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Faculdade de Economia
Unidade Curricular:
2022/2023
Pergunta de Partida: Quais as diferenças de género a nível de resultados escolares nos
estudantes da Universidade do Algarve?
Problema de Investigação: Após a realização da Revisão de Literatura de vários
artigos e após a formulação da Pergunta da Partida é preciso perceber qual o propósito
desta investigação e aquilo que se pretende alcançar. Primeiramente é importante
perceber qual é a Condição/Estado do Problema, tendo em consideração que a Pergunta
de Partida formulada é: Quais as diferenças de género a nível de resultados escolares
nos estudantes da Universidade do Algarve? A pergunta de partida foi então
formulada desta forma por não se saber quais são realmente as diferenças de género a
nível de resultados escolares nos estudantes, e se elas realmente existem no contexto da
Universidade do Algarve. Ou seja, não existe uma condição aprofundada das diferenças
que possam ou não existir no contexto escolar, sendo que consecutivamente também
não existe qualquer ideia de quais possam ser essas diferenças. Sendo esta a situação
problemática, é importante perceber que dados existem acerca desta situação fora do
contexto da Universidade do Algarve (para uma melhor compreensão teórica e
empírica). De acordo com (Santos, 2017: 24) as mulheres estão em maioria no ensino
superior e têm uma maior taxa de sucesso escolar, são mais empenhadas e prosseguem
mais os estudos de que os homens, apresentando sempre maiores e melhores percursos
académicos. Além disso estão também em maioridade nas Universidades, tendo também
a maior percentagem de recém-licenciadas. Mas, apesar da autora nos dar estas
informações, também nos dá várias hipóteses do que pode estar por detrás deste
fenómeno. Sendo assim, de acordo com a autora o sucesso das mulheres/raparigas no
ensino superior resulta principalmente pelo processo da socialização que ocorre no
âmbito familiar e escolar e o facto de haver uma maior consciência “…sobre a
existência de assimetrias de género desfavoráveis às mulheres que leva-as, desde cedo, a
perceber que têm de trabalhar para provar as suas competências…” (Santos, 2017: 33)
Ou seja, de acordo com o artigo da autora “…o maior sucesso escolar das raparigas
deve-se a elas próprias (…) , à personalidade, maior investimento, concentração,
responsabilidade, organização e dedicação ao trabalho das raparigas, que, para além
disso têm (…) mais maturidade do que os rapazes, que são mais imaturos,
despreocupados e trapalhões…” (Santos, 2017: 34) Sabendo o que pode diferir as
mulheres no sentido de resultados académicos é também importante perceber o que
difere os homens. De acordo com a autora os resultados diferem de inúmeros fatores:
fatores genéticos e biológicos (a questão da maturidade); fatores individuais (podendo
ser uma opção individual, como por exemplo, desistir dos estudos ou optar por
trabalhar); fatores sociais e culturais (existem muitos, mas existe um maior destaque
para o processo de socialização que de acordo com a autora acaba por beneficiar as
mulheres); fatores organizacionais e contextuais (a forma como as escolas estão
organizadas, podendo ou não ser arcaica ou o programa/modelo pedagógico serem
extensos e complexos) e os fatores ideológicos (o facto das raparigas apresentarem
consciência das assimetrias de género existentes na sociedade e no contexto escolar).
(Santos, 2017: 38)
Com o contexto do artigo da autora é também importante contrapor as ideias com outros
autores e perceber se as ideias são as mesmas e se o contexto continua igual. De acordo
com os autores (Cavaco et al., 2022: 13) o contexto familiar tem um grande peso, sendo
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que é onde é criado os estereótipos de género e onde as raparigas têm uma posição mais
favorável devido à socialização primária. Por outras palavras, os autores dizem-nos que
“…o ofício de aluno é vivenciado de forma distinta por rapazes e raparigas, por meio de
um jogo com posições múltiplas e variáveis, permitindo o reforço de práticas
genderizadas previamente inculcadas no contexto familiar. Assim, aquilo que poderia
ser à partida entendido como uma possível vantagem feminina, pode também ser usado
para consolidar socialmente a posição de subordinação e contribuir para a manutenção
da discriminação feminina, por uma presumível vantagem das raparigas que, na
realidade, em médio e longo prazos, tem efeitos inversos no percurso escolar e
profissional, diante do expectável…”.
Ou seja, estes autores focam-se mais nos fatores familiares, mas tanto um artigo ou
outro dá informação de que existe diferenças de género em relação aos resultados
escolares e que depende de inúmeros fatores, além disso os autores no geral remetem
para o facto de este ser um tema pertinente e que é necessário haver mais investigações
para se poder compreender os “…processos de construção de práticas educativas
genderizadas no espaço escolar…” (Cavaco et al., 2022: 14).
Concluindo, é notável a pertinência social e sociológica deste tema, sendo até um tema
ainda muito falado no ano atual (2022), que não traz consigo muitas soluções. Sendo
assim pretende-se dar conta dos fatores e dinâmicas que podem estar associados às
diferenças de género nos resultados escolares da Universidade do Algarve. É por isso
que esta investigação terá impactos positivos não só na produção de conhecimento
sociológico como na busca da solução deste problema ao aprofundar um tema que a
nível nacional poucos resultados tem.
Objetivo central: Compreender as diferenças de género a nível de resultados escolares
nos estudantes da Universidade do Algarve.
1º Objetivo específico: Quais são os fatores que influenciam na existência das
diferenças de género a nível de resultados escolares?
2º Objetivo específico: Quais são as consequências de haver diferenças de género a
nível de resultados escolares?
3º Objetivo específico: Que soluções se podem implementar para igualar as diferenças
de género a nível de resultados escolares?
Modelo de Análise
Conceito: Grupo Social
O Conceito “Grupo Social” é assim denominado porque neste caso fala-se de um
conjunto de indivíduos que interagem ente si e que têm um mesmo propósito: a
Universidade. Rodrigues e Santos definem que “…um grupo social é um todo dinâmico
ou sistema social, caracterizado pela percepção de interdependência entre os seus
membros, uma categoria social pode ser definida como uma colecção de indivíduos que
partilham, no mínimo, um atributo em comum…” (Rodrigues e Santos, n.d.).
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Dimensão: Caracterização Sociodemográfica
A Dimensão é denominada de “Caracterização Sociodemográfica” porque inclui
componentes e indicadores que nos dão informação sobre uma amostra que permite dar
informação sobre a população que se pretende caracterizar. Podendo ser o Sexo, Local
de residência, Idade, entre outros. Sendo neste caso Habilitações Escolares e Situação
Ocupacional.
Dimensão Componentes Indicadores
- Grau académico.
Habilitações - Nº de anos a frequentar a
Escolares Universidade.
Caracterização - Tipo de Curso.
Sociodemográfica - Resultados académicos
(média).
- Exerce uma atividade
profissional.
Situação Ocupacional - Apenas estudante.
- Outra Situação.
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Conceito: Género
O Conceito de “Género” foi denominado porque neste quadro de Modelo de análise o
conceito é usado para perceber dentro dos Indicadores se as opiniões sobre esse
conceito divergem no contexto da Pergunta de partida. Este quadro de modelo de
análise dentro dos 3 é o que mais se adequa a Género. Podendo falar das suas diferenças
e igualdades.
Dimensão: Fatores Ideológicos
A Dimensão foi denominada de “Fatores Ideológicos” porque estes Fatores são um
conjunto de ideias que explicam as transformações e as realidades sociais. Tendo em
consideração isso é possível reparar que os indicadores dão exatamente essas repostas,
podendo nos mostrar a realidade social das diferenças de género a nível de resultados
através das opiniões dos estudantes.
Dimensão Componentes Indicadores
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Referências Bibliográficas
Fortin, M. (2009) Fundamentos e etapas do processo de investigação, Loures,
Lusodidacta.
Cavaco, C., Paulos, C., Alves, N., Guimarães, P. et Feliciano, P. (2022). INSUCESSO
ESCOLAR NUMA PERSPECTIVA DE GÉNERO – A PERCEÇÃO DOS ALUNOS.
Educação & Sociedade, 43.