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O objetivo principal das reformas religiosas era promover mudanças significativas dentro da
Igreja Católica, a fim de restaurar a pureza do cristianismo primitivo e renovar a fé dos
crentes. Os reformadores, liderados por figuras como Martinho Lutero, João Calvino e Ulrico
Zuínglio, contestaram doutrinas e práticas estabelecidas pela Igreja, propondo reformas
fundamentadas em princípios bíblicos e em uma relação mais direta entre o indivíduo e Deus.
Por exemplo, Martinho Lutero, um monge alemão, questionou a venda de indulgências, que
era a prática de oferecer perdão dos pecados em troca de doações financeiras à Igreja. Ele
defendeu o princípio da justificação pela fé, argumentando que a salvação era alcançada
apenas pela fé em Deus, e não por obras ou penitências. Lutero também traduziu a Bíblia para
o alemão, permitindo que as pessoas lessem e interpretassem as Escrituras por si mesmas,
desafiando a autoridade exclusiva da Igreja na interpretação dos textos sagrados.
Contra-reforma
Um dos principais eventos da Contra-Reforma foi o Concílio de Trento, realizado entre 1545
e 1563. Esse concílio ecumênico teve como objetivo abordar as críticas feitas pelos
reformadores e reafirmar os dogmas e ensinamentos da Igreja Católica. No Concílio de
Trento, foram discutidas questões como a autoridade da Igreja, a interpretação das Escrituras,
a salvação, os sacramentos e a disciplina clerical. As decisões tomadas no concílio foram
fundamentais para definir o catolicismo no período pós-Reforma.
Outra medida adotada pela Igreja Católica durante a Contra-Reforma foi a criação da
Companhia de Jesus, conhecida como Ordem dos Jesuítas. Fundada por Inácio de Loyola em
1534, a Ordem dos Jesuítas se tornou uma poderosa força missionária e educacional,
contribuindo para a expansão do catolicismo em todo o mundo e combatendo as ideias
protestantes por meio de pregação, ensino e missões.
Além disso, a Igreja reafirmou a importância dos sacramentos, incentivou a devoção mariana
e promoveu a arte e a arquitetura como ferramentas para expressar a grandiosidade e a
riqueza da fé católica. Exemplos notáveis da arte barroca, com sua ênfase na emotividade e
na espiritualidade, surgiram durante esse período como uma resposta visual à Reforma
Protestante.
Martinho Lutero foi o líder e principal figura do movimento reformista conhecido como
luteranismo, uma das correntes mais influentes das reformas religiosas do século XVI. Lutero
era um monge alemão e professor de teologia na Universidade de Wittenberg. Suas críticas e
propostas de reforma tiveram um impacto profundo na Igreja Católica e deram origem a uma
nova tradição religiosa.
Uma das principais críticas de Lutero à Igreja Católica estava relacionada à prática da venda
de indulgências. As indulgências eram certificados vendidos pela Igreja que prometiam o
perdão dos pecados e a redução do tempo de punição no purgatório. Lutero considerava essa
prática como uma distorção da doutrina cristã, alegando que a salvação não poderia ser
alcançada através de pagamentos financeiros, mas somente pela fé em Deus.
Além disso, Lutero questionava a autoridade papal e as tradições estabelecidas pela Igreja,
defendendo o retorno à autoridade suprema das Escrituras Sagradas. Ele acreditava que a
Bíblia era a fonte definitiva de revelação divina e que cada indivíduo deveria ter acesso direto
e interpretar as Escrituras por si mesmo, em vez de depender da interpretação exclusiva da
Igreja.
Uma das doutrinas centrais do luteranismo é a "justificação pela fé". Lutero argumentava que
a salvação era obtida unicamente pela fé em Deus, e não pelas obras ou méritos humanos. Ele
afirmava que os seres humanos são justificados perante Deus somente pela graça divina,
recebida por meio da fé, e não por qualquer mérito próprio. Essa doutrina desafiava a visão
tradicional da Igreja Católica de que as boas obras e os sacramentos eram necessários para a
salvação.
Outra contribuição significativa de Lutero foi a tradução da Bíblia para o alemão, tornando-a
acessível ao povo comum. Essa tradução permitiu que os fiéis lessem e interpretassem as
Escrituras por si mesmos, estimulando a disseminação das ideias reformistas.
João Calvino foi um teólogo francês e líder do movimento reformista conhecido como
calvinismo. Suas ideias exerceram uma influência profunda não apenas nas reformas
religiosas do século XVI, mas também no desenvolvimento do pensamento teológico e na
organização da sociedade em várias regiões da Europa.
Outro conceito central do calvinismo é a teoria da soberania de Deus. Calvino acreditava que
Deus governa sobre todas as coisas, incluindo a história humana, de acordo com a sua
vontade. Nessa visão, Deus possui controle absoluto sobre o destino do universo e de cada
indivíduo. Essa ênfase na soberania divina influenciou a compreensão calvinista sobre a
providência de Deus, a predestinação e a responsabilidade humana.
O calvinismo teve um impacto significativo em várias esferas da sociedade. Suas ideias sobre
a predestinação e a soberania de Deus influenciaram a teologia, a filosofia e até mesmo a
política. O calvinismo foi adotado como a religião oficial de várias regiões, como a Suíça, a
Escócia e partes da França e dos Países Baixos. Além disso, as comunidades calvinistas
enfatizavam a disciplina, o trabalho árduo e a ética do dever, contribuindo para o
desenvolvimento do capitalismo e da ética protestante do trabalho.
O anglicanismo teve sua origem no século XVI, na Inglaterra, com o rei Henrique VIII. A
separação da Igreja Anglicana da autoridade papal foi resultado de uma série de eventos e
motivos políticos, religiosos e pessoais.
Henrique VIII, inicialmente um fervoroso defensor da Igreja Católica, entrou em conflito com
o Papa Clemente VII devido à sua busca por um divórcio com Catarina de Aragão, sua
primeira esposa, que não havia lhe dado um herdeiro masculino. Como o Papa se recusou a
anular o casamento, Henrique VIII, em um movimento de autoproclamação de autoridade
religiosa, promoveu o Ato de Supremacia em 1534. Esse ato declarou o rei como o líder
supremo da Igreja da Inglaterra, separando-a da autoridade papal.
Uma das principais características do anglicanismo é a sua posição teológica chamada de "via
média" ou "compreensiva". O anglicanismo procura um equilíbrio entre elementos católicos e
protestantes, buscando uma abordagem inclusiva que permita uma ampla gama de crenças e
práticas dentro da mesma igreja.
No que diz respeito à liturgia, a Igreja Anglicana mantém uma tradição rica e formal, com
influências tanto católicas quanto protestantes. O Livro de Oração Comum, introduzido pela
primeira vez em 1549, é uma das principais obras litúrgicas do anglicanismo, fornecendo
uma estrutura para serviços religiosos.