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GEOMETRIA PLANA: O CONCEITO E A CONSTRUÇÃO DE FIGURAS

GEOMÉTRICAS PLANAS

Matheus Lucas da Silva Borges


matheuslluc@gmail.com
Universidade Federal do Espírito Santo - UFES

Resumo

Neste artigo, tenho como objetivo analisar a didática e as técnicas existentes no


conceito e nas construções de figuras geométricas planas durante o meu processo
de Iniciação à Docência, levando em consideração a análise dos conteúdos e as
práticas pedagógicas relacionadas às noções e conceitos geométricos
desenvolvidos pelos professores bem como as concepções que os mesmos têm
sobre ensino na Educação do Ensino Médio. Assim, a partir da confecção ensinar a
geometria plana, inserindo as figuras planas como representação, se tornem
significativas para tanto quanto em sala de aula como na natureza valorizando os
saberes prévios dos alunos.
Palavras-chave: Geometria plana, Figuras planas, Ensino, Cotidiano.

INTRODUÇÃO

O conceito de área, em particular, tem um papel importante no currículo de


Matemática da escola básica. Primeiro, pela aplicação no cotidiano e nas práticas
profissionais, como, por exemplo, estimar a medida da área de um terreno, pintar
uma parede, colocar cerâmica no piso etc. Segundo, por permitir a articulação com
outros conceitos da Matemática, tais como fração, produtos notáveis etc. Também,
por favorecer a conexão com outras disciplinas escolares tais como Geografia,
Física, Química etc. Por isso, para que o conceito de área cumpra tais funções no
currículo é necessária uma sólida construção conceitual.

A Geometria é um dos conteúdos que devem ser desenvolvidos no decorrer


da Educação Infantil, mas, infelizmente, ainda é pouco trabalhada, muito
provavelmente motivada por uma concepção equivocada a respeito do papel dessa
área e da importância de desenvolver o pensamento geométrico das crianças desde
pequenas. Por sua vez, esse problema se reflete no Ensino Médio quando o
assunto se trata de Geometria e figuras planas, quando vemos que a maior
porcentagem dos alunos não conseguem identificar figuras que estão presentes no
seu dia a dia e na formação deficitária dos professores sobre essa temática,
revelada na preocupação excedida com a aprendizagem dos numerais nessa faixa
etária. A Geometria parece ser um tabu dentro da sala de aula. Conectar a
Geometria a outras áreas do conhecimento qualifica o aprendizado, capacita o
aluno a ter uma visão mais ampla e integrada, resgatando a Matemática do abstrato
para o mundo concreto.

O desenvolvimento das noções de espaço, da competência espacial, do


reconhecimento do próprio corpo e o aumento da percepção das formas e figuras
presentes ao seu redor é essencial para favorecer a exploração e aprendizado das
noções geométricas com as crianças desde a mais tenra idade.

Nessa fase, é importante utilizar objetos que tenham relação com as formas
geométricas mais usuais como, por exemplo, cone de lã, casquinha de sorvete e
chapéu de palhaço para lembrar o cone; latas de azeite e latas de cera para lembrar
o cilindro; embalagens e enfeites para lembrar as formas de pirâmides. Vários
outros autores, como Abrantes (1999), Nacarato e Passos (2003) e Miguel (1986)
destacam o quanto a Geometria contribui para a formação dos aprendizes, porque
estes aprendem desde noções básicas de reconhecimento do espaço e do corpo,
até as características mais complexas dos objetos e suas representações.

Em seguida, traçando o contorno desses objetos, os educandos irão


trabalhar com figuras planas triangulares, quadrangulares, circulares, etc., sem
dissociá-las dos sólidos que as originaram. O professor procurará representar
figuras que estimulem a percepção visual dos objetos tridimensionais representados
em planos, sem prejuízo da diferenciação entre sólido e plano, entre objeto e
representação.

Um trabalho importante é a planificação das figuras espaciais, que pode ser


feito, por exemplo, montando e desmontando embalagens. É preciso também que
os educandos explorem situações que levem à ideia de “forma” como atributo dos
objetos. Para isto, podemos usar vários materiais, entre eles o geoplano, borracha
de dinheiro, Tangram, massa de modelar e argila. Portanto, o trabalho de Geometria
tem a finalidade de reconhecer-se dentro do espaço e a partir deste localizar-se no
plano.

DESENVOLVIMENTO

Utilizando-se do apoio pedagógico das professoras que nos acompanham


anteriormente e, com o acompanhamento da equipe de coordenação do Pibid
(Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência), desenvolvemos nossas
atividades de implementação do projeto tanto de forma online quanto de forma
presencial.

Para iniciar a aula, onde o tema se tratava de ''Perímetro e áreas de figuras


planas’’ o pibidiano Davi Motta, outro bolsista cujo estava integrando no meu grupo
começou explicando o conteúdo de Geometria Plana através de figuras e conceitos
com desenhos e fórmulas como mostra nas figuras a seguir:

➢ Nas primeiras imagens ele colocou algumas figuras planas e explicou o que
seria perímetro e para o que aquilo acrescentaria no conhecimento dos
alunos das turmas de 1º ano.
Figura 1: Slide desenvolvido para aula de ‘’Perímetro e áreas de figuras planas’’
Fonte: Autor

Figura 2: Slide desenvolvido para aula de ‘’Perímetro e áreas de figuras planas’’


Fonte: Autor

➢ No segundo momento, Davi começou a explicar as fórmulas algébricas para


o cálculo da área de cada figura respectivamente, como na figura abaixo:
Figura 3: Slide desenvolvido para aula de ‘’Perímetro e áreas de figuras planas’’
Fonte: Autor

Nos momentos seguintes, após a professora aplicar provas e resoluções de


exercícios em sala de aula, percebe-se que a geometria apresenta muitos
problemas em seu ensino e em sua aprendizagem, principalmente no Ensino Médio,
o qual é sustentado pela memorização de fórmulas algébricas, reconhecimento de
sólidos geométricos e ainda aplicação, muitas vezes padronizadas e sem significado
algum para quem está aprendendo.

Durante todo o trimestre letivo, uma professora de Matemática da escola


‘’EEEFM HILDA MIRANDA NASCIMENTO’’, juntou alguns grupos e juntos
construímos peças que foram utilizadas nas aulas de geometria espacial. O formato
de cada peça e suas principais características (perímetro, áreas e volumes) foram
definidos pela professora, de acordo com as necessidades para as futuras aulas e
diferenciando os projetos apresentados por cada um dos grupos participantes da
turma. As peças construídas foram as seguintes: Uma caixa em forma de
paralelepípedo; um triângulo eqüilátero, um quadrado e um hexágono regular; três
prismas, sendo um triangular, um quadrangular e um hexagonal; três pirâmides,
sendo uma triangular, uma quadrangular e uma hexagonal. Após cada peça
construída aconteceram aulas expositivas sobre o assunto, relacionando assim a
prática com a teoria.
Além de futuros professores, hoje podemos ver como um reflexo deste
quadro a dificuldade de uma prática docente que leve em conta a participação
efetiva dos alunos na produção do saber escolar. Nossa experiência tem nos
indicado que em geral o professor do ensino médio atém-se mais ao
desenvolvimento de conteúdos do que à formação de atitudes, como levantamento
de conjecturas, validação de resultados (por meio de demonstrações) entre outras,
que a nosso juízo são fundamentais para a aprendizagem em geral e da Matemática
em particular.
Amarilha e Pais (2008) salientam que os conhecimentos básicos de
geometria ficam mais explícitos quando se aproveita um elemento muito importante
na faixa etária infantil para alimentar a curiosidade. Iniciar a prática partindo do
ambiente próximo às crianças (a sala de aula, a escola, as ruas e o bairro) é
orientação do Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil para a
organização das atividades.

A atividade com o Geogebra (plataforma virtual de Geometria e cálculos


algébricos) foi diferenciada. Foi apresentado aos alunos o passo a passo das
construções geométricas com o objetivo de fixar o conceito de segmento de reta e
de outros entes geométricos como: figuras planas (quadrado) e ângulo reto. Para
realizar a atividade, os alunos, individualmente, receberam um link para o acesso e
em seguida realizamos a identificação de ângulos, de figuras planas e sua inserção
no meio como mostra na figura a seguir:
Figura 4: ‘’A casa dos ângulos’’
Fonte: Geogebra, Bruno Steinmetz

Primeiramente, foi passado da seguinte forma onde o objetivo era para


identificar os ângulos à partir dos pontos:

1º) Clique em "Ângulo" e, em seguida, clique em A, B e C, nesta ordem. Você terá a


medida do ângulo ABC. Anote esta medida.
2º) Clique em "Ângulo" e, em seguida, clique em D, E e F, nesta ordem. Você terá a
medida do ângulo DEF. Anote esta medida.
3º) Clique em "Ângulo" e, em seguida, clique em G, H e I, nesta ordem. Você terá a
medida do ângulo GHI. Anote esta medida.
4º) Clique em "Ângulo" e, em seguida, clique em J, K e L, nesta ordem. Você terá a
medida do ângulo JKL. Anote esta medida.
5º) Clique em "Ângulo" e, em seguida, clique em M, N e O, nesta ordem. Você terá a
medida do ângulo MNO. Anote esta medida.
6º) Clique em "Ângulo" e, em seguida, clique em P, Q e R, nesta ordem. Você terá a
medida do ângulo PQR. Anote esta medida .

Segundamente, após os alunos identificarem os ângulos, passamos para o


segundo momento da aula, apresentando para eles as figuras geométricas que
normalmente encontramos no cotidiano, e que são utilizados no ensino de
matemática, como por exemplo, as formas mostradas na Figura 5, para facilitar a
analogia do assunto com os passos seguintes.

Figura 5: Construindo formas geométricas


Fonte: Geogebra, Autor

Como mostrado na Figura 5, trabalhamos com os alunos apenas com as


formas geométricas mais comuns como triângulo, quadrado, retângulo, círculo,
losango, paralelogramo, trapézio e elipse (oval). Após a análise dessas figuras
entramos nos conceitos da Figura 1, Figura 2 e Figura 3 para achar a sua
determinada área. Ao obtermos a medida de uma superfície estamos realizando o
cálculo de área que utilizamos como unidade fundamental de medida o metro
2
quadrado (𝑚 ).

Ademais, a partir desse instante, podemos começar a incentivar os alunos a


usarem a criatividade para analisarem as formas geométricas com objetos no seu
dia a dia que refletem as formas geométricas apresentadas na Figura 5, como
também, trabalhar o conceito de ângulos em geometria plana, definindo o ângulo
agudo, reto, obtuso, côncavo, 360º e raso, ou seja, suas classificações. Uma forma
bastante eficiente que buscamos mostrar as imagens diferentes desse ângulos foi
através da Figura 4, onde cada lugar da casa onde pedimos os ângulos, mostravam
figuras diferentes, pois através daquelas figuras, o grupo de alunos conseguiram
guardar aquelas informações de maneira mais rápida.
Vejamos a Figura 6 abaixo:
A partir das imagens que estão na figura abaixo, pode se colocar como
interação aos estudantes na sala de aula os seguintes questionamentos:

1. ‘’ Alguém sabe dizer o nome de algum objeto que tenha o mesmo formato
que a sala de aula ‘’?
2. ‘’ Quais são as características do paralelogramo ‘’?
3. ‘’ Quais as características do triângulo ‘’?

Figura 6: Formas geométricas encontradas no cotidiano


Fonte:
https://www.researchgate.net/figure/Figura-2-Formas-geometricas-encontradas-no-di
a-a-dia-pelos-estudantes_fig2_341256756

Com base no cotidiano, teríamos vários exemplos para poder citar em sala
de aula, da mesma forma que instigasse a curiosidade dos alunos para trabalharem
a sua criatividade através disso. E, por fim, com todas as exposições feitas em sala
de aula, espera-se que os alunos participantes consigam diferenciar as formas
geométricas, calcular áreas e volumes, e relacioná-las com os objetos do dia a dia
dos mesmos além de estimarem e/ou calcularem as medidas de uma figura em
geometria plana, e assim no que diz respeito às formas circulares, distinguir os
ângulos complementares dos suplementares.

Quando tivemos o primeiro contato com a sala de aula, a professora deu


continuidade com o conteúdo de Geometria plana. As demais atividades
desenvolvidas nesta ação tinham por objetivo apresentar situações em que se
aplica o cálculo de áreas de superfícies planas na resolução de problemas práticos,
bem como abordar a generalização da fórmula da área de um triângulo, de um
paralelogramo e de um trapézio, por meio de experiências práticas, ou seja, os
alunos deveriam resolver os exercícios até concluir o seus respectivos resultados de
maneira independente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os objetivos propostos foram alcançados, pois foi possível observar que o


trabalho com material digital dificulta a compreensão de conceitos da Geometria
mas ao mesmo tempo atrai a atenção dos alunos e proporciona prazer no processo
de ensino-aprendizagem. A avaliação da proposta foi realizada continuamente e, ao
final de cada aula, com o objetivo de investigar a prática realizada, eram elaborados
relatórios sobre o que deu certo e o que precisava ser melhorado.

Todas as evidências, com relação à aprendizagem de tópicos de geometria,


nos permitem inferir que uma sequência de ensino, abordada neste trabalho,
através de um plano de aula, pautada na construção de conceitos básicos, pode, e
deve ser iniciada preferencialmente nas séries iniciais da Educação Básica, pois,
assim o ensino continuado desde os anos iniciais terão melhores resultados
durante o estágio natural de ensino, onde a colaboração entre os professores e
alunos deve estar sempre em evidência, focando na aprendizagem de ambos.

A avaliação dos alunos também foi realizada através de um processo


contínuo quando tivemos o contato em sala de aula, por meio de observações sobre
o desempenho dos mesmos na busca de soluções. Ao término de cada atividade os
alunos faziam a exposição dos resultados para a professora e os pibidianos
presentes, sempre que necessário, os conteúdos eram retomados para que
ocorresse a adequada aprendizagem dos conceitos passados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRANTES, P.; SERRAZINA, L.; OLIVEIRA, I. A matemática na Educação Básica.


Lisboa: Ministério da Educação, 1999.

AMARILHA, L.A.S.; PAIS, L.C. A Contextualização como Possibilidade para o


Estudo da Geometria nos Anos Iniciais da Educação Básica. In: XII EBRAPEM.
Anais... RIO Claro/SP: UNESP, 2008.

BRUNO STEINMETZ. Medindo e Classificando ângulos. Ângulos


, construções, geometria, matemática. GEOGEBRA,

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