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UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR DE FEIRA DE SANTANA

LETRAMENTO DE MATEMÁTICA
Tutor: Daniela Reis Vianna Teles
Discente: Ana Patrícia Bezerra da Cruz

FORMAS E ESPAÇO NO
ENSINO FUNDAMENTAL I

Humildes
2023
A IMPORTANCIA DAS FORMAS GEOMÉTRICAS NO ENSINO
FUNDAMENTAL I

RESUMO

Este trabalho de cunho qualitativo, visa ressaltar a importância do ensino da


Geometria nos anos inicias do Ensino Fundamental I. Partindo do pressuposto
que a Geometria está presente em diferentes campos da vida humana, seja
nas construções, nos elementos da natureza, em objetos que são utilizados no
cotidiano, nos foi solicitado que trabalhássemos com os alunos atividades com
conteúdo: “Formas e Espaço” e como recurso pedagógico para a
aprendizagem das formas Geométricas, a Massinha de Modelar.
Compreendemos que por meio de atividades lúdicas, é possível ensinar aos
alunos sobre formas, tamanhos, ângulos e relações espaciais, além de estimular
a criatividade e a imaginação. Concluímos, que é preciso um processo de
formação inicial e continuada que possibilite aos futuros e já atuantes
educadores reflexões e vivências relacionadas às diferentes dimensões da
Geometria (espaço, forma, organização do esquema corporal e movimento).

CONTEXTUALIZAÇÃO

Trabalhar as formas geométricas desde cedo, ainda na educação infantil, é


essencial para o desenvolvimento das habilidades de raciocínio espacial. A
prática também é elementar para evitar dificuldades com conteúdos futuros,
pois, serão aplicados no ensino fundamental e médio. Entretanto, é necessário
que este processo de ensino das formas geométricas aconteça da maneira
certa, onde as crianças precisam começar a aprender, a identificar e
diferenciar as principais formas geométricas existentes, tanto planas quanto
não planas, tais como: o quadrado, o círculo, o triângulo, o retângulo, o cubo, a
esfera, o cone e o cilindro, dentre outras. O reconhecimento e manipulação das
formas geométricas, a representação espacial e estabelecimento de
propriedades é essencial para a formação de uma base consolida e objetiva
para maior facilidade de compreensão dos conteúdos do 6º ao 9º ano. Por isso,
os profissionais das séries iniciais devem trabalhar de forma estruturada.

Trabalhar as formas geométricas na Educação Infantil é fundamental para o


desenvolvimento cognitivo e matemático das crianças, e contribui, ainda na
forma como elas se relacionam com o mundo, já que essas figuras estão
presentes no cotidiano, mesmo eu na mesma forma que eles observam nas
atividades. Diante do exposto, o estudo da geometria possibilita uma
abordagem crítica da realidade, relacionando o conteúdo com situações
concretas. Fazendo com que o aluno parta do concreto para mais tarde chegar
a situações mais abstratas.

Bulos (2011) enfatiza que,

A geometria pode ser o caminho para desenvolvermos


habilidades e competências necessárias para a resolução
de problemas do nosso cotidiano, visto que o seu
entendimento nos proporciona o desenvolvimento da
capacidade de olhar, comparar, medir, adivinhar,
generalizar e abstrair (BULOS, 2011, p.5).

Podemos concluir que a geometria é um dos conteúdos matemáticos que


apresenta uma grande possibilidade de conexão com outros conteúdos, como
a álgebra e a aritmética. Por ser um conteúdo em que se consegue visualizar e
manipular objetos, a aprendizagem ocorre mais facilmente, o aluno consegue
através de situações concretas construir o conhecimento com maior ênfase.

Desta forma, o ensino da geometria deve ser cumprido no planejamento


escolar e ao mesmo tempo é imprescindível que o conteúdo não seja só mais
uma mera repetição de conceitos, como apontam a maioria dos livros didáticos.
Tal apresentação não proporciona ao aluno uma dimensão mais abrangente e
profunda que possibilite estabelecer relações teórico-práticas. É fundamental
que se busque uma cuidadosa análise acerca de alternativas metodológicas
com diversos recursos para auxiliar no processo de ensino e de aprendizagem.

trabalhar a Geometria na Educação Infantil é um desafio muito grande, onde


muitos professores evitam e acabam dando mais ênfase a outros aspectos da
Matemática ou a outras disciplinas. Geralmente, esses professores tiveram
experiências ruins, enquanto alunos e têm uma reprodução pior enquanto
professores.

Para os autores Campos, Curi e pires,

a grande parte dos professores que hoje estão em


atividade receberam uma formação muito precária em
Geometria devido, entre outras coisas, à própria
influência que o movimento Matemática Moderna
desempenhou em nossos currículos nas décadas de
1960/1970”.

Contudo, o problema ainda é muito atual. Muitas instituições de ensino


superior, não preparam o professor para ensinar geometria. Segundo Oliveira
(2008) Isso se deve ao fato de não estarem preparados, ou não terem os
conhecimentos geométricos necessários, devido à sua formação escolar ou
acadêmica. Se pararmos e avaliarmos a nossa trajetória educacional,
passamos todos estes anos estudando na competência da Geometria, apenas
figuras e formas. Os sólidos de um modo geral, limitando-se apenas ao estudo
de figuras bidimensionais como o triangulo, o retângulo, o quadrado e o círculo.

O estudo da geometria é trivial e a iniciação do mesmo deve ocorrer cedo, a


criança desde a Educação Infantil, já manipula objetos, classificando os que
rolam, os que se pode empilhar, os que encaixam, entre outros. Mesmo
sabendo dessa importância, muitos docentes não conseguem visualizar esse
potencial na criança e a necessidade de planejar aulas que envolvam a
geometria, Fainguelernt (1999) aponta que:

Entre os matemáticos e os educadores matemáticos,


existe um consenso de que o ensino da Geometria
deveria começar desde cedo e continuar, de forma
apropriada, através de todo o currículo de Matemática.
Entretanto, tradicionalmente existe divergência de
opiniões entre os conteúdos e os métodos de ensino da
Geometria nos diferentes níveis, desde a escola primária
até a universidade. Uma das razões dessas divergências
é que a Geometria possui muitos aspectos e,
consequentemente, talvez não exista um caminho
simples, linear, claro, hierárquico desde os princípios
elementares até as abstrações e axiomas, embora seus
conceitos devam ser considerados em diferentes estágios
e diferentes pontos de vista (FAINGUELERNT,1999, p.
21)
De acordo com Vygotsky (2000), as primeiras noções matemáticas que são
adquiridas pelas crianças, ocorrem por meio das vivências e interações com
outras pessoas, sejam em situações reais de vida ou em brincadeiras,
familiarizando-se com quantidades (muito ou pouco), números (data de
aniversário ou quantos anos está fazendo) e dimensões (uma grande ou
pequena bola). Ainda sobre o autor citado, o espaço em que a criança está
inserida é pleno de símbolos e signos representativos de sua realidade, do seu
cotidiano, que atendem as necessidades sociais em dados momentos
históricos. Assim, antes de adentrar ao mundo criado pelas instituições
escolares, a criança já possui noções operacionais básicas de Matemática,
apresentando ideais importantes, por exemplo, sobre localização, formas
geométricas, sobre o que é dividir, multiplicar, adicionar ou subtrair numa
linguagem e contexto aritmético próprios.

Vygotsky (20001): esclarece as crianças,

[...] começam a estudar aritmética na escola, mas muito


antes elas tiveram alguma experiência com quantidades
– tiveram que lidar com operações de divisão, adição,
subtração e determinação do tamanho.
Consequentemente, as crianças têm a sua própria
aritmética pré-escolar [...] (VYGOTSKY, 2000, p. 110).

De acordo o RCNEI (BRASIL, 1998), não devemos nos preocupar de forma


antecipada com a formalização de conteúdos programáticos e sistematizados,
característicos de períodos escolares posteriores. Na Educação Infantil,
principalmente, o professor deve criar as condições teóricas e práticas para
que a criança, a partir das suas vivencia em seu dia a dia, desenvolva o
pensamento lógico matemático, perceba e domine ideias vinculadas aos
saberes geométricos e a outros conteúdos da Matemática apropriados para
seu nível escolar. Assim, as atividades planejadas pelo professor terão o
objetivo de dar continuidade às experiências com os saberes matemáticos
vivenciados de forma assistemática pela criança nas relações estabelecidas
em seu cotidiano, propondo situações de aprendizagem com a intenção de
prepará-la para enfrentar novos desafios e compreender melhor o mundo do
qual faz parte.
Para Smole (2000), considerando que as crianças levam para a escola seus
pre conhecimentos matemáticos, para que suas ideias intuitivas, necessidades
de desenvolvimento intelectual e linguagem própria sejam potencializadas, é
necessário que as instituições escolares reconheçam que devem oferecer
propostas pedagógicas também potencializadoras. Para tanto, não se pode
pensar em práticas educacionais que enfatizam o treino e a mera reprodução
de conhecimentos, fundamentados na conhecida transmissão de conteúdos
classicamente realizada pelos professores.

ATIVIDADE: FORMAS GEOMÉTRICAS E ESPAÇO

A atividade proposta tem como objetivo a exploração das formas geométricas


presentes em nosso dia a dia, e levanta uma reflexão sobre suas
características e relações, e ainda contribuem com o desenvolvimento do
pensamento geométrico dos estudantes, além da identificação das formas
geométricas no ambiente em que vivemos. Trabalhar a modelagem das formas
geométricas pedindo aos alunos fazer uma bola girando a massa em cima da
mesa até ficar bem redonda, em seguida partir a bola, modelar a esfera,
paralelepípedo, cilindro, cone pirâmide e cubo, investigar com os alunos outras
formas de se obter formas geométricas usando a massinha de modelar.

METODOLOGIA
Objetivos:
▪ Incentivar a coordenação motora fina;
▪ Desenvolvimento da visão tridimensional,
▪ Concentração e memorização;
▪ Identificar e classificar formas geométrica;

Faixa etária: 7 a 9 anos


Turma: 2º ano - Ensino Fundamental I
Campo de pesquisa: Alunos da banca de estudo (aulas de reforço)
DESENVOLVIMENTO
Para facilitar compreensão da atividade a professora Patrícia iniciou a aula
explicando aos alunos que teriam uma atividade diferente sobre geometria E as
Crianças ficaram bem animadas ao receberem as massinhas de modelar e
logo foram separando a massinha por cores. Trabalhar a modelagem das
formas geométricas pedindo aos alunos fazer uma bola girando a massa em
cima da mesa até ficar bem redonda.

PRIMEIRO MOMENTO: A Educadora mostrou algumas imagens como


triangulo, quadrados, pirâmides, cubos e retângulos como demonstração e já
deixá-los com a introdução do conteúdo. A professora Patrícia ressaltou que
todos deveriam criar uma forma geométricas utilizando as massinhas de
modelar.

SEGUNDO MOMENTO: Conforme as crianças estavam desempenhando a


atividade, a professora Patrícia foi fazendo perguntas acerca de cada figuras,
tais como: Onde poderiam observar a forma de um quadrado na sala de aula?
O quadrado tem quantos lados? Os lados são iguais? Onde podemos perceber
a forma de um triangulo no dia a dia de cada um dos alunos? E a forma de um
circulo onde encontramos em nossa casa, nossa rua, nosso bairro? As
crianças começaram a falar das cadeiras da sala, confundiram o formato
retangular da mesa com um quadrado. Mas, a professora esclareceu a
diferença e mostrou a diferença na formação do retângulo. Os estudantes
tiveram dificuldade para dizer onde teria a forma do triangulo em seu cotidiano.

TERCEIRO MOMENTO: Diante do exposto pelas crianças, a professora pediu


para que eles usassem a massinha de modelar para desenhar uma casa. A
partir do desenho das crianças, a educadora pergunta quais formas
geométricas foram utilizadas na figura da casa. Tão logo a aluna Ana Lyvia
identificou o quadrado na lateral da casa; A aluna Ester, apontou o triangulo na
parte superior da casa.

QUARTO MOMENTO: Neste momento, a professora solicita que as alunas


formem com a massinha 4 triangulo com o mesmo tamanho e um quadrado. A
partir desta forma, a professora pegou os triângulos e o quadrado e uniu de
maneira que se formou uma pirâmide, para demonstrar que as formas podem
ser utilizadas juntas e assim formam outras figuras e objetos, tais como: uma
casa, uma pirâmide, um dado com 6 quadrados, com retângulo podemos
formar o acento de um sofá e uma mesa grande, dentre outros.

Observou-se que as crianças tiveram um melhor aproveitamento com a


aplicação do conteúdo da disciplina e a aula ficou mais dinâmica e atrativa. Sob
a supervisão do educadora Patrícia, este novo formato para aprender
matemática, a partir da formação das formas geométricas deixou as crianças
mais à vontade e receptivas aos desafios.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O valor do ensino de Geometria está ligado a diversos fatores. Seu estudo tem
a condição de desenvolver no aluno a capacidade de observar as formas
naturais com as quais convivem, reconhecer e analisar como formas criadas
pelo homem com o objetivo de facilitar sua vida todos os dias. Ensinar
Geometria é um dos conteúdos que requer maior sensibilidade do professor,
para trabalhar a união das formas visuais com os conceitos e propriedades.

A Geometria nos anos iniciais do Ensino Fundamental apresentada de forma


organizada, é possível dar uma base concreta ao aluno, com conceitos
fundamentais que ele certamente usará no Ensino Médio, bem como no
decorrer de toda sua vida e sua aprendizagem se torna muito mais significativa.

Diante dessa preocupação, seria necessário oferecer recursos variados e


adequados para abranger os diferentes perfis intelectuais dos alunos, isto é,
meios de auxiliar na construção do conhecimento respeitando a
individualidade.

A atividade proposta teve como objetivo a exploração das formas geométricas


presentes no dia a dia, e levanta uma reflexão sobre suas características e
relações, e ainda contribuem com o desenvolvimento do pensamento
geométrico dos estudantes, além da identificação das formas geométricas no
ambiente em que vivemos. Com essa atividade foi possível trabalhar
coordenação motora fina, cooperação entre os pares e memorização de
conceitos matemáticos. Para além, de ensinar os conceitos básicos de
matemática, as formas geométricas ajudam na melhoria da coordenação
motora fina, da capacidade de concentração e da resolução de problemas.
Sendo assim, entendemos que por meio das atividades com massinha de
modelar, é possível ensinar aos alunos sobre formas, tamanhos, ângulos e
relações espaciais, além de estimular a criatividade e a imaginação.

O aprendizado infantil é muito mais eficiente quando acontece por meio de


atividades prazerosas, divertidas e dinâmicas. Com o ensino das formas
geométricas não deve ser diferente, deve ser realizado de formas lúdicas, com
jogos, brincadeiras, desenhos entre outros. É importante que o professor utilize
recursos visuais e manipuláveis para ajudar na compreensão da criança, além
de selecionar atividades que estimulem a coordenação psicomotora, a
concentração e a resolução de problemas. Para tanto, é necessário que ocorra
uma interação prática com a criança. A depender da idade, o ideal é que ela consiga
formar a imagem geométrica mentalmente assim que ela for mencionada, para melhorar
a associações cognitivas.

Este estudo tem como objetivo evidenciar ao professor que deve proporcionar aos
alunos situações do cotidiano que envolvam a aplicação dessas formas, mostrando,
assim, a importância e utilidade desses conhecimentos. É fundamental promover
algumas alterações que visem à valorização da matemática, especificamente da
geometria na formação inicial, tendo em vista a necessidade de criar espaço para que o
futuro professor tenha a oportunidade de vivenciar situações de práticas pedagógicas
que possam contribuir para a formação do seu próprio pensamento geométrico.
REFERÊNCIAS

A Importância da Geometria nas Séries – NOÉ. Marcos,


Iniciaishttps://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/a-
importancia-geometria-nas-series-iniciais.htm – Acessado em 10/11/2023.

O Ensino da Geometria no Ensino Fundamental e sua Importância –


SILVA. Silvia Renata Florentino Camargo,
https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/33726/4/EnsinoGeometriaEnsino.
pdf - Acessado em: 10/11/2023.

BNCC: como trabalhar Geometria no Fundamental 1 – CECILIO. Camila,


https://novaescola.org.br/conteudo/19776/bncc-como-trabalhar-geometria-no-
fundamental-1 - Acessado em 11/11/2023.
ANEXO

REGISTRO FOTOGRAFICO DA ATIVIDADE

FOTO 1 FOTO 2

FOTO 3 FOTO 4

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