Este documento resume uma disciplina sobre a História da Igreja Moderna e Contemporânea desde a Reforma Protestante até o cristianismo do século XX. Aborda temas como Lutero e a Reforma Protestante, João Calvino, o Puritanismo, o Pietismo, o Metodismo e o avivamento religioso nos Estados Unidos.
Este documento resume uma disciplina sobre a História da Igreja Moderna e Contemporânea desde a Reforma Protestante até o cristianismo do século XX. Aborda temas como Lutero e a Reforma Protestante, João Calvino, o Puritanismo, o Pietismo, o Metodismo e o avivamento religioso nos Estados Unidos.
Este documento resume uma disciplina sobre a História da Igreja Moderna e Contemporânea desde a Reforma Protestante até o cristianismo do século XX. Aborda temas como Lutero e a Reforma Protestante, João Calvino, o Puritanismo, o Pietismo, o Metodismo e o avivamento religioso nos Estados Unidos.
Disciplina: História da Igreja Moderna e Contemporânea
Docente: Marcelo Santos – Discente: Pablo Rodrigo Ferreira
SÍNTESE DO CONTEÚDO UNIDADE CURRICULAR
A disciplina História da Igreja Moderna e Contemporânea se caracterizou como um
conjunto de importantes recortes históricos, trabalhados pelo professor Marcelo Santos, do período entre a Reforma Protestante, do século XVI, até o cristianismo do século XX, com destaque para as mudanças do catolicismo na América Latina e o desenvolvimento do Pentecostalismo. Nessa síntese, encontra-se os principais apontamentos realizados pelo professor, a começar pelos antecedentes da Reforma Protestante, que contribuíram para a melhor compreensão do desenvolvimento teológico-doutrinário e da práxis da Igreja Romana, que passou a ser questionada por um grupo da própria Igreja. A esse respeito, vale a menção da oposição à cobrança de indulgências, um dos desvios apontados pelas 95 teses de Lutero, frade agostiniano, doutor e professor em Teologia na cidade de Wittenberg, que formalizou publicamente as suas críticas à Igreja de Roma em 31 de outubro, de 1517, o que desencadeou vários movimentos reformistas por muitas regiões da Europa. Movido pelo intuito de produzir uma reforma dentro da Igreja Romana, Lutero acabou produzindo uma considerável rearranjo político-social na Europa, a começar no Império Romano Germânico, já que apoiado pelo príncipe Frederico da Saxônia, conseguiu mais liberdade e condições de se manter em oposição à Igreja Romana, na Dieta de Worms, em 1521, quando notabilizou na história a sua declaração: “Minha consciência se mantém cativa à Palavra de Deus”. Apesar do seu ímpeto doutrinário-teológico contra Roma, alguns relatos históricos atribuem a Lutero a negligência que levou o massacre dos camponeses pelos nobres alemães, em 1525 – uma mancha no ministério do reformador –, que conduziu muitos camponeses ao retorno ao catolicismo ou à adesão ao movimento anabatista revolucionário. Todavia, a partir da Paz de Augsburg, de 1530, a nobreza apoiada por Lutero resistiu às tentativas do imperador Carlos V de manter o domínio da Igreja Romana sobre os germânicos, conquistando a liberdade religiosa na Alemanha e permitindo o reconhecimento da declaração de fé protestante. Dentre os movimentos reformistas desencadeados pelo luteranismo, se destacou aqueles desenvolvidos a partir da Suíça; primeiramente, em Zurique, com Ulrich Disciplina: História da Igreja Moderna e Contemporânea Docente: Marcelo Santos – Discente: Pablo Rodrigo Ferreira
Zwínglio, seguido pelos dissidentes de Zurique, os anabatistas, e, também, a
influência de João Calvino, a partir de Genebra. Sobre Zwínglio, foi apontado a sua influência humanista, que o levou a defender a Bíblia como a única fonte segura de fé, o batismo mediante a fé, e a presença espiritual de Cristo entre os crentes, ao contrário da defesa de Lutero da presença literal de Cristo nos elementos da ceia. Sobre os anabatistas, conhecidos pela Reforma Radical, especialmente por sua postura mais incisiva contra a união da Igreja e do Estado, se destacou a perseguição desse grupo por parte de católicos e até mesmo de outras vertentes reformistas, que consideravam o seu radicalismo uma ameaça ao progresso da Reforma. Ainda sobre os anabatistas, mesmo que tenham sido apontados alguns exageros que culminaram em seitas, como a liderada por João de Leiden na cidade de Münster, o movimento também produziu movimentos mais equilibrados, ainda que mais isolados do convívio social, como os menonitas, que se fortaleceu na Holanda e na Alemanha, mas devido as perseguições se espalhou pela Europa, chegando até a América. Outro movimento decorrente da Reforma Protestante aconteceu na Inglaterra, do século XVI, com a criação da Igreja Anglicana pelo rei Henrique VIII, que estabeleceu mais uma reorganização política do que uma reforma religiosa, já que em termos doutrinário-teológicos a nova igreja não se distanciou muito da Igreja Romana. A respeito da Reforma Anglicana, também, se destacou a perseguição que o protestantismo não-anglicano enfrentou sobre a vigência anglicana e católica na Inglaterra; eventos, que posteriormente, levariam um expressivo número de calvinistas – conhecidos como puritanos, por terem reivindicado uma pureza doutrinária na Igreja Anglicana – à migração para outros países europeus, como a Holanda, e para a América do Norte. Além do surgimento e fortalecimento do protestantismo, a disciplina também apresentou um breve recorte da Reforma Católica, que segundo o professor, mesmo que alguns historiadores tentem afirmar um movimento natural dentro da Igreja Romana, é melhor intitulado como Contra Reforma, já que os eventos a seu respeito têm muito mais evidências de uma reação ao movimento protestante do que uma ação voluntária de Roma. A esse respeito, destacou-se o Concílio de Trento e algumas das suas principais medidas de contenção do protestantismo e reafirmação da autoridade da Igreja Católica, como: a moralização do clero e a extinção das indulgências; a Disciplina: História da Igreja Moderna e Contemporânea Docente: Marcelo Santos – Discente: Pablo Rodrigo Ferreira
criação de ordens monásticas – jesuítas, carmelitas etc. – no intuito de propagar a fé
romana; a rejeição de todas as defesas doutrinárias dos protestantes; entre outras. De volta ao protestantismo, a disciplina proporcionou um olhar mais atento ao puritanismo inglês, do século XVII. Sobre esse movimento, vale o destaque do professor Santos sobre o seu fim, enquanto tentativa de reforma da Igreja Anglicana, e a sua consolidação como um movimento separatista. A partir do Ato de Uniformidade da Igreja Anglicana, em 1662, um expressivo grupo foi expulso do anglicanismo, passando a se firmar sobre os preceitos calvinistas, que já os regiam antes mesmo da restauração monárquica dos Stuarts, em 1660, que historicamente – desde o início do século – se consolidaram como incisivos opositores da teologia reformada. A respeito das denominações separatistas inglesas, se destacou os presbiterianos, os congregacionais e os batistas. Tratado do puritanismo inglês, passou-se a tratar de outro movimento relevante na Europa: o pietismo. Para melhor compreender as suas características, o professor apresentou um dos seus principais antecedentes, a Guerra dos Trinta Anos, em que um dos principais motivos foi a divergência religiosa-territorial entre o protestantismo e o catolicismo, envolvendo o Império Romano-Germânico, França, Suécia e Dinamarca. A partir da Paz de Westphalia, em 1648, o protestantismo se consolidou num cenário político-territorial, assumindo muito mais contornos institucional e intelectual do que devocional e espiritual. Diante desse cenário de apatia espiritual da população, particularmente no âmbito luterano, surgiu um movimento de resgate da piedade cristã, daí o nome Pietismo. Dentre os líderes do pietismo, se destacou Philip Jacob Spener, autor da “Pia Desideria”, de 1675, ressaltando as experiências espirituais dos crentes, num movimento de resgate da espiritualidade para a teologia, já que a religião havia se enveredado por caminhos muito acadêmicos e intelectuais. A partir dessa iniciativa, pôde se identificar o avanço pietista entre os morávios, particularmente pela influência do Conde Zizendorf, e o seu legado, que posteriormente alcançou John Wesley, na Inglaterra. Ainda sobre o pietismo, vale os apontamentos realizados em aula, que produziram reflexões sobre a capacidade dos tempos de influenciar a produção doutrinária-teológica. O pietismo, por ter ressaltado a experiência pessoal da fé, acabou por oportunizar muitos desvios bíblico-doutrinários, atualmente, encontrados em movimentos contemporâneos, como o pentecostalismo e neopentecostalismo. Disciplina: História da Igreja Moderna e Contemporânea Docente: Marcelo Santos – Discente: Pablo Rodrigo Ferreira
O próximo recorte da disciplina foi o metodismo wesleyano, observado na Inglaterra,
dessa vez, no século XVIII, quando John Wesley, junto a Charles Wesley e George Whitefield, inaugurou o movimento de renovação espiritual universitária e a realização de ações sociais que comprovasse a nova vida cristã. A partir da influência dos morávios sobre John Wesley, o movimento começou a enfatizar as experiências do novo nascimento pelo mover do Espírito Santo, assumindo contornos pietistas, o que distanciou Whitefield das propostas de Wesley. A partir daí, os grupos de pregações em lugares públicos e nos lares se espalharam pela Inglaterra, até que culminaram no surgimento das Igrejas Metodistas, primeiro, nos Estados Unidos, e depois da morte de Wesley, na Inglaterra. Passado pelo metodismo, voltou-se na cronologia para tratar do protestantismo nos Estados Unidos, intensificado a partir do século XVII, a partir da formação das colônias britânicas no norte da América, incluindo grupos religiosos perseguidos pelo anglicanismo inglês. Sobre isso, se destacou a diversidade religiosa de cada uma das colônias, como, por exemplo, a influência anglicana na Virgínia; católica, em Maryland; a grande presença dos morávios, na Geórgia; e a forte inclinação puritana, em Plymont. Nesse contexto estadunidense, entre os séculos XVIII e XIX, se destacou o trabalho evangelístico de Jonathan Edwards e George Whitefield, no movimento que ficou conhecido como o Primeiro Avivamento, em que a pregação da soberania de Deus e o julgamento divino foi intensificada diante da religiosidade institucional criada nas colônias. O resultado desse movimento foi a conversão de milhares de pessoas. A partir de Charles Finney, no século XIX, os Estados Unidos experimentou aquilo que se denominou de o Segundo Avivamento, num afastamento da pregação calvinista e uma aproximação da moralidade e das pregações com mais carga emotiva. Nesse período, também, se observou brevemente o ministério de D. L. Moody, outro pegador arminiano, responsável pelas conferências evangelísticas realizadas pela Associação Cristã de Moços de Chicago. É, também, no século XIX que surge a Doutrina do Destino Manifesto, com John O’Sullivan, dentro do contexto de expansão das fronteiras dos Estados Unidos, em que a religião passou a ser usada para justificar interesses políticos e econômicos. Outro recorte tratado na disciplina foi as transformações do catolicismo a partir do século XIX, que com advento da Revolução Francesa, começou a lidar com uma Disciplina: História da Igreja Moderna e Contemporânea Docente: Marcelo Santos – Discente: Pablo Rodrigo Ferreira
sociedade mais secularizada, tendo que reafirmar a autoridade da igreja frente ao
crescente racionalismo, se pondo aos movimentos revolucionários da época, dentre eles, ao socialismo marxista. É nesse período, em que a Igreja Romana declara a Unam Sanctum – a salvação apenas se dá pela Igreja, e a Doutrina da Infalibilidade Papal, a partir do Concílio do Vaticano I, em 1870. Em decorrência dessas tentativas da Igreja Romana se reafirmar perante a sociedade europeia, muitos governos passaram a reduzir a influência romana em seus territórios, já que a considerava uma ameaça a sua soberania nacional. Assim, ainda que o catolicismo tenha se mantido como importante instituição, perdeu muito do seu apogeu político-econômico, chegando ao século XX como uma tradição cristalizada e não tanto como uma instituição relevante para a geopolítica global. Nesse contexto, na América Latina, o catolicismo arraigado desde o início do período colonial, a partir do século XIX, com os movimentos de independência das colônias, se viu mais pressionado a ceder ao secularismo, ao sincretismos religiosos, o que produziu um considerável pluralismo na cristandade romana. A disciplina também tratou do movimento pentecostal, dando ênfase para o seu surgimento e expansão nos Estados Unidos, a partir do final do século XIX, com a ênfase no falar em línguas estranhas como evidência da segunda bênção, que é o batismo com o Espírito Santo. Destacou-se nesse processo, o início do ensino, em 1900, por Charles Parham; a expansão a partir dos acontecimentos da rua Azusa, liderados por William Seymour; e devido a ênfase nas experiências pessoais, foi possível considerar muitas dissidências do movimento no decorrer do século XX, que deram contornos muito diversificados ao pentecostalismo. Por fim, de maneira breve, foi considerado o movimento tardio do protestantismo na América Latina que, apesar de tentativas pontuais e frustradas durante a colonização europeia, só conseguiu se estabelecer mais concretamente nos últimos duzentos anos, quando a abertura político-econômica trouxe consigo a abertura religiosa. Finaliza-se essa síntese, com a seguinte consideração, a história da igreja proporciona um vasto conteúdo para que os crentes que a estudam tenham melhores condições de se proteger dos desvios doutrinário-teológicos típicos da interação com e da reação às conjunturas social, cultural, política, econômica e religiosa das diferentes épocas.