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Ensino da Matemática:
Espaço e Forma
Material Teórico
O Ensino de Geometria e as Tecnologias Educacionais
Revisão Textual:
Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos
O ensino de geometria e as tecnologias
educacionais
• Introdução
• Ensino de Geometria: prescrições apontadas nos Parâmetros
Curriculares Nacionais
• A utilização de softwares como estratégia para ensinar Geometria
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Apresentar um breve panorama do Ensino de Geometria no
Brasil apontando o movimento de abandono desta prática e suas
consequências;
· Indicar as prescrições dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN)
para o Ensino de Geometria em toda a Educação Básica;
· Apresentar softwares que possam ser utilizados para ensinar
Geometria, capacitando os futuros professores de Matemática, a fim
de superar o histórico de abandono do Ensino de Geometria nas
escolas do país;
· Propor reflexões acerca da trajetória individual de cada um e sua
relação com o conhecimento geométrico, no intuito de estimular e
promover aprendizagens docentes.
ORIENTAÇÕES
Abordaremos a construção histórica dos conhecimentos geométricos,
bem como a trajetória do Ensino de Geometria no Brasil. Também serão
apresentados alguns softwares que podem ser considerados como ferramentas
importantes para os processos de ensino e de aprendizagem da geometria.
Nesse sentido, as discussões teóricas apresentadas aqui alicerçam-se nos
seguintes questionamentos:
· Como foram construídos os conceitos e as noções geométricas que
estudamos na Educação Básica?
· De que maneira esses conhecimentos adentraram o currículo de
Matemática da Educação Básica brasileira?
· Que recursos tecnológicos os professores de Matemática podem
considerar em sua prática pedagógica?
Não deixe de instalar os softwares sugeridos nesta Unidade em seu
computador e explorá-los. É importante que você leia o Plano de Ensino
da disciplina e explore a bibliografia recomendada, navegando na Biblioteca
Virtual. Participe, também, do fórum de discussões proposto, assista às
videoaulas e não esqueça de conferir as datas de avaliação.
UNIDADE O Ensino de Geometria e as Tecnologias Educacionais
Contextualização
Vivemos em um mundo geométrico! Ao nosso redor nos deparamos com
inúmeras formas geométricas. Quando éramos alunos da Educação Infantil ou dos
anos iniciais da Educação Básica, muitas vezes, vivenciamos situações como a que
descrevemos a seguir:
Essa situação de sala de aula nos propõe algumas reflexões: o que é um quadrado?
As peças dos “Blocos Lógicos” apresentam que dimensões? Esse é um quadrado
ou representa um quadrado?
Transposição Didática : pode ser entendida enquanto a passagem do saber científico para
o saber escolar.
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Um olhar para a Geometria – de “objeto matemático” a “saber escolar
Quando olhamos para a História da Matemática nos depararemos com o
matemático Euclides de Alexandria (300 AC), intitulado por muitos como o “Pai
da Geometria” em função de seus escritos, dentre os quais se destaca a obra “Os
Elementos”, cuja autoria foi atribuída a ele. Essa obra é composta por 13 (treze)
volumes, dos quais 5 (cinco) apresentam escritos relacionados à Geometria Plana e
3 (três) sobre Geometria no Espaço.
Fonte: Wikimedia/Commons
Mas como será que esses conhecimentos sobre a geometria adentraram os currículos
escolares nas escolas brasileiras?
Antes de mais nada, é importante recordar que o ensino escolar brasileiro
teve início ainda quando o Brasil era uma colônia de Portugal, por meio da
Companhia Jesuítica e que, nesse período, a matemática era entendida como
uma ferramenta para desenvolver um certo modo de raciocinar, necessário para
a compreensão da Física.
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Corroborando com essa ideia, Pavanello (1993) aponta que, nos diferentes níveis
de ensino, o ensino de geometria tem sido relegado a um plano secundário. A
autora infere que esse fenômeno é um problema global resultante, principalmente,
da ausência desse tema nos programas e currículos escolares, que implica a redução
da importância de ensinar geometria nas escolas.
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Introdução
Não há dúvidas de que ensinar Geometria configura-se como uma prática
desafiadora. Afinal de contas, quem nunca se questionou ou foi questionado: “por
que preciso aprender geometria?” ou mesmo “onde aplico este conhecimento?”.
Por esse fato, nesta unidade, realizaremos uma reflexão sobre a geometria enquanto
conhecimento matemático a ser ensinado em todos os níveis da educação básica.
Nessa perspectiva, torna-se indispensável ao professor uma ótica interdisciplinar
a fim de perceber a aplicabilidade da geometria e, também, o seu relacionamento
com outras áreas do conhecimento.
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Se considerarmos os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de Matemática
como um dos documentos oficiais que norteiam o trabalho do professores,
perceberemos que, para os anos iniciais, 6º ao 9º ano (antiga 5ª à 8ª série), o
bloco “Espaço e Forma” enfatiza o trabalho com as construções geométricas a
fim de promover “o desenvolvimento de habilidades de percepção espacial, e
como recurso para induzir de forma experimental a descoberta, por exemplo, das
condições para que duas figuras sejam congruentes ou semelhantes.”
desenvolver tais compreensões? Que recursos podem ser considerados? Quais desses
recursos você conhece? Em quais precisaria aprofundar seus estudos?
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Olhando para sua trajetória escolar, ao longo dos anos finais do Ensino Fundamental, esses
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conceitos geométricos foram abordados por seus professores? Se sim, de que modo? Se não,
quais ações você precisa/precisou mobilizar para compreender esses conceitos? Quais ainda
não estão claros para você? O que fará para aprendê-los?
Lembre-se do que apontou a pesquisadora Regina Pavanello: “o abandono do ensino
de Geometria no Brasil”. Contamos com você para ser um agente de transformação e de
superação desse cenário em nosso país!
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Em relação ao Ensino Médio, os PCN+ (BRASIL, s.d) apontam que, nesse ciclo, o
ensino de geometria trata das formas planas e tridimensionais e suas representações
em desenhos, planificações, modelos e objetos do mundo concreto. Nesse sentido,
sugere que, para o desenvolvimento desse saber matemático, sejam desenvolvidas
quatro unidades temáticas: geometrias plana, espacial, métrica e analítica.
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ALMOULOUD, Saddo Ag. et al. Formação de professores de Matemática e apreensão
significativa de problemas envolvendo provas e demonstrações. In: Educ. Mat. Pesquisa,
São Paulo, v. 10, n. 2, pp. 217-246, 2008 Disponível em: http://goo.gl/xAn6E6.
Quais softwares podem ser utilizados para auxiliar o professor de Matemática a ensinar os
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propiciar uma primeira reflexão dos alunos – por meio de atividades de experimentação
e de deduções informais sobre as propriedades relativas a lados, ângulos e diagonais
de polígonos, bem como o estudo de congruência e semelhança de figuras planas.
Nessa perspectiva, no Ensino Médio, é preciso que haja um aprofundamento dessas
ideias no sentido de que o aluno possa conhecer um sistema dedutivo, analisando o
significado de postulados e teoremas e o valor de uma demonstração para fatos que
lhe são familiares. Desse modo, espera-se que no Ensino Médio o aluno alcance um
maior desenvolvimento do raciocínio geométrico.
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Se o conhecimento geométrico é tão importante, por que ele é considerado como um vilão
em vestibulares ou mesmo em concursos públicos?
Importante! Importante!
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Figura: 2
Como vemos, para realizar essa construção, um aluno pode utilizar régua e
compasso ou mesmo um software de geometria dinâmica. Então, qual a vantagem
de construí-lo num software? A vantagem está na possibilidade de colocar a figura em
movimento. Isso com apenas um comando. Assim, a construção deixa de ser estática
e possibilita-nos uma percepção muito maior sobre sua construção. É fascinante!
Figura: 3
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Atividade
Para realizar esta atividade você precisará baixar em seu computador o software
CaR. O endereço está disponível no Material Complementar.
Explor
O texto Geometria Dinâmica na Escola da autora Maria Alice Gravina está disponível
Explor
em : https://goo.gl/WgQxcl.
A linguagem LOGO foi traduzida para a Língua Portuguesa pelo NIED (Núcleo
de Informática Educativa) da Universidade de Campinas (UNICAMP), em São
Paulo, e passou a ser utilizada no Brasil.
Figura: 4
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Comando Resultado
Figura: 5
Figura: 6
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repita 9 [pe 45 pf 60 pd 45 pf 60 pd 45 pf 60]
Figura: 7
Figura: 8
Como podemos perceber, o Super Logo pode ser uma valiosa ferramenta no
ensino de Matemática, pois oferece ao aluno a oportunidade de colocar em prática
seus recursos cognitivos, tais como: concentração, lateralidade, atenção e percepção.
Você já conhecia este software? Já havia desenvolvido alguma atividade com ele?
Acreditamos que possa ser uma experiência muito significativa, uma vez que possibilita
exercitar o pensamento cartesiano conjuntamente com o pensamento geométrico.
Agora é a sua vez! Explore o Super Logo e crie figuras geométricas como as que
apresentamos até aqui.
Explor
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Atividade
Para realizar esta atividade, você precisará baixar em seu computador o software
Super Logo. O endereço está disponível no Material Complementar. Fique atento:
os comandos podem variar de acordo com a versão.
1. Utilizando o software Super Logo, construa uma casa como a imagem a seguir:
Figura: 9
Explor
Uma possível solução pode ser visualizada no vídeo: Linguagem Logo - teoria e prática.
https://goo.gl/GB6Vbt.
faremos uma pausa para uma reflexão e, se necessário, uma breve pesquisa: quais são as
propriedades que envolvem o estudo de simetrias?
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Esses foram os questionamentos que nos motivaram a inserir nesta unidade
um software que pudesse auxiliá-los, na futura prática profissional, a ensinar esse
conceito matemático. Para tanto, escolhemos o software Tess 1.7 e o utilizaremos
para exemplificar as propriedades que envolvem o conceito de Simetria.
Figura: 11
Figura: 12
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Figura: 13
Já a figura a seguir a Rotação:
Figura: 14
Podemos também combinar as Propriedades e criar uma infinidade de imagens
bem interessantes. Com elas podemos perceber a relação Arte e Matemática.
Figura: 15
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Figura: 16
PCN (BRASIL, 1997) acerca da interdisciplinaridade, entendemos que uma obra de artista
pode ser um ponto de partida para ensinar esse conceito. A seguir indicamos um exemplo:
o quadro Fish/Boat, pintado por Escher, em 1948.
Figura: 17
Fonte: wikiart.org
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Escher foi um artista gráfico holandês que, em suas obras, buscou representar
construções impossíveis. Suas obras estão repletas de conhecimento matemático:
padrões geométricos, simetrias, isometrias, dentre outros. Embora não fosse um
matemático “teórico”, soube utilizar a matemática para nos surpreender.
Página Oficial M.C. Escher. Nesta página, é possível visualizar grande parte das obras de
Explor
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Apresentação do livro Matemática e Arte
ZALESKI FILHO, Dirceu.
https://www.youtube.com/watch?v=Bpjr2glii34
CaR - Parte 01 - Programa Ferramentas - Construções Geométricas com Régua e Compasso.flv.
https://www.youtube.com/watch?v=CHNsXHa04CU
História da Matemática para Professores 4
PITOMBEIRA, João Bosco. Os Elementos de Euclides. Videoaula de História da
Matemática do mestrado PROFMAT.
https://www.youtube.com/watch?v=Ugq0xHNTpWM
História da Matemática para Professores 5
PITOMBEIRA, João Bosco. Os Elementos de Euclides 2.
https://www.youtube.com/watch?v=SMk2KwzHjks
Perguntas e reflexões sobre o livro Matemática e Arte.
ZALESKI FILHO, Dirceu.
https://www.youtube.com/watch?v=pup-2Yp6yN0
O Geogebra
ZALESKI FILHO, Dirceu.
https://www.youtube.com/user/ogeogebra
Leitura
Por que não ensinar Geometria?
LORENZATO, Sérgio Aparecido. In: Revista A educação matemática em revista,
Florianópolis (SC), SBEM, vol. 4, 1995, p. 3-13. Acesso em: 16 set. 2015.
http://goo.gl/1cJjOO
Anais do III Simpósio Nacional de Ensino de Ciências e Tecnologia.
MOCROSKY, Luciane Ferreira et al. O ensino de geometria no Brasil: alguns aspectos
da sua origem nos livros didáticos brasileiros. Anais do III Simpósio Nacional de
Ensino de Ciências e Tecnologia. Ponta Grossa (PR), 2012. Acesso em: 16 set. 2015.
http://goo.gl/GVPqA6
O abandono do ensino da geometria no Brasil: causas e consequências.
PAVANELLO, Regina Maria. In: Revista Zetetiké. Ano I – nº1/1993. Acesso em: 16
set. 2015.
https://goo.gl/cLHJSs
Ensino de Geometria: Rumos da Pesquisa (1991-2011)
SENA, Rebeca Moreira; DORNELES, Beatriz Vargas. In: REVEMAT. ISSN 1981-
1322. Florianópolis (SC), v. 08, n. 1, p. 138-155, 2013. Acesso em: 16 set. 2015.
https://goo.gl/qllY7e
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Sites
Página do Geogebra
http://wiki.geogebra.org/pt/P%C3%A1gina_Principal
Portal Khan Academy – Geometria
https://pt.khanacademy.org/math/geometry
Tess 1.7.
http://www.edumatec.mat.ufrgs.br/softwares/soft_recreativos.php
Livros
Geometria Euclidiana plana
BARBOSA, J. L. M. 6. ed. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Matemática, 2004.
Introdução à geometria espacial
CARVALHO, Paulo Cezar Pinto. 4. ed. São Paulo: Sociedade Brasileira de Matemática.
Matemática: prática pedagógica para o Ensino Médio.
FAINGUELERNT, Estela Kaufman; NUNES, Kátia Regina Ashton. Porto Alegre:
Penso, 2012. (e-book)
Manual Oficial Geogebra: versão 3.2.
HOHENWARTER, Markus; HOHENWARTER, Judith.
Disponível em: http://static.geogebra.org/help/docupt_PT.pdf
Matemática e Arte. Coleção Tendências em Educação Matemática.
ZALESKI FILHO, Dirceu. São Paulo: Autentica, 2013.
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Referências
ALMOULOUD, Saddo Ag et al. A geometria no ensino fundamental: reflexões sobre
uma experiência de formação envolvendo professores e alunos. Revista Brasileira
de Educação, n. 27, p. 94 - 108, set/out/nov/dez. 2004.
LORENZATO, Sérgio Aparecido. Por que não ensinar Geometria? In: Revista
A educação matemática em revista, Florianópolis (SC), SBEM, vol. 4, 1995,
p. 3 - 13. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/97762456/Por-que-nao-
ensinar-geometria-Lorenzato#scribd>. Acesso em: 16 set. 2015.
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