Não há previsão de exame criminológico para o cumprimento de pena no regime
aberto.
 Jurisprudência: para o STJ e o STF, mesmo no regime fechado, o exame criminológico
não é obrigatório para todos. A sua determinação precisa ser justificada caso a caso.

 Identificação do Perfil Genético (DNA): quem está sujeito a esta identificação:

a) Condenados por crime praticado, dolosamente, com violência de natureza grave


contra pessoa.
b) Condenados por crimes hediondos.

 A identificação do perfil genético é obrigatória para esses dois grupos. Porém, o


condenado não é obrigado a fornecer o material genético para o exame. O Estado
deve buscar formas de obter o material (entendimento majoritário da jurisprudência e
doutrina).
 Alteração pelo Pacote Anticrime: contrariando a jurisprudência, o pacote anticrime
introduziu uma alteração na LEP dispondo que se o preso, para qual a identificação do
perfil genético é obrigatória, se recursar a fornecer o material, isso será considerado
falta grave.
 O condenado que não tiver sido submetido à identificação por ocasião do ingresso no
estabelecimento prisional deve ser identificado durante o cumprimento da pena.
 É importante frisar que a identificação do perfil genético não é feita para desvendar o
crime responsável pela condenação do preso. Mas sim para ajudar na elucidação de
crimes futuros.
 A identificação deve ser realizada por meio de técnica adequada e indolor.
 Os dados colhidos serão armazenados em um banco de dados sigiloso. Porém, deve
ser viabilizado ao titular dos dados o acesso aos seus dados e aos documentos da
cadeia de custódia que gerou essas informações, de maneira que tais dados possam
ser contraditados pela defesa.
 A autoridade policial pode requerer ao juiz competente, no caso de inquérito
instaurado, o acesso ao banco de dados.

 Assistência ao Preso: a assistência ao preso e ao internado é dever do Estado. Ela visa


à:
a) Prevenir o crime; e
b) Orientar o retorno à convivência em sociedade.

 Quais são as assistências que o Estado deve oferecer:

-Material;
-Educacional;
-Saúde;
-Social;
-Egresso;
-Jurídica;
-Religiosa.
Minemônico: MESSE JR (alusão o jogador argentino).

 O que é o egresso:
- É o liberado definitivo, pelo prazo de 1 ano, contado da saído do estabelecimento. Ou
seja, após ser posto em liberdade podemos, pelo prazo de um ano, chamar o ex-preso
de egresso; e
- O liberado condicional, durante o período de prova.
 A Assistência material consiste no fornecimento de alimentação, vestuário e
instalação higiênicas.
 OBS: Para produtos e objetos permitidos e não fornecidos pela administração, o
estabelecimento deve possuir locais destinados à venda.
 A Assistência Educacional compreende a instrução escolar e a formação profissional
do preso e do internado.
 Na redação original da LEP dizia que o ensino de 1º Grau (atual ensino fundamental)
será obrigatório. Porém, a Lei foi alterada para dispor que o ensino médio será
implantado nos presídios.
 OBS: as atividades educacionais podem ser objeto de convênio com entidades
(públicas ou não) que instalem escolas ou ofereçam cursos especializados.
 A Assistência à Saúde deve ter caráter preventivo e curativo, compreendo
atendimento médico, farmacêutico e odontológico.
 OBS: quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para prover a assistência
médica necessária, esta deve ser prestada em outro local, mediante autorização da
direção do estabelecimento (não é autorização do juiz).
 A Assistência Social tem por finalidade amparar o preso e o internado, bem como
prepara-los para o retorno à liberdade.
 Dentre outras coisas, no âmbito da assistência social, o Estado deve providenciar a
obtenção de documentos, dos benefícios da previdência social e do seguro por
acidente de trabalho, promover recreação.
 Também é responsabilidade da assistência social conhecer do resultado dos
diagnósticos e exames (não responsabilidade da assistência à saúde).
 A Assistência ao Egresso consiste na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em
liberdade.
 Além disso, se for necessário, o Estado deve conceder alojamento e alimentação em
estabelecimento adequado pelo prazo de 2 meses (prorrogáveis por mais 2 meses,
caso se comprove a necessidade por meio de manifestação do assistente social e
comprovação de que o egresso está se empenhando para obter emprego).
 A Assistência Jurídica se destina aos presos e aos internados sem recursos financeiros
para constituir advogado.
 Em todos os estabelecimentos penais deve haver um local apropriado para
atendimento pelo Defensor Público.
 A Assistência Religiosa é marcada pela liberdade de culto. Ela permite a participação
do preso ou internado nos serviços organizados no estabelecimento penal e a possa de
livros de instrução religiosa.
 O estabelecimento deve possuir um local apropriado para os cultos religiosos.
 OBS: Nenhum preso ou internado pode ser obrigado a participar de atividade religiosa.

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