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Educação Matemática
Material Teórico
O Professor de Matemática Pesquisador de sua Própria Prática
Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco
O Professor de Matemática Pesquisador
de sua Própria Prática
• Introdução
• Pesquisas que Discutem a Formação de Professores
• Professor Pesquisador da Própria Prática
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Discutir a pesquisa da própria prática a partir de estudos que discorrem
sobre os tipos de investigação no âmbito da formação docente.
· Discutir as diferenças e semelhanças entre a pesquisa acadêmica e a
pesquisa do professor.
· Estudar as principais características da pesquisa da própria prática.
ORIENTAÇÕES
Esta Unidade abordará os vários tipos de pesquisa no âmbito da formação
docente e aprofundará seus conhecimentos acerca da pesquisa da
própria prática.
Para seu melhor aproveitamento, elabore pequenas sínteses dos itens textuais
e as relacione com as ideias iniciais que você tinha sobre o assunto. Faça
também anotações, guardando-as como apoio às atividades de sistematização
e aprofundamento, assim como à própria avaliação.
Contextualização
Caro(a) aluno(a),
Certamente você não está atuando em escolas do Ensino Básico, então ainda
não reflete sobre sua própria prática. Mas imagine que você já lecionasse.
Nesse exercício imaginativo você admitiria que precisa pensar sobre como
ocorreu sua aula, como é sua prática, como seus alunos aprendem determinado
conteúdo, quais dificuldades têm.
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Introdução
Este material teórico aborda, primeiramente, as várias correntes de pesquisa que
discutem a formação de professores com base no texto A pesquisa sobre formação
de professores: metodologias alternativas, de Maria das Graças Mizukami (p. 201-
232), que consta do livro organizado por Raquel Lazari Leite Barbosa, denominado
Formação de educadores – desafios e perspectivas, publicado pela Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp) em 2003.
Explor
Já a segunda parte deste material tem por base as pesquisas de Zeichner (1998,
1993) sobre o professor pesquisador da própria prática.
Você já leu alguma pesquisa que discute a formação de professores? Já percebeu que
Explor
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UNIDADE O Professor de Matemática Pesquisador de sua Própria Prática
Apesar de todo o avanço nessa direção, é possível avaliar que no âmbito das
instituições formadoras ainda não se dá a importância devida ao estudo dos
processos de formação e de desenvolvimento profissional dos professores. No que
se refere a esses profissionais, pode-se conjecturar que nem sempre as pesquisas
sobre esses são devolvidas aos quais, até pelo fato de que em muitas há inúmeras
críticas à atuação docente. Esse tipo de estudo é conhecido como pesquisa sobre
formação de professores.
Por último, uma tendência mais atual discute a pesquisa com professores.
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Por sua vez, Zeichner (1998, 1993) acredita na pesquisa colaborativa, na qual
professores e pesquisadores trabalham em parceria, não com uma igualdade
absoluta, pois cada qual tem seus conhecimentos específicos para a colaboração,
mas com paridade no relacionamento, com respeito ao conhecimento do outro e
à contribuição que cada um pode dar.
Esse teórico avalia que a pesquisa colaborativa pode fazer com que a divisão
entre professores e pesquisadores acadêmicos possa ser enfrentada. Enfatiza que
é preciso julgar trabalhos com critérios e que há bons e maus trabalhos tanto de
professores, como de pesquisadores acadêmicos.
Afirma ainda que é necessário que sejam alteradas estruturas das instituições
formadoras para que professores acadêmicos possam se dedicar às escolas do
Ensino Básico. Em muitas universidades, quanto mais próxima do professor da
Educação Básica estiver a pesquisa, mais baixo será seu “status” e menor será sua
chance de obter financiamento.
Para Zeichner (1993) os professores estão sempre a teorizar, à medida que são
confrontados com os vários problemas pedagógicos, tais como a diferença entre as
suas expectativas e os resultados obtidos.
A teoria pessoal de um professor sobre a razão pela qual uma lição de leitura
correu pior ou melhor do que esperado, é tanto teoria como aquelas geradas nas
universidades sobre o ensino de leitura: ambas precisam ser avaliadas quanto à
qualidade, mas são teorias sobre a realização de objetivos educacionais.
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Mas não bastam essas características amplas para delimitar a pesquisa sobre a
própria prática. Ponte (2002), apoiado em Beillerot (2001), destaca que a pesquisa
da própria prática deve satisfazer três condições:
·· Produzir conhecimentos novos;
·· Ter uma metodologia rigorosa;
·· Ser pública.
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Outras autoras que discutem a pesquisa da própria prática são as norte-
americanas Lytle e Cochran-Smith (1990). Afirmam que é uma pesquisa intencional
e sistemática que professores realizam sobre sua escola, sua sala de aula e acerca
da própria prática. Para essas autoras a pesquisa surge de questões e também
gera questionamentos. Dito de outra forma, a pesquisa sobre a prática reflete a
preocupação de professores na atribuição de sentido às próprias experiências,
adotando uma atitude de aprendizagem relativa à sua prática.
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Com base em Lytle e Cochran-Smith (2003), Ponte destaca que muitos docentes
que atuam no Ensino Superior têm se debruçado sobre a própria prática profissional,
seja como professores, formadores de professores, ou líderes organizacionais,
estudando questões como:
·· A aprendizagem dos alunos em diversos contextos;
·· O desenvolvimento de comunidades de aprendizagem de formadores e
as circunstâncias organizacionais, sociais e intelectuais que as apoiam
ou as constrangem;
·· O desenvolvimento e a implementação de currículos para manter ou
desafiar diversas agendas e standards; e
·· As relações entre a aprendizagem de professores e formadores, as práticas
profissionais e a aprendizagem dos alunos.
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Um ponto importante é não tornar a pesquisa um procedimento burocrático. A
investigação não é algo que se possa realizar de forma rotineira, sem paixão, sem
investimento intelectual e afetivo. Não se pesquisa com espírito de funcionário,
ou seja, requer condição de protagonista. Envolve uma atitude permanente de
questionamento, tempo, discussão e teorização.
Momentos de Investigação
A investigação é composta por vários momentos, assim destacados:
· Formulação do problema ou questão de investigação;
· Recolhimento de elementos que permitam responder ao problema;
· Interpretação da informação recolhida com vistas a tirar conclusões;
· Divulgação dos resultados e das conclusões.
Segundo Ponte (2002), é preciso ter uma metodologia para a realização da pesquisa.
Após a análise dos dados, a pesquisa deve se tornar pública, ou seja, os resultados
devem ser divulgados na comunidade, por meio de textos, comunicações, revistas,
ou encontros científicos.
Em Síntese Importante!
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As três condições indicadas por Beillerot (2001) e citadas por Ponte (2002)
se aplicam à investigação que os professores realizam sobre a sua prática. Ponte
considera que tais condições são muito gerais e que é necessário instituir o
desenvolvimento de uma cultura de investigação e de discussão da pesquisa sobre
a prática. O autor considera que apenas a partir da análise de casos concretos é
possível perceber o que é realmente novo ou o que já era conhecido, o que é ou
não decorrente de uma metodologia rigorosa de investigação, o que constitui e
como deve ser realizada a divulgação adequada para que um trabalho possa ser
discutido e avaliado pelos pares.
Exprime um ponto
de vista próprio dos
atores e sua articu-
Autenticidade
lação com o contex-
to social, econômi-
co, político e social
Contém, de forma
explícita, questões e
procedimentos de
Qualidade recolhimento de
metodológica dados e apresenta
conclusões com base
nas evidências
obtidas
Figura 01
Em Síntese Importante!
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Leitura
A Pesquisa Sobre a Própria Prática no Ensino Superior de Matemática
PALIS, Gilda de La Rocque. A pesquisa sobre a própria prática no Ensino Superior
de Matemática. In: COLÓQUIO DE HISTÓRIA E TECNOLOGIA NO ENSINO DE
MATEMÁTICA (HTEM), 4., 5-9 maio 2008. Rio de Janeiro. 2008.
http://limc.ufrj.br/htem4/papers/40.pdf
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