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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO SÃO JUDAS TADEU

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM DOCÊNCIA DO


ENSINO SUPERIOR

PRISCILLA MOREIRA SARAIVA

O PAPEL DO GESTOR NA ESCOLA: Uma análise sobre a gestão escolar do


Jardim de Infância-ASOP em Pedro II- PI

FLORIANO – PI
2017
PRISCILLA MOREIRA SARAIVA

O PAPEL DO GESTOR NA ESCOLA: Uma análise sobre a gestão escolar do


Jardim de Infância-ASOP em Pedro II- PI

Artigo científico apresentado como


Trabalho de Conclusão de Curso do curso
de Pós-graduação lato sensu em Docência
do Ensino Superior, do Instituto Superior
de Educação São Judas Tadeu.

FLORIANO – PI
2017
O PAPEL DO GESTOR NA ESCOLA: Uma análise sobre a gestão escolar do
Jardim de Infância-ASOP em Pedro II- PI

Priscilla Moreira Saraiva1

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo conhecer e analisar o papel do gestor escolar
no Jardim de Infância – ASOP em Pedro II- Piauí, além de, discorrer sobre os
princípios da educação e da gestão escolar e, discutir sobre Gestão pedagógica e
administrativa. A opção pela escolha do tema deu-se em virtude de demonstrar como
o papel do gestor escolar se torna importante e indispensável para ter-se uma escola
organizada e ativa. A principal motivação para o estudo dessa pesquisa decorre da
necessidade de trazer temas como este para nosso cotidiano, demonstrando através
de pesquisas como esta, até que ponto a teoria se aplica na pratica, além de poder
conhecer melhor sobre os fatores que identificam o papel do gestor escolar no
favorecimento da melhoria da qualidade de ensino e para a contribuição da
aprendizagem de todos na escola. Esse trabalho realizou-se através de um estudo
documental do tipo qualitativa envolvendo pesquisa de campo através de observação
e entrevistas. Foi concluído, que cabe ao gestor, sobretudo, saber versar entre o
administrativo e o pedagógico, sabendo que o primeiro dá base as ações do segundo,
mas que o segundo é o mais importante dentro de uma escola. Todas essas
características foram percebidas e podem ser atribuídas a gestão e
consequentemente a gestora da escola Jardim de Infância- ASOP.

Palavras- Chave: Gestão. Educação. Escola. Papel do Gestor.

1Graduada em Licenciatura em História pela Universidade Federal do Piauí-UFPI. Pós- Graduanda em


Docência do Ensino Superior pelo Instituto Superior de Educação- São Judas Tadeu.
E-mail: priscilla_saraivah@hotmail.com
ABSTRACT

The purpose of this study was to know and analyze the role of the school manager in
the kindergarten - ASOP in Pedro II - Piauí, besides discussing the principles of
education and school management and discussing Pedagogical and administrative
management. The choice of theme was made by showing how the role of the school
manager becomes important and indispensable for an organized and active school.
The main motivation for the study of this research stems from the need to bring themes
like this to our daily life, demonstrating through research like this, the extent to which
the theory applies in practice, as well as being able to know better about the factors
that identify the role of the school manager in favor of improving the quality of teaching
and for the contribution of learning of all in school. This work was carried out through
a qualitative documentary study involving field research through observation and
interviews. It was concluded that it is up to the manager, above all, to know how to deal
with the administrative and the pedagogical, knowing that the first is based on the
actions of the second, but that the second is the most important within a school. All
these characteristics were perceived and can be attributed to the management and
consequently the manager of the kindergarten-ASOP school.

Key-Words: Management. Education. School. Role of the Manager.


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1- INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, as organizações sociais, dentre elas a escola, apontam


para um contexto difuso, diverso, transformador e complexo. Chama a atenção para
o fato de que muitos educadores, sobretudo os que não encaram positivamente as
mudanças, se veem assustados diante das rápidas transformações na sociedade, na
tecnologia, na economia e dentro do espaço escolar. Essa nova realidade fez emergir
diferentes mudanças no setor educativo, inclusive sobre o sistema administrativo da
educação, principalmente na área de gestão escolar (BASTOS, 2013).
A educação é um dos aspectos mais importantes no desenvolvimento de uma
nação. Está implantada em um processo histórico, que é ativo, vivo e por isso,
constantemente modificado. Atualmente, para compreender as questões que
envolvem a educação nos seus diferentes aspectos, é preciso resgatar a importância
da Gestão ou direção, dentro da comunidade escolar. A busca por compreender o
papel da gestão escolar não surge por acaso, já que a questão é uma das formadoras
do gestor escolar e seu desempenho dentro da escola, onde várias experiências de
participação são, portanto realizadas tendo um dever de se concretizarem de maneira
democrática, pedagógica e transformadora.
Sabe-se que a qualidade da educação tem como um de seus alicerces, a
competência de seus profissionais em ofertar aos alunos uma aprendizagem
expressiva, capaz de promover o desenvolvimento de habilidades e atitudes
necessárias ao enfrentamento dos desafios atuais, revelados em um mundo
globalizado e permeado pelas tecnologias da informação e da comunicação. Assim, é
posto em torno da gestão uma tarefa organizadora, coordenadora, participativa e que
compreenda os novos moldes da educação.

Sendo assim, as ações e a maneira de agir de cada gestor demonstram o


que ele realmente pensa e os valores que preza e assume. É preciso,
entretanto, enfatizar que a instituição com certeza irá sentir os efeitos do estilo
de gestão que adota. Elucida‐se, assim, a necessidade de processar uma
gestão democrática, revelada em ações amparadas na ética e no respeito,
que trabalhe pelo coletivo, compartilhando decisões, colaborando assim, para
uma educação de qualidade e equidade (FIALHO e TSUKAMOTO, 2014,
p.02).

As organizações escolares, apesar de integradas a um contexto cultural e


social mais amplo, são capazes de construir uma cultura interna que lhes possibilita a
construção de uma identidade única, expressa pelos valores, crenças e concepções
que os componentes da organização compartilham. Essa cultura organizacional de
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cada escola permite ainda que ela não seja apenas uma instituição passiva de
instruções superiores e exteriores, mas um elemento ativo na sua reinterpretação e
operacionalização. Para Klebis (2010), dentro perspectiva, o gestor ou a gestão
escolar tem seu papel potencializado no quesito de importância:

... a gestão escolar pode ter um papel muito significativo para promover a
articulação da equipe escolar e criar condições que propiciem uma cultura
organizacional da escola numa perspectiva de educação justa, responsável
e democrática. No contexto da chamada sociedade do conhecimento, novas
demandas e exigências se colocam para a escola, e esta não pode
desconsiderar o seu importante papel na formação do cidadão. Implica em
não focar a atenção apenas às questões rotineiras do processo ensino e
aprendizagem, mas também garantir um processo educacional mais amplo,
voltado para as relações intra e extra-escolares, numa articulação que
envolva comunidade interna, formada por alunos, professores, funcionários,
direção, pais e de toda a comunidade externa (KLEBIS, 2010, p. 16).

Dessa maneira, avaliando que o Gestor Escolar ocupa um papel relevante no


dia a dia da escola, pois a ele cabe não somente organizar o trabalho pedagógico que
contribua para uma aprendizagem efetiva por parte dos alunos, mas também dirigir as
diversas demandas impostas em relação aos aspectos administrativos, financeiros, e
sociais que rodeiam a escola, percebe-se como necessário aprofundar as pesquisas
e discussões que tratam de sua atuação, assim, esse trabalho objetivou conhecer e
analisar o papel do gestor escolar no Jardim de Infância – ASOP em Pedro II- Piauí,
além de, discorrer sobre os princípios da educação e da gestão escolar e, discutir
sobre Gestão pedagógica e administrativa.
Nessler (2013) defende que a gestão não deve ficar diretamente sob
responsabilidade do gestor, mas também pode ser, mesmo que indiretamente, um
dever da equipe escolar na medida em que esse gestor promova uma gestão
participativa e assim democrática.
Considerando todas as informações vistas, tivemos uma breve noção do papel
do gestor dentro da escola. Assim a problemática desse estudo está torno de questões
como: Quais são as atribuições do Gestor da escola ASOP? Porque é importante que
o gestor de uma escola seja graduado e pós-graduado em uma área da educação? A
equipe escolar da referida escola, tem consciência da importância de um gestor dentro
da escola? Essas e mais outras questões seriam discutidas durante esse trabalho.
A busca por uma gestão escolar com princípios democráticos vem levando
gestores a refletirem a respeito de sua prática pedagógica, almejando construir um
ambiente democrático nas escolas e, por conseguinte, uma gestão participativa que
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confirme a responsabilização pedagógica. Pois a gestão escolar não deve ter como
foco apenas dimensão administrativa da escola, mas principalmente a gestão
pedagógica, em que o gestor também deve ser conduzir as ações de ensino –
aprendizagem.
O diretor de uma escola tem uma árdua tarefa de buscar o equilíbrio entre os
aspectos pedagógicos e administrativos, com a percepção que o primeiro constitui-se
como indispensável, devendo privilegiar a qualidade, por interferir diretamente no
resultado da formação dos alunos e o segundo deve dar condições necessárias para
o desenvolvimento pedagógico.
Diante disso, a opção pela escolha do tema deu-se em virtude de demonstrar
como o papel do gestor escolar se torna importante e indispensável para ter-se uma
escola organizada e ativa. A principal motivação para o estudo dessa pesquisa
decorre da necessidade de trazer temas como este para nosso cotidiano,
demonstrando através de pesquisas como esta, até que ponto a teoria se aplica na
pratica, além de poder conhecer melhor sobre os fatores que identificam o papel do
gestor escolar no favorecimento da melhoria da qualidade de ensino e para a
contribuição da aprendizagem de todos na escola.

2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1- Princípios da Educação e da Gestão Escolar

A escola enquanto instituição responsável pela formação do cidadão tem como


foco ensinar o conhecimento preparado academicamente, de onde convergem as
concepções educacionais na busca por uma educação completa, inovadora e voltada
a atender a grandiosidade de crianças e jovens. As pertinências iniciais, ainda nos
primórdios da educação, tinham como características principais, formar valores
morais, que se compatibilizavam com outras instituições sociais, como a família e a
igreja, pois, a educação, com validade social, se processa na escola e soma‐se ao
papel desempenhado pela família, a começar pelos pais e passando por todos os
adultos que convivem com a criança. Hoje em dia algumas muitas coisas mudaram,
porém a responsabilidade da família e da escola na educação dos sujeitos ainda é um
dos mais importantes atributos do sistema educacional brasileiro.
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No Brasil, o processo de democratização da Gestão Escolar teve início na


década de 1980, a finalidade era ir além dos entraves burocráticos e centralizadores
da administração das escolas, sobretudo nos níveis mais básicos de ensino, e
reformular a gestão, de modo a fortalecer a instituição escolar, dando-lhe maior
autonomia, e ainda abrir para a participação da comunidade escolar de forma mais
ativa no seu cotidiano, bem como engrandecer a habilidade de gestão dos diretores
escolares (GIL, 2013).
Para Brasil (2006), a gestão pode ser compreendida como direção ou
administração, ou seja, o emprego lógico de recursos na busca pela concretização de
determinados objetivos. Isso demanda um ajuste dos meios para que os fins sejam
alcançados, e essa tarefa de mediação deve ser feita pelo diretor. Logo, se os
objetivos são ganhos imediatos de novos negócios e consumidores, as ações da
direção da empresa se pautarão por eles. Todavia, segundo Honorato (2017), os
objetivos e os valores da escola são fundamentados no campo da formação humana
e sociocultural, assim, o modo de conduzir esta instituição, deve refletir nos valores,
concepções, especificidades e subjetividades que a distinguem da administração
capitalista de outras empresas.

Pôde-se perceber é que a administração escolar sofreu influencias fortes da


administração empresarial e suas teorias administrativas, como o processo
de execução de tarefas; produção em quantidades de aprovação de alunos e
finalmente o papel designado ao gestor da escola como único responsável
pelo funcionamento da escola, tanto em partes administrativas quanto
pedagógicas, esta última é confundida como sendo somente o papel do
gestor, no entanto na organização da escola todos devem participar do
processo tanto de discussão, reflexão e ação dos processos administrativos
na escola (BATISTA et al, 2014, p. 04).

Mesmo tendo influencias da administração empresarial, Costa (2017) cita que


a escola não deve ser conduzida como uma empresa, uma vez que o processo
pedagógico é distinguido por se tratar de seres humanos e não de recursos materiais.
Logo a gestão escolar tem com o principal destaque o gestor, que na escola é mais
conhecido como diretor, responsável pela guia da maneira de ser e de fazer da escola.
Essa direção é também diretamente formada por assistentes ou auxiliares,
coordenadores pedagógicos, supervisores, orientadores educacionais e secretários
escolares. Neste cenário, todos devem trabalhar em conjunto sem sobrecarregar
funções, e tentar participar coletivamente de todas as ações desenvolvidas na escola.
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Novos desafios e requisições são oferecidos à educação escolar, que recebe o


estatuto legal de desenvolver cidadãos com competência de não só enfrentar esses
desafios, mas também de superá-los. Como efeito, para trabalhar em educação,
visando atender essas questões, torna-se indispensável que se conheça a realidade
e que se tenha as competências ou formação necessárias para concretizar nos
contextos educacionais, as adaptações e as mudanças de acordo com as precisões
e pendências emergentes no contexto da vida externa e no interior da escola. No
conjunto dessa sociedade, o caráter da educação e os objetivos da escola recebem
uma extensão mais compreensiva, flexível e dinâmica, consequência, do trabalho
daqueles que atuam nesse ambiente.

A gestão da escola... acontece a cada instante dentro do ambiente escolar,


quer na construção do PPP, quer no planejamento das atividades, quer
avaliando a realidade escolar e subsidiando tais acontecimentos. O
planejamento ganha significado na construção de um projeto amplo ao qual
deseja e luta pelo que a sociedade almeja... é necessário compreender como
a dinâmica pedagógica acontece no interior da escola, dentro das salas de
aula, como é concebido, executado o currículo escolar, quais atitudes valores
e crenças são perseguidos, quais as formas de organização do trabalho
pedagógico (SANTOS, 2014, p. 18).

Na escola, o diretor é o profissional a quem cabe o comando e organização do


trabalho de todos os que nela atuam, como forma de orientá-los no desenvolvimento
de ambiente educacional capaz de promover aprendizagens e formação dos alunos,
na condição mais elevado possível, priorizando o crescimento do nível educacional.
Nesse viés, Luck (2009) cita que para se alcançar uma boa gestão ou ser um bom
gestor escolar, é preciso rever alguns questionamentos:

Como, pois, ser um bom diretor escolar sem conhecer quais os desafios que
a sociedade apresenta para as organizações e os cidadãos? Cabe-lhe
compreender uma série de aspectos que envolvem a educação:
• Qual o sentido da educação, seus fundamentos, princípios, diretrizes e
objetivos propostos pela teoria educacional e pela legislação?
• Qual o sentido e os objetivos da educação na sociedade atual?
• Como se organiza o processo educacional nos diferentes níveis e
modalidades de ensino para atender as novas demandas?
• Qual o papel da escola e de seus profissionais segundo as proposições
legais e as demandas sociais?
• Que princípios e diretrizes constituem uma escola efetiva?
• Quem são os alunos a quem a escola deve atender? Quais suas
necessidades? Suas características pessoais e orientações para a vida?
• Quais suas necessidades educacionais e humanas, em relação ao seu
estágio de desenvolvimento e seus desafios sociais?
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• Em que condições aprendem melhor?


• Como se pode organizar a escola para oferecer ao aluno condições
educacionais favoráveis para sua formação e aprendizagem efetiva? (LUCK,
2009, p. 17).

A reorganização ou modulação do trabalho e do espaço escolar, para atender


as novas demandas da educação, passou a solicitar do gestor escolar um
desempenho pautado na discussão, no debate, no envolvimento da comunidade,
ensejando uma gestão mais participativa e representativa do consenso comunitário
escolar, além de, um melhor entendimento sobre o ambiente em que administra e
sobre a realidade da coletividade que frequenta esse meio (DANIEL, 2013).
A intensão da gestão escolar é a relação que é formada e estimulada dentro
dos limites da escola e do seu entorno comunitário. Luck (2009) menciona seis
motivos para se optar pela participação na gestão escolar: (1) melhorar a qualidade
pedagógica; (2) currículos concretos, atuais e dentro da realidade; (3) enriquecer o
profissionalismo docente; (4) desviar-se do isolamento entre diretores e professores;
(5) gerar o apoio das famílias às escolas; e, (6) desenvolver objetivos acordados na
comunidade escolar.
De tal modo, a dinâmica de trabalho numa escola deve funcionar como uma
orquestra, sempre harmônica com intuito de obter o melhor resultado. O sucesso do
trabalho do diretor escolar depende do empenho e do saber-fazer dos demais
membros, e o sucesso da organização escolar depende do trabalho do diretor. A
atuação do gestor escolar é fundamental para a organização e planejamento do
trabalho pedagógico. É importante que a escola seja atuante e viva, e que seu foco
fundamental seja o aluno.

2.2 - Gestão Pedagógica e Gestão Administrativa

A gestão de uma escola divide-se em ramificações que visam atender as


necessidades dessa instituição de educação, dentre elas podemos citar a Gestão
Pedagógica e a Gestão Administrativa, que serão tratadas nesse tópico. Começando
pela primeira gestão citada, de acordo com Daniel (2013), a gestão pedagógica de
uma escola consiste na elaboração, implementação e avaliação dos processos da
proposta pedagógica expressa na produção coletiva do Projeto Político Pedagógico
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(PPP), que norteará todas as ações e designará as propostas e objetivos da


instituição.

A organização e a gestão do trabalho escolar requerem o constante


aperfeiçoamento profissional-político, científico, pedagógico - de toda a
equipe escolar. Dirigir uma escola implica conhecer bem seu estado real,
observar e avaliar constantemente o desenvolvimento do processo de ensino,
analisar com objetividade os resultados, e fazer compartilhar as experiências
docentes bem-sucedidas (LIBÂNEO, 2004, p. 145)

Em seu desempenho pedagógico, o diretor deve oferecer o devido subsídio à


sua equipe de trabalho, com ações que respeitem e priorizem os princípios
educacionais esquematizados e propostos no Projeto Político Pedagógico. Dentre
suas responsabilidades com o grupo, estar pôr em exercício projetos escolares que
promovam aprendizagem, que facilitem o acesso e a continuação com sucesso de
todos os alunos na escola, preenchendo as necessidades e lacunas que prejudicam
a qualidade do ensino ofertado, sempre de maneira democrática, permitindo a
participação de todos. Sua liderança e modelo, interferem e enriquecem os objetivos
e princípios educativos organizados e construídos pela coletividade (NESSLER,
2013).
Pensando em uma direção pedagógica e no PPP da escola, a pergunta que
surge é: Qual o principal objetivo da escola? A resposta mais coerente a essa questão
poderia ser, a de que os alunos aprendam e tenham a oportunidade de desenvolver
suas potencialidades e capacidades necessárias para que possam participar
ativamente dos contextos sociais que estão inseridos, valendo-se do seu acervo
sociocultural, como colaborando para a seu desenvolvimento. Aprendizagem e
construção dos melhores cidadãos possíveis devem ser o foco do trabalho escolar ou
da gestão escolar em seus moldes pedagógicos.
A inovação das ações pedagógicas, a reintegração de seus conteúdos
passados em relação à realidade e atualidade, as técnicas de efetivação, a utilização
de tecnologias e a sua relação com um currículo coeso, são algumas das
responsabilidades da gestão pedagógica observadas pelo diretor escolar (LUCK,
2009). São muitos os aspectos a serem analisados e compreendidos pelo diretor em
relação aos aspectos agentes da aprendizagem e formação dos alunos. Incumbe,
pois, ao diretor, garantir por seu comando, coordenação, monitoramento e estimativa,
de acordo com diretrizes curriculares nacionais, estaduais e locais:
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- o desenvolvimento de um currículo que contemple as novas demandas que


o mundo contemporâneo traz para as escolas;
- a construção da identidade e da autonomia da escola e de seus
profissionais;
- o desenvolvimento das ações propostas no projeto político-pedagógico e
nos diversos planos escolares;
- o acolhimento e a interação entre as várias orientações sobre o que e como
ensinar e aprender, de modo a dar sentido interdisciplinar e abrangente a
esse processo;
- uma construção curricular crítica;
- o acesso pelo aluno aos conhecimentos fundamentais necessários à
qualidade de vida e cidadania;
- a construção de unidade de atuação entre os profissionais da escola, a partir
de sua orientação por princípios, diretrizes e objetivos comuns;
- o estabelecimento de parâmetros orientadores para a coordenação
pedagógica (LUCK, 2009, p. 103).

Sendo assim, o trabalho pedagógico da escola deve estar em intenso


movimento, num contínuo aperfeiçoamento para atender os desafios que a educação
enfrenta na era da informação e da tecnologia, para adaptar-se ao que o mundo
anseia dos sujeitos atendidos neste espaço, que é social, integrador e formador.
No que se refere a Gestão Administrativa, Daniel (2013) cita que, a gestão
escolar no âmbito administrativo deve se organizar para atender as demandas
pedagógicas visando o desenvolvimento de uma educação de qualidade. Contudo o
autor analisa que, na maioria das escolas, a gestão escolar administrativa se sobrepõe
a gestão pedagógica quando na verdade deveria acontecer o oposto. Desse modo,
Silva (2012, p. 60) afirma que na “prática nas escolas públicas brasileiras, o gestor
limita-se às questões administrativas havendo um distanciamento do planejamento
pedagógico propriamente dito”.
Administração é um conjunto de princípios, normas e funções que tem por fim
ordenar os fatores da produção e controlar a sua produtividade e eficiência, para se
obter determinado resultado (KELBIS, 2010). Portanto, dentro de uma concepção
capitalista de produção, a finalidade da administração é assegurar o controle das
forças produtivas, do planejamento à execução. Assim:

Em sua função administrativa, é atribuição do diretor escolar a gestão de


pessoas, a organização da escola e a articulação dos recursos financeiros
próprios e/ou públicos da instituição, aplicando-os de forma eficaz e
transparente, prestando contas a toda a comunidade escolar, além de
promover a articulação do trabalho interno da escola com o sistema
educacional ao qual ela pertence, integrando governo, instituição e
comunidade, em prol da qualidade da educação ofertada (NESSLER, 2013,
p. 14).
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Segundo Luck (2009), a administração da escola, envolvendo recursos físicos,


materiais, financeiros humanos, é foco da ação do diretor desde o tempo da escola
conservadora, elitista orientada pelo paradigma Positivista, que via os processos
educacionais fragmentados e atuava sobre eles, um de cada vez. Hoje em dia, além
de assegurar a todos um ambiente limpo e organizado, cuidar para manutenção de
todos os bens da escola e de seu espaço físico, e de garantir materiais suficientes
para o desenvolvimento do trabalho pedagógico, também cabe ao diretor em sua
função administrativa, assegurar o acesso dos alunos e a permanência dos mesmos
no espaço escolar, garantindo uma educação promovendo uma educação e um
ambiente escolar inclusivo e igualitário, dessa forma garantindo um direito legal de
cada aprendiz, seguindo as normas legais e organizando o ano letivo com no mínimo
200 dias letivos, e com 800 horas de aula (BRASIL, 2006).

Conforme Nessler (2013) há cinco pilares importantes que devem ser utilizados
na prática gestora administrativa:

1. Delegação de responsabilidade às pessoas pelo alcance de metas e


resultados;
2. Liberdade para que todas as pessoas escolham métodos e processo de
trabalho;
3. Atividade grupal e solidária, a equipe precisa estar coesa;
4. Participação da equipe nas decisões;
5. Auto avaliação do desempenho da própria equipe; (NESSLER, 2013, p.
15).

Tais demandas administrativas constituem o fazer da gestão na gerência


dos recursos humanos e materiais, veiculados pela descentralização da gestão
escolar ou em outras palavras, pelo alargamento de uma gestão fazendo com que ela
vá além da gestão pedagógica.
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3 - METODOLOGIA

Esse trabalho realizou-se através de um estudo documental do tipo qualitativo,


envolvendo pesquisa de campo através de observação e entrevistas. O trabalho
realizado pela pesquisa qualitativa buscou à elaboração teórica, por meio da
construção da realidade envolvendo o social, que não pode ser quantificado, mas
pode ser qualificado levando em consideração seus benefícios e transformações ou a
falta deles (MINAYO, 2010).
A pesquisa bibliográfica apresentou-se como uma das melhores formas para a
iniciação desse estudo, buscando dados que pudessem dar embasamento ao trabalho
a ser realizado. Além disso, tal ferramenta permitiu a sintetização de resultados e de
perspectivas metodológicas a fim de desenvolver a concretização desse artigo.

A pesquisa bibliográfica é o levantamento de toda a bibliografia já publicada,


em forma de livros, revistas, publicações avulsas e imprensa escrita. A sua
finalidade é fazer com que o pesquisador entre em contato direto com todo o
material escrito sobre um determinado assunto, auxiliando o cientista na
análise de suas pesquisas ou na manipulação de suas informações. Ela pode
ser considerada como o primeiro passo de toda a pesquisa científica.
(MARCONI E LAKATOS, 1992, p. 42).

A pesquisa de campo foi realizada na escola Jardim de Infância da Ação Social


de Pedro II – ASOP, no período de novembro de 2017. O público alvo foram, a diretora
dessa instituição (G1), e duas professoras, sendo uma do ensino infantil (P1) e outra
do ensino fundamental (P2), totalizando 3 (três) profissionais, que foram referidas no
texto como ENTREVISTADA G1, P1 e P2. Iniciamos a pesquisa com observações na
referida instituição, onde foi possível fazer uma análise previa de como se organiza a
escola, o horário de funcionamento, turmas ofertadas, e sobretudo as tarefas
realizadas pela gestora. Por último realizou-se as entrevistas com a gestora e com as
duas professoras da escola, com o intuito de compreender e descrever o
posicionamento das mesmas sobre o papel da gestão escolar, bem como sua
importância. Além das entrevistasse observações, o Projeto Político Pedagógico
(PPP) da mencionada escola, também serviu como fonte documental para este
estudo.
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4- RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1- A escola: Jardim de Infância da Ação Social de Pedro II- ASOP

O campo de pesquisa desse estudo, a escola ASOP, localiza-se no centro de


Pedro II - Piauí, e faz parte da Ação Social de Pedro II- ASOP, que é uma entidade
filantrópica, criada em 1970 pelos padres alemães que anteriormente haviam
fundando a paroquia de Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Pedro II – PI. O
objetivo principal dessa entidade é de oferecer a comunidade, uma opção séria e
inovadora de escola que possibilite as crianças uma participação ativa diante deste
novo mundo em que vivemos.
A escola Jardim de Infância da Ação Social de Pedro II- ASOP é uma
Organização Não Governamental (ONG), sem fins lucrativos, mantida pela
contribuição dos pais dos alunos, contando com uma pequena ajuda do Governo
Federal que assegura parte da merenda escolar oferecida as crianças.
De acordo com a Entrevistada G1 e com o PPP da instituição, a escola
atualmente atende a 290 crianças, com faixa etária de 3 a 10 anos de idade, divididos
entre creche, pré-escola e primeiros anos do ensino fundamenta l, todas provenientes
de famílias de média ou baixa renda. A maior parte do tempo de existência da escola,
foram oferecidos apenas creche e pré-escola, tendo o ensino fundamental I sido
instituído somente em 2009.
A escola conta com uma equipe de 23 funcionários, sendo 16 professores.
Quanto à estrutura física, a escola possui: 01 auditório, 11 salas de aula, 01 sala de
leitura, 01 brinquedoteca, 08 banheiros, 01 cozinha, 01 deposito, 01 refeitório, 01 área
de laser coberta, 01 secretaria, 01 sala de professores e 01 sala de diretoria.
Segundo Bastos (2013), educar significa propiciar situações de cuidados,
brincadeiras e aprendizagens, orientadas de forma integrada ao ensino formal, para
assim desenvolver nos alunos além de leitura e escrita, a capacidade de conviver uns
c os outros, de aceitação, respeito e solidariedade. Esse modelo de educação
representa hoje uma grande força, tanto em termos educacionais, quanto em termos
sociais, políticos e econômicos.
Partindo desse ponto, a Escola Jardim de Infância- ASOP adota de acordo com
os princípios e fins da educação, uma visão moderna e atual de mundo, de
desenvolvimento humano, de sociedade, cultura, conhecimento, educação e
conteúdo que melhor atenda a missão escolar e seus objetivos propostos.
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Ainda de acordo com o PPP da escola citada, pode-se dizer que ela apresenta
ótimos índices de promoção e bom desempenho institucional, oferecendo um amplo
espaço físico, conforto e segurança as crianças matriculadas. Fora isso foi observado
também, que a defasagem na relação série-idade é praticamente inexistente
revelando os bons índices da escola e também da gestão.
Assim, por meio das observações e análise do Projeto Político Pedagógico do
Jardim de Infância- ASOP é possível compreender essa escola, como uma instituição
de educação comunitária que se concretiza através de valores e ações como:
parcerias, cooperação, reciprocidade, gestão democrática e participativa, diversidade
cultural e identidade. Dentro do contexto pós-moderno como o que se apresenta, a
ideia de uma gestão comunitária educativa se mostra como um grande desafio em
promover a igualdade.

4.2- O papel do Gestor no Jardim de Infância – ASOP

O Gestor escolar, como diretor, tem a cargo de organização e gerenciamento


da escola, juntamente com os que fazem parte do setor administrativo e pedagógico.
Este profissional exerce intensa influência não só no espaço escolar, como também
na comunidade em que a escola está inserida, por isso, deve ter como prática uma
atuação democrática, que permita e incentive a participação de pais, alunos,
comunidade, professores e funcionários, na execução de ações que priorizem a busca
pela qualidade na educação.

A ação do diretor escolar será tão limitada quão for limitada sua concepção
sobre educação, a gestão escolar e o seu papel profissional na liderança e
organização da escola. Essa concepção se constrói a partir do
desenvolvimento de referencial de fundamentos legais e conceituais que
embasem e norteiem o seu trabalho. (LUCK, 2009, p. 15)

Sobre a atual diretora da escola Jardim de Infância- ASOP, podemos obter


informações através de entrevista junto a ela, que a mesma possui graduação em
Pedagogia e especialização em Psicopedagogia, que por indicação, ocupa o cargo há
9 anos, e que segundo ela aceitou o desafio de ocupar um cargo de diretora por se
achar capaz e por se identificar com as atribuições. Sobre as principais tarefas
desempenhadas por ela enquanto diretora da escola, ela relatou:

Acompanho, e auxilio toda a equipe na realização de qualquer atividade


dentro da escola, desde a limpeza até os encontros mensais com os pais.
Zelo pelo bom atendimento e participação comunidade na escola; avalio a
aprendizagem dos alunos junto com os professores, de modo que seja capaz
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de identificar os acertos e falhas, e a partir daí, reorientar a pratica


pedagógica; incentivo a formação continuada da equipe pedagógica e
administrativa; Administro documentos escolares de cunho pedagógico e
financeiro, como também cuido pela organização e zelo da estrutura física,
incluindo manutenção de equipamentos e etc. E busco juntamente com a
equipe escolar, inovações e iniciativas que visem o aprimoramento da escola
e do ensino (ENTREVISTADA G1, 2017).

As funções do trabalho do gestor estão diretamente relacionadas à organização


e gestão da escola. O processo de organização escolar dispõe, portanto, de funções,
propriedades comuns ao sistema organizacional de uma instituição, com base nos
quais se definem ações e operações necessárias ao funcionamento institucional. No
caso da escola ASOP, ficou claro, através da fala da gestora, que a mesma
desempenha vários papéis dentro e fora da escola, cabendo a ela a articulação de
todos os setores e aspectos da mesma. Trabalhar com uma gestão democrática que
permite a participação de outros indivíduos que não fazem diretamente parte da
escola, como a família, é alargar as tarefas do gestor, que assim passam a ultrapassar
os limites da escola, chegando a guiar a contribuição da sociedade na educação dos
novos cidadãos.

Na maioria das vezes, a participação dos envolvidos no processo educativo


(professores, alunos, pais, funcionários e comunidade escolar) é inibida. Essa
perspectiva ocorre devido ao fato que a sociedade é estruturada em função
de certas categorias, tais como: autoritarismo e reprodução de ideias e
valores (BISPO, 2009, p. 09).

A gestão participativa é um tipo de gestão, e significa integração das ações


pedagógicas e responsabilidades coletivas, de todos, pelos resultados da escola – a
qualidade do ensino e da educação/formação dos alunos. E quando se fala em gestão
não quer dizer somente controlar recursos, coordenar funcionários e assegurar o
cumprimento dos dias letivos e horas-aula, a gestão participativa ou democrática é um
novo modelo pedagógico que veio para suplantar antigos modelos baseados em uma
direção autoritária e sem grandes resultados no atual modelo de sociedade, é
percebido pelas observações na escola e pela entrevista feita com a gestora, que este
novo modelo de gestão (Gestão Participativa) é o modelo utilizado na escola ASOP.
Contudo, o gestor depara-se com inúmeras dificuldades para conseguir realizar
o seu trabalho. Seu campo de ação é o ser humano, com sua expectativa e projetos
de vida, que merece todo respeito. Costa (2017) cita que, esse oficio é mais que um
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trabalho, é uma missão, uma vocação. Muitas vezes difícil de desempenhar dadas as
condições precárias, o descaso governamental ou familiar. Contudo, é um trabalho
inadiável e imprescindível, e como toda profissão possui seu lado bom e seu lado
complicado. Sobre os aspectos positivos e negativos que envolvem o trabalho do
Gestor a diretora (ENTREVISTADA G1) respondeu:

Positivos: Parcerias família e escola bem sólida; autonomia para tomada das
decisões; equipe unida em sintonia e harmonia; parcerias com outras
instituições. Negativos: estrutura física com salas pequenas; falta de um
espaço especifico e material para o Atendimento Educacional Especializado-
AEE; não acompanhamento escolar por parte de algumas famílias; falta de
climatização das dependências da escola (ENTEVISTADA G1, 2017).

Mais uma vez fica claro que ao assumir uma direção escolar é necessário estar
atento, pois os desafios são muitos, tanto a carência qual atinge a vida da escola,
encontra-se também a não participação da família, acredita se também sobre o
despreparo de profissionais que atuam desatualizados no ambiente escolar,
sobretudo no que diz respeito a inclusão de crianças com necessidades especiais,
além disso, há também a falta de recursos físicos e materiais que são os mais
necessários para que essa inclusão aconteça. A desvalorização e perspectivas trazem
bastantes dificuldades, pois vários profissionais se deslocam de duas ou três
instituições para manterem o seu padrão de vida. Todavia, é um trabalho com muitos
desafios, mas também de conquistas. Sobre as mudanças e conquistas que
ocorreram na escola nesses 9 anos em que a gestora está presente, ela citou:

A mudança do prédio, que antes era nos bairros, desmembrado, e hoje


unificou-se em um prédio só; a implementação de uma nova modalidade de
ensino, que foi o ensino fundamental em suas séries iniciais, pois antes era
só a educação infantil; admissão de professores especializados e
preocupados com a formação continuada (ENTREVISTADA G1, 2017).

No que diz respeito a essas atribuições, cabe destacar o papel significativo do


gestor na gestão e organização do trabalho e do espaço escolar para a melhoria da
qualidade do ensino da escola ASOP. Percebemos também, que assim como
analisado anteriormente na fundamentação desse trabalho, a Gestora dessa escola
não prende-se apenas aos aspectos administrativos, financeiros, mas, sobretudo, aos
aspectos pedagógicos.
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4.3- A importância do gestor dentro da escola

O gestor escolar é o maior responsável pelas áreas administrativa, financeira e


pedagógica da instituição de ensino. Todavia, o pedagógico é a razão de ser de uma
escola. A organização pedagógica bem gerenciada é quem direciona e dá qualidade
ao ensino através de planejamento, acompanhamento, avaliação do rendimento da
proposta pedagógica (BISPO, 2009).
Sobre a indispensabilidade que o gestor tem dentro da escola, a
Entrevistada G1 citou alguns motivos:

O Gestor é indispensável, pois é ele que preza pela qualidade do ensino;


acompanha e avalia a aprendizagem dos alunos; oferece ferramentas
necessárias para que sua equipe seja capaz de encontrar soluções para
melhoria do aprendizado dos alunos; além de incentivar a participação das
famílias (ENTREVISTADA G1, 2017).

Não há dúvidas da importância do gestor, mas também é essencial que este


construa uma relação de confiança com seus liderados. Ao trabalhar o
desenvolvimento, e eficaz relacionamento com a equipe, os líderes fortalecem o seu
pessoal e a instituição, podendo desenvolver uma equipe composta por pessoas que
conjuntamente buscam novas oportunidades, compartilham seus conhecimentos,
capaz de ser sensível ao problema da comunidade e de cada indivíduo. Uma gestão
que possui um guia, porém conta com a participação de todos é responsável também
por conscientizar o corpo docente sobre o valor do gestor. Sobre a importância do
gestor dentro da escola uma das professoras respondeu:

Embora a equipe aqui na escola, seja sempre convocada para tomadas de


decisões e sugestões, é o gestor quem guia as ações, e quem direciona
nossos passos, sempre pensando na melhoria e qualidade da aprendizagem
e aproveitamento dos alunos (ENTREVISTADA P1, 2017).

Ainda sobre essa importância a segunda professora entrevistada citou:

Como qualquer local, seja no trabalho ou em casa, é sempre necessário


alguém para organizar, definir e direcionar os passos. Se todos em o direito
de opinar, então sem o gestor para escolher a melhor opção cada membro
poderia tomara sua decisão individual, mas com a diretora aqui nesta escola
ou em outra, as decisões são tomadas de forma democrática, e mesmo que
todo opine a responsabilidade de optar pela melhor maneira é dela
(ENTREVISTADA P2, 2017).

Pode-se perceber através dos relatos citados, que tanto a gestora se sente
segura quanto a sua importância dentro da escola, e que segundo a mesma essa
segurança vem não só dos anos em que ela lidera a escola, mas também pela sua
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formação e especialização para atuar dentro da escola, na gestão da escola e com


crianças. É evidente também, que os professores percebem essa importância e tem
consciência dela, o que nos faz entender que a gestão da diretora é positiva visto que
sua relevância é percebida por membros de sua equipe.

5- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse trabalho objetivou, de maneira geral, conhecer e analisar o papel do


gestor escolar no Jardim de Infância – ASOP em Pedro II- Piauí, através de entrevistas
e observações no campo de pesquisa. Além deste, outros objetivos também foram
propostos e citados no capítulo introdutório desse estudo, e que avaliamos como
alcançados, considerando a discussão que foi feita ao longo do trabalho.
As funções e atribuições do gestor escolar na função de diretor estão descritas
por alguns autores aqui citados, porém, somente na prática pode se perceber o que
torna um profissional da educação em um gestor competente, capaz de transformar a
realidade da escola onde atua. Percebe-se que muita “coisa” das falas dos autores e
assimila com a realidade vivida pela gestão na escola ASOP, mas outras questões
foram citadas pela própria gestora, como por exemplo as dificuldades enfrentadas por
ela enquanto gestora. Essas dificuldades enfrentadas em seu dia a dia são entraves
difíceis de serem superados, mas é bom saber que tanto a gestora como sua equipe
têm a consciência de seu papel dentro do espaço escolar, refletindo e avaliando sobre
o seu trabalho constantemente.
Concluindo, cabe ao gestor escolar focar a ação da gestão; na aprendizagem
dos alunos; avaliar as ações da escola; coordenar a construção, acompanhar a
execução dos planos; monitorar e avaliar continuamente a qualidade do processo
pedagógico; e de todo o processo de estruturação e bom funcionamento da escola,
priorizar o coletivo e incentivar a participação coletiva. Mas, sobretudo, saber versar
entre o administrativo e o pedagógico, sabendo que o primeiro da base as ações do
segundo, mas que o segundo é o mais importante dentro de uma escola. Todas essas
características foram percebidas e podem ser atribuídas a gestora da escola Jardim
de Infância- ASOP.
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REFERÊNCIAS

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competências profissionais de gestão: uma análise no âmbito da educação
municipal da cidade de Manaus. Dissertação apresentada ao Instituto de
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escola. (Monografia) Graduação em Pedagogia, Universidade do Estado da Bahia,
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educação escolar / Luiz Fernandes Dourado. – Brasília: Universidade de Brasília,
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https://www.webartigos.com/storage/app/uploads/public/588/508/3b5/5885083b583b
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construção da gestão entre a formação e o trabalho. Dissertação - (Mestrado) -
Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Educação. Belo Horizonte,
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20

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