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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências de Educação


Curso de Licenciatura em Ensino de Historia

A Reforma e a Contra-Reforma

Filipe José Filipe Da Costa:KKKKKK

Nampula, Marco de 2024

UNIVERSIDADE ABERTA ISCED


Faculdade de Ciências de Educação
Curso de Licenciatura em Ensino de Historia

A Reforma e a Contra-Reforma

Trabalho de Campo a ser


submetido na Coordenação do
Curso de Licenciatura em Ensino
de Historia da UnISCED,
orientado pelo Tutor:

Filipe José Filipe Da Costa:KKKKKK

Nampula, Marco de 2024

Índice
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1.Introdução................................................................................................................................4
1.1.Objetivos...............................................................................................................................5
1.1.1.Objetivo geral.....................................................................................................................5
1.1.2.Objetivos específicos.........................................................................................................5
1.3.Metodologia..........................................................................................................................5
2.A reforma e a Contra-Reforma................................................................................................6
2.1.A reforma..............................................................................................................................6
2.2.A Contra-Reforma................................................................................................................6
2.2.1.As principais correntes reformistas....................................................................................7
2.2.1.1.O Luteranismo................................................................................................................7
2.2.1.2.O Calvinismo..................................................................................................................7
2.2.1.3.Anglicanismo..................................................................................................................8
2.2.2.As causas da reforma.........................................................................................................9
2.2.3.Os principais reformadores................................................................................................9
2.2.4.Consequências da reforma e a Contra-Reforma..............................................................10
2.2.4.1.Deliberações do concílio...............................................................................................10
22.4.2.As lutas religiosas..........................................................................................................11
3.Consideraçoes Finais.............................................................................................................12
4.Referencias Bibliográficas.....................................................................................................13

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1.Introdução

A Reforma e a Contra-Reforma, conceitos que coincidem com o tema deste trabalho foram
movimentos sísmicos que abalaram o mundo religioso, político e social do século XVI.

Este trabalho tem por objectivo geral analisar detalhadamente as causa, os principais
reformadores, as consequências, as deliberações dos concílios e as lutas religiosas que
marcaram o período histórico do seculo XVI.

A Reforma, liderada por figuras como Martinho Lutero, João Calvino e Henrique VIII,
contestou a autoridade papal e os abusos financeiros e morais dentro da Igreja Católica
Romana. Inspirados por princípios como sola scriptura (a autoridade da Escritura Sagrada) e a
salvação pela fé, os reformadores buscaram uma fé mais autêntica e uma igreja mais
responsável perante Deus e a sociedade. Por outro lado, a Contra-Reforma, liderada pelo
Concílio de Trento e por figuras como Ignácio de Loyola, Teresa de Ávila e Francisco de
Sales, emergiu como uma resposta enérgica aos desafios apresentados pelos reformadores. A
Contra-Reforma buscou reformar internamente a Igreja Católica, reafirmando a autoridade
papal, promovendo a educação religiosa e combatendo heresias.

Em termos estruturais, o trabalho encontra-se organizado em:

 Introdução
 Desenvolvimento e
 Conclusão

Para mostrar a fidelidade na revisão da literatura, no final da ferramenta, são apresentadas as


referências bibliográficas

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1.1.Objetivos

Os objetivos constituem pontos de partida, premissas gerais do ponto pedagógico,


representam as exigências da sociedade em relação a escola, ao ensino, aos alunos e ao
mesmo tempo, refletem as opções políticas e pedagógicas dos agentes educativos em fase das
condições sociais existente na sociedade.

“Indicam o que se pretende conhecer, ou medir, ou provocar no decorrer da pesquisa, ou seja,


as metas que se desejam alcançar. Eles podem ser gerais e específicos. Assim, o presente
trabalho tem os seguintes objetivos, descriminados em:

1.1.1.Objetivo geral

 Descrever a reforma e a Contra-Reforma como eventos que marcaram o período histórico


do seculo XVI.

1.1.2.Objetivos específicos

 Definir o conceito de reforme e Contra-Reforma.


 Mencionar os principais reformadores
 Explicar as causas, as consequências, as deliberações dos concílios e as lutas religiosas
que marcaram o período das reformas.

1.3.Metodologia

A elaboração deste trabalho foi possível através da consulta de manuais e artigos encontrados
em páginas de internet o que indica que para a sua elaboração foi usada a pesquisa
bibliográfica como método base de Coleta de dados.

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2.A reforma e a Contra-Reforma

A Reforma e a Contrarreforma representam dois dos movimentos mais significativos na


história da Europa e da cristandade. A Reforma, iniciada no século XVI, desafiou a autoridade
e as práticas da Igreja Católica Romana, enquanto a Contrarreforma, liderada pela própria
Igreja Católica, buscou reformar-se internamente e combater as ideias reformistas.

Assim, de forma separada, podemos descrever esses dois movimentos da seguinte forma:

2.1.A reforma

A reforma foi um dos movimentos protestantes que caracterizou os seculos XVI e XVII na
Europa contra o regime da igreja católica. A reforma, refere-se ao questionamento e as
críticas as doutrinas, práticas e a autoridade da igreja católica romana que desfavorecia a uma
parte dos europeus.

Relativamente ao assunto, sem fugir do exposto a cima, Bezerra, [s.d.] Afirma que a Reforma
Protestante é o nome dado ao período histórico quando surgiram, a partir do rompimento com
a Igreja Católica, várias igrejas cristãs como a luterana, anglicana, calvinista, entre outras.

Ainda na mesma linha de ideia, Ferreira (s.d) reforça que:

A Reforma Protestante faz parte de novos movimentos intelectuais


vinculados ao capitalismo nascente, significando o enfraquecimento
gradual da Igreja Católica na Europa ocidental, com exceção da Itália,
Espanha e Portugal. Seu sucesso muito se deve a defesa de ideias que
beneficiavam a burguesia, sendo o calvinismo e a ética do lucro
baseado na predestinação do homem a principal causa para o sucesso da
difusão da Reforma.

2.2.A Contra-Reforma

A Contrarreforma, liderada pela própria Igreja Católica, buscou reformar-se internamente e


combater as ideias reformistas.

A expansão das doutrinas protestantes pela Europa gerou uma reação da


Igreja, que procurou reverter o quadro. Além de atuações contrárias à
difusão do protestantismo, denominadas contrarreforma, buscou
moralizar o clero, adotando medidas que compuseram a Reforma
católica. Uma iniciativa pioneira foi a fundação, em 1534, da
Companhia de Jesus, ordem religiosa criada pelo ex-soldado espanhol
Inácio de Loyola (1491-1556)

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Mas, de acordo com Ferreira,s.d), a Contra- Reforma, por sua vez, não destruiu o
protestantismo como pretendia, mas limitou sua expansão. O sucesso da Contra Reforma está
na América Latina, aonde as iniciativas dos jesuítas, nos séculos XVI e XVII fizeram da parte
sul do continente, o maior local de concentração de cristãos católicos do mundo.

2.2.1.As principais correntes reformistas

Neste processo das reformas, surgiram várias correntes que se opunham as acções da igreja
católica Romana. As mesmas são destacadas a seguir:

2.2.1.1.O Luteranismo

Segundo Bezerra (s.d), a reforma começou com Martin Lutherus (1483-1546), um membro do
clero e professor da Universidade de Wittenberg, agora Alemanha. Revoltado, Lutero
escreveu em documento que passaria à história com o nome de “95 teses” para que seus
alunos debaterem em aula. Ali, questionava o poder do Papa e a eficácia das indulgências.

Inicialmente, a Igreja Católica tratou da questão como se fosse mais uma discussão teológica
entre universitários. No entanto, graças à difusão da imprensa, as ideias de Lutero circularam
rapidamente. Por isso, em 1520, o papa Leão X exigiu a retratação de Lutero, que se negou a
fazê-lo. No ano seguinte, o imperador Carlos V convocou a "Dieta de Worms", uma reunião
de príncipes germânicos que considerou o monge como herege.

A literatura mostra que embora perseguido por suas ideias, parte da nobreza alemã começou a
simpatizar com Lutero. Tratava-se de pessoas que também queriam a renovação da Igreja
Católica. BEZERRA (s.d)

No entanto, o imperador Carlos V não admitia a dissidência em seus domínios e começou a


empreender guerras contra aqueles que apoiassem os luteranos. Os conflitos só terminaram
em 1555, pela "Paz de Augsburgo". Este acordo determinava que cada governante dentro do
Sacro Império poderia escolher sua religião e a de seus súditos.

2.2.1.2.O Calvinismo

Influenciado pelas idéias de Lutero, o francês João Calvino passou a divulgar uma nova
doutrina religiosa em Genebra, na Suíça. - Segundo ele, todos os homens estavam sujeitos à
vontade de Deus, sendo apenas alguns os predestinados a salvação (teoria da predestinação de
Santo Agostinho). (ALBERTO 2018,p.91)
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O sinal da graça divina estaria em uma vida cheia de virtudes, dentre as quais, o trabalho
diligente, a sobriedade e a parcimônia em relação aos bens materiais, ou seja, uma contenção
dos gastos.

A Bíblia era à base da doutrina, não sendo necessário um clero regular para interpretá-la. - Na
opinião de Calvino, quanto mais sucesso um homem detinha nos negócios, mais próximo da
graça de Deus, uma ética religiosa bem recebida pela burguesia da época, bastante
aproximada da ética do capitalismo emergente.

Em razão disso, o protestantismo de Calvino foi aquele que mais se expandiu pela Europa. -
Na França, os calvinistas eram chamados de Huguenotes (calvinistas confederados); na
Inglaterra, eram denominados de Puritanos (protestantes calvinistas radicais que buscavam a
essência das escrituras, defensores da pureza do indivíduo, da Igreja e dos valores da
burguesia); na Escócia, eram os Presbiterianos, ermo que advém da palavra grega presbyteros,
que significa ancião, utilizada na entrada das igrejas protestantes calvinistas da Escócia após a
difusão das novas ideias religiosas por John Knox, antigo aluno de Calvino. Em sua obra, “A
Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”, o pensador alemão, Max Weber traçou uma
relação estreita entre o calvinismo e o capitalismo em desenvolvimento. O calvinismo deu
sustentação ideológica para a burguesia buscar o lucro sem culpa, regrando os
comportamentos dessa classe social. Na verdade, o calvinismo não defendia um lucro
desenfreado e sem critério. Ao contrário, apregoava a diligência e a honestidade nos negócios,
o investimento na empresa e o corte de gastos, sem falar na ideia de que um homem
predestinado era bem-sucedido nos negócios, demarcando as diferenças entre os bem-
sucedidos e os maus sucedidos.

2.2.1.3.Anglicanismo

Afirma Ferreira (s;d) que o advento do anglicanismo relaciona-se aos interesses políticos e
econômicos do rei Henrique VIII, da dinastia Tudor, governante Inglês do século XVI. As
justificativas para o rompimento com a Igreja Católica estão vinculadas ao desejo de anulação
por parte do rei do casamento com Catarina de Aragão e a realização de uma nova união com
sua amante, Ana Bolena, prática essa proibida pelo catolicismo.

Muito se fala no casamento de Henrique VIII com Ana Bolena, visto que foi o estopim para a
criação da Igreja Anglicana. O rei queria muito um herdeiro homem e culpava sua esposa,
Catarina de Aragão por não ter lhe dado um varão. Mas é preciso ter cuidado, pois os
interesses do rei eram mais complexos, visto que com a nova Igreja ele teria mais poder
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ideológico sobre seus súditos, além do fato de expropriar os bens da Igreja católica no reino, o
que lhe dava recursos para governar. - Podemos definir, no entanto, duas causas imediatas
para a ação de Henrique VIII: fortalecimento de seu poder absolutista e desejo de incrementar
os cofres da coroa inglesa. - O desejo de se separar de Catarina e se casar com Bolena
vincula-se ao fato da primeira não conseguir conceber um herdeiro homem para o rei,
levando-o a tentar conceber um novo herdeiro com a nova esposa. - O anglicanismo se
assemelha ao catolicismo porque mantêm imagens em seus cultos (ícones, renegados por
Lutero e por Calvino) bem como um clero regular e secular submetido à autoridade do rei
inglês, maior autoridade da nova religião. - Aproxima-se, porém da doutrina calvinista da
predestinação, servindo aos interesses do rei absolutista, mas também as expectativas da
ascendente burguesia inglesa.

2.2.2.As causas da reforma

A Reforma foi impulsionada por uma série de fatores que minaram a autoridade e a
legitimidade da Igreja Católica Romana. Entre as principais causas, destacam-se:

 Corrupção na Igreja: A corrupção generalizada dentro da hierarquia eclesiástica, incluindo


a venda de indulgências e a simonia, minou a moralidade da igreja aos olhos de muitos
fiéis.
 Distância entre o Clero e os Fiéis: O afastamento do clero das necessidades espirituais e
materiais das comunidades locais levou a um crescente descontentamento entre os fiéis.
 Acesso à Bíblia: A falta de acesso direto à Bíblia para os fiéis comuns impediu que
questionassem as interpretações e práticas da Igreja.
 Ressurgimento do Humanismo: O ressurgimento do pensamento humanista durante o
Renascimento estimulou a crítica aos dogmas e práticas da igreja, promovendo uma busca
por uma compreensão mais racional e pessoal da fé.

2.2.3.Os principais reformadores

Os principais líderes da Reforma foram figuras notáveis que desafiaram abertamente a


autoridade da Igreja Católica e promoveram uma reforma religiosa. Entre os reformadores
mais proeminentes estão:

 Martinho Lutero: Um monge e professor alemão cuja publicação das 95 Teses em 1517 é
amplamente considerada o ponto de partida da Reforma Protestante.

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 João Calvino: Um teólogo francês cujas ideias reformistas deram origem ao Calvinismo,
uma das principais tradições protestantes.
 Ulrico Zuínglio: Um líder reformador suíço que desafiou as práticas da Igreja Católica e
promoveu a reforma religiosa em Zurique.
 Tomás de Aquino: Um líder reformador inglês que desafiou a autoridade papal e
promoveu uma igreja nacional independente da autoridade romana.

2.2.4.Consequências da reforma e a Contra-Reforma

A Reforma teve consequências profundas e duradouras em toda a Europa, incluindo:

 Divisão da Cristandade: A Reforma dividiu a cristandade ocidental entre católicos e


protestantes, criando tensões religiosas que perduraram por séculos.
 Conflitos Políticos e Sociais: As divisões religiosas resultaram em conflitos políticos e
sociais, como as Guerras de Religião na França e na Alemanha, que causaram devastação
e sofrimento em toda a Europa.
 Educação e Alfabetização: A Reforma estimulou a educação e a alfabetização entre a
população, promovendo uma maior compreensão da fé e incentivando a disseminação das
ideias reformistas.
 Surgimento de Novas Denominações: A Reforma deu origem a uma variedade de novas
denominações protestantes, cada uma com suas próprias doutrinas e práticas religiosas.

2.2.4.1.Deliberações do concílio

Segundo Alberto (2018,p.95), no ano de 1545, o papa Paulo III convocou um concílio
(reunião de bispos), cujas primeiras reuniões foram realizadas na cidade de Trento, na Itália
reagindo às ideias protestantes, reafirmando diversos pontos da doutrina católica, como por
exemplo:

I. A salvação humana: depende da fé e das boas obras humanas. Rejeita-se, portanto a


doutrina da predestinação;

II. A fonte da fé: o dogma religioso tem como fonte a Bíblia (cabendo à Igreja dar-lhe a
interpretação correta) e a tradição religiosa (conservada e transmitida pela igreja). O papa
reafirmava sua posição de sucessor de Pedro, a quem Jesus Cristo confiou a construção de sua
Igreja;

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III. A missa e a presença de Cristo: a Igreja reafirmou que no acto da eucaristia ocorria a
presença de Jesus no Pão e no Vinho. Essa presença real de Cristo era rejeitada pelos
protestantes.

O Concílio de Trento determinou, ainda, a elaboração de um catecismo com os pontos


fundamentais da doutrina católica, a criação de seminários para a formação dos sacerdotes e
manutenção dos celibatos sacerdotal.

22.4.2.As lutas religiosas

As lutas religiosas foram uma consequência inevitável da Reforma, resultando em conflitos


armados em toda a Europa. Um dos conflitos mais prolongados foi a Guerra dos Trinta Anos
(1618-1648), que envolveu grande parte da Europa Central e resultou em devastação e
sofrimento generalizados. Essas guerras só foram encerradas com a assinatura da Paz de
Westfália, que reconheceu formalmente a coexistência de estados católicos e protestantes.

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3.Consideraçoes Finais

Feita a revisão da literatura que permitiu a fundamentação teórica e a composição deste


trabalho, conclui-se a partir da compreensão do autor condicionada pela leitura atenciosa feita
que a Reforma e a Contra-Reforma foram movimentos dinâmicos e interligados que deixaram
um legado profundo na história religiosa, política e cultural do mundo ocidental.

A Reforma desafiou a autoridade estabelecida e promoveu princípios de liberdade religiosa e


responsabilidade individual, enquanto a Contra-Reforma buscou revitalizar e reformar
internamente a Igreja Católica, promovendo a unidade e a ortodoxia. Embora esses
movimentos tenham provocado conflitos e divisões, também estimularam o desenvolvimento
de novas formas de pensamento religioso, político e cultural, moldando o mundo moderno de
maneiras profundas e duradouras.

A Reforma e a Contra-Reforma continuam a ser objetos de estudo e reflexão, destacando a


complexidade e a riqueza da experiência humana na busca pela verdade espiritual e religiosa.

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4.Referencias Bibliográficas

 ALBERTO, L. D. (2018). Manual de história medieval - Curso de licenciatura em ensino


de história. UnISCED – BEIRA
 BEZERRA, J. [s.d.]. Reforma e Contrarreforma. Toda Matéria Disponível em:
https://www.todamateria.com.br/reforma-e-contrarreforma/. Acesso em: 14 mar. 2024
 FERREIRA, D. (s.d). A Reforma e Contrarreforma. Artigo científico. Colégio Gonzaga

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