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Resumo
Com base na observação, durante anos de magistério superior, na área de desenho, dos
alunos de Engenharia, Matemática, Arquitetura e Artes, quanto às dificuldades
encontradas por eles no aprendizado de desenho, em especial da Geometria Descritiva,
é que nos propusemos, em 1999, lecionar essa disciplina para os cursos de Arquitetura
e Artes, adotando uma metodologia diferente da convencional, para despertar, no
aluno, o gosto pela disciplina e o desenvolvimento de uma habilidade pouco trabalhada
na escola: a visão espacial. Mostrar para os alunos que essa disciplina não é difícil, mas
apenas diferente daquilo que estudaram até então, tornou-se nossa meta. A visão
espacial é uma habilidade mental localizada no lado direito do cérebro e, assim, quanto
mais lúdica for esta aprendizagem, será mais bem assimilada. A proposta é iniciada no
sentido de se trabalhar primeiro com sólidos: neles estarão os pontos, retas e planos
normalmente abordados na metodologia convencional, nessa ordem. Como conclusão,
tem-se que o importante é ressaltar o grande avanço que a Geometria Descritiva traz
para quem quer representar graficamente qualquer coisa. Onde há planejamento,
projeto e representação gráfica, aí estará a Geometria Descritiva.
Mostrar para os alunos que essa disciplina não é difícil, mas apenas diferente do que
estudaram até então, tornou-se assim nossa meta ao ensinar Geometria Descritiva,
assim como demonstrar para os alunos que, durante toda a vida escolar, as pessoas
desenvolvem mais o hemisfério esquerdo de seus cérebros, deixando o direito
"preguiçoso". A visão espacial é uma habilidade mental que tem seus mecanismos
localizados do lado direito, do cérebro, daí ser totalmente diferente seu aprendizado. E,
por estar mesmo do lado direito, é que, quanto mais lúdica for esta aprendizagem, mais
rapidamente é apreendida e assimilada. A maioria dos alunos não foi estimulada
suficientemente para trabalhar com a visão espacial, daí toda a dificuldade em se
aprender, da forma tradicional.
Primeiro os alunos redesenham alguns objetos que lhes são apresentados em sala-de-
aula, como a caixa-de-giz, uma caixa de papelão, um cilindro para guardar desenhos,
uma maquete simples de uma casa, o retroprojetor e a própria sala-de-aula.
O importante é fazer com que eles representem esses objetos da maneira como os
entendem. Aqui é verificada a capacidade que têm para representar objetos em
perspectiva (Edwards, 1984). Uma noção desse tipo de desenho é logo passada ou
revisada, no sentido de aprimorar algumas dificuldades com essa representação.
Para o desenho, estimulamos o uso de grafites macios e o desenho à mão livre e uso da
cor, quando dos arremates. Ao apresentarem seus trabalhos, orientamos para que o
façam em formato de portfólio, o que é diferente de os alunos apenas irem arquivando,
em pastas, trabalhos já feitos e corrigidos pelo professor. Com a idéia do portfólio, eles
aprendem a organizar suas apresentações e, assim, os trabalhos contêm mais do que
simplesmente desenhos, contêm mais informações, como folha de identificação, índice,
folhas de rosto separando assuntos, fundamentação teórica e bibliografia de apoio.
Também a editoração e a forma como é apresentado são levadas em conta (Figura 1/
Figura 2).
Ñ . # - Portfólio de Gisele Corni Ribeiro
(Arquitetura/UFJF).
Portanto, passada essa fase inicial, é que podemos considerar que os alunos estão
preparados para aprenderem toda a conceituação e fundamentação da Geometria
Descritiva (Figura 4 / Figura 5).
Ñ . - Portfólio de Cláudia H. Marques
(Arquitetura/ UFJF).
Agora, conhecer planos, retas e pontos, por suas nomenclaturas e classificações, ajuda
na organização do aprendizado e essa fase é desenvolvida através de desenhos
espaciais, que visam a representar o tridimensional, e as épuras, representando o
bidimensional. A Figura 6 apresenta outros exemplos de trabalhos dos alunos.
Ñ . ! - Páginas do Portfólio de Flávia Cristo Vago
(Arquitetura/ UFJF).
Conclusão
No ensino da Geometria Descritiva, quanto mais se trouxerem, para a sala de aula,
exemplos concretos, permitindo aos alunos raciocinarem do todo para as partes,
percebendo as aplicações da teoria e conceituação no mundo que o cerca, através de
seus objetos, mais facilmente eles irão aprender a raciocinar espacialmente.
Para esses alunos que acabam de ingressar em seus cursos, o importante, sobretudo, é
ressaltar, através de exemplos conhecidos, a grande contribuição que a Geometria
Descritiva traz para quem quer representar graficamente ou projetar qualquer coisa.
Onde há planejamento, projeto e representação gráfica, aí estará a Geometria
Descritiva.
Agradecimentos
Aos alunos, pois sem sua criatividade e ousadia, esse trabalho não poderia estar sendo
publicado.
Ao amigo professor Gildo Montenegro, que há 16 anos vem nos ensinando, encorajando
e incentivando a ousar também como professora, referindo-se sempre à Geometria
Descritiva com imenso prazer.
Referências Bibliográficas
ARANTES, Otília. o
. São Paulo: Edusp,
1995.
CAVALCANTI, Zélia.
. Porto Alegre: Artes Médicas,
EDWARDS, Betty.
. Rio de Janeiro:
Ediouro, 1984.