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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO SÃO JUDAS TADEU


CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM
GESTÃO, COORDENAÇÃO E SUPERVISÃO

aluno

DESAFIOS DA SUPERVISÃO ESCOLAR: O PAPEL DO


SUPERVISOR ESCOLAR NO PLANEJAMENTO ESCOLAR

FLORIANO – PI
2019
2

aluno

DESAFIOS DA SUPERVISÃO ESCOLAR: O PAPEL DO


SUPERVISOR ESCOLAR NO PLANEJAMENTO ESCOLAR

Artigo científico apresentado como Trabalho


de Conclusão de Curso em Pós- graduação
latu sensu de Gestão, coordenação e
supervisão, do Instituto Superior de Educação
São Judas Tadeu.

FLORIANO – PI
2019
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DESAFIOS DA SUPERVISÃO ESCOLAR: O PAPEL DO


SUPERVISOR ESCOLAR NO PLANEJAMENTO ESCOLAR
aluno

RESUMO

O artigo aborda o desafio da supervisão escolar: O papel do supervisor escolar no


planejamento escolar. Apresenta como por objetivo geral ressaltar os desafios da
supervisão escolar e o papel do supervisor escolar no planejamento escolar. E como
objetivos específicos busca-se: Identificar quais são as obrigações do Supervisor
escolar dentro da escola; analisar a atuação supervisora no atual contexto brasileiro,
como agente de construção e transformação de suas próprias identidades; e
construir possibilidades teóricas e práticas necessárias a sua atuação. Diante dos
desafios encontrados pelos supervisores escolares, propõe-se a análise do tema
pautando-se dos seguintes problemas de pesquisa: Quais os principais desafios
enfrentados pelos profissionais de supervisão escolar? Quais são as reais
atribuições do supervisor no contexto escolar? Como se dá a relação entre professor
e supervisor escolar? A pesquisa propõe uma proporção de escolhas, onde o
pesquisador deve estar atento a todos os estudos que existam e se faça referência a
seu tema de estudo para que assim possa atender aos anseios dos seus futuros
leitores. Foi realizado ainda o procedimento técnico de pesquisa bibliográfica o qual
estará sendo desenvolvido através da leitura e da análise de livros, artigos que
tratam do tema abordado, tendo como referencias os seguintes autores: Ferreira
(2008); Brasil (2006); Lima (2001); Ferreira (2003); Pinheiro (2007); Bittel (1982, p.
5); Pimenta (2002, p. 149-152); Medina (2002) apud Pabare (1964); Libâneo (2002);
Rolla (2006); Pimenta (2007).

Palavras-chave: Desafios – Supervisão – Planejamento.


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ABSTRACT

The article addresses the challenge of school supervision: The role of the school
supervisor in school planning. Its general objective is to highlight the challenges of
school supervision and the role of the school supervisor in school planning. And as
specific objectives are sought: Identify the obligations of the school supervisor within
the school; analyze the supervisory role in the current Brazilian context, as an agent
of construction and transformation of their own identities; and build theoretical and
practical possibilities necessary for its performance. Given the challenges
encountered by school supervisors, it is proposed to analyze the theme based on the
following research problems: What are the main challenges faced by school
supervision professionals? What are the actual duties of the supervisor in the school
context? How is the relationship between teacher and school supervisor? The
research proposes a proportion of choices, where the researcher must be aware of
all the studies that exist and make reference to his subject of study so that he can
meet the wishes of his future readers. It was also performed the technical procedure
of bibliographic research which will be developed through reading and analysis of
books, articles dealing with the theme addressed, having as references the following
authors: Ferreira (2008); Brazil (2006); Lima (2001); Ferreira (2003); Pinheiro (2007);
Bittel (1982, p. 5); Pepper (2002, p. 149-152); Medina (2002) apud Pabare (1964);
Libane (2002); Rolla (2006); Pepper (2007).

Key-words: Keywords: Challenges - Supervision - Planning.


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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho Artigo Científico apresentado como trabalho de conclusão de


curso em Pós-Graduação Latu Sensu de Gestão, Coordenação e Supervisão do
Instituto Superior de Educação São Judas Tadeu, tem como tema: Desafios da
supervisão escolar: O papel do supervisor escolar no planejamento escolar.
Apresenta como por objetivo geral ressaltar os desafios da supervisão
escolar e o papel do supervisor escolar no planejamento escolar. E como objetivos
específicos busca-se: Identificar quais são as obrigações do Supervisor escolar
dentro da escola; analisar a atuação supervisora no atual contexto brasileiro, como
agente de construção e transformação de suas próprias identidades; e construir
possibilidades teóricas e práticas necessárias a sua atuação.
Diante disso, os avanços e transformações educacionais e novas
descobertas tecnológicas, o papel de supervisão escolar constitui-se em um agente
de mudanças no processo da formação de professores no contexto educacional e
social e no sentido da dinâmica do trabalho de grupo.
Este profissional tem como principal meta a articulação entre as partes
envolvidas no processo de ensino-aprendizagem: alunos, professores e pais. Diante
dos desafios encontrados pelos supervisores escolares, propõe-se a análise do
tema pautando-se dos seguintes problemas de pesquisa:
 Quais os principais desafios enfrentados pelos profissionais de supervisão
escolar?
 Quais são as reais atribuições do supervisor no contexto escolar?
 Como se dá a relação entre professor e supervisor escolar?
O Supervisor Escolar tem o papel de orientar, indagar, desafiar, encorajar e
motivar os professores, estimulando seu envolvimento com o trabalho de educar,
com os resultados conquistados, criando assim um caminho para a sua realização
profissional.
Novos desafios vêm surgindo para a educação. Além de ensinar, as escolas
passaram a formar crianças e jovens com base em valores morais e éticos,
fundamentais para viver em sociedade.
As atribuições de um Supervisor Escolar envolve algumas complexidades
que envolve apoio e parceria, já que o tipo de relação que ele cria com sua equipe é
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algo essencial para que possa desenvolver um trabalho produtivo. Trabalho esse
focado na organização e orientação da pedagogia usada pelos professores.
Nesta perspectiva, o Supervisor Escolar deve estabelecer uma rotina
organizada para o comprimento de suas atribuições. Considerando que a rotina é
uma “lista de atividades a serem cumpridas para se realizar uma tarefa” (AULETE,
2012, p. 773), podemos dizer que é necessário que se estabeleça uma lista de
atividades que possa atender às atribuições desse profissional.
Diante da rotina indicada pelo Supervisor Escolar e das atividades que mais
exigem sua atenção, procurou-se analisar, em uma abordagem qualitativa, os
impactos dessas atividades nas condições de trabalho desse profissional.
Inicialmente, buscamos compreender e refletir sobre a evolução do conceito
de supervisão de ensino, como também, identificamos quais funções compete a este
profissional no processo de ensino. Buscamos conhecer alguns aspectos que
podem interferir na relação supervisor e professor, apontando possíveis caminhos
para a solução dos problemas oriundos desta relação.
A pesquisa propõe uma proporção de escolhas, onde o pesquisador deve
estar atento a todos os estudos que existam e se faça referência a seu tema de
estudo para que assim possa atender aos anseios dos seus futuros leitores.
O método de abordagem a ser utilizado foi o método qualitativo, onde o
pesquisador partiu de teorias já existentes ao analisar um determinado fenômeno e
sua repercussão.
Levando em consideração o objetivo que foi traçado, a pesquisa tem um
caráter exploratório, uma vez que, esta tem como base assuntos já discutidos em
nossa sociedade e estudados por diversos especialistas no assunto.
Foi realizado ainda o procedimento técnico de pesquisa bibliográfica o qual
estará sendo desenvolvido através da leitura e da análise de livros, artigos que
tratam do tema abordado, tendo como referencias os seguintes autores: Ferreira
(2008); Brasil (2006); Lima (2001); Ferreira (2003); Pinheiro (2007); Bittel (1982, p.
5); Pimenta (2002, p. 149-152); Medina (2002) apud Pabare (1964); Libâneo (2002);
Rolla (2006); Pimenta (2007).
A técnica para coleta de dados foi secundário uma vez que os dados da
pesquisa já se encontram disponíveis e já foram objeto outros estudos. E por fim, o
método de procedimento é o método monográfico e histórico já que o estudo tratará
de um assunto especifico e de relevância para a vida em sociedade.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 BREVE HISTÓRICO DA SUPERVISÃO ESCOLAR

No panorama histórico educacional, os jesuítas foram os primeiros a serem


considerados como educadores, mas a educação não tinha um valor social
importante, na verdade era uma arma de controle social, a tarefa educacional
baseava-se na catequese e na instrução para os indígenas.
Em 1549 começou-se a organizar as atividades educativas no Brasil, no plano de
ensino enviado por Manuel da Nóbrega, a idéia de supervisão não se manifesta apesar da
função da supervisão estar presente na escola.
A educação se preocupava com o ensino humanista de cultura geral, e alheio á
realidade da vida de colônia, formas dogmáticas de pensamento contra o pensamento crítico
maculavam a ação pedagógica dos jesuítas que privilegiavam a memorização e o raciocínio
(FERREIRA, 2008).
Com o passar do tempo, muitas mudanças aconteceram até o modelo de
educação que se tem na atualidade, mas foi mais precisamente no final da década
de 80 que surgiu no cenário educacional do Brasil, um movimento que tinha como
anseio repensar a educação.
Também no início dos anos 80, a titulação em Supervisão Escolar migrou da
graduação em Pedagogia para os cursos de pós-graduação Lato Sensu. Com o
passar do tempo, o conceito de Supervisão Escolar torna-se, assim, mais
abrangente, tal como percebemos.
Na década de 1990, já com um olhar diferenciado da função e atuação do
supervisor escolar, evidencia-se que essas transformações foram necessárias ao
longo da história, visando melhores resultados.
Atualmente, devido à Resolução CNE/CP 1/2006, os cursos de graduação
não ofertam mais as habilitações em orientação e supervisão escolar, por exemplo.
Isso se confirma no artigo que segue

Art. 4º O curso de Licenciatura em Pedagogia destina-se à formação de


professores para exercer funções de magistério na Educação Infantil e nos
anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na
modalidade Normal, de Educação Profissional na área de serviços e apoio
escolar e em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos
pedagógicos. (BRASIL, 2006).
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Conforme Lima (2001), a ideia de supervisão, antes de ser apregoada no


âmbito educacional iniciou-se com a industrialização. Na qual a preocupação com a
produção vinha em primeiro lugar, tendo a necessidade de monitoramento e controle
das atividades desenvolvidas na empresa, visando alcançar eficiência e eficácia.
Todavia, a grande maioria dos supervisores não se dá conta de sua função
política e dá ênfase a função técnica priorizando procedimentos, fragmentando o
processo pedagógico e reforçando á dominação da elite. A função do supervisor no
contexto histórico brasileiro é fundamentalmente político e não técnico como se
difunde.
Para não contribuir para esse reforçamento o supervisor deve mudar de
atitude, assumindo seu papel político explicitamente. Antes de qualquer coisa o
supervisor é educador e precisa estar comprometido com a mudança, não somente
ter a habilitação em Pedagogia - não um pré requisito, mas ser consciente do
processo histórico e do seu lugar dentro da escola e fora dela.
O mundo contemporâneo é marcado pela hegemonia do neoliberalismo
acentuando-se e ampliando-se as formas de exclusão social e cultural, a
globalização reflete no âmbito educacional no que se refere à organização do
trabalho pedagógico, delegando uma série de atribuições as escolas e aos
coordenadores educacional e professores.
O papel da coordenação pedagógica está enfocado para a formação do
tecnólogo do ensino e no favorecimento e aprofundamento da perspectiva crítica,
voltada para a educação e formação de coordenadores pedagógicos (FERREIRA,
2003).
Atualmente, a concepção de supervisor e de supervisão escolar é revestida
por profundas mudanças. Se antes o supervisor tinha uma função completamente
técnica e burocrática, hoje ele é ligado fundamentalmente ao trabalho docente,
orientando, coordenando, sendo parceiro no processo de ensino-aprendizagem.
Porém, mesmo essa sendo a atual concepção de supervisão, ainda se ver
frequentemente, na prática, atuações impregnadas de influências pretéritas.
Nessa situação, percebe-se que a educação vivenciava um período de
mudança, adotando um caráter mais técnico, buscando racionalizar o trabalho
educativo, dando importância aos técnicos, entre eles, o supervisor (PINHEIRO,
2007).
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2.2 EVOLUÇÃO DA CONCEPÇÃO DE SUPERVISÃO ESCOLAR

Durante a Industrialização, com a intenção de melhorar qualitativamente e


quantitativamente a produção nas fábricas surgiu à função do supervisor.
Com a contratação de mão-de-obra assalariada houve a preocupação em
utilizar meios que mantivessem os empregados totalmente voltados para suas
tarefas, a fim de gerar o aumento da produtividade.
Segundo Bittel (1982, p. 5), “o termo supervisor tem suas raízes no latim,
onde significa “olhar por cima’. Originariamente, era aplicado ao mestre de um grupo
de artesãos. Há menos de 100 anos não era incomum que os mestres nas oficinas
da Nova Inglaterra tivessem o poder quase total sobre a força de trabalho.
A constituição do supervisor escolar necessita de ampla formação, pois sua
atuação implica o domínio de conhecimentos de didática, metodologia do ensino e
de psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem. É importante também o
embasamento crítico oferecido pelas disciplinas de Filosofia, Sociologia e História da
Educação, assim como o conhecimento das leis que regem a educação e a estrutura
e funcionamento do ensino.
Desse modo, deixa-se, para o passado, o supervisor escolar fiscalizador e
controlador e encara-se a supervisão, em dimensão mais ampla, colocando-a na
posição de pesquisadora e investigadora, a qual adquire cada vez mais importância
na organização da ação educativa.
A Supervisão Escolar com características identificadas historicamente, na
realidade atual, não serve às finalidades político-pedagógicas da educação escolar.
A nova proposta de ação deve estar centrada no modo como o especialista
em educação pretende desempenhar suas tarefas para, se necessário, redirecionar
seus procedimentos. Para isso explicitaremos as considerações de Pimenta (2002,
p. 149-152) que auxiliarão na reflexão sobre qual é a finalidade da educação escolar
atualmente.
As concepções sobre a coordenação pedagógica que aparecem com maior
evidência para o grupo de sujeitos da pesquisa são as que se referem ao
acompanhamento e à participação do coordenador no processo educativo, em
conjunto com os professores e demais profissionais da escola, indicando uma
concepção de coordenação pedagógica cooperativa e ativa.
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Assim, a supervisão escolar teve início aqui nas terras brasileiras, por meio
de cursos promovidos pelo Programa Americano-Brasileiro de Assistência ao Ensino
Elementar (PABAEE), o qual foi o primeiro a formar supervisores escolares para
atuarem no ensino elementar (primário) brasileiro. A finalidade era modernizar e
melhorar a qualidade do ensino e a formação dos professores.
De acordo com Medina, uma das ideias contidas nos objetivos do PABAEE
era:
Introduzir e demonstrar aos educadores brasileiros os métodos e técnicas
utilizados na educação primária, promovendo a análise, aplicação e
adaptação dos mesmos, a fim de atender às necessidades comunitárias em
relação à educação, por meio do estímulo à iniciativa do professor, no
sentido de contínuo crescimento e aperfeiçoamento. Criar, demonstrar e
adaptar material didático e equipamento, com base na análise de recursos
disponíveis no Brasil e em outros países, no campo da educação primária
(MEDINA, 2002 apud PABAEE, 1964, p.4-5).

No ano de 1961, com a criação da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da


Educação Nacional) - Lei 4.024 de 20/12/1961 nota-se que as transformações
ocorridas no campo da supervisão foram retomadas para o “Ensino Primário”.
Contudo, a presença dos especialistas em supervisão no interior do sistema
educacional, demonstra o reforço à divisão do trabalho na escola. Pode-se dizer que
desde o ano de 1960 até os dias atuais, a supervisão tem sido incorporada pela
eficiência, cooperação e pesquisa, com vistas ao desenvolvimento profissional do
educador. A supervisão escolar requer meios que transformem o professor em um
profissional cada vez mais consciente, eficiente e (co) responsável no processo
educativo.
Dessa forma, sendo o gestor pedagógico um especialista qualificado, ao
acompanhar o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem e o desempenho
dos professores, ele deverá ser responsável em capacitar o corpo docente e ser um
elemento de integração de todos os segmentos da escola.
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2.3 O PAPEL DA SUPERVISÃO ESCOLAR

A educação é um processo de transformação do ser humano no qual faz


com que ele desenvolva suas potencialidades de acordo com o ambiente em que
vive, para que isto ocorra o ser humano precisa de referências sendo como
principais as referências familiares, sociais e culturais.
O supervisor é o articulador do Projeto Político-Pedagógico, da instituição,
com os campos administrativos e comunitários; deve circular entre os elementos do
processo educacional cabendo-lhe a sistematização e integração do trabalho no
conjunto, caminhando na linha da interdisciplinaridade.
O foco da atenção do supervisor no trabalho de formação é tanto individual
quanto coletivo, para contribuir com o aperfeiçoamento profissional de cada
professor e ao mesmo tempo ajudar a constituí-los enquanto grupos.
A escola é um espaço social que ainda necessita de grandes mudanças com
a finalidade de cumprir o seu papel na sociedade, que é formar para a cidadania. A
realidade educacional brasileira demonstra que a escola mesmo diante das
transformações ocorridas com relação a sua estrutura e funcionamento, a maioria
ainda encontra-se no plano de suas concepções teóricas e práticas alienadas a
modelos pré-estabelecidos e, até mesmo a modelos estereotipados.
É fundamental entender que para a escola, transformar os modelos e
concepções e, participar efetivamente do desenvolvimento de um trabalho
pedagógico eficaz, precisa refletir sobre a concepção de educação estabelecida no
seu Projeto Político-Pedagógico com a participação coletiva visando atender as
novas exigências que a sociedade estabelece para as pessoas.
A partir das reflexões de Libâneo (2002), é possível compreender que o
supervisor necessita desenvolver dentro do espaço escolar uma visão crítica e
construtiva do seu fazer pedagógico, trabalhando de forma coesa e articulada com
os diretores escolares e coordenadores pedagógicos. Esta articulação possibilitará a
melhoria da qualidade de ensino e da aprendizagem.
Para que o supervisor escolar consiga atingir seus objetivos ele deve traçar o
perfil da escola dentro do projeto político pedagógico sempre orientando, ajudando
os professores, alunos e pais. Estes sim devem fazem com que o trabalho escolar
seja um modelo de busca e aprendizado em seu dia a dia. O supervisor escolar
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nunca deve esquecer que sempre deve haver uma comunicação dialógica entre ele
e os demais membros da comunidade escolar, pois o diálogo é fundamental.
O supervisor precisa garantir que todo o professor educativo dentro da escola
funcione e dê resultados. Para isso, ele também precisa direcionar a formação dos
professores para que ela esteja de acordo com os padrões exigidos pela escola a
fim de alcançar o objetivo almejado.
Hoje em dia a escola constitui um espaço de aprendizagem completa, ou
seja, um tipo de aprendizagem onde se estudam desde os conteúdos curriculares
até a formação de cidadãos. Atualmente a escola deixa de ser um ambiente sombrio
e opressivo como era no passado passando a ser um estabelecimento de diálogo e
liberdade com desenvolvimento harmônico e prazeroso em seu ambiente, pois os
profissionais da educação tratam à cultura e valores morais e éticos.
Para que isto possa ocorrer é preciso que o trabalho do profissional da
educação se constitua num compromisso político, pedagógico e coletivo para poder
cumprir melhor a tarefa de formar cidadãos, dentro desta expressão percebe-se que
há uma hierarquia dentro do contexto escolar. Ocorre-se o trabalho do educador e
para que esse trabalho possa ter sentido precisa se do trabalho dos demais
membros do ambiente escolar. Nas quais entra o aluno, o professor, o supervisor,
diretor e demais membros da escola.

2.4 OS DESAFIOS DA SUPERVISÃO ESCOLAR

A gestão escolar é parte do processo educativo, influencia na forma de


aprender, nos objetivos propostos e nos resultados obtidos. É responsável pela
formação de uma sociedade melhor.
A equipe de gestores de uma instituição de ensino tem o poder de transformar
a escola, a comunidade onde está inserida e ainda motivar mudanças positivas na
sociedade. O Supervisor como parte integrante da equipe gestora deve ter um olhar
nobre sobre o que ensinar, por que ensinar e para que ensinar.
Considerando o objetivo deste estudo, convém destacar que o pedagogo do
século XXI, diferentemente do anterior, precisa perceber que vive-se hoje em um
momento compreendido por muitos estudiosos como pós-moderno, marcado por
constantes transformações que ocorrem em todo o mundo com grande velocidade,
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além de ser enfatizada de forma acentuada o fenômeno da globalização em


variadas temáticas.
A supervisão escolar pouco tem ampliado seu olhar sobre o verdadeiro
sentindo da sua existência. Ao longo dos anos, as funções e o trabalho do
Supervisor têm apresentado pequenas alterações, sempre ligadas ao período
histórico. O Supervisor ainda carrega implícito na função, o passado marcado por
uma visão negativa, atrelada a conceitos de punição, correção, fiscalização.
A relação Professor e Supervisor deveria ser um encontro de soma de
aprendizagens e de sustentação para que ocorra a aplicabilidade, esperando-se
resultados positivos. Encontramos algumas respostas para como deve ser a relação
entre Professor e Supervisor: “Esta mudança de paradigma demanda outras
atribuições, fazendo com que professores passem a buscar no Supervisor uma ação
renovada, apoio, formação, orientação, a fim de qualificar sua prática pedagógica.”
(Rolla, 2006).
Também faz parte do papel do coordenador pedagógico, frente a uma gestão
democrática, procurar meios que melhorem o seu próprio desempenho como
coordenador pedagógico. Verifica-se, portanto, a necessidade de ser uma pessoa
criativa, organizada, ouvinte e aberta ao conhecimento, engrandecendo dessa forma
seu trabalho. Como também cabe ao coordenador se avaliar em relação ao seu
trabalho, tanto com uma auto-avaliação quanto com a avaliação do desempenho da
escola, feito semestralmente por toda a comunidade.
É importante deixar claro que quando as pessoas não se sentem sozinhas
elas sentem a grande necessidade de colaborar e assim através de sua
participação, aquele sonho pode virar uma realidade para a comunidade inteira.
Lembrando de que é muito importante o respeito à individualidade de cada um para
que se cheguem ao um objetivo, pois através do trabalho coletivo a escola efetivará
um ensino de qualidade.
Um grande desafio que ainda é enfrentado, é o fato da função de supervisor
escolar já ser reconhecida e mesmo assim não ser regulamentada, é importante
salientar, pois que é muito comum confundir regulamentação profissional com o
reconhecimento da profissão e a garantia de direitos, quando, na verdade,
regulamentar significa impor limites, ordenar competências, atribuições e fixar
responsabilidades.
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Nesta perspectiva, compreendendo o papel do pedagogo como articulador


entre as questões administrativas e didático-pedagógicas, ou seja, como executor de
tarefas e saberes pedagógicos fundamentais à prática docente, cabe ressaltar que
os saberes do pedagogo, segundo Pimenta (2002, p. 177) não são superiores nem
inferiores aos dos professores, “[...] ele possui uma especificidade que completa e
amplia a especificidade de cada professor (especialista numa área), da mesma
forma que completa e amplia sua própria especificidade, a partir de cada área”.
Dessa forma, é possível dizer que a figura de supervisor foi sendo construída
historicamente conforme a necessidade da sociedade. Atualmente seu papel já
precisa responder o ato de planejar, coordenar, orientar, dialogar, auxiliar, estudar,
discutir as problemáticas presentes no dia-a-dia e, ainda, buscar junto ao coletivo os
temas para a formação dentro do interior da escola, sem perder de vista, a política
de educação, onde a escola está inserida.
Com base nesses argumentos, o ponto de referência para a supervisão
escolar passa a ser a tentativa de entender e aceitar os níveis de consciência e de
saber de cada realidade, buscando ressignificar a função educativa, superar a visão
da prática de controle que caracteriza o serviço técnico na escola.
No tocante, a supervisão escolar deve estar propensa ao diálogo com todos,
desde professores, alunos, funcionários e principalmente com as famílias e demais
segmentos sociais, mostrando e esclarecendo a verdadeira finalidade da escola,
constituindo na mesma não apenas um espaço de reprodução dos conhecimentos já
elaborados, mas também como espaço de transformação.
Nesse bojo, a supervisão escolar deve envolver todos os professores nas
metas, planejamento, decisões, análise de problemas e execuções, fazendo com
que cada docente se dedique no desempenho de suas atividades com
comprometimento e engajamento não por estar cumprindo regras, mas por sentirem-
se importantes para o desempenho das propostas pedagógicas estabelecidas e
chegar à concretização qualitativa de seus desempenhos.
Para tanto, a supervisão escolar terá que buscar uma formação docente que
se ancore críticidade, a qual possa proporcionar um novo olhar hermenêutico de
valorização para com a diversidade cultural dos alunos. A prática pedagógica, nesse
contexto, passa a ter grande importância, pois os docentes devem estar aptos a
exercê-la, não se esquecendo de seu compromisso com a sua profissão e a
sociedade, a qual deverá ser culturalmente pluralista e justa.
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Portanto, quando a Supervisão Escolar desenvolve seu trabalho por meio da


coletivização do pensar e agir educativo deve ter como centro a realidade, os
problemas da comunidade, a vivência dos educandos e dos educadores.

3 METODOLOGIA

A pesquisa propõe uma proporção de escolhas, onde o pesquisador deve


estar atento a todos os estudos que existam e se faça referência a seu tema de
estudo para que assim possa atender aos anseios dos seus futuros leitores.
O método de abordagem a ser utilizado foi o método qualitativo, onde o
pesquisador partiu de teorias já existentes ao analisar um determinado fenômeno e
sua repercussão.
Levando em consideração o objetivo que foi traçado, a pesquisa tem um
caráter exploratório, uma vez que, esta tem como base assuntos já discutidos em
nossa sociedade e estudados por diversos especialistas no assunto.
Foi realizado ainda o procedimento técnico de pesquisa bibliográfica o qual
estará sendo desenvolvido através da leitura e da análise de livros, artigos que
tratam do tema abordado, tendo como referencias os seguintes autores: Ferreira
(2008); Brasil (2006); Lima (2001); Ferreira (2003); Pinheiro (2007); Bittel (1982, p.
5); Pimenta (2002, p. 149-152); Medina (2002) apud Pabare (1964); Libâneo (2002);
Rolla (2006); Pimenta (2007).
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Hoje a escola passa por momentos bastante difíceis, necessitando que os


profissionais que nela atuam estejam realmente compromissados com a busca de
um espaço educativo vivo, amoroso, construto de cidadania e humanização.
Desse modo, a Supervisão Escolar não pode ficar aquém de tal
necessidade, e deve estruturar sua ação no apoio e estímulo constante aos
docentes com o intuito de transformar a sala de aula em um local de criação, onde a
aquisição de conhecimento não se faz entrelaçado na mera reprodução, mas imerso
a construção ativa.
Assim, podemos ver o perfil do gestor da atualidade, e observar que ocorre
uma necessidade de repensar alguns fundamentos na educação, e de como iniciar
conceitos sobre a educação, quebrando velhos conceitos e buscando novos
horizontes, como relação à interdisciplinaridade, a criação de projetos de impacto
social, temas que gerem a construção de novos saberes, e a aquisição de novos
conhecimentos e habilidades.
Nessa perspectiva, a coordenação pedagógica precisa acompanhar as
práticas do docente não como “Supervisora”, mas como orientadora. Nesse sentido,
seu perfil também é de liderança, atenta as novas tendências pedagógicas na
sociedade, para contribuir na criação de novas metodologias nas práticas do corpo
docente. É preciso criar espaços e tempos para o debate.
O Supervisor leva consegue o desafio de promover os procedimentos
metodológicos das práticas educativas em conjunto com suas frustrações de
incapacidade de fazê-los por falta de estrutura e tempo.
As ações que envolvem mudanças precisam ser realizadas de maneira
participativa, onde todos são envolvidos e tenham voz e estejam diretamente
interligados com o sucesso e também com o fracasso, que deve ser compartilhado
com todos, a fim de servir como ponto de aprendizado e recomeço.
Todas as discussões da pesquisa apontam para a grande necessidade do
coordenador pedagógico nas escolas, e que sua presença é indispensável ao bom
andamento do processo pedagógico.
Este estudo, para além do já apresentado, permitiu vislumbrar o quanto
ainda é necessário acumular estudos que contemplem a análise e narrativa de
experiências da ação supervisora, oferecendo condições para a qualificação deste
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profissional de forma mais eficiente, assim como é urgente repensar os programas


curriculares que formam os especialistas nesta área.
A partir da pesquisa bibliográfica, notou-se que o supervisor é o indivíduo
responsável pela articulação e estimulação dos debates coletivos existentes no
ambiente escolar. Ele é um dos principais idealizadores dos espaços de discussão
que são formados naquele meio.
Portanto, sabemos o quanto é difícil articular teoria e prática, mas é
importante termos consciência que o papel do supervisor é mediar ações de
integração e coletividade, priorizando um trabalho pedagógico de qualidade e
competente, contemplando as novas formas de gestão e políticas que forneçam
subsídios para uma ação espontânea, onde o trabalho docente esteja integrado com
as didáticas e que o mesmo se faça presente nos valores e no tipo de formação que
queremos dar aos nossos alunos.
Conclui-se que há necessidade de regulamentação das atribuições da
profissão de coordenador pedagógico, para que se obtenha tranquilidade nos
procedimentos organizacionais.
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REFERÊNCIAS

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