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Escola secundaria 12 de outubro

Trabalho em grupo de historia


9a classe/ Turma 5

Nomes dos elementos do grupo:


1. Magito Mussa Momade ( 83)
2. Lúcio Leonel Namuquita (79)
3. Graciela da Fátima (54)
4. Esther Ricardo
5. Luísa Salino (81)

Docente:……………………………………….…

Nampula aos 24 de maio de 2023


Índice
Reformas religiosas1
Movimentos da reforma religiosa2
Contra-reforma2
Luteralismo3
Calvinismo4
Anglicanismo5
Introdução

No século XVI, a Europa Ocidental testemunhou um período de intensa transformação


religiosa que ficou conhecido como as Reformas Religiosas. Essas reformas tiveram um
impacto significativo não apenas na esfera religiosa, mas também no cenário político, social e
cultural da época. Marcadas por debates teológicos e conflitos, as reformas religiosas
trouxeram desafios às estruturas e doutrinas estabelecidas pela Igreja Católica Romana,
abrindo caminho para o surgimento de novas correntes de pensamento e práticas religiosas.
Nesta pesquisa, exploraremos as principais reformas religiosas que ocorreram nesse período e
examinaremos suas consequências duradouras na Europa Ocidental.
Reformas religiosas

As reformas religiosas foram movimentos de grande importância histórica que buscaram


reformar as práticas e doutrinas da Igreja Católica durante o século XVI. Essas reformas
foram motivadas por uma série de fatores, como insatisfação com a corrupção clerical,
abusos de poder, venda de indulgências e distanciamento entre a Igreja e os fiéis.

O objetivo principal das reformas religiosas era promover mudanças significativas dentro da
Igreja Católica, a fim de restaurar a pureza do cristianismo primitivo e renovar a fé dos
crentes. Os reformadores, liderados por figuras como Martinho Lutero, João Calvino e Ulrico
Zuínglio, contestaram doutrinas e práticas estabelecidas pela Igreja, propondo reformas
fundamentadas em princípios bíblicos e em uma relação mais direta entre o indivíduo e Deus.

Por exemplo, Martinho Lutero, um monge alemão, questionou a venda de indulgências, que
era a prática de oferecer perdão dos pecados em troca de doações financeiras à Igreja. Ele
defendeu o princípio da justificação pela fé, argumentando que a salvação era alcançada
apenas pela fé em Deus, e não por obras ou penitências. Lutero também traduziu a Bíblia para
o alemão, permitindo que as pessoas lessem e interpretassem as Escrituras por si mesmas,
desafiando a autoridade exclusiva da Igreja na interpretação dos textos sagrados.

Da mesma forma, João Calvino, influente reformador suíço, promoveu a ideia da


predestinação, segundo a qual Deus predestina alguns indivíduos à salvação e outros à
condenação. Ele também enfatizou a importância da disciplina moral e da ética na vida dos
fiéis.

Essas reformas religiosas desencadearam uma série de conflitos e divisões na Europa,


resultando na formação de novas denominações cristãs, como o luteranismo, o calvinismo e o
anglicanismo. As reformas também tiveram impactos significativos nas esferas política,
social e cultural, uma vez que desafiaram o monopólio da Igreja Católica Romana e
influenciaram a formação de identidades nacionais.
movimentos da reforma religiosa

Na reforma religiosa, existem diferentes correntes e movimentos que surgiram como


resultado das mudanças ocorridas no século XVI. Sendo elas:

Contra-reforma

A Contra-Reforma, também conhecida como Reforma Católica, foi a resposta da Igreja


Católica às reformas protestantes que surgiram no século XVI. A Igreja reconheceu a ameaça
representada pelos movimentos reformistas e adotou uma série de medidas para reafirmar sua
autoridade e combater as ideias protestantes.

Um dos principais eventos da Contra-Reforma foi o Concílio de Trento, realizado entre 1545
e 1563. Esse concílio ecumênico teve como objetivo abordar as críticas feitas pelos
reformadores e reafirmar os dogmas e ensinamentos da Igreja Católica. No Concílio de
Trento, foram discutidas questões como a autoridade da Igreja, a interpretação das Escrituras,
a salvação, os sacramentos e a disciplina clerical. As decisões tomadas no concílio foram
fundamentais para definir o catolicismo no período pós-Reforma.

Além do Concílio de Trento, líderes importantes desempenharam papéis cruciais na Contra-


Reforma. Um exemplo é o Papa Paulo III, que convocou o Concílio de Trento e iniciou uma
série de reformas internas na Igreja, visando a moralização do clero e a erradicação da
corrupção. O Papa Paulo IV também teve um papel significativo, estabelecendo o Index
Librorum Prohibitorum, um índice de livros proibidos pela Igreja Católica devido a seu
conteúdo considerado herético.

Outra medida adotada pela Igreja Católica durante a Contra-Reforma foi a criação da
Companhia de Jesus, conhecida como Ordem dos Jesuítas. Fundada por Inácio de Loyola em
1534, a Ordem dos Jesuítas se tornou uma poderosa força missionária e educacional,
contribuindo para a expansão do catolicismo em todo o mundo e combatendo as ideias
protestantes por meio de pregação, ensino e missões.

Além disso, a Igreja reafirmou a importância dos sacramentos, incentivou a devoção mariana
e promoveu a arte e a arquitetura como ferramentas para expressar a grandiosidade e a
riqueza da fé católica. Exemplos notáveis da arte barroca, com sua ênfase na emotividade e
na espiritualidade, surgiram durante esse período como uma resposta visual à Reforma
Protestante.

Em resumo, a Contra-Reforma foi a resposta da Igreja Católica às reformas protestantes. Ela


foi marcada pelo Concílio de Trento, pela ação de líderes como os papas Paulo III e Paulo IV,
pela fundação dos Jesuítas e por medidas como a criação do Index Librorum Prohibitorum. A
Contra-Reforma reafirmou a autoridade e os ensinamentos da Igreja Católica, buscando
combater as ideias protestantes e restaurar a unidade religiosa na Europa.
Luteranismo

Martinho Lutero foi o líder e principal figura do movimento reformista conhecido como
luteranismo, uma das correntes mais influentes das reformas religiosas do século XVI. Lutero
era um monge alemão e professor de teologia na Universidade de Wittenberg. Suas críticas e
propostas de reforma tiveram um impacto profundo na Igreja Católica e deram origem a uma
nova tradição religiosa.

Uma das principais críticas de Lutero à Igreja Católica estava relacionada à prática da venda
de indulgências. As indulgências eram certificados vendidos pela Igreja que prometiam o
perdão dos pecados e a redução do tempo de punição no purgatório. Lutero considerava essa
prática como uma distorção da doutrina cristã, alegando que a salvação não poderia ser
alcançada através de pagamentos financeiros, mas somente pela fé em Deus.

Além disso, Lutero questionava a autoridade papal e as tradições estabelecidas pela Igreja,
defendendo o retorno à autoridade suprema das Escrituras Sagradas. Ele acreditava que a
Bíblia era a fonte definitiva de revelação divina e que cada indivíduo deveria ter acesso direto
e interpretar as Escrituras por si mesmo, em vez de depender da interpretação exclusiva da
Igreja.

Uma das doutrinas centrais do luteranismo é a "justificação pela fé". Lutero argumentava que
a salvação era obtida unicamente pela fé em Deus, e não pelas obras ou méritos humanos. Ele
afirmava que os seres humanos são justificados perante Deus somente pela graça divina,
recebida por meio da fé, e não por qualquer mérito próprio. Essa doutrina desafiava a visão
tradicional da Igreja Católica de que as boas obras e os sacramentos eram necessários para a
salvação.

Outra contribuição significativa de Lutero foi a tradução da Bíblia para o alemão, tornando-a
acessível ao povo comum. Essa tradução permitiu que os fiéis lessem e interpretassem as
Escrituras por si mesmos, estimulando a disseminação das ideias reformistas.

Em suma, Martinho Lutero desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento do


luteranismo. Suas críticas à venda de indulgências e sua defesa da justificação pela fé
provocaram uma ruptura com a Igreja Católica e estabeleceram os princípios fundamentais do
movimento reformista. O luteranismo enfatiza a supremacia das Escrituras Sagradas e a
importância da fé como meio de alcançar a salvação, influenciando significativamente o
cenário religioso e social da Europa no século XVI e além.
Calvinismo

João Calvino foi um teólogo francês e líder do movimento reformista conhecido como
calvinismo. Suas ideias exerceram uma influência profunda não apenas nas reformas
religiosas do século XVI, mas também no desenvolvimento do pensamento teológico e na
organização da sociedade em várias regiões da Europa.

Um dos principais conceitos do calvinismo é a doutrina da predestinação. Calvino defendia a


ideia de que Deus, em sua soberania absoluta, predestinou previamente quem seria salvo e
quem seria condenado. De acordo com essa doutrina, a salvação não depende das ações ou
méritos humanos, mas é determinada exclusivamente pela vontade de Deus. Os eleitos, ou
seja, aqueles que Deus escolheu para a salvação, são destinados a receber a graça divina,
enquanto os réprobos são condenados à perdição eterna.

Outro conceito central do calvinismo é a teoria da soberania de Deus. Calvino acreditava que
Deus governa sobre todas as coisas, incluindo a história humana, de acordo com a sua
vontade. Nessa visão, Deus possui controle absoluto sobre o destino do universo e de cada
indivíduo. Essa ênfase na soberania divina influenciou a compreensão calvinista sobre a
providência de Deus, a predestinação e a responsabilidade humana.

Além disso, o calvinismo enfatiza a importância da vida piedosa e da disciplina moral.


Calvino defendia uma ética rigorosa baseada na obediência aos mandamentos de Deus e na
busca da santidade em todos os aspectos da vida. Ele também promoveu uma forma de
governo eclesiástico conhecida como presbiterianismo, em que a igreja é organizada em
níveis hierárquicos com presbíteros eleitos para governar e tomar decisões.

O calvinismo teve um impacto significativo em várias esferas da sociedade. Suas ideias sobre
a predestinação e a soberania de Deus influenciaram a teologia, a filosofia e até mesmo a
política. O calvinismo foi adotado como a religião oficial de várias regiões, como a Suíça, a
Escócia e partes da França e dos Países Baixos. Além disso, as comunidades calvinistas
enfatizavam a disciplina, o trabalho árduo e a ética do dever, contribuindo para o
desenvolvimento do capitalismo e da ética protestante do trabalho.

Em resumo, João Calvino desempenhou um papel central no desenvolvimento do calvinismo,


um movimento reformista que enfatizava a doutrina da predestinação e a soberania de Deus.
Suas ideias tiveram um impacto duradouro na teologia, na organização da igreja e na
sociedade europeia, influenciando a compreensão da fé, da moralidade e da governança em
várias regiões do continente.
Anglicanismo

O anglicanismo teve sua origem no século XVI, na Inglaterra, com o rei Henrique VIII. A
separação da Igreja Anglicana da autoridade papal foi resultado de uma série de eventos e
motivos políticos, religiosos e pessoais.

Henrique VIII, inicialmente um fervoroso defensor da Igreja Católica, entrou em conflito com
o Papa Clemente VII devido à sua busca por um divórcio com Catarina de Aragão, sua
primeira esposa, que não havia lhe dado um herdeiro masculino. Como o Papa se recusou a
anular o casamento, Henrique VIII, em um movimento de autoproclamação de autoridade
religiosa, promoveu o Ato de Supremacia em 1534. Esse ato declarou o rei como o líder
supremo da Igreja da Inglaterra, separando-a da autoridade papal.

O anglicanismo, portanto, tornou-se a igreja estabelecida da Inglaterra, com o monarca


exercendo poderes tanto seculares quanto religiosos. No entanto, é importante ressaltar que o
anglicanismo manteve muitas semelhanças com a Igreja Católica em termos de doutrina,
sacramentos e liturgia. Essa característica distingue o anglicanismo tanto do catolicismo
quanto do protestantismo mais radical.

Uma das principais características do anglicanismo é a sua posição teológica chamada de "via
média" ou "compreensiva". O anglicanismo procura um equilíbrio entre elementos católicos e
protestantes, buscando uma abordagem inclusiva que permita uma ampla gama de crenças e
práticas dentro da mesma igreja.

No que diz respeito à liturgia, a Igreja Anglicana mantém uma tradição rica e formal, com
influências tanto católicas quanto protestantes. O Livro de Oração Comum, introduzido pela
primeira vez em 1549, é uma das principais obras litúrgicas do anglicanismo, fornecendo
uma estrutura para serviços religiosos.

Em termos de doutrina, o anglicanismo enfatiza a autoridade das Escrituras Sagradas, o credo


apostólico e a tradição da igreja primitiva. No entanto, há uma ampla diversidade de opiniões
e interpretações dentro da Igreja Anglicana, o que reflete sua natureza inclusiva e sua
abertura a diferentes perspectivas teológicas.

Em contraste com o catolicismo romano, a Igreja Anglicana rejeitou a autoridade papal, o


dogma da infalibilidade papal e certas práticas católicas, como a veneração dos santos e a
crença na transubstanciação. Por outro lado, o anglicanismo difere do protestantismo mais
radical, como o luteranismo ou o calvinismo, ao manter elementos da liturgia tradicional e
uma estrutura episcopal de governo.
Conclusão

Em conclusão, as reformas religiosas do século XVI desencadearam mudanças profundas na


Europa Ocidental. Elas desafiaram a hegemonia da Igreja Católica, estabeleceram novas
tradições religiosas e deixaram um legado de diversidade religiosa, pluralismo teológico e
influência cultural duradoura. As reformas religiosas moldaram a história europeia e
continuam a influenciar o cenário religioso atual, ressaltando a importância de questionar,
reformar e buscar uma compreensão mais profunda da fé e da prática religiosa.
Bibliografia

1. MacCulloch, Diarmaid. "A Reforma: Uma História" (Editora Objetiva, 2004)


2. Hillerbrand, Hans J. "The Oxford Encyclopedia of the Reformation" (Oxford University
Press, 1996)
3. Bagchi, David V. N. "The Cambridge Companion to Reformation Theology" (Cambridge
University Press, 2004)
4. Pelikan, Jaroslav. "Reformation of Church and Dogma (1300-1700)" (The University of
Chicago Press, 1984)
5. McGrath, Alister E. "Reformation Thought: An Introduction" (John Wiley & Sons, 2012)
6. Chadwick, Owen. "The Reformation" (Penguin Books, 1990)
7. Cameron, Euan. "The European Reformation" (Oxford University Press, 1991)
8. Dickens, A. G. "The English Reformation" (B. T. Batsford Ltd., 1991)

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