Cicera Rayanne Honorato Silva¹

Gabrieli Vitoria Gaio Moreira

Guilherme Thel Barroso Viana
Leandro Alexandre Lohn
Juliana Magnus Bellettini²

1. INTRODUÇÃO

O panorama matemático foi moldado por mentes e avanços brilhantes durante séculos,
tornando o vasto e fascinante campo da história da matemática um recurso valioso para a educação
matemática moderna. Um olhar para o passado, liga-nos aos que vieram antes de nós e revela o
desenvolvimento, o refinamento e a aplicação de conceitos matemáticos em diversos contextos
culturais e científicos. Ao explorar sua perspectiva única, obtemos uma compreensão mais
profunda da evolução da matemática.
Pedagogicamente, incluir a história da matemática pode ser benéfico no ensino da matemática.
Isso não apenas envolve os alunos, mas também fortalece sua compreensão dos princípios
matemáticos básicos. Esta abordagem não segue apenas uma linha do tempo simples de eventos
matemáticos, mas, em vez disso, investigar mais profundamente como essas descobertas e idéias se
entrelaçam, atravessando culturas e geografias. Segundo GASPERI e PACHECO (2007, p. 6)
recorrer à História da Matemática no ensino, serve para situá-la como uma manifestação cultural de
vários povos em tempos diversos.
Ademais podemos destacar documentos como os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e a
Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tratam do currículo escolar e das disposições
metodológicas no ensino da matemática. Os PCN (1997) citam a História da matemática como
algo fundamental no processo de aprendizagem da matemática:

revelar a Matemática como uma criação humana, ao mostrar necessidades e preocupações

de diferentes culturas, em diferentes momentos históricos, ao estabelecer comparações
entre os conceitos e processos matemáticos do passado e do presente, o professor tem a
possibilidade de desenvolver atitudes e valores mais favoráveis do aluno diante do
conhecimento matemático. (BRASIL, 1997, p.34)

Face ao exposto, este trabalho tem como objetivo fazer um apanhado histórico da História da
Matemática dando foco a Geometria e mostrar sua importância para o ensino didático da
matemática.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O surgimento dos primeiros conceitos da geometria surgiram da necessidade da humanidade

compreender melhor o espaço onde habitavam, para Eves (1997) “os princípios mais básicos da
geometria remontam a tempos antigos, tendo se desenvolvido a partir de observações simples de
figuras, na qual se reconheciam e compararam diferentes formas e tamanhos”.
A geometria e matemática está sendo utilizada há centenas de décadas por diversos povos,
para facilitar a vidas das pessoas, por exemplo, como os egípcios que utilizavam de conhecimentos
1 Nome dos acadêmicos
2 Nome do Professor tutor externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso FLC34958MAD – Prática do Módulo III - 28/11/23
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e técnicas geométricas para saber que horas eram através da posição do sol, ou também para
construção das pirâmides que serviam de túmulos para os faraós. O que temos certeza quando se
estuda a história da matemática em sua real origem é que ela foi utilizada como uma ferramenta
para responder a perguntas que outrora era um mistério:
A própria Història da Matemática mostra que ela foi construída como resposta a perguntas
provenientes de diferentes origens e contextos, motivadas por problemas de ordem prática
(divisão de terras, cálculo de créditos), por problemas vinculados a outras ciências (Física,
Astronomia), bem como por problemas relacionados a investigações internas à própria
Matemática (BRASIL, 1998, p. 40).

Porém, nem sempre o estudo da Geometria esteve em primeiro plano na educação pública. Com o
movimento da Matemática Moderna em meados da década de 1970, a geometria foi colocada de
lado. Para Pavanello o ensino da geometria no ensino público é defasado e se intensifica no ensino
privado:
a tradicional dualidade do ensino brasileiro até que poderia, em termos de ensino da
matemática, ser colocada como: escola onde se ensina geometria (escola para elite) e escola
onde não se ensina geometria (escola para o povo). (PAVANELLO, 1989, p.166)

Atualmente, a geometria desempenha um papel essencial nos currículos como afirmam os PCNs
“o estudo da Geometria é um campo fértil para trabalhar com situações problema [...]. O trabalho
com noções geométricas contribui para a aprendizagem de números e medidas, pois estimula o
aluno a observar, perceber semelhanças e diferenças, identificar regularidades etc. (BRASIL, 1998,
p. 51).

GRÁFICO I -porcentagem de cada unidade temática nas habilidades da BNCC no EM.

Fonte: elaborado pelos acadêmicos (2023).

O gráfico 1 nos apresenta que das 25 habilidades do ensino fundamental da área de
Matemática e suas Tecnologias, 23,3 % é referente a geometria, isto nos mostra que apesar da
álgebra ainda estar dominante, a geometria representa parte fundamental dos conhecimentos
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matemáticos que devem ser adquiridos no Ensino Médio. O que a BNCC nós diz das habilidades
desenvolvidas pelos estudantes no campo da Geometria é:
\
Em relação ao pensamento geométrico, eles desenvolvem habilidades para interpretar e
representar a localização e o deslocamento de uma figura no plano cartesiano, identificar
transformações isométricas e produzir ampliações e reduções de figuras. Além disso, são
solicitados a formular e resolver problemas em contextos diversos, aplicando os conceitos
de congruência e semelhança. (BRASIL,2018, p.527)

Dessa forma, a geometria não deve se restringir apenas à aplicação de fórmulas para o cálculo
de áreas e volumes, mas também à aplicação prática dos teoremas de forma numérica. Ao longo da
história, desde os tempos mais remotos, o cálculo de áreas, por exemplo, era realizado por meio de
deduções, sem a necessidade de recorrer a fórmulas, resultando em soluções precisas.
Essas habilidades podem ser adquiridas por meio de abordagens e métodos de ensino não
convencionais, que permitem aos alunos desenvolver seu pensamento crítico e aprofundar seu
entendimento do conteúdo ensinado.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A certeza que temos enquanto líamos os arquivos de estudos é que a matemática desde os
primórdios vem sendo utilizada como uma ferramenta para se entender e comprovar conceitos e
teorias apresentados que outrora não podiam ser provados na prática. Trazer isto para dentro da sala
de aula é essencial para que o aluno não somente aprenda, mas também entenda como por exemplo:
Onde foi aplicado determinada fórmula nos tempos antigos ou para que serve um cálculo de área e
volume. Talvez trazendo para o lado histórico o aluno se sinta mais interessado pela matéria e não
estude apenas por estudar.
Uma técnica bastante interessante de se aplicar dentro de uma sala de aula também, seria trazer
problemas dos povos antigos para os alunos, assim eles compreenderiam as necessidades da
matemática no dia a dia, problemas que hoje nossa tecnologia avançada já consegue resolver mas
que outrora era uma dificuldade que somente a matemática conseguiu resolver. Assim todos
entenderiam o real motivo e a aplicação prática de cada fórmula. Cultivar o interesse do acadêmico
e mostrar que o conhecimento é uma chave libertadora é uma obrigação do professor como dizia
Einstein “jamais considere seus estudos como uma obrigação, mas como uma oportunidade
invejável para aprender e conhecer a beleza libertadora do intelecto para o seu próprio prazer
pessoal e para o proveito da comunidade à qual seu futuro trabalho pertencer” (Mensagem de Albert
Einstein a estudantes de Princeton, 1933).

4. REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018.

BRASIL. Ministério da Educação Conselho Nacional de Educação. Secretaria de Educação

Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática/Secretaria de Educação
Fundamental. Brasília: MEC - SEF, 1997.
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CALAPRICE, Alice. The Ultimate Quotable Einstein. Princeton University Press, 2010. Nota:
Trecho de uma declaração dada para a publicação "The Dink", da Universidade de Princeton, em
dezembro de 1933.

EVES, H.. Introdução a História da Matemática. Campinas, SP. Editora Unicamp, 1997.

GASPERI W. N. H. de; PACHECO, E. R. A história da matemática como instrumento para a

interdisciplinaridade na Educação Básica. PDE: Programa de Desenvolvimento Educacional da
Secretaria da Educação do Estado do Paraná. 2007.

PAVANELLO, M. R. (1989) O abandono do ensino de Geometria: Uma visão histórica.

Dissertação (Mestrado em Educação: Metodologia do Ensino) Faculdade de Educação, UNICAMP,
Campinas/SP.201 p.