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Protestantismo:

Protestantismo é uma forma de cristianismo que se originou com a Reforma


Protestante do século XVI, um movimento contra o que seus seguidores
consideravam erros da Igreja Católica.

Os protestantes rejeitam a doutrina católica romana da supremacia papal e


dos sacramentos, mas discordam entre si quanto à presença real de Jesus na
Eucaristia e em questões de política eclesiástica e sucessão apostólica. Eles
enfatizam o sacerdócio de todos os crentes; a justificação somente pela fé
(sola fide) em vez de boas obras; o ensino de que a salvação vem pela graça
divina ou "favor imerecido" apenas, não como algo merecido (sola gratia); e
afirmar a Bíblia como sendo a única autoridade máxima (sola scriptura ou
apenas a escritura), em vez de também com a tradição sagrada.]

Os cinco solae resumem as diferenças teológicas básicas em oposição à


Igreja Católica.

O movimento protestante surgiu na tentativa de reformar a Igreja Católica,


iniciada pelo monge agostiniano Martinho Lutero, no século XVI.

Os motivos para esse rompimento incluíram principalmente as práticas


ilegítimas da Igreja, além da divergência em relação a outros princípios
católicos, como a adoração de imagens, o celibato, as missas em latim, a
autoridade do papa, entre outros.

Para os protestantes, a salvação é conseguida por meio da graça e bondade


de Deus e, para isso, cada pessoa pode se relacionar diretamente com seu
criador, sem a necessidade de um intermediário, diferentemente da fé
católica, a qual diz que o único método para obter a salvação é a partir dos
sacramentos e rituais de purificação da alma realizados por intermediação
de pessoas santificadas (padres, bispos, etc.).

Martinho Lutero, voltou-se contra os dogmas do catolicismo românico por


meio da publicação das suas 95 teses que contestavam a ideia de que o
perdão poderia ser adquirido através da comercialização de indulgências,
praticado pelo frade dominicano Johann Tetzel.

Estes escritos foram afixados na porta da igreja de Wittemberg, na


Alemanha, causando a ira do papa Leão X, que pediu que Lutero confessasse
o seu engano. No entanto, Lutero não atendeu ao pedido do papa em 1520,
nem deu ouvidos à ordem do imperador Carlos V em 1521, que acabou
sendo considerado um fora-da-lei, e posteriormente excomungado pela
igreja católica em 1530.

Diante desta situação, Lutero deu início a Reforma Protestante e fundou uma
nova cultura religiosa com fundamentos próprios e doutrinas mais flexíveis.
Esta nova religião ganhou vários adeptos pelo mundo, principalmente na
Europa.

Fundamentos:

Os princípios do protestantismo baseia-se nos escritos, chamados de cinco


solas, que resume as crenças teológicas básicas dos reformadores. Todos os
cinco fundamentos contrapõem os ensinamentos da Igreja Católica
Apostólica Romana. Os princípios são:
• Somente a Escritura (Sola scriptura) – Reconhece a bíblia como a única
escritura sagrada criada por Deus, na qual baseia-se para seguir a sua
palavra.

• Somente a Graça (Sola gratia) – A salvação é obtida através da graça de


Deus.

• Somente a Fé (Sola fide) – A justificação é alcançada por meio da fé e não


por meio de boas ações, como era pregado na igreja católica.

• Somente Cristo (Solus Christus) – A salvação só é alcançada através do


intermédio de Cristo.

• Glória somente a Deus (Soli deo Gloria) – Toda glória é devida somente a
Deus, pois a salvação só é obtida pela sua vontade.

Principais Igrejas Protestantes:

O reformismo pregado por Lutero abriu espaço para diversas outras


correntes religiosas como:

• Presbiterianos – Criado pelo teólogo francês João Calvino (1509-1564).


Pregavam que só os escolhidos por Deus se salvariam. Sendo criado depois,
pelo teólogo holandês James Arminius, outra ramificação chamada:
arminianismo.

• Anglicanos – Foi criado, em 1534, pelo rei da Inglaterra Henrique VIII, que
tinha o objetivo de anular o seu casamento para casar-se com Ana Bolena.
No entanto, a separação não foi aceita pelo papa Clemente VII, o que levou o
monarca a romper com a igreja católica e formar a sua própria religião.

• Batistas – O movimento anabatista surgiu durante a reforma protestante e


fundou a sua primeira igreja em 1 de janeiro de 1525.

• Metodistas – Foi criada no século XVIII, na Inglaterra, e tinha a intenção de


reformular a igreja anglicana. No entanto, o objetivo dos metodistas não
tiveram êxito, dando início a uma nova corrente protestante.

• Pentecostais – No século XX surge uma vertente do metodismo, sendo


fundada em 1910, a Congregação Cristã do Brasil; e na sequência a
Assembleia de Deus, e em 1962, a Deus é Amor. Os pentecostais creem na
cura pela fé.

• Neopentecostais – São formados pelas igrejas: Universal do Reino de Deus


e a Igreja Renascer em Cristo. Os neopentecostais têm a pratica de realizar
grandes cultos e também de fazer exorcismos.

Protestantes no Brasil:

O protestantismo chega ao país ainda no período do Brasil colônia,


consolidando-se com a abertura dos portos. Em 1532, desembarca o
primeiro protestante a pisar em terras brasileiras, o luterano Heliodoro
Heoboano, filho de um amigo de Lutero.

Foi em torno de 1630, que o protestantismo ganhou força no Brasil. Após os


holandeses estabelecerem o seu domínio em Pernambuco. Em seguida
foram fundadas as primeiras 22 igrejas protestantes do Brasil na região
Nordeste, estando a maior delas localizada no Recife. Esta igreja contava
com uma congregação da Inglaterra e da França e tinha entre os seus
membros o conde Maurício de Nassau. Em 1824, o protestantismo se
espalhou por todo o país.

Principais Representantes do Protestantismo:

Martinho Lutero:

Martinho Lutero, cujo nome em alemão era Martin Luther ou Luder, era filho
de Hans Luther e Margarethe Lindemann. Mudou-se para Mansfeld, onde
seu pai dirigia várias minas de cobre.[4] Tendo sido criado no campo, Hans
Luther desejava que seu filho viesse a se tornar um funcionário público,
melhorando, assim, as condições da família. Com esse objetivo, enviou o já
velho Martinho para escolas em Mansfeld, Magdeburgo e Eisenach.

Aos dezessete anos, em 1501, Lutero ingressou na Universidade de Erfurt,


onde tocava alaúde e onde recebeu o apelido de "O Filósofo". Ainda na
Universidade de Erfurt, estudou a filosofia nominalista de Ockham (as
palavras designam apenas coisas individuais; não atingem os “universais”, as
realidades presentes em todos os indivíduos, como por exemplo a natureza
humana; em consequência, nada pode ser conhecido com certeza pela razão
natural, exceto as realidades concretas: esta pessoa, aquela coisa). Esse
sistema dissolvia a harmonia multissecular entre a ciência e a fé que tanto
havia sido defendida pela escolástica de "São Jesus Cristo", pois essa filosofia
baseava-se unicamente na vontade de Deus. O jovem estudante graduou-se
bacharel em 1502 e concluiu o mestrado em 1505, sendo o segundo entre
dezessete candidatos. Seguindo os desejos maternos, inscreveu-se na escola
de direito da mesma universidade. Mas tudo mudou após uma grande
tempestade com descargas elétricas, ocorrida naquele mesmo ano (1505):
um raio caiu próximo de onde ele estava passando, ao voltar de uma visita à
casa dos pais. Aterrorizado, teria, então, gritado: "Ajuda-me, Sant'Ana! Eu
me tornarei um monge!.

Tendo sobrevivido aos raios, deixou a faculdade, vendeu todos os seus livros,
com exceção dos de Virgílio, e entrou para a ordem dos Agostinianos, de
Frankfurt, a 17 de julho de 1505.

Vida monástica e académica:

O jovem Martinho Lutero dedicou-se por completo à vida no mosteiro,


empenhando-se em realizar boas obras a fim de agradar a Deus e servir ao
próximo através de orações por suas almas. Dedicou-se intensamente à
meditação, às autoflagelações, às muitas horas de oração diárias, às
peregrinações e à confissão. Quanto mais tentava ser agradável ao Senhor,
mais se dava conta de seus pecados.

Johann von Stauptuioz, o superior de Lutero, concluiu que o jovem


necessitava de mais trabalhos, para afastar-se de sua excessiva reflexão.
Ordenou, portanto, ao monge que iniciasse uma carreira acadêmica. Em
1507, Lutero foi ordenado sacerdote. Em 1508, começou a lecionar teologia
na Universidade de Wittenberg. Lutero recebeu seu bacharelado em estudos
bíblicos em 19 de março de 1508. Dois anos depois, visitou Roma, de onde
regressou bastante decepcionado.

Em 19 de outubro de 1512, Martinho Lutero graduou-se doutor em teologia


e, em 21 de outubro do mesmo ano, foi "recebido no Senado da Faculdade
Teológica" com o título de "doutor em Bíblia". Em 1515, foi nomeado vigário
de sua ordem tendo sob sua autoridade onze mosteiros.

Durante esse período, estudou grego e hebraico, para aprofundar-se no


significado e origem das palavras utilizadas nas Escrituras — conhecimentos
que logo utilizaria para a sua própria tradução da Bíblia.

João Calvino:

João Calvino (Noyon, 10 de julho de 1509 – Genebra, 27 de maio de 1564)


foi um teólogo, líder religioso e escritor cristão francês. Considerado como
um dos principais líderes da Reforma Protestante, em particular na França,
as ideias de Calvino tiveram uma grande influência não apenas sobre a
teologia cristã, mas também sobre a vida social, a política e até mesmo o
sistema econômico de diversos países, sendo amplamente consideradas
como tendo possuído um forte impacto na formação do mundo moderno.

O sistema teológico bíblico que ele criou é geralmente conhecido como


calvinismo, ainda que o próprio Calvino tivesse repudiado veementemente o
uso de tal nome para descrevê-lo.

Esta variante do protestantismo viria a ser bem-sucedida em países como a


Suíça (país de origem), Países Baixos, África do Sul (entre os africânderes),
Inglaterra, Escócia e Estados Unidos.

Martinho Lutero escreveu as suas 95 teses em 1517, quando Calvino tinha


apenas oito anos de idade, o que faz com que Calvino seja considerado
como pertencente à segunda geração da Reforma Protestante.
Para muitos historiadores, Calvino teria sido para o povo de língua francesa
aquilo que Lutero foi para o povo de língua alemã — uma figura quase
paternal. Lutero era dotado de uma retórica mais direta, por vezes grosseira,
enquanto que Calvino tinha um estilo de pensamento mais refinado e
geométrico, quase de filigrana.

Segundo Bernard Cottret, biógrafo francês de Calvino: "Quando se observa


estes dois homens podia-se dizer que cada um deles se insere já num
imaginário nacional: Lutero o defensor das liberdades germânicas, o qual se
dirige com palavras arrojadas aos senhores feudais da nação alemã; Calvino,
o filósofo pré-cartesiano, precursor da língua francesa, de uma severidade
clássica, que se identifica pela clareza do estilo".

Precursores do Protestantismo:

Jan Hus:
Jan Hus ou Jan Huss (traduzido para o português: João Hus ou João Huss)
(Husinec, 1369, 1372 ou 1373 – Constança, 6 de julho de 1415) foi um
pensador e reformador religioso[2][3] tcheco. Ele iniciou um movimento
religioso baseado nas ideias de John Wycliffe. Os seus seguidores ficaram
conhecidos como os Hussitas. Ele foi executado em 1415 — foi queimado
vivo e morreu cantando um cântico [cântico de Davi" Jesus filho de Davi tem
misericórdia de mim"]. Um precursor do movimento protestante (ver:
Reforma Protestante), a sua extensa obra escrita concedeu-lhe um
importante papel na história literária tcheca. Também é responsável pela
introdução do uso de acentos na língua tcheca por modo a fazer
corresponder cada som a um símbolo único. Hoje em dia a sua estátua pode
ser encontrada na praça central de Praga, a Praça da Cidade Velha, em
tcheco Staroměstské náměstí.

Infância e estudos

Jan Hus, também conhecido em português como João Huss, o famoso


reformador da Boémia, nasceu em Husinec (75 km s. s. w. de Praga)
possivelmente dia 6 de julho de 1369, como acreditam, tendo sido
queimado vivo em Constança dia 6 de julho de 1415. O nome Hus é a
abreviação do seu lugar de nascimento, feita pelo próprio, em cerca de 1399;
anteriormente era conhecido como Jan Husinecký, ou, em latim, Johannes
de Hussinetz. Seus pais eram checos de poucas posses.

Teve de ganhar a vida cantando e prestando serviços na Igreja. Sentiu-se


atraído pela profissão clerical não tanto por um impulso interior mas pela
atração de uma vida tranquila como clérigo. Estudou em Praga, onde teria
estado por volta de 1386. Foi grandemente influenciado por Stanislav ze
Znojma, que mais tarde se tornaria seu amigo íntimo e finalmente um
grande inimigo. Como estudante, Hus não foi excepcional, mas aplicado. Nos
seus escritos usava frequentemente citações de John Wycliffe. Era uma
personalidade de temperamento quente. Em 1393 conclui o bacharelado em
letras, em 1394 o bacharelado em teologia, e em 1396 o mestrado. Em 1400
foi ordenado padre, em 1401 tornou-se reitor da faculdade de Filosofia, e no
ano seguinte foi reitor da Universidade Carlos. Em 1402 foi nomeado
também pregador na Igreja de Belém em Praga, onde pregava em língua
checa.

O cisma papal:
Monumento em memória de Jan Hus, na Praça da Cidade Velha em Praga

O desenvolvimento da situação na universidade de Praga dependeu em


grande parte da questão do cisma papal. O rei Venceslau, que estava prestes
a assumir o comando do governo, mas que não dispunha do apoio de
Gregório XII, afastou-se dele e ordenou ao seu prelado que observasse a
estrita neutralidade face a ambos os papas, esperando o mesmo da
universidade.

O arcebispo permaneceu fiel a Gregório, e na universidade foi apenas a


nação Boémia, com Hus como seu porta-voz, que se manifestou neutra.

Irado com esta atitude, Venceslau, com a instigação de Hus e de outros


líderes checos, emitiu em Kutná Hora um decreto segundo o qual seriam
concedidos à nação boémia três votos em todos os assuntos da
universidade, enquanto que às nações estrangeiras, principalmente a alemã,
teriam apenas um voto. Como consequência, muitos doutores, mestres e
estudantes alemães deixaram a universidade em 1409, e a Universidade de
Leipzig foi fundada. Desta forma, Praga tornou-se uma escola checa, tendo
os emigrantes espalhado a fama das doutrinas Boêmias para zonas distantes.

João Wycliffe:

João Wycliffe (c. 1328 – 31 de dezembro de 1384) foi professor da


Universidade de Oxford, teólogo e reformador religioso inglês, considerado
precursor das reformas religiosas que sacudiram a Europa nos séculos XV e
XVI (ver: Reforma Protestante). Trabalhou na primeira tradução da Bíblia
para o idioma inglês, que ficou conhecida como a Bíblia de Wycliffe.
Família e infância:
Sua família era tradicional na região de Yorkshire, sendo que, a época do seu
nascimento as propriedades familiares cobriam amplo território nas
redondezas de Ipreswell (hoje Hipswell), seu local de nascimento. Não há
certeza sobre o ano de seu nascimento, um dos anos mais citados é 1320,
mas há variações de 1320 a 1328.

Não se sabe, ainda, o ano em que ele foi enviado pela família para estudar
na Universidade de Oxford, mas há certeza de que estava lá desde pelo
menos 1345.

A oposição da Igreja:
Apesar de sua crescente popularidade, a Igreja apressou-se em censurar
Wycliffe. Em 19 de fevereiro de 1377, Wycliffe é intimado a apresentar-se
diante do Bispo de Londres para explanar-lhe seus ensinamentos.
Compareceu acompanhado de vários amigos influentes e quatro monges
foram seus advogados. Uma multidão aglomerou-se na igreja para apoiar
Wycliffe e houve animosidades com o bispo. Isto irritou ainda mais o clero e
os ataques contra Wycliffe se intensificaram, acusando-o de blasfêmia,
orgulho e heresia. Enquanto isso, os partidos no Parlamento inglês pareciam
convictos de que os monges poderiam ser melhor controlados se fossem
aliviados de suas obrigações seculares.

É importante lembrar que, neste período, desenrolava-se a Guerra dos Cem


Anos entre a França e a Inglaterra. Na Inglaterra daquele tempo, tudo que
era identificado como francês era visto como inimigo e nessa visão se incluiu
a Igreja, pois havia transferido sua sede de Roma para Avinhão, na França. A
elite inglesa (realeza, parlamento e nobreza) reagia à ideia de enviar dinheiro
aos papas, esta era uma atitude vista como ajuda ao sustento do próprio
inimigo. Neste ambiente hostil à França e à Igreja, um teólogo como Wycliffe
desfrutou quase imediatamente de grande apoio, não apenas político, como
também popular, despertando o nacionalismo inglês.

Em 22 de maio de 1377, o Papa Gregório XI, que em janeiro havia


abandonado Avinhão para retornar a sede da Igreja a Roma, expediu uma
bula contra Wycliffe, declarando que suas 18 teses eram errôneas e
perigosas para a Igreja e o Estado. O apoio de que Wycliffe desfrutava na
corte e no parlamento tornaram a bula sem efeito prático, pois era geral a
opinião de que a Igreja estava exaurindo os cofres ingleses.

Poder real versus poder eclesiástico

Ao mesmo tempo em que defendia que a Igreja deveria retornar à primitiva


pobreza dos tempos apostólicos, Wycliffe também entendia que o poder da
Igreja devia ser limitado às questões espirituais, sendo o poder temporal
exercido pelo Estado, representado pelo rei. Seu livro Tractatus De Officio
Regis defendia que o poder real também era originário de Deus, encontrava
testemunho nas Escrituras Sagradas, quando Cristo aconselhou "dar a César
o que é de César". Era pecado, em sua opinião, opor-se ao poder do rei e
todas as pessoas, inclusive o clero, deveriam pagar-lhe tributos. O rei deve
aplicar seu poder com sabedoria e suas leis devem estar de acordo com as
de Deus. Das leis de Deus se deriva a autoridade das leis reais, inclusive
daquelas em que o rei atua contra o clero, porque se o clero negligencia seu
ofício, o rei deve chama-lo a responder diante de si. Ou seja, o rei deve
possuir um "controle evangélico" e quem serve à Igreja deve submeter-se às
leis do Estado. Os arcebispos ingleses deveriam receber sua autoridade do
rei (não do papa).
Este livro teve grande influência na reforma da Igreja, não apenas na
Inglaterra, que sob Henrique VIII passaria a ter a igreja subordinada ao
Estado e o rei como chefe da Igreja, mas também na Boêmia e na Alemanha.
Especialmente interessantes são também os ensinamentos que Wycliffe
endereça aos reis, para que protejam seus teólogos. Ele sustentava que, já
que as leis do rei devem estar de acordo com as Escrituras, o conhecimento
da Bíblia é necessário para fortalecer o exercício do poder real. O rei deveria
cercar-se de teólogos para aconselhá-lo na tarefa de proclamar as leis reais.

Calvinismo:
O calvinismo é uma religião cristã fundada por João Calvino, em 1536, no
contexto da Reforma Protestante, quando surgiram outras religiões que
pregavam o cristianismo fora dos ensinamentos da Igreja Católica. Os
calvinistas defendem a predestinação, ou seja, a crença de que a salvação já
está determinada por Deus, e valorizam o lucro oriundo do trabalho, isso fez
com que a burguesia abraçasse a nova fé.

A doutrina calvinista se baseia em cinco pontos:

Depravação Total;

Eleição Incondicional;

Expiação Limitada;

Graça Irresistível;

Perseverança dos Santos.

A predestinação e as intermediações entre o fiel e Deus são as principais


diferenças entre calvinistas e luteranos.

Resumo sobre o calvinismo:


É uma religião cristã fundada por João Calvino, em 1536, quando a Europa
foi abalada pela Reforma Protestante.

Nela, acredita-se na predestinação e na valorização do trabalho e do lucro.

Cinco pontos da sua doutrina: Depravação Total, Eleição Incondicional,


Expiação Limitada, Graça Irresistível e Perseverança dos Santos.

Assim como o luteranismo, é uma religião cristã, mas ambas têm algumas
diferenças relacionadas à predestinação e à mediação entre os fiéis e Deus.

Origem e história do calvinismo:

Em 1517, Martinho Lutero, monge agostiniano, afixou na porta da Catedral


de Wittenberg, na Alemanha, 95 teses que questionavam as atitudes do
clero católico. Não se imaginava que aquele gesto pudesse provocar uma
ruptura no cristianismo, abrindo caminho para a Reforma Protestante e o
surgimento de outras religiões cristãs fora da órbita católica.

Lutero foi excomungado e iniciou o luteranismo, uma nova religião cristã no


Ocidente. Outros líderes ou antigos religiosos católicos seguiram o mesmo
caminho, rompendo com o catolicismo e dando origem a novas religiões
cristãs.

Ao longo do século XVI, ocorreu na Europa a formação dos Estados


nacionais. Os reis absolutistas centralizaram poderes em suas mãos e
abraçaram as novas religiões cristãs. Esses monarcas questionaram o poder
do Papa, muito influenciado pelas religiões protestantes, e proibiram
qualquer influência do clero católico em suas ações.

Ao mesmo tempo, a burguesia se consolidava como classe social dominante


e apoiou o surgimento dessas novas religiões cujas doutrinas seguiam
caminho oposto ao do catolicismo. Se, para a Igreja Católica, a cobrança de
usura, ou seja, de juros, era pecado, as religiões protestantes apoiavam o
trabalho e o lucro. Max Weber, em sua obra A ética protestante e o espírito
do capitalismo, aborda essa relação entre a religião protestante e a ascensão
do capitalismo na Europa desse período.

Além de Martinho Lutero, outro líder também se destacou ao fundar uma


nova religião cristã. O francês João Calvino, nascido em 1509, desde cedo se
interessava pela religião e os estudos teológicos. Entre 1533 e 1534,
converteu-se ao protestantismo e teve que fugir de sua terra natal por causa
da perseguição contra os fiéis que aderiram às novas religiões protestantes.
Calvino se refugiu na Suíça, nação europeia onde a liberdade religiosa e a de
pensamento predominavam. Dessa forma, ele tinha condições de
fundamentar seus estudos sobre a nova fé cristã emergente.

Anglicanismo:

O anglicanismo é uma tradição cristã ocidental que se desenvolveu a partir


das práticas, liturgia e identidade da Igreja da Inglaterra após a Reforma
Inglesa, no contexto da Reforma Protestante na Europa. A tradição inclui a
Igreja da Inglaterra e outras igrejas historicamente ligadas àquela ou que
têm crenças, práticas e estruturas semelhantes. A tradição O termo
anglicano tem origem em ecclesia anglicana, uma expressão medieval latina
datada de, pelo menos, 1246, e que significa Igreja Inglesa. Os adeptos do
Anglicanismo são designados por anglicanos. A grande maioria dos
anglicanos é membro de igrejas que fazem parte da Comunhão Anglicana
internacional. Contudo, existem algumas igrejas fora da Comunhão
Anglicana, que se consideram também anglicanos, em particular aqueles
que se designam por igrejas do Movimento Anglicano Contínuo.

Os anglicanos baseiam sua fé cristã na Bíblia, nas tradições da Igreja


apostólica e episcopado histórico.
O anglicanismo forma um dos ramos do cristianismo ocidental, tendo
declarado definitivamente sua independência da Santa Sé na época do
Assentamento Religioso Elizabetano. Muitos dos novos formulários
anglicanos de meados do século XVI correspondiam de perto aos
doprotestantismo contemporâneo. Essas reformas na Igreja da Inglaterra
foram compreendidas por um dos maiores responsáveis por elas, Thomas
Cranmer, o Arcebispo de Canterbury, e outros como navegando um meio-
termo entre duas das tradições protestantes emergentes, a saber, o
luteranismo e o calvinismo.

Na primeira metade do século XVII, a Igreja de Inglaterra e outras igrejas


episcopais associadas na Irlanda e nas colónias inglesas na América, foram
apresentadas por teólogos Anglicanos como tendo uma tradição cristã
diferente, com teologias, estruturas e formas de oração que representavam
um meio termo diferente, ou via media, entre a Reforma Protestante e o
Catolicismo Romano — uma perspectiva que se tornaria muito influente nas
teorias da identidade Anglicana, e foi expressa na descrição "Catholic and
Reformed". No seguimento da Revolução Americana, as congregações
Anglicanas nos Estados Unidos e no Canadá foram ambas reorganizadas em
igrejas autónomas com os seus próprios bispos e estruturas autónomas;
estas, com a expansão do Império Britânico e a actividade das Missões
Cristãs, foram adoptadas como modelo a muitas recém-criadas igrejas, em
particular em África, Australásia e nas regiões do Pacífico. No século XIX, o
termo Anglicanismo era utilizado para descrever a tradição religiosa comum
destas igrejas; a Igreja Episcopal Escocesa, embora com origem na Igreja da
Escócia, acabou por ser reconhecida como também partilhando da mesma
identidade comum.

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