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SIMPÓSIO DE INTEGRAÇÃO ACADÊMICA- SIA

2021
"A Transversalidade da Ciência, Tecnologia e
Inovações para o Planeta"

5 a 7 de outubro de 2021
A constituição do campo de
pesquisas sobre formação
docente no Brasil: panorama,
percursos e processos
FORMEPE
Alvanize Valente Fernandes Ferenc
Bárbara Lima Giardini
José Gomes Thomaz
Kamilla Botelho de Oliveira
Karen Laíssa Marcílio Ferreira
Mirelle Barbosa de Souza
Michele Pereira de Paula
Iniciando o diálogo…
“Não posso ser professor se não percebo cada vez melhor que, por não poder ser neutra, minha prática
exige de mim uma definição. Uma tomada de posição. Decisão. Ruptura. Exige de mim que escolha entre
isto e aquilo. Não posso ser professor a favor de quem quer que seja e a favor de não importa o quê. Não
posso ser professor a favor simplesmente do Homem ou da Humanidade, frase de uma vaguidade
demasiado contrastante com a concretude da prática educativa. Sou professor a favor da decência contra
o despudor, a favor da liberdade contra o autoritarismo, da autoridade contra a licenciosidade, da
democracia contra a ditadura de direita ou de esquerda. Sou professor a favor da luta constante contra
qualquer forma de discriminação, contra a dominação econômica dos indivíduos ou das classes sociais.
Sou professor contra a ordem capitalista vigente que inventou esta aberração: a miséria na fartura. Sou
professor a favor da esperança que me anima apesar de tudo. Sou professor contra o desengano que me
consome e imobiliza. Sou professor a favor da boniteza de minha própria prática, boniteza que dela some
se não cuido do saber que devo ensinar, se não brigo por este saber, se não luto pelas condições
materiais necessárias sem as quais meu corpo, descuidado, corre o risco de se amofinar e de já não ser o
testemunho que deve ser de lutador pertinaz, que cansa mas não desiste. Boniteza que se esvai de
minha prática se, cheio de mim mesmo, arrogante e desdenhoso dos alunos, não canso de me admirar.”
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa, 7ª ed., São Paulo: Paz e Terra, 1996. p. 115-117. (Coleção Leitura).
Objetivos:
⮚Analisar e compreender a constituição e o desenvolvimento do
campo de pesquisas sobre formação docente no Brasil,
explorando, dentre outros aportes, a perspectiva histórica.
⮚Dialogar sobre os percursos formativos e processos de
desenvolvimento profissional dos educadores, relacionando
aspectos sociais, políticos, econômicos e históricos, a suas práticas
e aprendizagens.
Programação- 05/10/2020
14 às 18 horas
Horário: 14h às 14h 20min Horário: 14h50min às 15h10min
Tema: Requisitos para a constituição do campo
Tema: Apresentação do minicurso Responsável: Mestranda Karen Laissa Marcílio
Ferreira
Responsável: Alvanize Valente Fernandes Ferenc
Horário: 14h:25 às 14h 45min Horário: 15h15min às 15h35min
Responsável: Bárbara Lima Giardini Tema: Histórico das Pesquisas sobre Formação
Docente
Tema: Apresentação dos participantes
Responsável: Bárbara Lima Giardini
Docência - Ser Professor (Acesse: www.menti.com
/Informe o código: 6245 7425
Horário: 15h40 min às 16h00min
Escreva 1 (uma palavra) que representa a imagem Tema: Críticas à Pesquisa sobre Formação
que você tem sobre a docência, sobre o ser Docente
professor.
Responsável: Mestra Kamilla Botelho de Oliveira
Programação- 05/10/2020
14 às 18 horas
Intevalo: 16h05min às 16h15min
Horário: 16h20min às 16h45min
Horário: 17h15min às 17h25min
Tema: Agenda de Pesquisas sobre Formação
Docente Responsável: Dra. Alvanize Valente
Responsável: Professora Dra. Bárbara Lima Giardini
Fernandes Ferenc e Mestrando José
Horário: 16h50min às 17h10min Gomes
Tema: Contexto atual das pesquisas sobre Formação
Docente Thomaz
Responsável: Mestranda: Mirelle Barbosa de Souza
Mestranda Michele Pereira de Paula Recurso: Narrativas/Aprendizagens
Metodologia: Notícias; imagens; roda de conversa. (DELORY-MOMBERGER)
Programação- 05/10/2020
14 às 18 horas
Horário: 17h30min às 18h00min ATIVIDADES ASSÍNCRONAS (Avaliação
final)
Dinâmica Final (Feedbacks, contribuições,
Data de postagem: até 07/10
sugestões, reflexões, novos olhares....);
Horário:18 horas
Nuvem de palavras depois do decorrer do curso; O
Carga horária: 4 h
que aprendi no Minicurso? Escreva 1 (uma palavra)
que sintetize a sua aprendizagem. Metodologia: Uso de celular, notebook
com internet, Gmail, Meet, Classroom,
Acesse: www.menti.com - Informe o código: 4769 material de anotação (opcional)
2230 Leitura dos textos (DINIZ-PEREIRA);
Construção de Narrativa sobre percurso de
Avaliação – Autoavaliação;
formação e escolha pela docência;
Responsável: Bárbara Lima Giardini; José Gomes Envio da narrativa (Google Classroom)
Thomaz
Referências do minicurso:
ANDRÉ, Marli. Formação de professores: a constituição de um campo de estudos.
Educação, Porto Alegre, v. 33, n. 3, p. 174-181, set./dez. 2010.
CUNHA, Maria Isabel da. O tema da formação de professores: trajetórias e tendências
do campo na pesquisa e na ação. Educ. Pesqui., São Paulo , v. 39, n. 3, p. 609-626,
Sept. 2013 .
DINIZ-PEREIRA, Júlio Emílio. A construção do campo da pesquisa sobre formação de
professores. Revista da FAEEBA – Educação e Contemporaneidade, Salvador, v. 22,
n.40, p. 145-154, jul./dez. 2013.
DINIZ-PEREIRA, Júlio Emílio. Formação de professores: pesquisas, representações e
poder. Belo horizonte: Autêntica. 2000.
Sugestão Vídeo: Entrevista Júlio Emilio concedida à Maria Isabel de Almeida.
Metodologia e Recursos
Atividade Síncrona: exposição dialogada Avaliação – Autoavaliação e Avaliação do
da temática e uma análise das atividades Encontro (Formulário Google).
assíncronas.
O que aprendi no Minicurso?
Apresentação:
Mentimenter- 1 Escreva 1 (uma palavra)
Mentimenter - 1 (uma palavra) que que sintetize a sua aprendizagem.
representa a imagem que você tem sobre
a docência, sobre o ser professor. Celular ou computador com acesso a
internet e um conta de e-mail do Gmail;
Leitura dos textos. Google Classroom, Google Meet, Padlet.
Material para anotação, caso queiram.
Formação de
professores: a
constituição de um campo
de estudos
Como vem se Atrelado Crescendo Delimitando um
construindo Didática (1990) novo campo
esse campo?
*Concepção profissional
*Evolução e continuidade
O que dizem os Desenvolviment
estudiosos o profissional
docente * Concepções, crenças,
Objeto de estudo
preconceitos
próprio *Identidade Profissional
*Mudança da prática docente

Metodologias O que mostram


as pesquisas *Aumento de trabalhos
Próprias
*Potencialização das
Pontos positivos vozes dos docentes
e alertas
Elementos de Criação de um grupo
de cientistas com
delimitação códigos e interesses *Micro estudos
(Marcelo Garcia) comuns
*Necessária articulação
entre as concepções dos
Incorporação professores e os processos
de aprendizagem da
ativa dos docência
participantes na
pesquisa

Reconhecimento
do papel da
formação
docente
Objeto de Coerentes com
o objeto
estudo
próprio
Pontos Mescla de
positivos diversos
instrumentos
Metodologias que
Metodologias
privilegiam as
Próprias Estudos
histórias de vida limitados
Alguns
Elementos de Criação de um alertas
Pouco
grupo de cientistas
delimitação com códigos e domínio
(Marcelo Garcia) interesses comuns

Incorporação ativa
dos participantes
na pesquisa

Reconhecimento
do papel da
formação docente
Objeto de
estudo
próprio

Metodologias GT- 08
Próprias Formação de
Professores
(ANPED)

Elementos de Criação de um grupo de Eventos,


delimitação cientistas com Grupos de publicações Simpósios
códigos e interesses pesquisas e fóruns dos Grupos
(Marcelo Garcia)
comuns de Pesquisa

Incorporação ativa Revista


dos participantes Brasileira de
na pesquisa Pesquisa
sobre
Formação de
Professores
Reconhecimento
do papel da
formação docente
Objeto de
Objeto de estudo
estudo
próprio
próprio

Metodologias
Próprias

Elementos
Elementos de Criação de um grupo de
delimitação
de cientistas com
códigos e interesses
delimitação
(Marcelo Garcia)
comuns
Mérito social,
científico e
(Marcelo político
Garcia) Incorporação O projeto
Incorporação ativa Universidade-
dos participantes
ativa
na pesquisa Escola Pública
da FAPESP Articula teoria
e prática

Reconhecimento
do Autonomia
do papel
papel da
da Profissional
formação docente
formação docente
Objeto
Objetode de
estudo
estudo
próprio
próprio

Metodologias
Metodologi
Próprias
a

Elementos de Criação de um
Criação de um grupo de
grupo de
delimitação cientistas com
cientistas com
códigos e interesses
(Marcelo Garcia) códigos e comuns
comuns

Incorporação
Incorporação ativa
dos participantes
ativa
na pesquisa Contemplar a
diversidade
do campo
A pesquisa pode
Reconhecimento
Reconhecimento
do papel
papel da contribuir para o
do da
formação docente reconhecimento social
formação da área?
Resultados
docente claros e bem
definidos
Histórico das pesquisas
de formação docente
1973 – EUA - SURGIMENTO 1986 - EUA - CONSOLIDAÇÃO
Publicação do Handbook of Publicação de uma nova revisão da
Research on Teaching (PECK; literatura especializada (LANIER;
TUCKER). LITTLE)

BRASIL

1983-1984 1987 1994


Maria G. Feldens Vera Candau Menga Ludke
1972 - 1981 1982 - 1985 1988 - 1994

2006 2006
Marli André Iria Brzezinski
1990 - 1998 1997 - 2002
ANOS 1970 ANOS 1980

❖ Dimensão técnica da formação ❖ Descontentamento com a educação e a


❖ Enfoque em métodos e formação;
de
treinamento
professores; ❖ Valorização do Caráter Político e do
❖ Visão funcionalista; Compromisso Social da Docência e da
❖ Teorias crítico-reprodutivistas. Educação;
❖ Debate a respeito da Formação do
Educador.

ANOS 1990
ANOS 2000
❖ Aspectos microssociais da escola com foco no papel
❖ Foco nas Identidades e na Profissionalização
dos agentes-sujeitos;
dos Professores;
❖ Formação do professor-pesquisador; ❖ Ênfase nos sujeitos-agentes;
❖ Formação do professor reflexivo; ❖ Como nos tornamos professores?
❖ Prática pedagógica - saberes docentes.
Críticas em relação à
pesquisa sobre formação de
professores
Críticas em relação à pesquisa sobre formação de professores
Dispersão temática e
conceitual

Aumento do interesse Fragilidade teórica e


Ampla pela temática metodológica

Apesar das
críticas
Década de 70 e 80 Década de 90 e início 2000 Atualidade *
...

Escassa Pouca evidência ao


Diferentes fio condutor e aos
abordagens conhecimentos
Falta tempo e investimento metodológicas
Fenômeno “complexo” produzidos
Uma agenda de pesquisa para
a formação de professores
Uma agenda de pesquisa para a formação de professores

Uma definição clara e consistente de termos


c
Descrição completa dos métodos de coleta e análise dos dados e dos
contextos em que as pesquisas são conduzidas

Situar a pesquisa em termos de referenciais teóricos claros

Deve-se prestar mais atenção em relação ao impacto da formação de


professores sobre o “aprender a ensinar” e sobre as práticas dos professores
Uma agenda de pesquisa para a formação de professores

Desenvolver pesquisas que consigam relacionar a formação docente ao aprendizado


dos estudantes

Desenvolver formas de melhor avaliar o saber docente e a “performance”

Desenvolver pesquisas sobre a formação de professores de diferentes áreas do


conteúdo escolar para se discutir semelhanças e especificidades dessa formação

Desenvolver pesquisas sobre programas de formação de professores por meio de


estudos de caso “mais aprofundados” e “multi-institucionais”
Contexto atual da educação
brasileira e formação
docente
Comissão Especial de Informática na Educação
https://ieducacao.ceie-br.org/formacaodocente
Charge: Alisson Affonso

Créditos: Salomón, 2020.


globo.com
Capa do livro:
Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa: Tecendo Experiências na Formação Continuada de Professores.
Reginaldo Fernando e Luciane Manera
Charge: humorpolitico.com.br
Encontros com Narrativas, como constructo
teórico e como prática de pesquisa
O DOUTORADO EM EDUCAÇÃO
O MESTRADO EM O trabalho com Narrativas- (2001-2005)
EDUCAÇÃO O contar histórias; histórias de vidas -
NÓVOA, António; FINGER, Matthias. O
método (auto)biográfico e a formação,
O trabalho com memórias 1988.
: GOODSON, Ivor. Dar voz ao professor:
as histórias de vida dos professores e o
Reconstrução: Bosi, seu
Halbwachs, Bergson… desenvolvimento profissional.
In:NÓVOA, A. (Org.). Vidas de
(1993-1995) professores. Portugal: Porto Editora,
1992.
Os encontros no Programa de Pós-Graduação
em Educação

As interlocuções; os interlocutores…
Matias (2012), Silva (2013), Neves (2014), Araújo (2016),
Faria (2017), Marques ( 2018) Amâncio (2019), Renó (2019), COSTA
(2018); Derossi (2019); Ferreira (2019); Thomaz (2020); Souza (2020)

Fui experienciando formas de se construir narrativas, de achar a própria


forma e, mais ainda, de compreender “a vida das pessoas e como elas
são compostas e vividas [...] (CLANDININ; CONNELLY, 2011, p. 22).
Nossos Clássicos, interlocutores:
Nóvoa, Ferrarotti, Goodson; Delorry- Momberger; Josso, Clandinin e
Connelly, Mello, Souza; Passeggi... ).
Narrativa...
▪meio de acesso à forma como os professores representam,
experimentam e constroem o seu mundo, suas experiências, suas
intenções, crenças, teorias etc.

▪ CLANDININ, D. Jean; CONNELLY, F. Michael. Pesquisa narrativa: experiências e


histórias me pesquisa qualitativa. Trad. Grupo de Pesquisa Narrativa e Educação de
Professores ILEEL/UFU. Uberlândia: EDUFU, 2011.
▪ CONNELLY, F. Michael; CLANDININ, D. Jean. Stories of experience and narrative
inquiry. Educational Research, v.19, n. 5, p. 2-14. 1990.
A natureza da investigação narrativa:
O QUE É UMA NARRATIVA?

⮚Narrativa é o termo usual de referência - no âmbito da investigação educativa - a uma qualidade


que estrutura a experiência que vai ser estudada, compreendida e explicada; é também
designativo dos padrões de investigação que vão ser utilizados para estudo dessa experiência”.
⮚CONNELY e CLANDININ, 1995 (in Aragão) vão dizer:
Tendemos a chamar de: ‘história’ ou ‘relato’ ao fenômeno, aos dados advindos da investigação e
de ‘narrativa’ à própria investigação.

“[…] quando dizemos que nós, pela nossa própria natureza, vivemos ‘vidas relatadas’ e contamos
as histórias dessas vidas, precisamos dizer - para explicitar - que os pesquisadores que são
‘investigadores narrativos’ buscam recolher essas vidas, descrevê-las e, por sua vez, contar
histórias sobre elas, investigando e escrevendo sobre seus relatos de uma tal experiência.”
Princípios epistêmicos e metodológicos

O homem é o universal singular. Se nós somos, se todo o indivíduo é


a reapropriação singular do universal social e histórico que o rodeia,
então podemos conhecer o social a partir da especificidade irredutível
de uma práxis individual (Franco Ferrarotti, 1988).

Pôr em evidência as pregas singulares. (Bernard Lahire. O homem


plural - as molas da ação. Sinopse)
O homem que as ciências humanas e sociais tomam por objecto é mais
frequentemente estudado num único contexto ou a partir de uma só
dimensão. Analisam-no na qualidade de aluno, trabalhador, consumidor,
cônjuge, leitor, praticante de um desporto, eleitor, etc. Ora, em sociedades em
que os homens vivem muitas vezes simultânea e sucessivamente experiências
socializadoras heterogéneas e por vezes contraditórias, cada um é
inevitavelmente portador de uma pluralidade de disposições, de maneiras de
ver, de sentir e agir. Interrogarmo-nos sobre as maneiras como a pluralidade
dos mundos e das experiências se incorpora no seio de cada indivíduo,
observarmos a sua acção sobre uma diversidade de cenas, eis o horizonte
científico para o qual tende esta obra.
Sociólogo, o autor trava um diálogo com uma parte da psicologia, da história,
da antropologia e da filosofia. As suas reflexões desembocam no programa de
uma sociologia psicológica e dedicam-se a pôr em evidência as pregas
singulares do social. (O Homem Plural - As Molas da Acção; Bernard Lahire.
Sinopse)
Argumentos para a utilização das narrativas dos professores sobre a própria vida profissional

“[...] a consistência do discurso dos professores sobre as próprias vidas


[...] tem sido notável [...]. Ouvir a voz do professor devia ensinar-nos que
o autobiográfico, ‘a vida’, é de grande interesse quando os professores
falam do seu trabalho”. E acrescenta que as produções sobre as “[...]
histórias de vida dos professores podem ajudar-nos a ver o indivíduo em
relação com a história do seu tempo, permitindo-nos encarar a
intersecção da história de vida com a história da sociedade [...]”.
(Goodson, 1992, p. 71-75)
Os argumentos apresentados por Goodson (1992) rompem
com perspectivas racionalistas, objetivistas, que pretendiam
colocar em suspenso a subjetividade do professor; reafirmam
a compreensão dos professores como atores de uma prática
social, que, a todo tempo, explicitam histórias sobre suas
vidas.
A propósito da narrativa: mobilizando a si mesma

[...] quando um escritor escreve uma biografia, escreve-se a si


mesmo/a na vida do sujeito sobre quem escreve.
(DENZIN apud ARAÚJO; MAGALHÃES, 2000, p.17).
A passagem de autobiografias não intencionais para o ato deliberado de fazer
das escritas de si um dispositivo de formação, em educação, e de narrativas de
vida um método de pesquisa nas Ciências Humanas e Sociais, foi alvo, ao
longo do século XX, de defesas e críticas contundentes, rejeições e militâncias,
recuos e avanços no campo científico. Duas noções podem ser colocadas no
centro dessas discussões: a de experiência existencial, por dizer respeito à
subjetividade de quem narra, e a de interpretação, por subentender opiniões,
crenças e valores na compreensão dos acontecimentos relatados, tanto por
parte do sujeito que narra sua história quanto por parte do pesquisador que dá
sentido a essas vidas para fazer história. O desafio posto por essas noções
para a pesquisa científica é o da construção da realidade pelo viés do texto
narrativo escrito na primeira pessoa, o que põe em risco a busca de verdades
universais, propostas pelas ciências naturais e os métodos positivistas.
(SOUZA; PASSEGGI, 2011, p. 328).
A pesquisa biográfica
O que defende?

“Todo o aprendizado está inserido


“Todo o percurso de vida é um
numa trajetória individual na qual
percurso de formação, porque
encontra sua forma e seu sentido em
organiza, no tempo, as aquisições e
relação a um conjunto de
sucessivos aprendizados no âmbito
habilidades e de de competências
de uma história”;
articuladas numa biografia”.
Qual objetivo da pesquisa
biográfica em educação?

Compreender a partir das vozes dos sujeitos/atores


da escola, a maneira pela qual evidenciam suas
experiências de formação e de aprendizado, o
papel representado pela escola e pelas instituições
educativas nas construções biográficas individuais e
nos processos de socialização.
Biografia como
contexto e estrutura do aprendizado
🠶 Momberger vai evidenciar “como os processos de formação e de
aprendizado se inserem nos contextos biográficos individuais e se
estruturam numa lógica biográfica.

🠶 Compreendem que: “As histórias de vida são narrativas de


aprendizado” e elas oferecem uma relação interna direta com a
formação.
Modelo de aprendizado biográfico – desenvolvido
por Theodor Schulze (1985)
⮚Fundamentado no relacionamento das experiências dos sujeitos
com formas de aprendizado.

⮚Relação entre tipos de aprendizado, interesses de conhecimento


e situações vividas pelos sujeitos.

⮚As histórias dos estudantes/ licenciandos/profissionais e


suas aprendizagens…
Modelo de aprendizado biográfico – desenvolvido
por Theodor Schulze (1985)
Tipos de conhecimentos Descrição do conhecimento

Auto-organizado É aquele que o sujeito conquista por sua experiência


individual.
Ecológico Remete a relação com o mundo circundante.

opositivo Resulta das situações de contradição, de ruptura e de


crise.
Simbólico Constrói-se através das cenas primitivas e das palavras
que repercutem na vida do sujeito.
Afetivo Remete aos mundos dos sentimentos e das emoções .

reflexivo Adquirido no retorno às experiências biográficas .


O que aprendi no Minicurso?

Acesse: www.menti.com
Informe o código: 4769 2230

Escreva 1 (uma palavra) que sintetize a sua aprendizagem.

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