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DEPARTAMENTO: DEDC I
ÁREA / COMPONENTE(S) CURRICULAR(ES): Ciências Sociais / Pesquisa e Prática Pedagógica I, II, III e IV; Estágio
Supervisionado
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TEMA:
A importância da pesquisa na Educação e no Ensino: Desafios e perspectivas do ensino com pesquisa na escola de Ensino Médio, no
componente curricular Sociologia.
OBJETOS DE CONHECIMENTO:
FORMATO:
Presencial
TEMPO:
45 minutos
O conteúdo da aula versa sobre a pesquisa na educação e no ensino médio, no componente curricular Sociologia.
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2. OBJETIVO GERAL:
Analisar a importância, os desafios e as perspectivas da pesquisa na educação e no ensino em nível médio no componente curricular Sociologia.
2.1.OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Apresentar por meio de aula expositiva com utilização de slides os temas supra citados e promover o debate por meio de dinâmica em sala.
4. RECURSOS DIDÁTICOS:
5. AVALIAÇÃO:
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Pesquisa e educação
MENGA LÜDKE
Departamento de Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
GISELI BARRETO DA CRUZ
Doutoranda em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
ação, seja durante o seu desenrolar, seja após sua conclusão e representando
sobre a ação. Então manter a reflexão durante e após a ação docente é importante.
“Por isso é que, na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. Paulo Freira em pedagogia da autonomia
●
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Não há dúvidas sobre o interesse de ressaltar a importância da reflexão como parte
ser prontamente evitado, sob pena de sacrificar outros aspectos também importantes. (LUDKE; CRUZ, 2005)
Outra questão importante que as autoras apontam é sobre o recorte epistemológico da educação que não está bem definido, além do uso dos metodos qualitativos que
não se baseia em teorias para encontrar soluções coletivas, voltando ao ponto inicialmente apresentando de não se restringir a reflexoes pessoais.
Elas pontuam que os enfoques da pratica docentes precisam ser equilibrados com analises teoricas e que o desequilibrio precisa ser revisto nos cursos de formação
Esse debate não é novo sobre a reflexao em oposição a uma racionalidade técnica. Seria um tipo de epistemologia da pratica em que o sujeito se posiciona em uma
atitude de analise, produção, e criação a respeito de sua ação ao enfrentar situações desafiadoras.
Então elas citam diversos autores que defendem que o professor precisa assumir-se como pesquisador da própria prática encaminhando critica e sistematicamente sua
atividade para identificar os eixos estruturantes de cada situação, portanto, a pesquisa é a base do ensino que tem como foco o currículo já que por meio dele se transmite
o conhecimento na escola.
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● Nesse artigo as autoras apresentam os resultados de
uma pesquisa realizadas por elas com professores da
educação básica no Rio de janeiro
● Elas se depararam com questões entorno dos
termos: “estar em pesquisa”, “realizar pesquisa” e
“ser um pesquisador”. E também diante da
ambiguidade que cerca o conceito de pesquisa.
● Elas chamam atenção para a diferença entre
reflexão e pesquisa.
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● A reflexao leva a um processo de analise crítica e
compreensão de suas práticas produzindo significado
e conhecimento que direciona o processo de
transformação das práticas
● Pesquisa tem elementos de analise, mas à luz de
uma teoria*
● Outro elemento apontado na pesquisa como
dificultador da pesquisa na docencia formam as
limitações da formação inicial.
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● As autoras concluíram que as concepções de
pesquisa apreendida pelos professores em sua
formação inicial limita que eles desenvolvam a
pesquisa de seus contextos de trabalho a partir de
uma concepção mais ampla do que seja uma
pesquisa, preservando elementos fundamentais da
própria pesquisa.
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PESQUISA E OS FORMADORES DE
PROFESSORES
● As autoras afirmam que há uma problematica em
relação à disposição desproporcional entre formação
teorica e prática nas licenciaturase que isso tem relação
com o espaço dado à pesquisa nos cursos de formação
inicial de professores.
● A pesquisa foi considerada importante e necessaria para
dar conta da atualização profissional dos professores
pois sua formação inicial não é suficiente para a
construção de um profissional docente que responda
satisfatoriamente aos reais desafios da escola básica.
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● As condições de trabalho, falta de recursos, ausencia de órgãos de
formento são apontados como dificuldade para implementação do
ensino de pesquisa para atuação na educação básica. Para que se
efetive é preciso que seja assumida dentro de uma proposta
pedagogica do curso de graduação.
● Os dilemas apresentados pelas autoras e que estao presentes em
diversos trabalhos estao relacionados:
● 1) à defesa da pesquisa somente no discurso e não na prática
● 2) ao tipo de pesquisa a ser realizada como no caso da pesquisa-
ação que precisa produzir conhecimento para além da ação.
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Conclusao
● Duas questoes são colocadas para reflexao:
● - a própria situação da pesquisa em educação
● - perene desafio da formação de professores em nosso
país
● - problema em relação aos objetos de analise, propostas
metodologicas e precariedade das analises
● Pesquisas que não deixam claro sua contribuição ao
campo
● Sugestão de pesquisas híbridas
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Desafios para a implantação do Ensino de Sociologia
na escola média brasileira
São Paulo
2010
Este tema tornou-se importante a partir do momento em que a possibilidade de aprovação da obrigatoriedade do ensino de sociologia na escola média foi-se
tornando mais que uma promessa uma realidade.
Ele diz que o tema vem sendo debatido nas demais áreas, entre as demais disciplinas há já muito tempo e foi tomando corpo desde as
reformas da educação iniciadas no governo Fernando Henrique Cardoso, consubstanciado nas Diretrizes para Cursos de formação de Professores e nas
Resoluções consequentes
Dicussçao não aparecia entre professores pela enfase na formação de pesquisadores
A critica à formação levaria a uma não aceitação da obrigatoriedade do ensino
Muda a visa: o bacharelado não é suficiente e a licenciatura pode ser um espaço de pesquisa
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Livros didaticos
●
, ainda não passaram por um processo de crítica
Os livros didáticos de sociologia,
condenaram, não assumem um postura de pesquisadores, de produtores culturais, de (trabalhadores) intelectuais, mas de trabalhadores manuais, de carregadores de manuais, e
se submetem agora aos ditames do livro didático, sem conhecer aqueles resultados de
pesquisas sobre os livros didáticos, acabam usando acriticamente tais livros, deixando
falar mais alto a voz do autor do livro e consagrando as escolhas de conteúdos feitas por
este.
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Proposta programática: única ou variada
Um ponto questão que tem sido colocada como importante, embora eu mesmo discorde de sua importância, é sobre o estabelecimento de
proposta programática unificada para os professores de sociologia, mas uma proposta única para o País todo. (anterior à BNCC)
Não acredita que professores universitários possam representar o conjunto de docentes da educação básica, na elaboração da proposta
não acredito – agora falando no singular – que mesmo num evento como este e outros que têm acontecido pelo Brasil, se possa fazer uma
proposta que seja “a” proposta, isto é, ao mesmo tempo exaustiva, representativa e eficiente
melhor seria oferecer as orientações, iniciar uma série de eventos como este, trazer relatos, fazer comparações, divulgar as pesquisas,
escrever, ler, discutir, debater etc., e ir buscando consensos sobre práticas e concepções de ensino da disciplina.
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Número de aulas x conteúdos
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Situação geral da escola pública no Brasil
- Esse é o problema geral da sociologia mas não somente dela. pode-se tomar a escola como objeto da própria sociologia, mas isso não significa
que podemos apresentar soluções nem muito menos “instrumentalizar os alunos” para resolver os problemas da escola
- aceitam a sociologia com o fim precípuo de resolver os problemas da escola, que são sistêmicos, antes de tudo, além de ignorarem que os
objetos das disciplinas escolares devem estar voltados para fora da escola e não para dentro, tal como temos proposto a presença da sociologia
- aceitam a sociologia com o fim precípuo de resolver os problemas da escola, que são sistêmicos, antes de tudo, além de ignorarem que os
objetos das disciplinas escolares devem estar voltados para fora da escola e não para dentro, tal como temos proposto a presença da sociologia
Florestan propunha que a presença da sociologia poderia ser oportunidade para se repensar o currículo da escola média brasileira que,
apesar de nossas ilusões de ópticas retrospectivistas, não era o melhor dos mundos
a polêmica gerada pela obrigatoriedade do ensino de sociologia na escola média se deva muito mais à arbitrariedade imposta pela
tradição e corporativismo das outras disciplinas do que por um processo consciente e responsável de educadores.
currículo, como diz Tomás Tadeu da Silva, é expressão de poder, é uma construção arbitrária do poder, pois não existe um currículo
“lá fora” que as
teorias dos currículos tentam “descobrir”. Fizemos nossa parte nessa luta e expressamos
nosso poder. E como disse noutro lugar, a presença ou ausência da sociologia no currículo
é desde já expresso de opções políticas. (Fernandes, 1963, 1985; TT Silva, 1999; Moraes,
2003; Ileizi Silva, 2001, 2005, 2006, 2007; Takagi, 2007)
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Objetivos do ensino médio: vestibular, cidadania, mercado de trabalho
LDB indica quatro objetivos do ensino médio: prosseguimento de estudos, preparação para o trabalho, aprimoramento da pessoa humana (formação ética, autonomia intelectual, pensamento crítico) e
compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos (teoria e prática).
Se a preparação para a cidadania tem ficado somente no slogan ou na “instrumentação político-partidária dos alunos”, os outros dois objetivos têm produzido resultados profundamente erosivos no ensino
médio.
As escolas privadas orientam-se claramente para o vestibular, auto-represetando-se como eficientes e competentes neste mister, independentemente da heterogeneidade em que estão mergulhadas
a escola
pública por fazer valer o clichê de preparar para a cidadania, subtraem de seus alunos a
possibilidade de se orientarem para o prosseguimento nos estudos, esvaziando o ensino
médio. Por outro lado, ainda no setor das escolas públicas, cada vez mais está presente nos
discursos (e até na ação) de muitos políticos – agora chamados de gestores públicos – o
Mas essas escolas ainda permanecem uma promessa para a maioria, uma vez que os custos
de manter escolas profissionalizantes são bem mais altos do que o das escolas
propedêuticas – o que foi provado sobejamente pelo fracasso absoluto daprofissionalização compulsória imposta pela Lei 5692/71. Além disso, essas orientações
estão submetidas a um debate nunca resolvido entre os defensores de uma escola útil
porque profissionalizante para as classes populares os contrários, defensores da escola
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Educação Antirracista:
tensões e desafios para
o ensino de sociologia (2014)
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Lei 10.639/03, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de história e culturas afro-brasileira e africanas na educação básica, completou 10
anos de existência
Fruto de um amplo movimento histórico dos movimentos negros por uma educação antirracista, esta legislação, após uma década, desafia as
políticas públicas, os docentes, os currículos, a formação docente e os conhecimentos históricos ainda estabelecidos no âmbito acadêmico.
a Lei 10.639/03 parece mobilizar uma dimensão conflitante e delicada, ou seja, o reconhecimento da diferença afrodescendente com certa
intencionalidade de reinterpretar e ressignificar a história e as relações étnico-raciais no Brasil pela via dos currículos da educação básica.
Também mobiliza questões referentes às identidades coletivas e subjetivas de docentes e discentes, começa a estabelecer novos parâmetros de
conhecimento da realidade sociorracial brasileira, sem contar os novos embates políticos no âmbito do estado e das instituições educacionais .
Outra lei importante foi a lei que tornou obrigatorio o ensino de sociologia
Tanto uma lei commo a outra trouxeram tensoes e debates e o texto analisa essas tensoes no contexto do ensino de sociologia
Há uma tradição de estudos das relações raciais no brasil mas ha uma dificuldade em transpor eles para o ensino de sociologia
O autor analisa o duplo desafio pedagógico das legislações que é o novo desafio epistemologico e de produção pedagígica comprometido
com uma educação anti-racista.
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Os Desafios Gerais da Lei 10.639/03
de História e Culturas Afro-Brasileiras e Africanas. Esse documento se constituiu em uma referência teórica e pedagógica nos aspectos da formação
docente, dos currículos, das práticas docentes e, especialmente, na sua proposição política de combate ao racismo e às discriminações raciais no âmbito dos
sistemas de ensino
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Os Desafios Gerais da Lei 10.639/03
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Os Desafios Gerais da Lei 10.639/03
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Os Desafios do Ensino de Sociologia
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Os Desafios do Ensino de Sociologia
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Mediação Didática: políticas, identidades e posturas
epistemológicas
Aplicar a lei significa tratar do racismo estrutural que estabelece na sociedade brasileira
● Ao colocar o debate surgem questões como: “África, a terra dos macacos”, “Africanos
correm muito porque correm dos leões”, “Na África só tem aidético
morto de fome”, “O continente africano só tem uma raça: preto”, “Africanos:
burros, prostitutas, raquíticos, analfabetos, bandidos, escravos”,
“Falar de África é falar de macumba”, “O negro foi escravo”, “A princesa
Isabel libertou os escravos”, “Dia 13 de maio é dia dos escravos”…
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● Nesse sentido o professor precisa politizar o debate e mobilizar a
reflexão histórica sobre as relações de poder na sociedade
brasileira
● O objetivo da lei no reconhecimento da diferença
afrodescendente é o confronto identitario com uma ideologia
racialista hegemonica que forja uma relação com a realidade
brasileira
● E a formação de identidades subalternizadas sob a hegemonia
colonial ante o modelo europeu de construção de identidades
● A aplicação da lei tem portanto um impacto sobre as
subjetividades
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Na escola massiva, os professores são mobilizados a desvelaremse
e racializada.
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Portanto, sabendo das formulações que embasaram filosoficamente
e sociologicamente as formações dos professores e de milhares de estudantes do Ensino Médio a respeito dos povos
negros e africanos,como avaliar o impacto da diferença entre o postulado de Hegel de que a África não possui história4,
que influenciou gerações de filósofos, sociólogos e historiadores (e a própria constituição epistêmica da modernidade),
e essas afirmações históricas, transformadas em oficiais pelo Estado brasileiro, na formação de professores e no currículo
oficial das ciências humanas no Ensino Médio?
A princípio, podemos constatar que se estabelece o início de uma disputa epistemológica, na qual as ciências sociais
estão profundamente Envolvidas:
No campo do conhecimento social e histórico, é possível afirmar que existe uma forte tentativa de epistemicídio, ou seja,
o silêncio, o interdito e a negação de histórias, saberes e de existências humanas de milhões de indivíduos com
tecnologias, culturas e organizações políticas e sociais oriundas do continente africano do conhecimento social e histórico
e, por consequência, opera-se um esquecimento, por exemplo, sobre a afirmação de Heródoto de que os
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A dúvida que coloco aqui é como (e por que) os formadores de professores, os sociólogos e os professores poderiam
pensar o redimensionamento epistemológico de suas formações teóricas, na medida em que novas interpretações da
história se insurgem teimosamente no cenário acadêmico, principalmente pela mobilização para o ensino de história da
África, pela nova historiografia da escravidão que evidencia a participação de africanos escravizados como sujeitos na
história nacional e pelas críticas contundentes que revelam que, “[...] antes de ser pensada em termos de cultura, ou em
termos econômicos, a nação foi pensada em termos de raça” (Corrêa, 1998, p. 53).
Carlos Moore (2007) nos lembra que contar a história da África e as culturas afro-brasileiras é dar um estatuto
epistemológico aos povos subalternizados e deslocar o foco de constituição e dinâmica da própria formação do ocidente
europeu e da nação brasileira. Ou seja, realizar uma desconstrução que significa concretamente um profundo
questionamento a uma interpretação histórica hegemônica que perpetrou uma “rejeição ontológica do outro” (Moore,
2007, p. 12)
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(In)Conclusão: produção e mobilização de novas
perspectivas
O que vimos anteriormente – enquanto desafios políticos, identitários e epistemológicos – nos conduz a uma prévia conclusão: a necessidade
de os docentes de sociologia, enquanto intelectuais públicos (Braga; Burawoy, 2009), operarem um diálogo e uma intervenção na realidade
social dos jovens estudantes e no mundo.
Nelson Tomazi (2008) afirmou recentemente que a inserção da sociologia no espaço escolar inserirá a prática de professores na matriz
curricular, não somente enquanto profissionais do ensino, mas ao mesmo tempo como educadores e investigadores da realidade social em uma
instituição social particular. Mas, antes dessa sua afirmação, Florestan Fernandes, na década de 1960, quando se engajou na campanha em
defesa da escola pública, nos deixou um legado de que o sociólogo atua como um cidadão e como cientista, trabalhando pela racionalização
dos modos de conceber e organizar o mundo.
Esse novo profissional inserido no espaço escolar pode promover um ocnhecimento sociológico novo incluindo-se em discussoes publicas
trnasformando problemas privados em questoes publicas e a sociologia em coisa útil mas essa proposição vai de encontro a proposta da lei que
é o posicionamento de combate ao racismo estrutural
É nesse sentido, no jogo da luta política, que os professores de sociologia, que podem mobilizar a discussão racial enquanto temática
curricular, são chamados a revelar o racismo estrutural (a luta teórica) e possibilitar a abertura de uma intervenção antirracista (a luta prática).
refletir sobre o racismo pode nos apresentar uma sociologia para quem e para quê?
- universalismo hegêmonico
Assim, o cerne deste debate é: do ponto de vista pedagógico, a sociologia da questão racial no Brasil só pode ser crítica se for engajada, do
contrário ela é vazia de sentido diante de uma sociedade em que a maioria dos jovens, especialmente jovens negros, se encontra subalternizada
social, econômica e culturalmente.
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Etnografia e Emancipação: Desafios Antropológicos na
Escola Pública
Osmundo Pinho
Antropólogo, professor adjunto no Centro de Artes, Humanidades e Letras da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia e no
Programa de Pós-Graduação em Estudos Étnicos e Africanos da Universidade Federal da Bahia.
O aqui e agora* onde nossa voz pode encontrar articulação e sentido é um contexto mergulhado em
violência e opressão. A negação de si encontrada na raiz de nossos próprios fundamentos subjetivos
é a natureza empírica de nossa situação, definida por essa alienação premente que extrai da carne
exaurida do homem negro o espelho pervertido de sua indignidade, impossibilidade, inadequação.
Essa é a nossa situação.
*O compromisso com a teoria crítica, do ponto de vista em que o percebo, o “I am where I think” descolonial de Walter Mignolo, é um compromisso com a descolonização,
práxis emancipatória para as subjetividades, as agendas políticas, as teorias e epistemologias (Mignolo, 2011).
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Comprometidos com a revisão críticos dos próprios fundamentos de nossa epistemologia provisória, buscamos um modo de produzir
conhecimento, ao mesmo tempo comprometido, situado e atravessado pelas contradições da epistemologia ocidental e do capitalismo
racializado heteropatriarcal. E buscamos isso junto aos nossos interlocutores.
Ele produz uma investigação sobre a produção de subjetividades masculinas racializadas, sob os quadros institucionais do Estado e em relação
contraditória com o mercado, que à época do artigo estava em curso, e as notas teórico-metodológicas que ele traz no artigo se deram no calor
da hora e como etapas de uma reflexão in progress sobre o significado do trabalho de campo antropológico e do engajamento crítico de uma
antropologia desconfortável com as posições de poder tradicionalmente associadas a epistemologia ocidental ou eurocêntrica.
Ressaltando as categorias e estruturas de sentimento que articulam, de modo problemático e contraditório, os sujeitos com os quais
interagimos e as estruturas do Estado e do mercado (Pinho, 2015).
Buscamos refletir aqui brevemente sobre e/ou a partir da contingencialidade dessa pesquisa na Escola Pública em São Felix, Bahia,
buscando dar sistematicidade provisória a determinadas dificuldades ou problemas que se colocam muitas vezes em termos práticos e políticos,
mas que ganhariam, maior alcance crítico e razoabilidade a partir das interconexões teóricas e metodológicas que o autor propoe no texto
propoe refletir sobre nossa prática localizada, em conjunção a uma consideração mais ampla sobre a antropologia crítica ou engajada, levada a
efeito por pesquisadores, eles próprios ex-cêntricos com relação a posições de sujeito identificadas com a matriz da supremacia branca global, o
patriarcado e a heteronorma.
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● Ha um compromisso com o ponto de vista nativo
● Com praticas emancipatorias de pesquisa(dialógicas, horizontais e
críticas),
● Segundo o autor a escola não é apenas o aparelho institucional de
inculcação da violência simbólica
● Na escola a agência dos sujeitos e suas contradioções e a cultura
produz sentidos, rotinas, padrões, laços sociais e representações,
para além, independentemente, ou mesmo contra o esforço
institucional de submissão
● Mas há uma presença institucional de uma normatividade que
confronta a iventividade dos jovens
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● Nesse estreito espaço devemos criar condições para que:
● 1) o significado dos processos sociais, do ponto de vista de
nossos interlocutores, possa emergir;
● 2) essa emergência não signifique alienação, mas o mesmo
fortalecimento da capacidade crítica dos agentes por meios
reflexivos;
● 3) esses meios reflexivos também possam nos interrogar em
termos de nossa “situação”, vis-à-vis a dos jovens. Porque não
são apenas “eles” que se transformam no processo, mas “nós”
também. Nós todos sujeitos sociais historicamente definidos
pelo Estado-Nacional, o capitalismo e aDiáspora africana.
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● Desse modo le discute no texto:
● 1) a “situação” ou contexto para localização dos sujeitos
engajados em ambas as pontas do encontro etnográfico, o
observador e o observado;
● 2) em seguida buscaremos explorar os limites do relativismo
etnográfico seu potencial crítico entre a pesquisa ativista e a
crítica de cultura;
● 3) por fim, discutiremos uma instância metodológica específica
de nosso projeto os Grupos Focais como experimentos in motion
de reflexividade critica no campo; para ao final interrogar as
relações entre interpretação e emancipação.
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O Sujeito Situado
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REFERÊNCIAS:
Lüdke, Menga e Cruz, Giseli Barreto da. Aproximando universidade e escola de educação básica pela pesquisa. Cadernos de Pesquisa
[online]. 2005, v. 35, n. 125 [Acessado 16 Junho 2022] , pp. 81-109. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0100-15742005000200006>.
Epub 04 Nov 2005. ISSN 1980-5314. https://doi.org/10.1590/S0100-15742005000200006.
MORAES, A. C. Desafios para a implantação do ensino de sociologia na escola média brasileira. In: HANDFAS, A; OLIVEIRA, L. F. de
(orgs.). A Sociologia vai à escola: história, ensino e docência. Rio de Janeiro: Quartet, 2009.
OLIVEIRA, Luiz Fernandes de. Educação antirracista: tensões e desafios para o ensino de sociologia. Educação & Realidade. 2014, v. 39, n.
1, pp. 81-98. Disponível em: <>. Epub 13 Fev 2014. ISSN 2175-6236.
PINHO, O. Etnografia e Emancipação: Desafios Antropológicos na Escola Pública. Seminário Interno 1.2 – Cachoeira – 9 de junho de 2016.
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