Você está na página 1de 166

DISCIPLINA

Didática da Educação Física

Prof. Geander Franco de Araujo


Licenciado e Bacharel em Educação Física – UFMT
Mestre em Educação Física – UFMT
Professor da rede pública estadual de ensino de Mato Grosso
OBJETIVOS DA DISCIPLINA

- Conceituar e definir o que é um componente curricular;


- Compreender que a ação de planejar é essencial para que os
objetivos da Educação Física na escola sejam atingidos;
- Identificar as etapas básicas de um planejamento;
- Entender as especificidades de cada componente do
planejamento: diagnóstico; fundamentação teórica; objetivos;
conteúdos; estratégias metodológicas; recursos; processo
avaliativo;
- Apresentar as diferentes abordagens da Educação Física
Escolar e suas possibilidades de utilização no campo profissional;
CONTEÚDOS DA DISCIPLINA
• O que é um componente curricular;
• Pressupostos de organização de aulas;
• Como fazer um diagnóstico;
• A fundamentação teórica para elaboração de planejamentos de ensino;
• Como determinar objetivos;
• Como selecionar conteúdos;
• Como definir estratégias de ensino;
• A seleção de recursos
• Formas de avaliação;
• Bases Pedagógicas para o Ensino da Educação Física: Abordagens
Crítico-Superadora; Crítico-Emancipatória; Cultural; Construtivista-
Interacionista; Desenvolvimentista.
REFLEXÃO INICIAL...

Não há emprego dos sonhos. Existem os sonhos que (com


trabalho) transformamos em realidade

Você provavelmente deve conhecer ou conviver com alguém que vive de


cara emburrada e que reclama pelos quatro campos dizendo que seu
emprego é um....., uma chatice. Esse sujeito está sempre procurando o
culpado pela sua infelicidade: o coordenador de esporte, o colega de
quadra, o pai do atleta, o aluno do sexto ano, o técnico do time
adversário, a torcida que não comparece.
Tudo bem que esse comportamento é humano, mas quando vira hábito
significa outra coisa. Considerando que, salvo exceções, passamos mais
tempo trabalhando do que com as pessoas que amamos, o nosso
trabalho precisa ser, também, fonte de prazer e de realização. No entanto,
não podemos esperar que os outros sejam responsáveis pela nossa
felicidade. Eles podem, e seria especial se fossem parceiros.
REFLEXÃO INICIAL...

Na Universidade aprendemos como planejar as aulas para as crianças do


ensino fundamental I, como organizar o treino tático do time de voleibol
do clube, como incluir um portador de necessidades especiais nas
atividades de natação, ou como estabelecer a freqüência cardíaca
máxima de um idoso em uma sessão de corrida. Ótimo. Esses saberes
fazem parte das competências do profissional de Educação Física, mas
não aprendemos, ou melhor, não discutimos sobre algo muito
importante: o significado de dar vida aos nossos projetos.
Alguém poderia dizer: “ah, estamos falando da atitude empreendedora”.
É isso mesmo. Começar o dia de trabalho se perguntando sobre qual é a
ideia que vamos pôr em prática essa semana ou quais são as inovações
que vamos testar e implantar. Para isso é preciso saber que nossos
sonhos só se tornarão realidade se tivermos coragem para correr riscos e
nos responsabilizarmos pelas nossas escolhas.
REFLEXÃO INICIAL...

No mundo do trabalho sempre teremos que lidar com limitações, com


frustrações, mas isso não significa que devamos passar a vida inteira se
queixando. Arregaçar as mangas e ir atrás dos nossos projetos pode ser
perigoso. Na pior das hipóteses vamos aprender com os erros e vamos
sair mais maduros desta experiência. Mas, com certeza, não há risco
maior do que desperdiçar nossa vida nos lamentando dela.

Viva Clarice Lispector: “... a salvação é pelo risco sem o qual a vida não
vale à pena”.

Postado por Rita Verenguer às 16:00


Sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
http://pensandoaeducacaofisica.blogspot.com/
DIDÁTICA

- Reflexão crítica e sistemática sobre a realidade educacional,


possibilitando (re) significar a atuação e relação com o processo
de ensino aprendizagem, buscando alternativas para os
problemas da prática pedagógica;

- Reflexão sobre a prática educativa;

- É o estudo do processo de ensino e aprendizagem em aula e de


seus resultados;
DIDÁTICA

- Estuda a técnica de ensino em todos os seus aspectos


práticos e operacionais;

- A técnica de estimular, dirigir e encaminhar, no decurso


da aprendizagem, a formação do homem.
PILETTI, C.Didática geral. 23. ed. São Paulo: Ática, 2006.

- Mediação entre as bases teórico-científicas da educação


escolar e a prática docente; a ponte entre o que e o como
fazer no processo pedagógico escolar.
LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 1994
RESUMINDO

A DIDÁTICA envolve um processo de reflexão sobre a


prática educativa buscando alternativas/ soluções para
os problemas da prática pedagógica;
Como a didática pode colaborar com o professor ?

- Colocando ao alcance do professor a pesquisa e os


conhecimentos produzidos;

- Incentivando-os a pesquisarem a novidade dos problemas


que afetam sua atividade;

- Criando oportunidades para trocarem suas experiências,


sucessos ou fracassos;

- Permite ao professor pensar e refletir sobre o processo de


ensino e aprendizagem...
A didática, permite ao professor pensar e refletir sobre o
processo de ensino e aprendizagem:

- Como planejar;
- Como a criança e adolescente aprendem (canais de aprendizagem);
- Como é a atividade do professor em aula;
- Como estabelecer a melhor relação entre professor e alunos;
- Como o professor ajuda os alunos a aprender;
- Qual a relação entre sociedade e a escola;
- O que é e como organizar um currículo;
- Como o professor deve capacitar-se;
- Como selecionar os objetivos;
- Como selecionar os conteúdos;
- Como selecionar as estratégias;
- Como selecionar os recursos;
- Como selecionar os procedimentos de avaliação.
- O aluno é o alvo da didática e não professor:

A didática “investiga os fundamentos, condições e


modos de realização da instrução e do ensino.

A ela cabe converter objetivos sociopolíticos e


pedagógicos em objetivos de ensino, selecionar
conteúdos e métodos em função desses objetivos,
estabelecer os vínculos entre ensino e
aprendizagem, tendo em vista o desenvolvimento
das capacidades mentais dos alunos”.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1992, p. 25-26.


- Questionamentos e reflexões que a DIDÁTICA pode oferecer
aos docentes:

- Como fazer com que os alunos se interessem pela matéria?


- Como motivar os alunos para que eles estudem?
- Como resolver os casos dos alunos indisciplinados ou descontentes?
- Como despertar e manter sua atenção?
- Como avaliar os alunos?
- Como nos comunicar para que eles nos entendam?
- O que fazer para que aprendam?
- Como preparar bem uma aula?
- Como nos relacionar com os pais dos alunos?
- A didática permite:

- Realizar o planejamento de um curso com a participação dos alunos;


- Como envolver co-responsavelmente os alunos nessa atividade levando em
conta os interesses deles e o programa da matéria a ser ensinada;
- Como selecionar assuntos interessantes;
- Como variar as técnicas das aulas a fim de que facilitem a participação dos
alunos, a aprendizagem e a integração do grupo;
- Como fazer a ligação entre a teoria e a prática, entre os conhecimentos
científicos e a realidade do dia-a-dia do aluno;
- Como fazer para que o processo de avaliação deixe de ser apenas
amedrontador para o aluno, transformando-se em incentivo ao seu
desenvolvimento.
O QUE É A ESCOLA E
PARA QUE SERVE?
ALGUMAS COMPREENSÕES:

Senso comum

Conhecimento científico
- Senso comum:

- Para aprender ler e escrever


- Ensinar boas maneiras
- Preparar para idade adulta
- Preparar para o trabalho
- Atende aos interesses de quem governa

E por que essa visão?


“Porque as pessoas não recebem as informações (na escola) e
não tem a compreensão necessária (da escola) da função social
da escola”.
- Conhecimento científico:
- Acesso ao saber e aos bens culturais da humanidade
- Fornecer instrumentos para lutar contra a dominação
- Lugar de encontro entre educadores e educandos
- Oferecer condições para o desenvolvimento pleno do
indivíduo: cognitivo, motor, social, político, afetivo, humano
- A língua portuguesa, matemática, história, geografia,
ciências, artes, educação física devem potencializar o
desenvolvimento do indivíduo

E por que essa visão?


“Porque as observações em estudos de campo e a pesquisa
permitem tão compreensão e definição”.
Refletindo sobre o assunto...

1. Professor age na lógica em que ele foi formado...

2. Se não compreendemos a função da escola, como


formaremos nossos alunos?

3. Para que formaremos nossos alunos?

4. Reprodução ou reflexão?
- Para George Snyders:
- A escola é o lugar de divergência entre professor e aluno,
visto o jeito de ser, a compreensão de mundo e a posição que
cada um ocupa

- Para Neidson Rodrigues:


- A escola deve preparar para o exercício da cidadania, capaz
de conviver numa sociedade que recebe muitas influências
culturais, políticas, econômicas, científicas
- A escola influencia e é influenciada, não é apenas um local
de reprodução de interesses, mas também de produção
- A escola é uma instituição de cultura, de socialização do
saber, oferecendo acesso aos bens culturais, comprometida
com a formação política e cidadã dos indivíduos
- Para José Carlos Libâneo:
- A escola é uma das esferas em que acontece a atividade
educativa
- Visa o desenvolvimento científico e cultural do povo,
preparando os educandos para a vida, para o trabalho, para
cidadania

- Para Mário Sérgio Cortella:


- A escola não deve cair na neutralidade nem como inútil para a
transformação, deve apontar a contradição das injustiças sociais
- Tem uma função conservadora e inovadora ao mesmo tempo,
garantindo e combatendo a conservação
- O educador tem um papel político pedagógico
- A escola deve reconhecer que existem possibilidades de
transformar a sociedade, não numa visão radicalista, mas
pensa-se em possibilidades, em novidades.
COMO TORNA A
ESCOLA MAIS
ATRAENTE PARA AS
CRIANÇAS E
ADOLESCENTES?
- A escola precisa ser um espaço de:

- Amizade (professor e aluno; aluno e aluno)


- Clima de colaboração
- Trabalho conjunto
- Parceria entre professor e aluno para que haja crescimento e
desenvolvimento
- Seleção de conteúdos que aproveitem as experiências, as vivências e os
conhecimentos dos alunos
- Questionamento por parte dos alunos, em que eles formulem suas próprias
questões
- Estratégias dinâmicas que envolvam os alunos
- Avaliação contínua, que ofereça aos professores informações sobre o
desenvolvimento do aluno
Para a arquiteta Bia Goulart, que elaborou um texto para aplicação dos recursos
destinados aos repasses para escolas que funcionam em tempo integral:

- As escolas, salvo raras exceções, são idênticas, no Brasil inteiro, de norte a sul,
na montanha ou no litoral, na cidade ou no campo, das redes municipais,
estaduais e até mesmo nas redes privadas, seja nas metrópoles, nas grandes
cidades, nas pequenas, até nas comunidades indígenas, nos acampamentos do
Movimento Sem Terra,o que encontramos são escolas iguais.

- Muros altos, portão, entrada, secretaria, guichê de atendimento, refeitório,


cozinha, banheiros de funcionários, sala de professores, administração, direção,
banheiros da equipe gestora, e depois as salas e banheiros dos alunos.

- Algumas tem a sorte de já ter biblioteca, sala de informática, almoxarifado,


laboratório de ciências, sala de artes, quadra, ou, melhor ainda as que tem a
quadra coberta e até um pequeno auditório. Agora...Gangorra? Balanço? Gira-
gira? Isso não! Isso é prá criança da educação infantil. Afinal de contas, 6 anos já
é gente grande, não é mesmo?
- Escolas grandes ou pequenas, novas ou antigas, bonitas ou feias, seus
espaços são assim há 200 anos. Os mesmos espaços que foram pensados
para ensinar no tempo que ensinar significava também vigiar e punir,
controlar, castigar, separar, segregar, mandar, reprimir. E os espaços
escolares foram pensados para cumprir também estas “funções”.

- Os conceitos de Educação mudaram, propostas pedagógicas mudaram, os


conteúdos, os modos de ensinar e de aprender. E com elas os professores,
os estudantes, funcionários, diretores, as famílias, todos mudaram, todos
mudamos. Nossas cidades estão diferentes, o País está diferente e as
nossas escolas continuam as mesmas, iguais ao que eram e iguais entre
si. Com seus espaços praticamente inalterados no que se refere à essência
de sua organização, de sua concepção. Espaços que foram, na sua origem,
pensados para docilizar os corpos, modelar subjetividades,homogeneizar
comportamentos, fragmentar a percepção, controlar a produção. E até
hoje assim permanecem.
- Não devemos chamar o povo à escola para receber instruções, postulados,
receitas, ameaças, repreensões e punições. Mas para participar
coletivamente da construção de um saber, que vai além do saber de pura
experiência feito, que leve em conta suas necessidades e o torne
instrumento de luta, possibilitando-lhe transformar-se em sujeito de sua
própria história. (PAULO FREIRE, 1995).

“SE A EDUCAÇÃO SOZINHA NÃO TRANSFORMAR A


SOCIEDADE, SEM ELA TAMPOUCO A SOCIEDADE
MUDA.” (PAULO FREIRE)
DOCUMENTÁRIO

“PRO DIA
NASCER FELIZ”
https://www.youtube.com
/watch?v=nvsbb6XHu_I
Escritores
da
Liberdade
O QUE É
CURRÍCULO?
- Currículo vem do latim “curriculum”, que significa “percurso”,
“carreira”, “curso”, “o modo de fazer”, “o que ocorrer no curso ou
percurso efetuado”;

- Tradicionalmente, currículo significa um rol de matérias ou


disciplinas organizadas de forma lógica, sequencial e
hierarquizada, determinada por uma sociedade num
determinado período histórico;

- Os currículos se alteram em função da evolução da sociedade,


que estabelece novas exigências considerando o momento em
que a humanidade se encontra;
CONCEITOS ATUAIS

- Currículo é tudo que cerca o aluno, em todos os momentos;

- Currículo é mais que “conteúdos” que devem ser aprendidos,


mas é tudo que está na vida escolar de uma criança e/ ou
adolescente;

- Currículo constitui-se em experiências que crianças têm e que


permitem sua realização em forma de aprendizado;

- Currículo retrata uma determinada cultura, experiências


oriundas das relações humanas;
-Currículo se constitui, de fato e de direito, a partir do momento
em que as crianças e os adolescentes o experimentam, sem
vivência, sem experiência não existe currículo;

- As relações humanas, os métodos de ensino, os recursos


materiais e físicos disponíveis e os processos de avaliação
fazem parte de um currículo;

- Um currículo dirige interesses e necessidades das crianças e


adolescentes, permitindo à elas viver em comunidade, em
sociedade, contribuindo para o enriquecimento de suas vidas a
partir da aquisição de informações, habilidades, capacidades,
atitudes, normas e valores;
CURRÍCULO OCULTO

- Se currículo é tudo que envolve todas as ações e experiências


obtidas por crianças e adolescentes, chamado também de
currículo explícito, existem experiências que necessariamente
não estão totalmente explícitas no currículo, nem por isso
menos importantes. Estas denominadas de currículo oculto;

- Currículo oculto refere-se às normas, atitudes, valores,


comportamentos que estão implícitos no cotidiano escolar e,
conseqüentemente, na vida social de crianças e adolescentes;

- Portanto, o currículo explícito e o currículo oculto tem a mesma


importância para o processo de formação de crianças e
adolescentes;
DIMNESÕES DE UM CURRÍCULO

- FILOSÓFICA: opção de valor, concepção de homem, de


sociedade, de mundo, determinando finalidades, propósitos e
conteúdos da escola;

- SÓCIO-ANTROPOLÓGICA: visão clara da realidade em que


se insere, estabelecendo um trabalho dinâmico e atual. Assim,
faz-se necessário levantamento de informações básicas da
realidade da comunidade e da escola;

- PSICOLÓGICA: atenção ao desenvolvimento das crianças e


dos adolescentes que serão atendidos, respeitando as
características e aprendizado de cada uma delas;
O QUE É UM
COMPONENTE
CURRICULAR?
QUAIS SÃO OS OBJETOS DE INTERVENÇÃO DA ESCOLA?
Resposta: Os conhecimentos e saberes produzidos,
acumulados, transformados, transmitidos e importantes da
e para a humanidade

OS CONHECIMENTOS E SABERES DERIVAM DE ONDE?


Resposta: Da cultura humana

A CULTURA É PRODUZIDA POR QUEM?


Resposta: Pela humanidade
OS CONHECIMENTOS E SABERES QUE ESTÃO NA
ESCOLA SÃO CONSIDERADOS CULTURA?
Resposta: Sim

A EDUCAÇÃO FÍSICA ESTÁ NA ESCOLA?


Resposta: Está

ENTÃO A EDUCAÇÃO FÍSICA É CULTURA!


LOGO, É UM COMPONENTE CURRICULAR, DOTADO DE
CONHECIMENTOS E SABERES QUE FORAM PRODUZIDOS,
ACUMULADOS, TRANSMITIDOS, TRANSFORMADOS E
IMPORTANTES DA E PARA A HUMANIDADE
ENTENDENDO A ORGANIZAÇÃO
EDUCACIONAL BRASILEIRA
Quem planeja?

- Leis
Ministério da Fixa diretrizes para
- Pareceres
Educação organização
- Resoluções
Conselho Nacional curricular em nível
- Estabelecimento de conteúdos
de Educação nacional
mínimos

- Relação das matérias que a


Faz adequações escola elegerá para parte
Secretarias
necessárias, diversificada do currículo
Estaduais e
considerando as - Estabelecimento de normas
Municipais de
particularidades (transferência, matrícula,
Educação
locais avaliação, recuperação)
- Julgamento de casos
Elabora o currículo
pleno atendendo às - Objetivos educacionais
possibilidades do - Conteúdos
Escola estabelecimento e - Métodos
às necessidades e - Recursos
características da - Avaliação
clientela
PILETTI, C. Didática geral. 23. ed. São Paulo: Ática, 2006. p. 55
LDB – Lei de Diretrizes e Bases
9.394/96

PCNs – Parâmetros Curriculares


Nacionais

PPP - Projeto
Político
Pedagógico
da Escola
O QUE É A
LEI DE DIRETRIZES E
BASES - LDB?
- A Lei de Diretrizes e Bases – LDB 9.394/96 estabelece
aspectos mínimos para o funcionamento da educação em nosso
país.

- A LDB determina que:


Art. 2º. A educação, dever da família e do Estado,
inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de
solidariedade humana, tem por finalidade o pleno
desenvolvimento do educando, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho.
Art. 9º. Responsabilidades da União
Art. 10. Responsabilidades dos Estados
Art. 11. Responsabilidades dos Municípios
Art. 12º. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas
comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:
I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;
II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e
financeiros;
III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula
estabelecidas;
IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada
docente;
V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor
rendimento;
VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando
processos de integração da sociedade com a escola;
VII - informar os pais e responsáveis sobre a freqüência e o
rendimento dos alunos, bem como sobre a execução de sua
proposta pedagógica.
Art. 13º. Os docentes incumbir-se-ão de:

I - participar da elaboração da proposta pedagógica do


estabelecimento de ensino;
II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta
pedagógica do estabelecimento de ensino;
III - zelar pela aprendizagem dos alunos;
IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de
menor rendimento;
V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de
participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento,
à avaliação e ao desenvolvimento profissional;
VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as
famílias e a comunidade.
- A LDB estabelece a constituição da Educação Básica:
Educação Infantil
Ensino Fundamental
Ensino Médio

Art. 22º. A educação básica tem por finalidades desenvolver o


educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável
para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para
progredir no trabalho e em estudos posteriores.

Art. 23º. A educação básica poderá organizar-se em séries


anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de
períodos de estudos, grupos não-seriados, com base na
idade, na competência e em outros critérios, ou por forma
diversa de organização, sempre que o interesse do processo
de aprendizagem assim o recomendar.
O QUE SÃO OS
PARÂMETROS
CURRICULARES
NACIONAIS – PCNs?
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS

1. Tempos e campos da educação devem levar o indivíduo a


tirar proveito para sua vida
a. Aprender a conhecer
b. Aprender a fazer
c. Aprender a viver com os outros
d. Aprender a ser

2. A educação deve favorecer a luta contra as exclusões,


promover e integrar os brasileiros, construir a cidadania não
como meta, mas como prática de vida.
3. Papel da escola
a. Ajuda intencional
b. Sistemática
c. Planejada
d. Continuada
e. A escola tem papel diferente da família, trabalho,
mídia, lazer e outros espaços.
f. Não é entendida como fator preponderante para as
transformações sociais

4. Culturas locais e patrimônios universais


5. Relações entre aprendizagem escolar e trabalho
6. Questões sociais urgentes: temas transversais
7. Pontos comuns de trabalho da comunidade escolar

a. Autonomia
b. Interação e cooperação
c. Atenção à diversidade
d. Disponibilidade para aprendizagem
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA PARA INSERÇÃO DA
EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL

EDUCAÇÃO FÍSICA: Concepção e importância social

- Corpo vivo, sujeito social e cidadão


- Cultural
- Social
- Político
- Afetivo
EDUCAÇÃO FÍSICA como cultura corporal
- Ser humano produz cultura
- Sua história é uma história de cultura
- Cultura produto da sociedade, da coletividade (antecede e
transcende)
- Conjunto de códigos simbólicos

CULTURA CORPORAL E CIDADANIA

Educação Física contribui para exercício da cidadania,


intervindo com uma perspectiva metodológica que busca:
autonomia, cooperação, participação social e afirmação de
valores e princípios democráticos.
Os PCNs atuam com o patrimônio cultural da Educação Física:

- Danças
- Esportes
- Lutas
- Jogos
- Ginásticas
- Lazer
- Corpo
O QUE É UM PROJETO
POLÍTICO PEDAGÓGICO?
- Projeto Político-Pedagógico: necessidade atual

- Estruturado por diretores, coordenadores, professores, pais e


alunos (entendimentos de mundo diferentes)

- O projeto político-pedagógico imprime uma direção: que


educação se quer e que cidadão se deseja, para que
sociedade?

- O Projeto Político-Pedagógico deve buscar a contemplação de


todas as dimensões de desenvolvimento do ser humano.
O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DEVE BASEAR-SE
EM UMA CONCEPÇÃO DE HOMEM E SOCIEDADE:

• Na sociedade atual
• Na escola
• Na relação escola – sociedade
• No mundo da informação
• Na formação de líderes
• Na libertação do sujeito
O Projeto Político-Pedagógico deve ser:

- Socializado;
- Ascendente, organizado das bases para os extremos;
- Pautado na realidade material existente;
- Comunicativo e transparente;
- De todos, co-responsabilidade.
- Capaz de superar a fragmentação, permitindo uma unidade escolar;
- Buscar uma política clara para cada nível de ensino;
- Facilitar o processo de ação e reflexão;
- Assumir a elaboração do projeto como uma prática social coletiva;
- Respeitar a diversidade;
- Coerente.
Sugestões de questões aos administradores da escola, direção,
coordenação pedagógica, professores, pais e alunos para elaboração
do Projeto Político-Pedagógico da escola.

MUNDO
- Como compreendemos, vemos, sentimos o mundo atual?
- Quais são os principais problemas e maiores necessidades?
- Quais as causas atuais da situação social, política e econômica?
-Quais os efeitos da globalização sobre a qualidade de vida, hoje?
IDEAIS
- Que tipo de homem e de sociedade queremos construir?
- Que papel desejamos para a escola em nossa realidade?
- Que tipo de relações devem ser estabelecidas entre professor e
aluno, entre a escola e a comunidade?
TIPO DE ESCOLA
- Como desejamos o processo de planejamento e autonomia
pedagógica?
- Como desejamos o objetivo, o conteúdo, a metodologia e a
avaliação?
- Como desejamos a disciplina, a relação professor-aluno?
- Como desejamos o relacionamento na escola e com a comunidade?
- Como desejamos o professor?
- Como desejamos o relacionamento com a família e comunidade?
- Como desejamos a organização administrativa da nossa escola?
- Como desejamos a elaboração do Regimento Escolar?
- Como desejamos a comunicação na nossa escola?
- Como desejamos a nossa autonomia financeira?
- Como desejamos investir os recursos da escola?
- Como desejamos participar da gestão financeira da escola?
- O “PROJETO” POLÍTICO PEDAGÓGICO está em contínua
construção, avaliação e reconstrução.

- O PPP não deve ser feito por “técnicos”.

- Faz-se necessária uma avaliação diagnóstica.

- O diagnóstico é fundamental para perceber deficiências e


potencialidades da instituição, deve ser realizado por todos.

- Deve-se avaliar os resultados do ano anterior:


• Problemas da proposta pedagógica;
• Dificuldades em sala de aula;
• Evasão de alunos;
POSSIBILIDADES:

1º passo: Integração do professor de Educação Física à


construção do Projeto Político-Pedagógico da escola;

2º passo: Que a integração não ocorra apenas no plano das


discussões, mas sim, no plano das ações;

3º passo: Que a Educação Física seja entendida como um dos


pilares da organização didático-pedagógica da escola, integrada
e interdisciplinar.
COMO PLANEJAR?
Etapas do Processo de Planejamento
Elaboração da
Fundamentação Teórica

Elaboração do Diagnóstico

Elaboração dos Objetivos

Seleção e Organização dos


Indicativos para o Conteúdos
processo de Seleção de recursos
reelaboração do Práticas, Metodologias e
planejamento Procedimentos no
Planejamento das Aulas

Avaliação
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Toda ação humana, seja profissional ou não, está assentada


numa crença, numa ideologia, em algo que entendemos ser
útil, necessário, primordial para execução do que desejamos,
ou seja, é o fio condutor de nossas ações, são valores que
orientam o nosso trabalho, a nossa vida social e profissional.

A fundamentação teórica refere-se ao alicerce das atividades


do núcleo, que sustentarão as ações cotidianas junto a
crianças e adolescentes, que apontarão os caminhos, as
diretrizes, os rumos, os valores que conduzirão o trabalho
pedagógico.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

- Deve atender as finalidades previstas na Lei de Diretrizes


e Bases

- Deve atender as finalidades estabelecidas no Projeto


Pedagógico da Escola

- Essas finalidades devem suprir de forma integral os


propósitos filosóficos e teóricos da prática da Educação
Física na escola
DIAGNÓSTICO: MAPEANDO A REALIDADE
O diagnóstico deve revelar que escola, que alunos, que
concepção teórica faz parte da nossa realidade.

Olhar para a realidade, estabelecer


julgamento sobre essa realidade e prever
caminhos que possibilitem atender as suas
necessidades básicas contribui e evita
erros desnecessários.
Como é a localidade Qual é a
em que se insere a constituição social
escola? instalada na
localidade?

Quais são os
Quais são os
hábitos locais em
problemas sociais
relação às atividades
que a localidade
sociais?
enfrenta?

Quais serão os Qual o pressuposto


alunos atendidos? político-filosófico da
escola e da
Educação Física?
OBJETIVOS: COMO DETERMINÁ-LOS?

O objetivo deve expressar uma intenção, o que se busca


quando do desenvolvimento de uma ação. Para tanto, o
professor precisa conhecer as necessidades do grupo,
características e etapas do crescimento, aprendizagem e
desenvolvimento humano.
CUIDADOS NECESSÁRIOS NA ORGANIZAÇÃO
DOS OBJETIVOS

•Especificar conhecimento para assimilação e


aplicação na vida cotidiana (o que meu aluno
pode levar para sua vida);

•Garantir seqüência lógica para compreensão


conjunta;

•Garantir a clareza dos objetivos, fazendo com


que os alunos percebam que os mesmos são
seus;
CUIDADOS NECESSÁRIOS NA ORGANIZAÇÃO
DOS OBJETIVOS

•Oferecer exigências gradativas nas


experiências, tornando o ensino motivante ;

•Organizar objetivos para verificar


resultados que permitam o controle
avaliativo.
COMO DEFINIR OBJETIVOS?

- A escola e seu respectivo currículo precisam ser definidos


claramente para que ocorra êxito de sua proposta;

- O êxito de uma proposta curricular e de um projeto de escola


dependerá essencialmente se os objetivos forem definidos
claramente, em função da realidade, das necessidades e
interesses de crianças e adolescentes, os verdadeiros focos de
atuação da escola;

- Portanto, se não souber por onde caminhar não saberá onde


chegará, torna-se essencial DEFINIR OBJETIVOS;
OBJETIVOS GERAIS
Estabelecem situações que devem ser alcançadas em
longo prazo, por um período mais extenso de tempo. São
derivados da filosofia educacional, da sociedade e do
desenvolvimento e aprendizagem dos alunos

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Devem ser organizados em função do que se designou
enquanto objetivo geral, ou seja, são os caminhos que se
percorrerá para chegar ao final de um processo. Deve haver
maior especificação e operacionalização dos objetivos gerais,
que facilitarão atingir mudanças gradativas no
desenvolvimento e aprendizagem dos alunos;
Para facilitar a compreensão e definição dos objetivos,
sugere-se dividir os objetivos em três domínios:
COGNITIVO, FÍSICO-MOTOR, SÓCIO-AFETIVO.

Não se pretende fragmentar o ser humano, pelo


contrário, compreendemos o indivíduo em sua
realidade total e concreta, tal divisão é meramente
didática!
- DOMÍNIO COGNITIVO, referente à razão, inteligência,
memória, compreensão de informações simples até conceitos
complexos (informar, conhecer, compreender, entender,
adquirir)

- DOMÍNIO AFETIVO (SOCIAL), referente aos valores,


atitudes, normas (cooperar, valorizar, interessar-se, aceitar)

- DOMÍNIO FÍSICO-MOTOR, referente a capacidade física e


motora em realizar algo (desenhar, dirigir, consertar, chutar,
arremessar, nadar, rebater)

Esses três domínios não partem da compreensão de um ser


humano fragmentado, pelo contrário, um indivíduo em sua
realidade total e concreta, tal divisão é meramente didática!
- OS OBJETIVOS devem referir-se ao comportamento dos
alunos e não do professor

- SUJESTÃO PARA NÃO ERRAR A FORMULAÇÃO DOS


OBJETIVOS:, PENSE NA FRASE: “ao final do ano ou período
letivo o aluno deverá...”

- OS OBJETIVOS NÃO PODEM DAR MARGEM PARA


MUITAS INTERPRETAÇÕES, ou seja, precisam ser claros,
objetivos e precisos
Verbos que permitem muitas Verbos que permitem poucas
interpretações interpretações
- Identificar
- Compreender - Diferenciar
- Saber - Escrever
- Entender - Resolver
- Desenvolver - Enumerar
- Aprender - Comparar
- Melhorar - Contrastar
- Aperfeiçoar - Justificar
- Julgar - Escolher
- Conhecer
- Criticar
- Adquirir
- Verbalizar
- Familiarizar-se
- Distinguir
- Construir
- Selecionar
- Localizar
ATENÇÃO!!!
NÃO ESQUEÇAM:
- Os objetivos são determinados por uma lógica estabelecida a
partir do que se definem nos níveis de administração
educacional.

- Significa dizer que a escola fica subordinada à uma secretaria


educacional (municipal ou estadual), esta por sua vez cumpre
determinações estabelecidas pelo Ministério da Educação;

- Temos assim, a seguinte estruturação na atual conjuntura da


educação brasileira:
Quem planeja?

- Leis
Ministério da Fixa diretrizes para
- Pareceres
Educação organização
- Resoluções
Conselho Nacional curricular em nível
- Estabelecimento de conteúdos
de Educação nacional
mínimos

- Relação das matérias que a


Faz adequações escola elegerá para parte
Secretarias
necessárias, diversificada do currículo
Estaduais e
considerando as - Estabelecimento de normas
Municipais de
particularidades (transferência, matrícula,
Educação
locais avaliação, recuperação)
- Julgamento de casos
Elabora o currículo
pleno atendendo às - Objetivos educacionais
possibilidades do - Conteúdos
Escola estabelecimento e - Métodos
às necessidades e - Recursos
características da - Avaliação
clientela
PILETTI, C. Didática geral. 23. ed. São Paulo: Ática, 2006. p. 55
O QUE, COMO,
POR QUE, PARA QUÊ?
A seleção e organização dos
conteúdos estão diretamente
relacionadas ao diagnosticado
e ao perspectivado para a Dentro desse rol de
escola. conhecimentos temos as
manifestações culturais
relacionadas aos esportes,
jogos, ginástica, brincadeiras,
Os conteúdos representam os como elementos significativos
conhecimentos que foram e são e que devem ser transmitidos,
construídos socialmente e que se trabalhados, reformulados e
constituem como significativos transformados para atender
para serem apresentados, aos diversos momentos
vivenciados e apropriados pelas históricos.
diversas gerações.
A natureza dos conteúdos

Fatos e conceitos

Os conceitos estão vinculados diretamente aos dados/ fatos, visto


que conhecê-los requer o lançamento de um significado sobre
eles, para isso precisamos dos conceitos. (POZO, 2000).
Os fatos, basicamente se referem a algo concreto: nomes, idades,
localidades, se reproduzem de forma literal. (ZABALA, 1998).
Neira (2003) ao discutir os conteúdos conceituais na Educação
Física, afirma que esses situam-se no plano das capacidades
cognitivas, tais como a memorização, classificação e
quantificação.
Portanto, se o tema gerador da aula são as brincadeiras
populares, o conhecimento de suas origens é por demais
significativo e deve ser apropriado pelas crianças.
Procedimentos
Os conteúdos de ordem procedimental estão ligados ao “fazer”, a
ação propriamente dita.

Zabala (1998) destaca que os conteúdos procedimentais se


aprendem a partir de modelos especializados.

O autor ressalta que o aprendizado dos procedimentos ocorre


com a realização das ações, da exercitação, da reflexão sobre a
ação e na aplicação em diferentes contextos.

Neira (2003), ao afirmar que as ações motoras preenchem essa


categoria de conteúdo.

O cerne dessa questão: habilidades combinadas (arremessar,


conduzir, driblar, fintar); habilidades de deslocamento (andar,
correr); habilidades de estabilização (balancear, equilibrar-se,
estender, flexionar); habilidades de manipulação (lançar, levantar,
pegar, pressionar, rebater, receber).
Atitudes
As atitudes referem-se à personalidade, as ações que os
indivíduos têm numa relação.

Segundo Sarabia (2000) as atitudes são diferentes das cognições


ou mesmo das crenças, visto que existe a presença da
afetividade.

Atitudes são experiências subjetivas, situações com uma pessoa


que envolve avaliação, juízo de valor, podendo ser expressadas
verbal ou não verbalmente, portanto, transmitidas e previsíveis
em relação à conduta social. (SARABIA, 2000).

Percebe-se assim, que as atitudes abrangem valores e normas de


comportamento, de natureza relacional.
Alguns critérios básicos devem ser mantidos para a
seleção dos conteúdos (PILLETI, 1997):

Adequado às
necessidades sociais e Validade
culturais

Possibilidade de
Significação Reelaboração
CRITÉRIOS

Viabilidade
Utilidade

Interesse Flexibilidade
Critério de adequação às necessidades
sociais e culturais
Os melhores conteúdos são aqueles
que atendem às necessidades sociais e
individuais da pessoa

Critério de Significação
Atender às necessidades, às aspirações e aos
verdadeiros objetivos dos alunos. Será
significativo se condizer com a realidade pessoal,
social e cultural do aluno e se expressar os
verdadeiros valores existenciais.
Critério de interesse
Desenvolver o interesse do aluno em atingir os
seus objetivos. Os conteúdos selecionados devem
refletir profundamente os interesses dos alunos.

Critério de validade

É necessário selecionar conteúdos que sejam


válidos não só para o momento, mas que possam
servir para toda a vida do indivíduo.
Critério de utilidade

O critério de utilidade vai levar-nos a atender


diretamente o uso posterior do conhecimento,
em situações novas.

Critério de possibilidade de reelaboração

Refere-se à recepção, assimilação e


transformação da informação pelo próprio aluno.
A reelaboração serve para que os conteúdos
selecionados possibilitem ao aluno realizar
elaborações e aplicações pessoais a partir
daquilo que aprendeu.
Critério da flexibilidade
A possibilidade de alterar e de reestruturar, sempre
que for necessário, de acordo com as novas
urgências e as novas situações que surgem
no dia-a-dia do aluno.

Critério da viabilidade
Conteúdos que possam ser aprendidos dentro das
limitações de tempo e recursos disponíveis.
ESTRATÉGIAS DE
ENSINO: QUAIS
UTILIZAR?
A estratégia é o caminho, o rumo, o percurso utilizado para
atingir os objetivos determinados.

A escolha da estratégia está relacionada aos conteúdos que


serão desenvolvidos e as características do grupo de alunos que
se tem. Quanto mais próximo do educando maiores as chances
de acertar a escolha da metodologia de ensino.

Serão utilizados os conceitos de metodologia de ensino


apresentados por Libâneo (1994): exposição do professor,
trabalho independente, elaboração conjunta, trabalho
em grupo, atividades especiais.
EXPOSIÇÃO DO PROFESSOR

Verbal

Demonstração

Ilustração

Exemplificação (verbal + demonstração)


MÉTODO DE TRABALHO INDEPENDENTE
As atividades devem ser organizadas em forma de tarefas
orientadas pelos professores para que os alunos resolvam-nas de
forma independente.

Fase 03
Fase 01 Fase 02
Elaboração
Preparatória Aprende Assimilação do Domina
pessoal
A criança se conteúdo
relaciona
A criança
com a A criança estabiliza
reorganiza a
atividade o conhecimento
Domina prática de forma
para aprendê- referente a Transforma criativa e
la atividade
consciente
ELABORAÇÃO CONJUNTA

A interação entre o professor e os alunos é o fio condutor desse


método, visto que determina-se um tema de estudo supondo
que a escolha dos temas deve basear-se nos interesses dos
alunos; esse método pressupõe a conversa, baseada nas
perguntas que podem estimular o pensamento do grupo.
TRABALHO EM GRUPO

O trabalho em grupo pode facilitar as relações entre os alunos e


alunos e alunos e professores, porém deve comportar
preparação e organização para uma comunicação eficaz. A idéia
é estimular a capacidade organizativa e administrativa dos
alunos.
Para Educação Física essa metodologia é fundamental para o
aproveitamento do curto espaço de tempo da própria disciplina,
bem como a organização dos grupos em função de uma empatia
e identificação com os temas escolhidos.
ATIVIDADES ESPECIAIS

São atividades que complementam os métodos citados


anteriormente e que facilitam a assimilação dos conteúdos,
pode-se considerar como situações extra-escolar, discussões
cotidianas: família, trabalho, meio ambiente, política, esporte,
problemas sociais, tais como a miséria, fome, violência, dentre
outros.
Todas essas situações entendidas, discutidas e refletidas a partir
da Educação Física podem gerar uma apropriação de
conhecimentos significativos para os alunos.
RECURSOS
Esse aspecto do planejamento requer um cuidado especial, visto a
necessidade de escolher recursos eficientes para o processo de
ensino aprendizagem.

Recursos podem ser considerados elementos-chave para motivação


dos alunos, ou seja, quanto mais diverso e instigante for, mais
despertará o desejo de utilização.

Muitos destacariam que os recursos podem ser os mais variados e


que vão desde o espaço físico da escola, como quadra, salas de
ginástica, piscina até os implementos mais comuns, tais como
bolas, arcos, cordas, bastões, redes, raquetes, dentre outros.

Sugere-se assim, duas ferramentas ao processo de ensino-


aprendizagem: ações no meio ambiente (extra-escolar) como um
recurso físico e as tecnologias da informação como elementos de
discussão e experimentação.
AVALIAÇÃO
A avaliação deve ser refletida e discutida, em conjunto (pois isoladamente
não se consegue despir de valores), na escola, assim resignificando-a.

O professor é partícipe do sucesso ou do fracasso do aluno, visto que a


avaliação mediadora tem por finalidade a evolução da aprendizagem dos
educandos.

Qual é o papel do professor dentro do processo avaliativo?


Excitar os alunos na buscar de novos conhecimentos, construindo um
espaço de diálogo, orientação, informação, observação, explicação,
correção, questionamento, aconselhamento, crítica, respostas e escuta.

Os objetivos sugerem pontos que devem ser atingidos, portanto, a


avaliação tem a responsabilidade de fazer essa verificação.

Se os conteúdos devem ser tratados em sua dimensão conceitual,


procedimental e atitudinal, logo a avaliação deve utilizar instrumentos
que identifiquem a assimilação desses conteúdos.
Assim, a avaliação deve:

Verificar como o aluno utiliza os conceitos, ora apresentados pelo


professor e os relaciona com a sua vida;

Observar se o aluno demonstra satisfação na realização das


manifestações corporais, dentro de suas limitações e capacidade de
execução, não impondo um padrão a ser alcançado;

Identificar se o aluno demonstra assimilação conceitual e


procedimental das manifestações corporais e se essas efetuaram
transformações na forma de comportar-se frente às atividades e ao
grupo a que pertence.

A avaliação deve verificar se o aluno tem autonomia para solucionar


problemas que surgem nas atividades e mesmo identificar se o aluno
reúne elementos suficientes para adoção de uma cultura de vida
ativa.
Algumas possibilidades de avaliação:
Dimensão conceitual:
- Que o aluno busque aprofundamento sobre o tema
Dimensão procedimental:
- O aluno apresenta satisfação, prazer, gosto pela atividade;
parâmetro evolutivo e individual.
- Como o aluno lida com essa situação, adapta-se a ela ou adapta à
sua condição?
- Capacidade de transformar as manifestações corporais
experimentadas na Educação Física de acordo com sua necessidade.
Dimensão atitudinal:
-Que os alunos criem novas formas de “movimentar-se” a partir das
experiências que tiveram.
- O erro, o individualismo, a falta de respeito, dentre outras atitudes
devem ser tratadas pelo grupo, porém isso não deve ser exposto de
forma constrangedora.
- Como ocorre “o jogar com o outro” ou “contra o outro”
EXEMPLO DE PLANILHA PARA AVALIAÇÃO DO ALUNO PELO PROFESSOR
Nome do aluno: __________________________________________________
Núcleo: ___________________________ Idade: __________ Grupo: _______

Aspectos a serem observados N PV AV MV S


Identifica e verbaliza sua ação motora
Compreende a razão do êxito/não-êxito de sua ação motora
Reconhece a importância do conteúdo estudado
Verbaliza a antecipação de sua ação motora
Compreende as propostas sugeridas pelo professor/grupo
Contribui com outras possibilidades motoras para atendimento
aos problemas propostos
Colabora na elaboração e reelaboração das regras
Aceita as sugestões formuladas
Argumenta e defende suas sugestões pessoais
Respeita seus colegas independentemente dos aspectos
físicos, sociais, culturais ou de gênero
Compreende o conteúdo proposto
Enfrenta desafios
N – nunca / PV – poucas vezes / AV – algumas vezes / MV – muitas vezes / S - sempre
EXEMPLO DE PLANILHA PARA A AUTO-AVALIAÇÃO DO ALUNO
PARA UM DETERMINADO CONTEÚDO - VOLEIBOL
Nome do aluno: ____________________________________________
Núcleo: ___________________ Idade: __________ Grupo: _________

Aspectos a serem observados N PV AV MV S


Sei aplicar as principais regras do jogo
Identifico as regras do jogo
Cumpro as regras do jogo
Utilizo adequadamente a manchete
Utilizo oportunamente o passe
Aceito as decisões do árbitro
Aceito os erros dos meus colegas
Desenvolvo o espírito de grupo
Coloco-me em condições de ajudar os colegas
Utilizo adequadamente o espaço de jogo
Executo bem o saque
Sou capaz de admitir os meus erros
Integro-me bem no grupo
Aceito o resultado do jogo
N – nunca / PV – poucas vezes / AV – algumas vezes / MV – muitas vezes / S - sempre
EXEMPLO DE PLANILHA PARA A AUTO-AVALIAÇÃO DO ALUNO
PARA UM DETERMINADO CONTEÚDO - VOLEIBOL
Nome do aluno: ____________________________________________

Aspectos a serem observados N PV AV MV S


As minhas ações/ tarefas foram realizadas com êxito
Compreendi as razões de meu êxito
Compreendi as razões do meu não-êxito
As ações/ tarefas dos meus colegas foram realizadas com êxito
Compreendi as razões do êxito de meus colegas
Compreendi as razões do não-êxito de meus colegas
No que dependeu das minhas ações/ tarefas a atividade atingiu seu objetivo
No que dependeu de mim e de meus colegas a atividade atingiu seu objetivo
No que dependeu do professor, de mim e de meus colegas a atividade
atingiu seu objetivo
As aulas de Educação Física ofereceram momentos para que todos
pudessem compreender as ações/ tarefas que iriam realizar
Evento Escolar
As pessoas que participaram manifestaram entendimento das ações que
vivenciaram no evento
As pessoas que participaram manifestaram satisfação com o que
vivenciaram no evento

N – nunca / PV – poucas vezes / AV – algumas vezes / MV – muitas vezes / S - sempre


ROTEIRO DE ENTREVISTA/ QUESTIONÁRIO PARA ALUNOS
Escola: ______________________________________________
Nome do aluno: _______________________________________
Nº ______ Série: ________

1. O que aprendi nas aulas de Educação Física?

2. O que tive dificuldade em aprender nas aulas de Educação Física?

3. O que ainda posso aprender nas aulas de Educação Física?

4. O que acho que não aprenderei nas aulas de Educação Física?

5. Ajudo meus colegas durante as aulas de Educação Física?

6. Sou ajudado pelos meus colegas durante as aulas de Educação Física?

7. Por que as aulas de Educação Física me satisfazem?

8. Por que as aulas de Educação Física não me satisfazem?


PLANO DE AULA SIMPLIFICADO

OBJETIVOS CONTEÚDOS ESTRATÉGIAS RECURSOS AVALIAÇÃO

Tema: Qual estratégia: De objetivos e


Físico-Motor Conceito das dimensões
dos conteúdos
Parte Inicial
Definir
instrumento

Cognitivo Procedimento

Parte Principal

Sócio-Afetivo Atitude

Parte Final
ELABORE UM PLANO DE AULA A
PARTIR DAS ORIENTAÇÕES
CONTIDA NOS LIVROS (DIÁTICOS-
PEDAGÓGICOS, PRÁTICAS DE
ENSINO E TEÓRICO-
METODOLÓGICOS)
CLASSIFICAÇÃO DAS ABORDAGENS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
TEORIAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA

NÃO PROPOSITIVAS

 Abordagem Fenomenológica
(S. Santin/ W. W. Moreira)
 Abordagem Sistêmica
(Mauro Betti) PROPOSITIVAS
 Abordagem Cultural
(Jocimar Daolio)
NÃO SISTEMATIZADAS SISTEMATIZADAS

 Aptidão Física
 Desenvolvimentista (D. Guedes/ J. Guedes/ M. V.
(Go Tani) Nahas)
 Construtivista  Crítico-Superadora
(João Batista Freire) (Coletivo de Autores)
 Cultural  Crítico Emancipatória
(Jocimar Daolio) (Elenor Kunz)
 Aulas Abertas  PCN’s
(Reiner Hildebrant) (MEC/ Brasil)
 Crítico Emancipatória
(Elenor Kunz)
 PCN’s
(MEC/ Brasil)
ABORDAGEM DESENVOLVIMENTISTA
TANI, G.; MANOEL, E. J.; KOKUBUN, E.; PROENÇA, J. E. de. Educação
Física Escolar: fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista. São
Paulo: EPU/EDUSP, 1988.

- Proposta para pré-escola (Educação Infantil) e ensino de 1º grau (Ensino


Fundamental) - 4 a 14 anos.

- Baseado nas obras de Gallahue e Connoly.

- Segundo Darido (1999, p. 18) e Moreira (2001, p. 19) os autores dessa


abordagem defendem que o movimento é o meio e fim da Educação Física.

- Busca nos processos de crescimento, desenvolvimento e de aprendizagem


motora fundamentação para organização da Educação Física Escolar:

“É uma tentativa, portanto, de caracterizar a progressão normal no crescimento


físico, no desenvolvimento fisiológico, motor, cognitivo e afetivo-social, na
aprendizagem motora e, particularmente, nas interações destes processos em
crianças desta faixa etária e, em função destas características, sugerir
aspectos ou elementos relevantes para a estruturação da Educação Física
Escolar”. (TANI ET AL, 1988, p. 2)
- Há um processo de desenvolvimento e aprendizagem, assim, as crianças
necessitam de experiências que atendam essas características.

- A partir do comportamento humano (cognição, afetividade e motor) estuda-se o


crescimento físico, desenvolvimento fisiológico, motor, cognitivo e afetivo-social, da
aprendizagem motora.

- Classifica-se comportamento humano (cognitivo, afetivo-social, motor). A


interação entre eles gera o modelo sistêmico.

Memória

Input Sensação Identificação Interpretação Output

Energização

Modelo sistêmico de comportamento humano (adaptado de HEIMSTRA; ELLINGSTAD, 1972 apud


TANI ET AL, 1988, p. 7)
- O movimento caracteriza-se como deslocamento do corpo no tempo e
espaço, portanto, é um comportamento observável e mensurável.

- O desenvolvimento é um processo seqüencial e contínuo, que ocorre


durante toda a vida do indivíduo, o ritmo do desenvolvimento varia de
indivíduo para indivíduo.

- A Educação Física adquire um papel importantíssimo na medida em


que ela estrutura o ambiente adequado para a criança, oferecendo
experiências, resultando num grande auxílio e promoção do
desenvolvimento.

- A visão de Tani e colaboradores (1988) é baseada em princípios


desenvolvimentistas, onde o progresso do aluno dependerá do seu estado de
maturação biológica e do ambiente de inserção.

- O potencial de desenvolvimento de um indivíduo está programado na


fecundação. A estimulação permite que este potencial de
desenvolvimento se manifeste ou não.
Exemplo: Compara-se a hereditariedade a um recipiente, que tem o seu
volume determinado, pode-se guardar menos, porém jamais (p. 19)
- O objetivo da aprendizagem motora é investigar as mudanças que o
indivíduo tem em relação ao comportamento motor e, observar os
mecanismos e as variáveis que são responsáveis por estas mudanças (TANI
ET AL., 1988, p. 91).

- Para compreendermos o processo de aprendizagem motora, Tani et al.


(1988), mostram-nos o que acontece com uma pessoa que está para adquirir
uma habilidade motora.

- Primeiramente, o objetivo é definido, a solução de um problema motor.


Depois de definido o objetivo, o indivíduo procura a melhor forma de alcançá-
lo.

- O indivíduo necessita processar informações do ambiente externo e do


próprio corpo, selecionar o plano motor que atenda as necessidades do
momento e executar o movimento.

- O movimento mantém relações com as capacidades dos seres vivos de


se adaptarem ao meio ambiente, assim como a aquisição de certas
habilidades mantém relações com suas capacidades intelectuais,
culturais e sociais. (p. 20)
- Para Tani e colaboradores (1988) o organismo é um sistema aberto, que está
situado num ambiente bastante variável, para sobreviver é necessário estabilizar
o meio interno. (p. 20)

- O organismo é um sistema hierárquico aberto, na medida em que apresentam


subsistemas que podem ser identificados e delimitados pelas tarefas que
desempenham e que estão relacionadas hierarquicamente. (p. 24)

- A Educação Física ocupa-se do estudo do movimento humano, o que pode ser


realizado em diferentes níveis de análise, justifica-se assim, a relação da
Educação Física com diferentes áreas (anatomia, fisiologia, etc.) (p. 26)

- Para Tani e colaboradores (1988) o desenvolvimento caracteriza-se em três


fases: pré-puberdade, puberdade e pós-puberdade: até o início da puberdade o
organismo encontra-se biologicamente imaturo e as transformações se
completam na pós-puberdade. (p. 61)

- Segundo Tani e colaboradores (1988) a criança pré-púbere está mais apta a


desenvolver habilidades e capacidades perceptivo-motoras do que as
capacidades físicas. (p. 61)

- A Educação Física para crianças pré-púberes deve enfatizar o


desenvolvimento de habilidades e capacidades perceptivo-motoras. (p. 61)
- Antes de completar a puberdade, devem ser evitadas as atividades que
envolvem grandes sobrecargas sobre o sistema ósteo-articular e contatos físicos
violentos, pois há riscos de lesões sobre as cartilagens de crescimento ainda muito
frágeis até este período, as quais podem ser irreparáveis. (p. 62)

- Somente após a maturação sexual plena podem ser consideradas e tratadas


como adulto. (p. 62)

- Para
o autor a seqüência de desenvolvimento é a mesma para todas as crianças,
apenas a velocidade de progressão varia. (p. 65)
MOVIMENTO

Natureza Direção da Taxionomia Manifestações em


seqüência de relação ao grau de
desenvolvimento escolaridade

Movimentos
reflexos
Geneticamente Pré-escolar
determinados Habilidades 1ª a 4ª séries
básicas

Aprendidos Habilidades
(culturalmente específicas 5ª a 8ª séries
Ensino Médio
determinados)
Comunicação Ensino Superior
não verbal
Natureza, direção de desenvolvimento e taxionomia do movimento em relação ao grau
de escolaridade (TANI ET AL., 1988, p. 68).
- O desenvolvimento caminha em direção a uma eficiência maior. (p. 71)

- A Educação Física deve ser eficiente para que os indivíduos possam


adquirir habilidades básicas. (p. 72)

- O autor divide os padrões fundamentais de movimento em: locomoção,


manipulação e equilíbrio e cita possíveis níveis de progressão para cada um
dos grupos. (p. 74)
Movimentos determinados
culturalmente
a partir de 12 anos

Combinação de
movimentos fundamentais
7 a 12 anos

Movimentos fundamentais
2 a 7 anos

Movimentos rudimentares
1 a 2 anos

Movimentos reflexos
Vida intra-uterina a 4 meses após o
nascimento
Seqüência de desenvolvimento motor e faixa etária aproximada para cada
fase de desenvolvimento (TANI ET AL., 1988, p. 69).
- Para o autor, o propósito da Educação Física no ensino fundamental é a
EDUCAÇÃO DO MOVIMENTO, para isso torna-se importante o
conhecimento sobre os padrões fundamentais de movimento. (p. 73)

- Durante a execução, recebe informações sobre como o movimento está


sendo executado, informações visuais sobre o resultado desses movimentos,
se o movimento que executou alcançou ou não o objetivo desejado. Essas
informações são chamadas de feedback.

- Em desenvolvimento motor tem-se dois processos: o aumento da


diversificação (aumento da quantidade de elementos do comportamento -
aprende-se a andar, depois diversifica-se em termos de forma,
velocidade e direção, com estas formas desenvolve o correr e as formas
diversificadas de correr) e da complexidade (aumento da interação entre os
elementos do comportamento - o movimento de correr interage com outro
elemento, por exemplo quicar uma bola, configurando-se uma
habilidade complexa de comportamento motor, o drible). (p. 87-88).
- Segundo Tani e colaboradores “A Educação Física na Pré-escola e nas
quatro primeiras séries do Ensino de 1º grau deve proporcionar às crianças
oportunidades que possibilitem um desenvolvimento hierárquico do seu
comportamento motor. Este desenvolvimento hierárquico deve, através da
interação entre o aumento da diversificação e complexidade, possibilitar a
formação de estruturas cada vez mais organizadas e complexas” (p.89)

- “Seguindo o processo de desenvolvimento motor, a partir dos 10 a 12 anos


de idade, quando a maioria inicia as quatro últimas séries do ensino de 1º
grau, as crianças estão aptas para adquirir habilidades específicas” (p.89)

- “A aquisição de uma habilidade não depende, portanto, da instrução ou


iniciação precoce, mas sim da sua aprendizagem no momento oportuno. Em
se tratando de habilidades específicas, este momento se inicia aos 10 anos a
12 anos de idade, quando a criança tem desenvolvido um grande repertório
de todas as habilidades básicas” (p. 89)
- Embora a Educação Física para a criança, nesta faixa etária, possa
promover inúmeras situações de aprendizagem para a aquisição de uma
variedade de habilidades específicas, comumente as habilidades desportivas
são as únicas utilizadas como tarefa de aprendizagem. Na verdade, quando
se fala em habilidades específicas na Educação Física, o que logo se imagina
são habilidades desportivas, embora as habilidades específicas possam ser
encontradas e requisitadas em todas as atividades do ser humano”. (p. 89-90)

- “A Educação Física nas quatro últimas séries do ensino de 1º grau pode


trabalhar com habilidades específicas desportivas. Todavia, é preciso analisar
série e profundamente quais são os benefícios educacionais da
aprendizagem desportiva” (p. 90)

- O desporto é importante por proporcionar situações de movimento que


possibilitam o desenvolvimento de cada criança dentro das habilidades
específicas. Além do mais, o desporto é uma forma de patrimônio cultural da
humanidade, e um dos grandes objetivos da educação é a transmissão
cultural” (p. 90)
- Para Moreira (2001, p. 19) essa abordagem entende o homem como
uma máquina, capaz de produzir movimentos idênticos de acordo com
as experiências. Há, uma desconsideração com relação a sentimentos e
todos os aspectos do ser social.

- Moreira (2001, p. 20) afirma: “Podemos concluir que trata-se de uma


abordagem de caráter estrutural-funcional, segundo a qual tudo deve
ser organizado e seguir patamares hierárquicos, desconsiderando
aspectos de historicidade e do contexto social.

- Para Darido (1999) os conteúdos dessa abordagem obedecem a ordem


do simples para o complexo.

- Segundo Darido (1999) não se faz menção de avaliação nessa


abordagem, porém, afirma-se que em cada nível de desenvolvimento
existe um padrão de movimento e que o professor deve observar esses
fatores.
ABORDAGEM CONSTRUTIVISTA

SÃO PAULO. (Estado) Secretaria da Educação. Coordenadoria de Estudos e


Normas Pedagógicas. Proposta curricular para o ensino da educação
física: 1º grau. São Paulo: SE/ CENP, 1986. (Coordenada por João Batista
Freire)
FREIRE, J. B. Educação de corpo inteiro. São Paulo: Scipione, 1989.
FREIRE, J. B.; SCAGLIA, A. J. Educação como prática corporal. São
Paulo: Scipione, 2003.

- Esta abordagem surge como uma opção metodológica oposta as tendências


mecanicistas da Educação Física. (DARIDO, 1999).

- A proposta está direcionada para pré-escola e séries iniciais do ensino


fundamental.
- Segundo São Paulo (1986, p. 18, grifo do autor) o objetivo da Educação
Física “[...] respeitar o seu universo cultural (do aluno), explorar a gama
múltipla de possibilidades educativas de sua atividade lúdica
espontânea, e gradativamente propor tarefas cada vez mais complexas e
desafiadoras com vista a construção do conhecimento”.

- No construtivismo, a intenção é a construção do conhecimento a partir da


interação do sujeito com o mundo, numa relação que extrapola o simples
exercício de ensinar e aprender. (SÃO PAULO, 1986).

- A proposta está baseada no resgate da cultura popular.

- O jogo é uma das ferramentas para solução dos problemas pedagógicos.

- Não acredita na existência de um padrão de movimento.

- O estabelecimento do padrão de movimento prejudica o projeto educacional.


- Manifestação de esquemas motores, dependendo dos recursos biológicos,
psicológicos e do meio em que vive.

- A Educação Física deve atuar como qualquer outra disciplina integrada à


escola.

- Pensar é uma atividade corporal, pois não nos cansamos teoricamente, mas
sim fisicamente.

- Uma das funções do professor deve ser possibilitar o aprimoramento do


pensamento e da linguagem da criança.

- Não há integração entre o faz-de-conta do dia-a-dia da criança com a atividade


escolar.

- A escola não deveria trabalhar com a criança no sentido de treina-la para ser
adulta, mas sim no sentido de a criança construir e reforçar as estruturas
corporais e intelectuais de que dispõe. (FREIRE, 1989, p. 43).
- O autor propõe jogos simbólicos para que a criança represente aquilo que
imagina.
Exemplos: brincando de trânsito, circo, esconde-esconde, etc.

- Entende que um material pedagógico rico em variações pode fazer com as


crianças reorganizem suas idéias.

- Além dos materiais já construídos e constituídos para a prática da Educação


Física, sugere: pneus, caixas de papelão, latas, copos e garrafas plásticas,
sacos de estopa, bolas de meia, tampinhas de garrafa e a partir destes
resgatar as brincadeiras e jogos populares.

- A falta de material não pode se estabelecer como um problema para o


professor, que deve utilizar-se da criatividade.

- Educação para realidade através de expressões corporais. A criança só


aprende o que vive.
- Para Freire (1989, p. 83): “Talvez a Educação Física seja não só uma
educação do ou para o movimento, mas também uma educação para o não
movimento. Ou seja, pode-se pensar num certo conceito de Educação Física
em que o não-fazer seja tão importante quanto o fazer”.

- Objetivos da Educação Física: educação do movimento, pelo


movimento, de corpo inteiro.

- Para séries iniciais do ensino fundamental sugere atividades e diversas


variações com cordas, bolas, bastões, arcos, latas, garrafas e copos
plásticos. As mesmas devem ser realizadas num contexto de jogo, para
ganhar significado.

- Trabalhar a partir das experiências que a criança traz do meio em que vive.

- Discute a formação do pensamento da criança apresentando atividades


físicas que podem contribuir para isso: amarelinha, dia e noite, aumento em
distância, aumento em altura, salto em distância, pega-pega.
- Assim, o autor afirma: “Quem faz é o próprio corpo, quem pensa é também o
corpo. As produções físicas ou intelectuais são, portanto, produções corporais.
Produções essas que se dão nas interações do indivíduo com o mundo”.
(FREIRE, 1989, p. 134).

- As brincadeiras devem ser escolhidas de acordo com o efeito que pode exercer
sobre o desenvolvimento.

- A Educação Física torna o gesto algo que possa ser executado pela criança de
maneira natural dentro da sua realidade.

- Deve-se dar significado diferente em tudo o que se faz motoramente.

- Para Freire (1989, p. 174) “Não sou partidário das linhas da Educação Física que
se identificam com a aprendizagem motora (desenvolvimentista), creio ter
deixado isso claro ao longo do texto. Em primeiro lugar, porque não acredito
numa aprendizagem que não seja significativa, isto é, que não esteja vinculada
ao contexto concreto da vida das crianças, de sua cultura, de sua sociedade. Em
segundo lugar, porque creio que a Educação Física deve ser uma área de
promoção humana. Ser humano é mais que movimentar-se, repito; é estabelecer
relações com o mundo de tal maneira que se passe do instintivo ao cultural, da
necessidade à liberdade, do fazer ao compreender, do sensível à consciência”.
- A questão da competição não nasce no jogo ou no esporte, mas é neles
representada (sociedade).

- Não é função da Educação Física extinguir uma manifestação cultural que


provêm de fora da instituição.

- A competição existe sempre existe em qualquer atividade de jogo e existe na


cultura infantil, a diferença está no contexto lúdico.

- O problema está na supervalorização do vencedor em detrimento dos


perdedores.

- Reconhecer a importância de todos os que participam.

- A competição só existe em função do outro, daí a importância de valorizar a


cooperação.
- Para o autor: “Um dos objetivos principais da Educação Física na escola de
1º grau deve ser fazer com que as crianças aprendam a jogar
cooperativamente”. (FREIRE, 1989, p. 167).

- As atividades da aula de Educação Física devem possibilitar a socialização.

- Importância de um laço afetivo entre professor e aluno.

- “É preciso mais que um conhecimento metódico de técnicas de dar aulas


para formar um educador, seja em sala de aula seja no pátio de Educação
Física. Uma relação educativa pressupõe o conhecimento de sentimentos
próprios e alheios”. (FREIRE, 1989, p. 171).

- Entende necessária a relação da Educação Física com outras disciplinas, mas


que ela não seja utilizada pelo valor utilitário e sim pelo seu próprio valor.

- Combinar habilidades adquiridas com leitura, escrita e cálculo (pular corda).


- A função do professor é oferecer desequilíbrio, apresentando ao aluno o novo, o
desconhecido, para que possa ser assimilado.

- A avaliação pode ser baseada no teste sociométrico, observando o relacionamento


de um grupo (entrevista ou questionário). A intenção não é apresentar dados sobre a
criança, mais saber como utiliza-los.

- Outra avaliação seria para observar se as crianças sabem aplicar as regras e tem
consciência das mesmas.

- Não significa que será deixado de lado o aspecto de mensuração, mais o mesmo
será observado de outro forma, com vistas a um olhar qualitativo.

- Pular corda: alunos indecisos, vacilantes, cortam fila, se cansam, tropeçam na corda.

- Pode-se observar afetividade: indecisões, medos;


 * Motricidade: coordenação espaço-temporal, força muscular, resistência;
 * Sociabilidade: pouca cooperação;
 * Cognição: correção de movimentos.

O caráter interdisciplinar, deixa a Educação Física sem identidade, sem


especificidade. (MOREIRA, 2001, p. 24).
ABORDAGEM CRÍTICO-SUPERADORA

SOARES ET AL. Metodologia do ensino da educação física. São Paulo:


Cortez, 1992.
(Carmen Lúcia Soares, Celi Nelza Zülke Taffarel, Elizabeth Varjal, Lino
Castellani Filho, Micheli Ortega Escobar, Valter Bracht)

- Afirmam que um livro sobre metodologia não pode ser um receituário, lista
de novos jogos e exercícios.

- Apóiam-se no materialismo histórico dialético (oposição ao positivismo)


 Existe uma natureza, algo real, fenômenos (materialismo);
 O método e o estudo dos fenômenos naturais (dialética);
 A realidade existe e a partir daí minhas atividades humanas;
 Matéria é a realidade que nos é dada por sensações, a dialética parte da
realidade para argumentação e superação.
1º capítulo: A Educação Física no currículo escolar: desenvolvimento da
aptidão física ou reflexão sobre a cultura corporal.

- Projeto Político Pedagógico: deve considerar os interesses da classe


trabalhadora;
- A reflexão pedagógica deve ter uma característica diagnóstica (leitura de
dados), judicativa (julgar a partir de uma ética de classe) e teleológica (busca
um alvo de acordo com a classe);
- O currículo deve considerar as características históricas onde o homem
construiu e sistematizou o conhecimento e como este se expressa na
realidade e pensa sobre;
- Cada disciplina só tem sentido pedagógico quando se articula com outros
componentes curriculares;
- Os conteúdos emergem da cultura universal;
- Os conteúdos devem estar adequados as possibilidades sócio-cognitivas
dos alunos;
- Os conteúdos devem ser considerados em sua totalidade, no movimento, na
mudança qualitativa e contradição;
Os ciclos de escolarização dividem-se em 04:

- 1º ciclo: da pré-escola à 3ª série do ensino fundamental: ciclo de


organização da identidade dos dados da realidade (experiência sensível);

- 2º ciclo: da 4ª à 6ª série do ensino fundamental: ciclo de iniciação à


sistematização do conhecimento (começa a estabelecer relações);

- 3º ciclo: 7ª e 8ª série do ensino fundamental: ciclo de ampliação da


sistematização do conhecimento (reorganiza dados concretos por meio do
pensamento);

- 4º ciclo: Ensino Médio: ciclo de aprofundamentos da sistematização do


conhecimento (estabelece as regularidades dos objetos).
- A Educação Física sempre defendeu os interesses dominantes;

- Cultura corporal é construída a partir da necessidade do homem;

- O aluno deve entender que o homem constrói as formas de movimentar-se


a partir de sua necessidade;

- Deve-se refletir sobre a cultura corporal enfatizando valores como


solidariedade, cooperação, liberdade de expressão;

- Deve-se compreender a realidade dentro de uma totalidade.


2º capítulo: Educação Física Escolar: na direção de uma nova síntese:

- Educação Física é uma área de conhecimento da cultura corporal (jogo,


esporte, dança, ginástica, etc.).

3º capítulo: Metodologia do ensino da Educação Física: questão da


organização do conhecimento e sua abordagem metodológica.

- O tempo pedagógico é construído ao longo dos ciclos, assimilando,


construindo o próprio conhecimento sobre a cultura corporal;

- O mesmo conteúdo deve ser trabalhado ao longo do período escolar,


aprofundando-se com o passar do tempo, sem a visão de pré-requisitos;
- Conhecimento da cultura corporal:
- JOGO no 1º ciclo: (da pré-escola à 3ª série do ensino fundamental:
ciclo de organização da identidade dos dados da realidade - experiência
sensível);

Deve estabelecer identificação, reconhecimento e elaboração de


brinquedos para jogar em grupo ou sozinho, inter-relação do pensamento
e da ação, relações sociais, sentido coletivo, auto-organização, avaliação
coletiva e auto-avaliação.

- JOGO no 2º ciclo: (da 4ª à 6ª série do ensino fundamental: ciclo de


iniciação à sistematização do conhecimento - começa a estabelecer
relações);

Jogar tecnicamente e emprego do pensamento tático, capacidade de


organizar os próprios jogos e decidir suas regras, aceitando-as no
coletivo;
- JOGO no 3º ciclo: (7ª e 8ª série do ensino fundamental: ciclo de
ampliação da sistematização do conhecimento - reorganiza dados
concretos por meio do pensamento);
Organização técnico-tática, julgamento, jogo que implique em
treinamento;

- JOGO no 4º ciclo: (Ensino Médio: ciclo de aprofundamentos da


sistematização do conhecimento - estabelece as regularidades dos
objetos).
Conhecimento sistematizado e aprofundado de técnicas e táticas,
capacidade geral de jogar, relação entre a escola e a comunidade.
- ESPORTE: Deve-se identificar o esporte da escola e não o esporte na
escola, resgatando valores coletivos.

Futebol: discutido enquanto jogo instituído, espetáculo esportivo, local de


trabalho, jogo popular, fenômeno cultural;

Atletismo: evolução cultural (antiguidade), tendências atuais (corridas,


saltos, arremessos, lançamentos);

Voleibol: Os fundamentos dessa modalidade dão significado a jogos que


podem ser praticados em qualquer série, respeitando o estágio de
desenvolvimento;

Basquete: Os fundamentos dessa modalidade dão significado a jogos


que podem ser praticados em qualquer série, respeitando o estágio de
desenvolvimento.
A habilidade de “passar” pode ter um sentido de dispor-se de algo,
trabalho em equipe, solidário.

- CAPOEIRA: Luta de emancipação dosa negros no Brasil e encerra um


período escravocrata, deve ter um significado histórico, político e social.
-GINÁSTICA no 1º ciclo: (da pré-escola à 3ª série do ensino fundamental:
ciclo de organização da identidade dos dados da realidade - experiência
sensível);
Saltar, equilibrar, balançar e girar em declives, buracos, valas, árvores,
colinas, escola, praça, quadra e com materiais ginásticos;
Identificação de sensações afetivas e cinestésicas;
Ginástica coletiva com os fundamentos saltar, equilibrar, trepar, embalar/
balançar, rolar/ girar.

- GINÁSTICA no 2º ciclo: (da 4ª à 6ª série do ensino fundamental: ciclo de


iniciação à sistematização do conhecimento - começa a estabelecer
relações);
Artística, rítmica, aeróbica;
Projeto individuais e coletivas de prática e exibição na escola e
comunidade.
- GINÁSTICA no 3º ciclo: (7ª e 8ª série do ensino fundamental: ciclo de
ampliação da sistematização do conhecimento - reorganiza dados concretos
por meio do pensamento);
Programas de formas ginásticas, considerando interesses dos alunos;
formação de grupos ginásticos que pratiquem e façam exibição dentro e
fora da escola, envolvendo a comunidade.

- GINÁSTICA no 4º ciclo: (Ensino Médio: ciclo de aprofundamentos da


sistematização do conhecimento - estabelece as regularidades dos objetos).
Formas ginásticas que impliquem no conhecimento técnico/ artístico
aprofundado (GA, GRD e outras);
Formas ginásticas que permitam planejar treinamentos numa perspectiva
crítica atribuída ao ambiente social.
- DANÇA
Representa diversos sentidos da vida do homem;
Linguagem social que permite expressar sentimentos, emoções,
religiosidade, trabalho, costumes, saúde, guerra;

- DANÇA no 1º ciclo: (da pré-escola à 3ª série do ensino


fundamental: ciclo de organização da identidade dos dados da realidade
- experiência sensível);
Danças de livre interpretação;
Danças de interpretação de temas figurados (construção).

- DANÇA no 2º ciclo: (da 4ª à 6ª série do ensino fundamental: ciclo de


iniciação à sistematização do conhecimento - começa a estabelecer
relações);
Danças com interpretação técnica de temas da cultura nacional e
internacional;Danças relacionadas à realidade dos alunos e da
comunidade.
- DANÇA no 3º ciclo: (7ª e 8ª série do ensino fundamental: ciclo de
ampliação da sistematização do conhecimento - reorganiza dados
concretos por meio do pensamento);
Danças técnicas e expressivamente aprimoradas que atendam às
necessidades e interesses dos alunos, criadas por eles mesmos.

- DANÇA no 4º ciclo: (Ensino Médio: ciclo de aprofundamentos da


sistematização do conhecimento - estabelece as regularidades dos
objetos).
Danças que impliquem conhecimento aprofundado científico/técnico/
artístico da dança.
Estruturação das aulas

- O processo de ensino deve considerar a intenção da prática do aluno em


aprender a realidade;

- A aula permite que o aluno articule uma ação (o que faz), com o
pensamento sobre ela (o que pensa) e com o sentido que dela tem (o que
sente);

- A seleção e organização de conteúdos deve ser coerente e objetiva a leitura


da realidade;
1ª fase: discussão, buscando organização para execução das atividades;
2ª fase: apreensão do conhecimento (maior parte, atividade com
reflexões);
3ª fase: conclusões; avalia-se o realizado, levantam-se perspectivas;

Aspiral ascendente, cujos anéis se ampliam cada vez mais.


- 4º capítulo: Avaliação do processo ensino-aprendizagem em Educação
Física:

- Avaliação é mais do que aplicar testes, levantar medidas, selecionar e


classificar alunos;

- Deve estar relacionada ao projeto político pedagógico da escola;

- A expressão corporal é entendida como linguagem;

- Por meio da expressão corporal será mediado o processo de


socialização das crianças e jovens, buscando a apreensão e atuação
autônoma e crítica da realidade, através do conhecimento sistematizado,
ampliado, aprofundado, especificamente no âmbito da cultura corporal;

- Referência para análise da aproximação ou distanciamento do eixo


curricular que norteia o projeto pedagógico da escola;
- Finalidades, conteúdos e forma para uma proposta de avaliação:

- Projeto histórico (sociedade);


- Conduta humana nas manifestações corporais;
- Práticas avaliativas (produtivo-criativas e reiterativas);
- Decisões em conjunto;
- Tempo pedagógico para aprendizagem;
- Compreensão crítica da realidade;
- Privilégio da ludicidade e da criatividade;
- Intencionalidades e intenções;
- Nota = síntese qualitativa;
- Reinterpretação e redefinição de valores e normas.
- Implicações metodológicas:

- No fazer coletivo;
- Nos conteúdos e metodologias;
- Nas normas e critérios;
- Nos níveis de desenvolvimento dos alunos;
- No redimensionamento do processo de ensino;
- Na emissão do conceito (não aparente, mas o que se reconhece);
- Nas fontes de dados quantitativos e qualitativos;
- Na utilização de instrumentos;
- Na interpretação do insucesso e do erro;
- Nos eventos avaliativos (situações cotidianas).
Para avaliação:

- observação sistemática;
- busca de respostas para indagações do professor;
- os dados da realidade devem ser ampliados durante a aula, buscando
sínteses;
- ampliação e sistematização do conhecimento;
- alunos e professores discutem a elaboração de novas sínteses por
escrito.

A avaliação busca:

- Verificar a concretização do projeto político pedagógico;


- Organizar, identificar, compreender e explicar a realidade;
CRÍTICAS À ABORDAGEM:

- Faltam propostas pedagógicas que dêem sustentação a teoria proposta;

- Preocupa-se em discutir abstrata e macroscopicamente a Educação


Física sem propor programas de Educação Física;

- É político partidária.
ABORDAGEM CRÍTICO-EMANCIPATÓRIA

KUNZ, E. Transformação didático-pedagógica do esporte. Ijuí: Unijuí, 1994.


KUNZ, E. (Org.). Didática da educação física 1. 2. ed. Ijuí: Unijuí, 2001.
KUNZ, E. (Org.). Didática da educação física 2. 3. ed. Ijuí: Unijuí, 2005.

• Proposta didático-pedagógica para Educação Física Escolar centrada no


ensino dos esportes

• Análise dos esportes deve considerar experiências, influências, condições


dessa prática na escola, ficando em aberto como se elaboram os programas
de ensino de longo prazo.

• Crítica ao termo “cultura corporal” (abordagem crítico-superadora) pelo


possível dualismo corpo e mente e a proposta de trabalho mantém a mesma
organização do passado.

• Sair da teoria crítica para uma transformação teórica instrumental, fazendo


uma crítica aos padrões estabelecidos pelo esporte: rendimento,
representação, tempo livre, comércio, consumo.
•O autor afirma que a teoria antecipa ações; as ações oferecem novo impulso à
teoria.

•A teoria pedagógica crítico-emancipatória acompanha-se de uma didática


comunicativa, a educação é um processo de ações comunicativas.

• A emancipação de jovens necessita de tutores, mediadores, mais infelizmente


os que se tem (meios de comunicação, indústria cultural, etc) não facilitam a
emancipação.

• A emancipação é o processo de libertar o jovem da limitação da utilização da


razão desenvolvendo agir social, cultural e esportivo.

• A emancipação se dá a partir da transição da falsa consciência ao


esclarecimento: o esporte de rendimento requer condições que poucos têm,
mais todos querem segui-lo.

• O ensino do esporte deve estar baseado no: trabalho, interação, linguagem:


TRABALHO INTERAÇÃO LINGUAGEM

Aspecto dos Ter acesso a Ter acesso a relação Ter acesso a


conhecimentos e esportivo-cultural, conteúdos simbólicos
conteúdos informações de vinculadas à cultura do e lingüísticos que
relevância e sentido para movimento do contexto transcendem o
a aquisição de social. contexto esportivo.
habilidades ao esporte
de acordo com o
contexto.
Aspecto do Possibilitar o acesso a Capacitação para Aperfeiçoamento das
estratégias de assumir relações de
método aprendizagem, técnicas, conscientemente papéis entendimento de forma
habilidades específicas e sociais e a possibilidade racional e organizada.
de capacidades físicas. de reconhecer a inerente
necessidade de se
movimentar.

Aspectos Capacitar para o mundo Capacitar para um agir Desenvolver


dos esportes, solitário, cooperativo e capacidades criativas,
dos objetivos movimentos e jogos de participativo. explorativas, além da
forma efetiva e autônoma capacidade de
com vistas à vida futura discernir e julgar de
relacionada ao lazer e ao forma crítica.
tempo livre.

Competência objetiva social comunicativa


• A competência objetiva leva atuação dentro de suas
possibilidades individuais e coletivas em todos os campos sociais.

• A competência social entende as relações socioculturais, papéis


assumidos nas instâncias sociais, desvelar diferenças sociais e
discriminações, agir solidário e cooperativo.

• A competência comunicativa expressa-se pelo próprio movimento,


linguagem verbal (principalmente na aula de Educação Física), no falar
sobre experiências.
CAPÍTULO 2 - As dimensões inumanas do esporte de rendimento

Treinamento precoce e doping

- Humanizar o esporte de rendimento, preocupado com


crianças e adolescentes, problemas do treinamento precoce sobre a
vida e futuro, saúde, principalmente psíquico.

- Com relação ao doping fala da falta de informações,


afirmando que o uso na maioria das vezes é no rendimento
esportivo.

- Faltam maiores esclarecimentos desses dois problemas para


que se identifique e denunciem os abusos no esporte e outras
instâncias.
CAPÍTULO 3 - O fenômeno esportivo enquanto realidade
educacional

Distingue o esporte:

Sistema: racionalização e complexificação objetiva

Mundo vivido: entendimentos no mundo social, objetivo ou


subjetivo, questionando o fenômeno sociocultural e histórico.

Define cultura de movimento como todas as atividades do


movimento humano, esporte ou não, o que o homem produz ou cria, de
acordo com seu comportamento.

Há encenações para o esporte, cada um desempenha papéis


rigidamente determinados.
As finalidades pedagógicas da Educação Física podem auxiliar
em:

w compreender melhor o fenômeno esportivo;

w avaliar e entender as mudanças históricas;

w possibilitar diferentes encenações;

w possibilitar vivências e interpretação de diferentes papéis;

w entender o papel do espectador;

w conhecer o mundo dos esportes para atender os critérios e


interesses do mercado.
O objeto de ensino da Educação Física não é apenas o
desenvolvimento das ações do esporte, mas compreensão crítica das
diferentes formas de encenação que são relevantes, considerando: o
sujeito, o mundo do movimento, diferentes modalidades, sentidos/
significado.

O ensino problematizador pretende: evidenciar e esclarecer a


encenação do esporte, a importância das situações e significado
individual e coletiva, aceitar diferentes soluções, orientar-se nas
vivências e experiências subjetivas.

Esses pressupostos baseiam-se no agir para o trabalho (saber-


fazer), interação (saber-pensar) e linguagem (saber-sentir).
CAPÍTULO 4 - O estudo do movimento humano

- O interesse na análise do movimento nos esportes é o aperfeiçoamento do


gesto, sentido funcional, princípio da concorrência e do rendimento.

- O interesse na análise do movimento na aprendizagem motora orienta-se na


aprendizagem eficiente do movimento, observável e mensurável, processo interno,
concentrado no sistema nervoso.

- O interesse na análise do movimento na dança é um crescente interesse pelo


sujeito e seu mundo subjetivo, buscando alegria e prazer proporcionado por
movimentos; ser humano emocional-afetivo do que intelectual-racional.

- O interesse na análise do movimento pelas atividades lúdicas afirma que


brinquedo e jogo são elementos que possibilitam vivenciar experiências bem-
sucedidas de vida, diferentes do cotidiano, com funções comunicativas,
expressivas, exploratórias e criativas do movimento.

- O interesse pedagógico-educacional no movimento humano: O rendimento


não precisa ser totalmente impedido, o conhecimento deve ser pensado
subjetivamente crítico e com os sujeitos como agentes de suas vidas e mundo.
Transforma o objetivo e autoritário em um mundo fenomenológico e crítico dos
movimentos (compreendido e interpretado naturalmente).
APRENDIZAGEM ATIVIDADES
ESPORTE DANÇA
MOTORA LÚDICAS

Destrezas técnicas Habilidades Habilidades Expressão de


utilitárias motoras úteis rítmicas vivência

Comando/ Direção externa Direção interna/ Experiências no


instrução coletiva se-movimentar

Espaço de Espaço
realização pré- preferencialmente Espaço fechado Espaço aberto
determinado pré-determinado

Tempo pré- Tempo pré- Tempo Tempo


determinado determinado indeterminado indeterminado

Rendimentos Adaptação à Prazer Prazer


previsíveis cultura
hegemônica
CAPÍTULO 5 - Os interesses da Educação Física no ensino do movimento

Quatro concepções de Educação Física:

Biológico-funcional  condicionamento físico dos alunos;

Formativo-recreativa  formação da personalidade e habilidades motoras


gerais para adaptar-se às exigências sociais;

Técnico-esportiva  contribuir para o sistema esportivo, descoberta e


fomento de talentos esportivos;

Crítico-emancipatória  desenvolvimento de competências como


autonomia, competência social e competência objetiva.
CAPÍTULO 6 - Reflexões didáticas a partir de práticas concretas

O ensino crítico-emancipatório deve libertar de falsas ilusões,


interesses e desejos criados pela visão de mundo, suspendendo uma
comunicação distorcida, conhecendo, desenvolvendo e apropriando-
se de cultura.

A estratégia é de transcendência de limites para experimentação,


para aprendizagem, criando/ inventando, para isso o esporte
precisa ser transformado, identificando o significado central do se-
movimentar de cada modalidade, para isso o significado dos
movimentos esportivos permanece, o sentido individual e coletivo é
que muda.
Exemplo: O sentido de uma corrida de velocidade do
atletismo para um atleta é a “minimização de tempo” e esse
sentido é normalmente perseguido, também numa aula de
Educação Física que tenha por conteúdo as corridas de
velocidade do atletismo. Isso acontece justamente pela
presença dos princípios básicos do esporte, mesmo que
professores e alunos não estejam conscientes disso. Esse
sentido, no entanto, fica “sem sentido” na concepção do
esporte pela “transformação didático-pedagógica”.
Com isso se pretende dizer que as situações e condições do
se movimentar do aluno e do contexto escolar devem ser
considerados. O aluno enquanto sujeito dos movimentos
intencionados na aprendizagem e não a modalidade esportiva
devem estar no centro de atenções do ensino. (p. 127).
Apresenta situações de ensino baseado em cinco partes:

- Introdução;

- Arranjo material necessário;

- Transcendência dos limites para experimentação;

- Transcendência dos limites para aprendizagem;

- Transcendência dos limites criando/ inventando.


TEMPO ETAPAS DESENVOLVIMENTO ORGANIZAÇÃO MATERIAIS

10’ Introdução 1. Esclarecimento da aula. Explicações do


2. Formas de participação. professor e
3. Esclarecendo dúvidas. discussão com os
alunos

15’ Transcendência 1. Montagem de um arranjo Trabalho de grupo e Colchões e


de limites para material. individual mini-trampolim
experimentação 2. Livre experimentação.
3. Seleção das atividades.

20’ Transcendência 1. Formação de grupos. Trabalho em Idem ao


de limites para 2. Seleção das etapas da atividade. pequenos grupos, a anterior.
aprendizagem 3. Repetição e correção das etapas. dois e grande grupo Protocolos e
4. Encenação final da atividade. formulários,
observação e
experimentação
.
15’ Transcendência 1. Problematização do professor. Trabalho com Além do já
de limites, 2. Apresentação de idéias pelo grande grupo. citado, cordas,
criando/ grupo. Trabalhos em arcos, etc.
inventando 3. Execução das idéias em pequenos grupos.
pequenos grupos.
4. Encenação final das atividades
criadas.
10’ Final 1. Avaliando as atividades e a Grande grupo. Texto do
participação. professor
2. Tarefa de casa: leitura de um
pequeno texto desenvolvido pelo
professor.
A prática pedagógica deve preparar o aluno para competência
objetiva por intermédio da categoria trabalho; a competência social por
intermédio das interações sociais; a competência comunicativa pelo se
expressar sobre os fatos, linguagem.

O trabalho divide-se em dois momentos, o primeiro


experimentações individuais e coletivas, o segundo escolha de
determinada tarefa que precisa de treino para ser aprendida.

A interação não se descobre e desenvolve-se com experiências


isoladas.

A linguagem tanto verbal, quanto de movimento, ensinar a falar


das experiências, descrever situações, expressar movimentos e forma
criativa.
Por tudo isso me parece uma enorme
contradição que uma pessoa progressista
e que busca mudanças, que não teme a
novidade, que se sente mal com as
injustiças, que se ofende com as
discriminações, que se bate pela
decência, que luta contra a impunidade,
que recusa o fatalismo cínico e
imobilizante, não seja criticamente
esperançoso (FREIRE, 1996, p. 72).
Eu ensinei a todos eles

“Lecionei no ginásio durante dez anos. No decorrer desse tempo, dei tarefas a, entre
outros, um assassino, um evangelista, um pugilista, um ladrão e um imbecil.
O assassino era o menino tranqüilo que se sentava no banco da frente e me olhava
com seus olhos azuis-claros; o evangelista era o menino mais popular da escola,
liderava as brincadeiras dos jovens; o pugilista ficava perto da janela e, de vez em
quando, soltava uma risada rouca que espantava até os gerânios; o ladrão era um
jovem alegre com uma canção nos lábios; e o imbecil, um animalzinho de olhos
mansos, que procurava as sombras.
O assassino espera a morte na penitenciária do Estado; o evangelista há um ano jaz
sepultado no cemitério da aldeia; o pugilista perdeu um olho numa briga em Hong
Kong; o ladrão, se ficar na ponta dos pés, pode ver minha casa da janela da cadeia
municipal; e o pequeno imbecil, de olhos mansos outrora, bate a cabeça contra a
parede acolchoada do asilo estadual.
Todos estes alunos outrora sentaram-se em minha sala, e me olhavam gravemente
por cima de mesas marrons. Eu devo ter sido muito útil para esses alunos – ensinei-
lhes o plano rítmico do soneto elisabetano, e como diagramar uma sentença
complexa”. (PULLIAS, E. V.; YOUNG, J. A arte do magistério. Rio de Janeiro: Zahar,
1970, p. 48).

Você também pode gostar