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Como e para que avaliar

quando utilizamos
metodologias ativas?
Profa. Dra. Valesca Brasil Irala
(Universidade Federal do Pampa- UNIPAMPA)
Em UMA palavra, o que primeiro vem
em sua mente quando pensa na
avaliação de estudantes?

https://www.menti.com/763tbkvftf
Primeira imagem: pôr-do-sol no pampa. BR-473 (Bagé-RS-Brasil – Acegua-UY)
[Acervo pessoal]
De onde Segunda imagem: Distância Bagé-Sobral (4.497 km) de carro. Imagem (Google
Maps).

venho? Terceira imagem: pôr –do-sol no campus, tomada num fim de tarde qualquer,
numa das portas de saída do Campus Bagé da Universidade Federal do Pampa
(UNIPAMPA), após um dia de trabalho. [Acervo pessoal].
- Mulher. 41 anos. Gaúcha.

Qual o meu lugar de fala? - Vou da prática para a teoria e não o


inverso, desde as primeiras
pesquisas.

- 7 anos de docência na Educação


Básica.

- 17 anos de docência no Ensino


Superior.

- Sempre pesquisei na área das


Tecnologias Educacionais (20 anos)
No Simpósio “Maneiras Inovadoras de
Ensinar e Aprender Línguas”
(coordenado pelo Prof. Dr. Hilário Bohn - Cheguei a ter 800 alunos ao mesmo
– in memorian) tempo.
- Refletirmos em conjunto sobre a
criação de alternativas avaliativas
viáveis e adaptáveis para cada
contexto educacional e que possam
Objetivo da se alinhar de forma coerente com
aula/palestra: as nossas experiências e com as
posições que defendemos,
especialmente quando dizemos que
adotamos metodologias ativas.
BASICAMENTE,
TEMOS DUAS
VIAS POSSÍVEIS
PARA ORIENTAR A
NOSSA
PERCEPÇÃO
SOBRE
EDUCAÇÃO...
DO PONTO DE VISTA DOCENTE:

IDEIA DE UMA VIDA SOB PRESSÃO

POSSÍVEL SENSAÇÃO DE IMPOTÊNCIA

CERTA FRUSTRAÇÃO EM FUNÇÃO DE UMA


EXPECTATIVA SOCIAL QUE DEMANDA UM
PROFESSOR SUPER-HOMEM OU UMA
PROFESSORA MULHER-MARAVILHA
(IRALA, 2009)
OLHAR DA MACRO-PERCEPÇÃO...

Autoria própria (2020).


Irala (2020)
Sugestão de leitura: Salir
de la era de la ingenuidad
(capítulo 4)
A outra via...

É possível
ressignificar os
sentidos da
profissão e positivá-
los por meio do
encontro possível...
Irala (2020).
Como cada um de nós pode ir construindo a própria narrativa...

...sobre as experiências vividas com as tecnologias educacionais


digitais?

López Quintás
...sobre os desafios da docência atuais e futuros?

...sobre o que a gente entende por metodologia ativa?

E, por fim, sobre o que pode ser uma avaliação EFETIVA dos
processos educacionais vivenciados e frutos desse ENCONTRO?
Minha definição de Metodologia Ativa:
É quando a intencionalidade do docente-aprendiz
coincide com a intencionalidade do discente-
aprendiz desde o início do ENCONTRO entre esses
dois agentes ou quando essa convergência se
desenvolve ao longo da convivência entre ambos.
(IRALA,2020)
A AVALIAÇÃO É CENTRAL PARA
QUE ISSO ACONTEÇA!

(PERRENOUD, 1999, p. 146)


Primeira premissa a
assumirmos...
Não avaliamos aprendizagens no tempo
de um bimestre, semestre ou mesmo de
um ano letivo. O que SIM avaliamos são
desempenhos (performances).

(IRALA, BLASS, JUNQUEIRA, 2020, [em


edição na Revista Contexto & Educação –
previsão para o primeiro semestre de
2021])
Segunda premissa:
Avaliar

dar/receber uma
nota/conceito
(López-Pastor, 2017)

Self-assessment # Self-mark
autoavaliação
Autoevaluación #
autocalificación

Collaborative assessment #
Dialogic mark Avaliação
dialógica
Evaluación compartida #
Calificación dialogada
A TERCEIRA PREMISSA
É UMA PERGUNTA...
Como eu posso assumir
categoricamente que utilizo uma
metodologia ativa se o estudante
também não for ativo para avaliar–
a ele próprio, os pares/colegas, as
escolhas didáticas empreendidas
por mim, os artefatos tecnológicos
utilizados na disciplina, a minha
prática docente, etc.? Para que ele
possa, inclusive, adquirir um papel
ativo na construção dos parâmetros
de (auto)avaliação ao longo da vida?
Avaliação como aprendizagem e empoderamento
• Tarefas de qualidade
• Participação dos estudantes na avaliação
• Pró-alimentação - feedfoward - oferecer informações
Ações do sobre os resultados parciais, que ajudem
professor
os alunos se autorregularem e a
estabelecerem conexões com outras
aprendizagens e com o mundo real.
Rodríguez-Gómez e Ibarra-Sáiz (2016)
Empoderamento frente a questões mais amplas.

O que eu preciso saber para enfrentar os problemas do


mundo (como eu me autorregulo para desenvolver o que não
sei e a partir de quais parâmetros)?
Ações
do Quando eu adquiro uma certa expertise em algum tema, como
estudante eu posso ajudar que outros saibam sobre o que eu já sei (gerar
evidências que seguem o princípio da transferência)?

Estou voltado ao desenvolvimento de uma ética colaborativa


ou à retenção dos conhecimentos apenas para mim?
Uso de rubricas
Artefato para avaliar evidências em tarefas pontuais ou globais complexas.

Maior ou menor grau de detalhamento (granularidade).

Diferentes graus de participação do aluno:


na formulação das dimensões e/ou dos níveis e/ou dos descritores
na avaliação dos processos e/ou dos resultados (seus próprios e/ou dos colegas
e/ou “do conjunto da obra”)

“dimensões da performance discente” (critério) versus “níveis de performance”


(IRALA, BLASS & JUNQUEIRA, 2020, [em edição]).
Rubricas... Rúbricas... Rubrics
Tutoriais em português
de três plataformas
para criação de
rubricas:

Corubrics

Erubrica
*RubricaMarcador
(celular) Quickrubric
Rubrica desenvolvida para
avaliação de videoulas de
Física produzidas pelos
alunos - pesos ponderados
e alta granularidade
Conteúdo

MENA; KIMURA; IRALA (2019)


Macrodimensões Visual

Extra
Rubricas com granularidade focada no processo
da escrita, desde o planejamento até a
socialização –
Ensino Fundamental
Araújo; Irala (2016)
Busca de superação
de parâmetros
internos, vagos e
flutuantes na
avaliação e também
de uma visão
“burocrática” do ato
de avaliar
Pactuação e socialização de níveis
de referência

Erro como uma ponte para o


acerto

Maior visibilidade em relação ao


que fazer e o que não fazer

Compreensão de que o que está


jogo é a qualidade da tarefa e não
a pessoa
INTERVENÇÃO NA FRONTEIRA
BRASIL-URUGUAI: UMA PROPOSTA DE
MATERIAL DIDÁTICO VOLTADO AO
LETRAMENTO CRÍTICO PARA AS
AULAS DE LÍNGUA ESPANHOLA
TAISA LUIZ SOARES

Estímulo ao desenvolvimento da metacognição.


Alunos em constante avaliação das tarefas propostas.
Três níveis de performance =
gradação da qualidade pré-
estabelecida pela professora
(Nesta rubrica, o grau de
participação do aluno é
reconhecer em qual nível está
e escolher uma pontuação
correspondente)

Quatro dimensões da
performance
Princípio da transferência
(do ponto de vista da
exigência da tarefa , a sala
de aula sai para a rua,
para o saguão da escola,
para as redes sociais, para
o mundo...)

Maior empoderamento
do aluno em relação à
própria avaliação (o aluno
cria o descritor do seu
desempenho)
Princípio da transferência...
Conocimiento sobre la “violencia contra la mujer” – muy
satisfactorio - ¿Por qué?

“Se eu ou algum familiar tiver precisando de ajuda, a gente vai saber


apoiar para denunciar”

“Gostei muito de saber sobre a violência que a mulher sofre às vezes


tão perto da gente e a gente não vê”

“Aprender que a violência contra mulher começa na própria família, o


ciclo, tudo isso e o feminicídio que é muito importante e eu nem sabia
o que era, agora eu sei graças as aulas de espanhol”
Presentación en la escuela – satisfactorio - ¿Por qué?
“Porque a nossa apresentação foi meio embaraçada, não sabemos apresentar
direito. Mas o resto foi bom, achei legal a gente compartilhar o que aprendemos
com as outras turmas”.

“Foi legal para mostrar para as outras turmas o nosso projeto”.

“Foi legal. Um pouco complicado para mim explicar”.

Insatisfactorio - ¿Por qué?

“Por mais que estivesse todo mundo escutando, eu acho que ninguém se
aprofundou no assunto. Tinha que falar mais”.
Evaluación Compartida - procesos dialógicos (LÓPEZ-
PASTOR, 2017, p.43).
Positivar a cultura do feedfoward e da realização de
tarefas com maestria.
Project-based learning a
partir da pergunta
âncora: na visão de
diferentes pessoas, em
diferentes épocas e em
diferentes culturas, o
que é felicidade?
As atividades foram realizadas a partir do trabalho baseado em grupos e da
produção de textos colaborativos em multiautoria.
As produções abarcaram diferentes gêneros e se deram através de dispositivos
móveis (smartphones e notebooks) e plataformas digitais (Google Drive,
Whatsapp, Youtube, Canva, Instagram, Mentimeter, TED Talk, entre outros).

Todos os alunos tiveram acesso a todas as produções realizadas pelos colegas,


tanto coletivas quanto individuais.

Feedback e Feedfoward mensais (individuais orais – canal de


diálogos francos e abertos): abril, maio, junho (AQUI NÓS
AVALIAMOS)

Feedback e Feedfoward ao final do semestre (escrito) (AQUI NÓS


AVALIAMOS)
E-Rubrica holística para a área
da linguagem com enquadre
responsivo bifocal na adoção de
Project-based learning
(DUARTE; IRALA, 2019)


Aqui nós atribuímos nota.
no final do semestre
e de forma a ocupar o menor
tempo possível com essa tarefa.
70% - Docentes 30% - Discentes
“Me senti bastante satisfeita com o meu progresso.” (discente)

“desempenho crescente ao longo do semestre, especialmente


ressaltando a expressão oral.” (comentário docente)

“A aluna teve um grande crescimento durante o semestre e se


mostrou participativa, crítica e interessada.” (comentário
docente)

“No início foi difícil trabalhar com as divergências de ideias que


os grupos tem, porém conseguimos vencer as divergências e
trabalhar em grupo.” (comentário discente)
“O trabalho colaborativo me proporcionou
muitas coisas, uma delas foi saber trabalhar
em grupo e aceitar as ideias dos colegas, outra
foi que a professora conseguiu unir a turma
para que os trabalhos em grupos fossem bem
mais produtivos e por último todos os
trabalhos desenvolvidos em grupo foram
relacionados com a temática felicidade.”
(comentário discente)

“Na minha opinião os trabalhos em grupo


desenvolveram-se de uma forma muito
agradável, podendo ver pelo resultado da
mostra do último dia 27, que estava incrível.”
(comentário discente)
Algumas considerações...
- Busca da excelência. Transparência a respeito da distância entre os níveis reais e
os níveis de referência, de forma que sejam compreendidos por TODOS. Passo
a passo para o sucesso. O que a gente pode fazer para melhorar?

- Planejar e qualificar as formas de sistematização das evidências dos progressos.

- Planejamento docente compartilhado (técnica do critical friend) e incentivo à


autoria docente.

- Tarefas avaliativas voltadas ao desenvolvimento da metacognição (O que


aprendi? O que tive facilidade? O que tive dificuldade? O que não gostei de
fazer? O que não gostei de fazer?)
FINALIZANDO...OU
COMEÇANDO...
O que nós podemos continuar a fazer para
tentar eliminar uma visão restrita de
avaliação, para mudar a percepção negativa
generalizada sobre o erro e contribuirmos
ainda mais para qualificar as habilidades
(cognitivas e soft skills) - mastery learning
para os tempos de hoje e para um amanhã
imprevisível para todos nós?
Valesca Brasil Irala
valescairala@unipampa.edu.br

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Resultado da pergunta
do Mentimeter,
realizada no início da
aula/palestra

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