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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO E PSICOLOGIA

CURSO DE LICENCIATURA EM ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DA


EDUCAÇÃO

SELMA ARNALDO MACAMO

EDUCAÇÃO NO RENASCIMENTO

Beira
2023
SELMA ARNALDO MACAMO

EDUCAÇÃO NO RENASCIMENTO

Trabalho de carácter avaliativo ser apresentando


na faculdade de Ciência de educação e psicologia,
no curso de Licenciatura em Administração e
Gestão da Educação, na cadeira de Politicas
Publicas da Educação, leccionado pelo:

O tutor: Dr. Filipe M. M. Moiana

Beira

2023
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Índice
1. Introdução ....................................................................................................................................... 3
1.1. Objectivos ................................................................................................................................... 3
1.1.1. Gerais ...................................................................................................................................... 3
1.1.2. Específicos .............................................................................................................................. 3
1.2. Metodologias ............................................................................................................................... 3
2. Educação no renascimento .............................................................................................................. 4
2.1. Contextualização ......................................................................................................................... 4
2.2. Modelos de escolas na idade média ............................................................................................ 5
2.3. Pensamento pedagógico renascentista......................................................................................... 6
3. Conclusão ........................................................................................................................................ 7
4. Bibliografia ..................................................................................................................................... 8
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1. Introdução

Como é de conhecimento geral, o renascimento europeu, ocorrido entre os séculos XV e XVI


deve seu nome à retomada dos valores greco-romanos esquecidos durante a Idade Média. As
crises que se estenderam nos séculos XIII e XIV provocaram um questionamento da ordem
social, económica e religiosa. A crise agrícola, a peste negra, as revoltas camponesas e as
guerras de reconquista da península Ibérica e a guerra dos cem anos permitiu a expulsão dos
muçulmanos e a centralização do poder novamente nas mãos dos reis.

Não se deve pensar o renascimento como uma ruptura com o pensamento religioso: apenas
uma retomada da vida humana e da valorização dos aspectos mundanos, um movimento
reformista inclusive sobre a religião (Reforma e contra-reforma) e a ascensão da burguesia
enquanto classe económica, mesmo que ainda vigorem os títulos de nobreza e de hierarquia
religiosa. A escola e a educação vão buscar a superação das contradições entre pensamento
religioso medieval e a busca de secularização por parte da burguesia.

1.1.Objectivos
1.1.1. Gerais
 Compreender a educação no renascimento

1.1.2. Específicos
 Ilustrar a contextualização do renascimento;
 Descrever a escolas no período mediável;
 Debruçar entorno de pensamento pedagógico renascista.

1.2.Metodologias

Para a realização deste trabalho e para o alcance dos objectivos pretendidos, recorreu ‘se a
diversas pesquisas em artigos científicos, manuais, tomadas e notas e materiais já publicados.
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2. Educação no renascimento
2.1.Contextualização

O movimento renascentista envolveu uma nova sociedade e, portanto novas relações sociais
em seu cotidiano. A vida urbana passou a ter um novo comportamento, pois o trabalho, a
diversão, o tipo de moradia, os encontros nas ruas, implicavam por si só um novo
comportamento dos homens. Isso significa que o renascimento não foi um movimento de
alguns artistas, mas uma nova concepção de vida adoptada por uma parcela da sociedade, e
que será exaltada e difundida nas obras de arte. Apesar de recuperar os valores da cultura
clássica, o renascimento não foi uma cópia, pois se utilizava dos mesmos conceitos, porém
aplicados de uma nova maneira a uma nova realidade, (Cabral 2008).

Passando assim de um sistema de subsistência, para um sistema de comércio voltado para o


capitalismo, onde o lucro passa a fazer parte do cotidiano do homem, definição essa, usada de
forma sucinta. Nesse período o homem começa buscar meios de adaptar-se aos novos tempos,
tempos esses que trouxeram mudanças culturais, religiosas, artísticas, educacionais, morais,
na ciência, dentre outras. Tendo inicio na Itália. O renascimento pode ser considerado um
marco na vida do homem, onde houve a transição da idade média para a idade moderna. Essa
mudança começa acontecer primeiramente na cabeça do homem, onde o mesmo começa a
buscar novas maneiras de interpretar o mundo em que vive, buscando mudar sua maneira de
ver e viver o mundo. Essa transição trata também da mudança no estilo económico em que o
homem passa a viver, (Cambi, 1999).

O Renascimento pode ser considerado como um marco do início da Idade Moderna, uma vez
que reflecte o desenvolvimento de uma nova vida e de uma nova mentalidade, vinculadas à
ascensão da cidade e da burguesia. Foi nas cidades italianas que essa nova cultura se
desenvolveu, cidades mercantis desde as Cruzadas, que viram o nascimento de uma camada
social ligada ao comércio. A vida urbana, por si só, implicava o estabelecimento de novas
formas de relacionamento social, diferentes daquelas estabelecidas no mundo feudal. Somam-
se a isso a necessidade de justificar o comércio e a preocupação com a obtenção do lucro,
mentalidade condenada pela Igreja Católica, (Recco 2008).

Outros factores tornaram-se importantes para o surgimento e para o desenvolvimento desse


movimento, como o aprimoramento da imprensa, a declínio de Constantinopla e a prática do
mecenato. O Renascimento cultural foi a retomada dos valores clássicos, greco-romanos, mas
não se deve considerá-lo uma cópia, pelo fato de os valores serem semelhantes e não as
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ideias. As características revalorizadas foram o racionalismo, o antropocentrismo, o


individualismo, o hedonismo, o naturalismo e o optimismo. Foi um movimento de
consagração do homem. Tanto o grego antigo como o homem moderno buscavam desvendar
e entender a origem do homem, no entanto conquistaram conclusões diferentes. Ambos se
preocupavam em estabelecer a compreensão do mundo de forma racional, porém
visualizavam o mundo de formas diferentes. (Recco 2008).

A transição do feudalismo para o capitalismo, um processo amplo que, além do campo


económico e político, também foi modificando valores, ideias, arte e tecnologia da sociedade
europeia. Mais confiante em suas forças e possibilidades, o homem deixou de olhar tanto para
o alto, em busca de Deus, passando a dar valor a si mesmo. O ser humano se redescobre como
criatura e criador do mundo em que vive. Essa nova maneira de pensar e ver o mundo
reflectiu-se nas artes, na filosofia e nas ciências.

2.2.Modelos de escolas na idade média

Embora alguns tópicos desta seção não sejam específicos do Renascimento, são apresentados
aqui para um melhor entendimento da evolução da educação no Renascimento, em si.
Considerada desde o Renascimento como período obscurantista e decadente, só em meados
do século XIX a Idade Média passou a ser entendida como etapa necessária da história da
civilização ocidental. Na verdade, durante cerca de um milénio, a Europa medieval passou por
lentas mudanças económicas e políticas que, no entanto, prepararam o caminho da
modernidade educacional Escolas Paroquiais No quadro da cidade romana, cada comunidade
cristã organiza-se tendo à sua cabeça um bispo epíscopos, que quer dizer vigilante eleito pelos
fiéis. Com o número crescente de igrejas, os bispos localizam-se apenas nos centros mais
importantes, enquanto se desenvolve, em outras cidades, o papel dos presbíteros do grego
presbyteroi, os anciãos donde vem a palavra francesa prêtre, sacerdote, (Debus, 2002).

As primeiras remontam ao século II. Limitavam-se à formação de eclesiásticos, sendo o


ensino ministrado por qualquer sacerdote encarregado de uma paróquia, que recebia em sua
própria casa os jovens rapazes. À medida que a nova religião se desenvolve, passa-se das
casas privadas às primeiras igrejas nas quais o altar substitui a tribuna. O ensino reduz-se aos
salmos, às lições das Escrituras, seguindo uma educação estritamente cristã Escolas
Monásticas e Episcopais A passagem de uma comunidade cristã minoritária, composta por
fiéis prontos a enfrentar o martírio, a uma igreja vitoriosa, mesmo dominadora, traz consigo
um relativo enfraquecimento da fé. É neste clima que nasce, no Egipto (o progresso global do
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cristianismo foi mais precoce no Oriente do que no Ocidente), no fim do século III, o
movimento eremita, que traduz a revolta dos seus adeptos contra um tal abrandamento,
(Cassirer, 2001).

É nos mosteiros espalhados pela Europa, longe do rebuliço das novas cidades emergentes, que
surgem as Escolas Monásticas que visam, inicialmente, apenas a formação de futuros monges.
Funcionando de início apenas em regime de internato, estas escolas abrem mais tarde escolas
externas com o propósito da formação de leigos cultos (filhos dos reis e os servidores destes).
O programa de ensino, de início muito elementar aprender a ler, escrever, conhecer a Bíblia
(se possível de cor), canto e um pouco de aritmética vai-se enriquecendo de forma a incluir o
ensino do latim, gramática, retórica e dialéctica, (Cassirer, 2001).

A reforma acontece com o surgimento do pensamento renascentista, onde o homem passa a


ver o mundo com a visão voltada para ao ser e sua existência, questionado a razões de ser e
existir, deixando o pensamento religioso em menor acedência. Com o inicio do renascimento
a igreja começa a perder espaço e poder, iniciando-se assim a contra reforma, culminando
assim na separação da igreja católica da igreja protestante, liderada pelo monge católico
Marinho Lutero, se opondo as praticas da igreja católica. Lutero defendia a ideia de uma
escola para todos. Sua proposta era a de implantação de escola primaria para todos e ensino
médio e superior para a classe privilegiada. Em resposta as ideias educacionais de Lutero a
igreja criaram a Companhia de Jesus. Tendo como base de estudos a repetição para uma
melhor fixação dos exercícios, sendo bastante exigentes com seus alunos e de uma rígida
disciplina, estimulando a competição entre os indivíduos e as classes, (Debus, 2002).

2.3.Pensamento pedagógico renascentista

Este pensamento se caracterizava por uma revalorização da cultura greco-romana. Foi essa
nova mentalidade que influenciou a educação tornando-a mais prática, incluindo a cultura do
corpo e substituindo processos mecânicos por outros mais agradáveis. Foram as grandes
navegações do século XVI e a invenção da imprensa realizada por Gutemberg que exerceram
grande influência neste pensamento pedagógico. A educação renascentista preparou a
formação do homem burguês e, por isso, essa educação não chegou às massas populares. Foi
caracterizada pelo elitismo, pelo aristocratismo e pelo individualismo liberal. Atingia
principalmente o clero, a nobreza e a burguesia nascente, (Cabral, 2010).
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3. Conclusão

Conclui-se que, analisando este estudo dirigido principalmente sobre a educação do


Renascimento, que este capítulo da história da humanidade foi decisivo para a formação do
conceito geral de educação, que experimentamos até hoje. Revolucionados os seus conteúdos,
aprimorada a ciência geral acerca das leis naturais e com um embasamento científico mais
apurado, tudo o que compreende o formato de ensino moderno foi moldado segundo os
preceitos e empenho daqueles que no Renascimento cederam seus esforços para que hoje
tivéssemos um modelo seguro, eficiente e cada vez mais preciso, que nos beneficia com o
crescimento intelectual, tão necessário à sociedade moderna.

Vale observar, também, a importância de um estudo histórico sobre esta evolução, visto que
somente com uma consideração sensata, podemos valorizar e entender todo o processo para,
no futuro, medir as atitudes e consequências de mudanças neste modelo, como
tendencialmente vem acontecendo ao longo dos séculos
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4. Bibliografia

Cabral, M. R. (2010). A Educação No Renascimento. Uma Síntese Histórica da Educação no


Renascimento. WebArtigos.com.

Cambi, F. (1999). História da Pedagogia. São Paulo, SP: Unesp.

Recco, C. B. (2010). História: Renascimento cultural na Europa. FOLHAONLINE..

Cassirer, E. (2001). Indivíduo e cosmos na filosofia do Renascimento. São Paulo, SP: Martins
Fontes.

Debus, A. G. (2002). O homem e a natureza no Renascimento. Porto, PT: Porto Editora. 2002

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