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Sacks, Oliver W., 1933. O homem que confundiu sua mulher com um chapéu
e outras histórias clínicas. Tradução: Laura Teixeira Motta. São Paulo:
Companhia das Letras, 1997.
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gnósicas(interpretação dos impulsos sensitivos) do cérebro que refletem em
perdas das funções de interpretação do indivíduo, como no capítulo do
Homem que Confundiu sua Mulher com o Chapéu que deu origem ao nome
do livro, que lesou as áreas de memória visual e partes da área visual e não
reconhece mais pessoas, lugares ou objetos, somente entende as formas
abstratas e geométricas sem conseguir relacioná-las com suas memórias, o
que nos permite dar sentido e emoção as coisas. Ou ainda, como no capítulo
da Mulher Desencarnada que perdeu a capacidade de sentir todo o seu
esquema corporal e se sente sem corpo, sem conseguir se relacionar com
ele. Na segunda parte, “Excessos”, são relatados os casos de pessoas que
por um desequilíbrio ou lesão do cérebro passaram a exercer com exagero
algumas funções, como no caso do paciente com Síndrome de Tourette com
distúrbios que o levam a excitação das emoções e paixões em demasia,
fazendo com que sinta raiva demais, alegria demais, exaltações que não
consegue controlar normalmente, vivendo sempre no excesso de suas
emoções. Já terceira parte, “Transportes”, vamos conhecer casos de
pessoas com anormalidades nos lobos temporais e sistema límbico do
cérebro que os transportam através de suas memórias e imagens mentais
para infância ou no mundo dos sonhos, como uma senhora um pouco surda
e que passou a ouvir uma sinfonia particular constante no seu íntimo, do seu
idioma natal, reminiscências de uma infância perdida e que não tinha acesso
por bloqueios psíquicos, o que possibilitou a ela um resgate inestimável de
um período de sua vida que achava não possuir. E, na última e quarta parte,
Sacks relata casos de pacientes com deficiência mental, a qual chama “O
Mundo dos Simples”, e nos traz um universo maravilhoso de possibilidades,
de pessoas consideradas incapacitadas socialmente e, no entanto,
apresentam habilidades extraordinárias em outras áreas que não intelectual
como, na música, pintura e no teatro. A cada caso, ele apresenta um paciente
com uma habilidade específica e que nos deslumbra e emociona ao mesmo
tempo, pois constatamos como o ser humano é único, maravilhoso e
complexo. O livro foi distribuído didaticamente por quatro partes, tendo
cada uma os relatos de histórias de pacientes com distúrbios em comum,
deixando o leitor a cada parte lida, estimulado e curioso para saber o que
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virá a seguir. Dessa forma também, fica mais claro o entendimento sobre as
consequências desses distúrbios para os leigos por estarem agrupados
dentro de uma mesma linha de raciocínio, o que nos permite uma análise e
reflexão maior dos casos e como ainda se tem muito a aprender dessa
máquina maravilhosa chamada cérebro, mas o que Sacks deixa claro nesse
livro é a ligação desse fascinante órgão não só com o seu corpo e suas
funções, como também, ou muito mais, com todo o seu campo emotivo e
subjetivo que envolve esse ser humano.
Luzinete 24/05/2012
www, skoob.com.br
O cientista e neurologista Oliver Sacks é também um excelente narrador,
dono do raro poder de compartilhar com o leitor leigo certos mundos que de
outro modo permaneceriam desconhecidos ou restritos aos especialistas.
Em “O homem que confundiu sua mulher com um chapéu” estamos diante
de pacientes que, imersos num mundo de sonhos e deficiências cerebrais,
preservam sua imaginação e constroem uma identidade moral própria. Aqui,
relatos clínicos são intencionalmente transformados em artefatos literários,
mostrando que somente a forma narrativa restitui à abstração da doença
uma feição humana, desvelando novas realidades para a investigação
científica e problematizando os limites entre o físico e o psíquico. O que
sabemos é que ao se fecharem as janelas químicas, outro despertar
aconteceu. O espírito humano é mais forte que qualquer remédio. E é isso
que precisa ser alimentado por meio do trabalho, lazer, da amizade e da
família. Isso é o que importa. Foi disso que nos esquecemos. Das coisas mais
simples. – Oliver Sacks. Se você me perguntar qual foi o melhor livro que li
nesse ano até o momento, eu vou pensar muito! Motivo: Eu vou querer
muito citar O Homem que Confundiu Sua Mulher com um Chapéu de Oliver
Sacks como meu preferido. Pois esse livro mudou muito a forma com que eu
pensava sobre algumas coisas e principalmente, me lembrou algo que eu
teimo em tentar esconder: Eu amo a ciência. Eu sou de exatas e não sei qual é
o motivo pelo qual as humanas tentam me trazer pro clubinho. Só sei que o
que habita o meu coração são as exatas. ? (disse a menina que passou em
física, tentou engenharia de bioprocessos e biotecnologia e ficou orgulhosa
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do irmão quando ele falou que escolheu matemática industrial como curso
para tentar vestibular. Fazia muito tempo que eu queria ler algum livro do
Oliver Sacks. O Átila e o pessoal do Nerdcast falavam tanto sobre os livros
dele nos podcasts de ciência que eu era obrigada a ler alguma coisa dele.
Então, para começar, eu escolhi o clássico: “O Homem que Confundiu Sua
Mulher com um Chapéu” publicado pela editora Companhia das Letras. Que
na minha opinião, tem a melhor edição do livro.
Este é um livro que provavelmente você nunca vai se arrepender de ter lido.
Ele consegue trazer tantos questionamentos e clarezas para a sua vida que
não importa se você é apenas um leigo apaixonado pelo assunto ou um
profissional graduado. Oliver Sacks vai conseguir te prender e seduzir com
essas histórias com uma boa escrita, narrativa e conhecimento sobre o
assunto.
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Eu já disse antes, mas continuo afirmando: a edição da Editora Companhia
das Letras é a mais bonita (que eu já vi) desse livro. Vale a pena pelo efeito da
jacket de plástico com o título do livro. É um amor. Agora… boa leitura!
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em Marte, de 1995, que reúne mais casos clínicos extraordinários e
contribui para demolir preconceitos. Você pode precisar confiar sua vida a
um cirurgião, e gostaria que ele fosse um dos melhores, certo? E se soubesse
que ele sofre de uma síndrome que o acomete de tiques mentais e físicos?A
obra de Sacks vem inspirando roteiristas e adaptações para o cinema. Tempo
de despertar (1990), com Robin Williams e Robert De Niro, foi adaptado de
seu livro lançado em 1997 que tem o mesmo título em português.Oliver
Sacks, que completou 82 anos de idade em 9 de julho, recebeu no começo
deste ano a notícia de que tem apenas alguns meses de vida. Sofre com a
metástase de um câncer em estágio avançado no fígado. Em 19 de fevereiro,
publicou um artigo de despedida no jornal The New York Times, em que
admite sentir medo, mas afirma que seu maior sentimento é de
gratidão:"Sinto-me intensamente vivo, e quero e espero, no tempo que me
resta, aprofundar minhas amizades, dizer adeus aos que amo, escrever
mais, viajar, se eu tiver forças, alcançar novos níveis de compreensão e
entendimento."Vale conferir a bela homenagem a Oliver Sacks feita por
Maria Popova em seu site Brain Pickings.