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UNIVERSIDADE LICUNGO
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
PSICOLOGIA EDUCACIONAL
Emília Araújo
Farida Adamo
Patrício Américo
Beira
2023
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Índice
1. Introdução...............................................................................................................................
1.1. Moçambique.........................................................................................................................4
1.2. Objectivos do presente trabalho..............................................................................................5
1.1.1. Objectivo geral....................................................................................................................5
1.1.2. Objectivos específicos.........................................................................................................5
2. FUNDAMETAÇÃO TEÓRICA...........................................................................................
2.1. Educação..............................................................................................................................
4. Referências bibliográficas....................................................................................................
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1. Introdução
O presente trabalho tem como objeto central de estudo a Educação Inclusiva em
Moçambique: a mudança do paradigma educacional integrando a perspectiva da diferença,
que busca responder, como a escola tem sido desafiada com o processo de inclusão e como as
diferenças são tratadas no contexto escolar. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948,
desempenhou um papel importante para o reconhecimento dos direitos de todas as pessoas,
independentemente das deficiências e diferenças que apresentassem. Por conseguinte, nas últimas
décadas a tendência na política social tem sido fomentar a inclusão, pois ela é parte essencial da
dignidade e do exercício dos direitos humanos. O estudo contribuiu para o entendimento sobre o
que é inclusão, sua importância para democratização da escola e garantia do direito a
educação para todos e não apenas de um público idealizado pela escola.
1.1. Moçambique
Um dos passos importantes dados pelo Governo de Moçambique para o combate à exclusão
na esfera do ensino, permitindo às pessoas com deficiência o exercício pleno do direito à
educação, foi a institucionalização do Projecto “Escolas Inclusivas” na rede pública de
ensino, com a inclusão de alunos com necessidades educativas especiais (NEE) em escolas
regulares.
A Educação Inclusiva teve maior repercussão a partir da Declaração de Salamanca, onde ela
é vista como uma acção educacional humanística, democrática, que percebe o sujeito em sua
singularidade, com o objetivo de promover o seu crescimento, satisfação pessoal e inserção
social (UNESCO, 1994).
acção, mesmo que não se tivesse informações mais precisas sobre os eventuais resultados
alcançados.
2. FUNDAMETAÇÃO TEÓRICA
2.1. Educação
A Educação é uma prática social e histórica e, por isso, traduz concepções e projectos da
sociedade. Entretanto, é importante ressaltar que a educação é antes de mais nada,
desenvolvimento de potencialidades e a apropriação de saber social (conjunto de
conhecimentos e habilidades, atitudes e valores que são produzidos pela sociedade, para dar
conta de seus interesses e necessidades). Trata-se de buscar, na educação, conhecimentos e
habilidades que permitam uma melhor compreensão da realidade e envolva a capacidade de
fazer valer os próprios interesses económicos, políticos e culturais. Portanto, de modo que
esta educação seja feita e responda os anseios da sociedade, é necessário que o professor seja
capacitado de forma contínua de modo a garantir a melhoria do processo de ensino-
aprendizagem. Visto que, na formação contínua que leva ao professor a desenvolver a sua
metodologia e métodos de ensino, sem esquecer de reflectir sobre o seu próprio trabalho
como educadores.
A escola é uma organização, uma unidade social com identidade própria e não apenas um
local onde se transmite o saber. Ela é uma organização específica, necessariamente articulada
num sistema.
Neste sentido e tendo em conta os fins da organização escolar, a sua responsabilidade social
obriga-nos a assumir com seriedade a reflexão em torno dos “meios” que garantem o seu
funcionamento.
A Educação Inclusiva é um sistema de educação e ensino onde os alunos com NEE, são
educados na escola do bairro, em ambientes de salas de aulas regulares, apropriadas para a
sua (idade cronológica) com colegas que não têm deficiências e onde lhes são oferecidos
ensino e apoio de acordo com as suas capacidades e necessidades individuais.
Segundo Santos (1995, p. 12), “estar incluído é estar dentro, no sistema, mesmo que
desigualmente”. Estar fora, ser diferente, não se submeter às normas homogeneizadoras, é
estar excluído ou “empurrado” para fora.
Nesta perspectiva a favor de uma educação que inclui todos sem distinção, a educação
inclusiva incluem surdos, cegos, pessoas com deficiência intelectual, com transtornos globais
de desenvolvimento ou com altas habilidades/superdotação.
Segundo Mantoan:
Todo esse processo faz parte da integração das pessoas com deficiência na escola regular, que
representou avanços.
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A Educação Inclusiva se distingue como uma política de justiça social que se propõe a
alcançar todos, como está explícito na Declaração de Salamanca:
Ao pensar a inclusão, não se deve pensar somente nos sujeitos com necessidades
educacionais especiais (NEE), uma escola verdadeiramente inclusiva deve incluir todas as
pessoas em suas diferenças.
A inclusão assenta numa nova visão da diferença, reconhecendo que esta é inerente a todos os
indivíduos. Tal como afirmado na Declaração de Salamanca, cada criança tem características,
interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem que lhe são próprias, e os sistemas de
educação devem ser planeados e os programas educativos implementados tendo em vista a
vasta diversidade destas características e necessidades (UNESCO, 1994).
O que é ser professor hoje? Ser professor hoje é viver intensamente o seu tempo com
consciência e sensibilidade. Não se pode imaginar um futuro para a humanidade sem
educadores. Os educadores, numa visão emancipadora, não só transformam a informação em
conhecimento e em consciência crítica, mas também formam pessoas. Eles fazem fluir o
saber - não o dado, a informação, o puro conhecimento - porque constroem sentido para a
vida das pessoas e para a humanidade e buscam, juntos, um mundo mais justo, mais
produtivo e mais saudável para todos.
É relevante destacar que a educação permanente, ou educação contínua são processos que
caracterizam pela continuidade das acções educativas, ainda que fundamentem em princípios
metodológicos diferentes e quando implementadas em conjunto possibilitam a transformação
profissional através do desenvolvimento de habilidades e competências e assim fortalecem
processo de trabalho (COTRIM 2009).
A formação contínua não se esgota. Deve ser entendida como um momento inerente ao
docente, isto é, período de aperfeiçoamento dos saberes necessários à prática do educador.
O professor ao ensinar seus alunos desenvolve neles atitudes, convicções, hábitos, para além
de levá-los a assimilação de conhecimentos e desenvolvimento de capacidades e habilidades.
anos; e 1 ano. O perfil de ingresso oscilou de 4.ª à 12.ª Classe. À partida, na mesma escola
existiam professores com formação inicial bastante diferenciada na sua duração e
experiências. A saliência do discurso de Nhapuala (2014) neste debate incide do
reconhecimento de que a preparação de professorares em Moçambique não permite uma
pronta actuação/intervenção face a inclusão a julgar pelas condições de formação, recursos, e
o divórcio declarado entre a carga horária e a natureza de algumas particularidades dos
alunos, como é o caso de alunos sobredotados.
Segundo Mangumbule (2015) aponta que, os professores na sua maioria têm conhecimento
da importância da inclusão escolar, no entanto alguns não estão bem familiarizados com este
fenómeno e outros resistem à recepção de alunos em NEE, o que permeia a prevalência das
práticas excludentes no contexto escolar.
Em contrapartida, Nhaposse (2015) vai mais longe e roça o ensino superior (Universidade
Pedagógica, por ex:) ao revelar que, a leccionação da cadeira de NEE mostra-se ser uma
cultura reducionista e teórica, necessitando assim da articulação da teoria e a prática reflexiva
como forma de preparar o futuro pedagogo para lidar com questões do género das NEE. (p.
107).
Sendo a educação especial uma área de estudo relativamente nova no campo da pedagogia,
muitos professores encontram-se desestabilizados frente às concepções e estruturais sociais
no que diz respeito às pessoas consideradas “diferentes”.
Dessa forma, a partir do século XVI, a educação busca teorias e práticas focadas ao ensino de
qualidade, com profissionais comprometidos em dar aos seus alunos um ensino de qualidade,
independente de suas diferenças individuais.
Com base na Resolução CNE/CEE nº 02/2001, a educação especial oferta apoios e serviços
especializados aos alunos com necessidades educacionais especiais.
Neste ponto concordados com a citação, os profissionais que buscam uma ação educativa,
devem estar atentos às diversidades de seus alunos, procurando exercer seu papel de maneira
justa e solidária, pautado no respeito mútuo, eliminando todo e qualquer tipo de
discriminação com o intuito de formar cidadãos conscientes para o convívio com as
diferenças.
Além do professor, a família dos alunos com necessidades educacionais especiais pode
participar a todo o momento do processo de ensino-aprendizagem dessas crianças, pois o
tripé escola-família-comunidade é de suma importância, pois através dessa participação os
professores têm a oportunidade de melhor conhecer o seu educando e suas especificidades,
surgindo a partir daí uma troca de informações a fim de possibilitar o melhor aprendizado a
todos, pois sozinho não poderá efetivar uma escola fundamentada numa concepção inclusiva.
3. Conclusão
A vitória da inclusão educacional no país está sendo boicotada pela recusa para a inscrição
dum pacote legislativo que regule o sistema. Estudos a escala nacional, desencadeado,
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Nhapuala (2014) foram chamando atenção sobre a ausência de legislação no sector educativo
moçambicano em alguns aspectos, respectivamente, (i) falta de mecanismos de acesso,
permanência e transição dos alunos com NEE nas escolas regulares, (ii) a qualificação
mínima exigida ao quadro docente não está regulamentada, (iii) não existem orientações
claras sobre a estruturação de modelos, serviços e processos de apoios especializados à escola
inclusiva aos alunos e professores, (iv) indefinição de aspectos organizativos de base que
4. Referências bibliográficas.
Chambal, L. A. (2011). “As políticas de inclusão escolar em Moçambique e a escolarização
dos alunos com deficiências uma trajectória de pesquisa”. X Congresso Nacional de
Educação. EDUCERE, Pontifícia Universidade Católica do Paraná, pp. 16510-16526.
CNE (2014). Parecer sobre projecto de diploma que aprova as regras a que obedece a
constituição e funcionamento de centros de formação de associações de escola.
CURY, C. R. J. Um campo de atuação do gestor educacional na escola. Brasília: MEC, 2005.
DECLARAÇÃO de Salamanca. Sobre princípios, políticas e práticas na área das
necessidades educativas especiais. 1994. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf. Acesso em: 19 out. 2023.
FERNANDES, S. Metodologia da Educação Especial. 1ª ed. Curitiba. IBPEX, 2011.
Garcia, C. M. (1999). Formação de professores para uma mudança educativa. Porto
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GLAT, R.; FERNANDES, E.M. Da Educação segregada à educação inclusiva: uma breve
reflexão sobre os paradigmas educacionais no contexto da educação especial brasileira.
Revista Inclusão. Brasília, 2005.
Mangumbule, J. C. (2015).,“Concepção de Professores sobre Educação Inclusiva e sua
influência no atendimento de alunos com Necessidades Educativas Especiais por Deficiência
da EPC de Matola Gare (1998-2009) ”. In: Ussene, C. & Simbine, L. S., Necessidades
Educativas Especiais: Acesso, Igualdade e Inclusão (Orgs), Educar-UP, Maputo, Setembro,
pp. 91-100
MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar: o que é? Por quê? Como fazer? 1. Reimpressão. São
Paulo: Summus, 2015.
MINED (1998). Consultoria ao Projecto “Escolas Inclusivas” em Moçambique. Maputo.
MINETTO, M. F. O currículo na educação inclusiva: entendendo esse desafio. 2ª ed.
Curitiba: IBPEX, 2008.