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LIÇÃO 6

Missões Modernas e o Brasil


Palavra-chave: COMPLETAR
Algumas pessoas estão determinadas a completar o que Deus começou, e elas chegam a conhecer a extensão
do plano de Deus, que é o Início e o Fim de tudo que é duradouro. Não é de se espantar que, aqueles que se
preocupam em completar o que Deus iniciou, são os que iniciam algo realmente importante. Estes planejam
seus passos com simplicidade estratégica, sem hesitar ou se apressar, mas continuam com firmeza, fazendo
o que for necessário para concluir a tarefa que Deus lhes deu.

ESTUDAR ESTA LIÇÃO O AJUDARÁ A ENTENDER:

1. Examinar datas, ênfases, líderes e NA LEITURA INDICADA:


movimentos estudantis associados a cada
um dos três períodos da história de missões 4. Entender a importância do crescimento da
protestantes. força missionária não ocidental na atualidade,
inclusive no Brasil.
2. Explicar as quatro etapas da atividade
missionária. 5. Entender a importância e o impacto na
sociedade indiana do maior pioneiro do
3. Descrever um “movimento de povo”. movimento de missões modernas: William Carey.

Na lição anterior, pesquisamos a expansão do movimento cristão mundial através


das principais épocas nos últimos dois milênios, enfocando o crescimento constante
de uma esfera cultural para a época seguinte. Nesta lição, estudaremos como esta
expansão constante se tornou uma “explosão” nos últimos 200 anos.

A taxa de crescimento está acelerando de tal maneira, que mais pessoas têm seguido a
Cristo nos últimos 100 anos do que somados todos os séculos anteriores juntos. Hoje,
há mais “cristãos” do que o número total de todas as gerações anteriores. A maioria
dos cristãos de hoje são do “Sul Global” (a Ásia, África e América Latina). O Cristianismo
hoje é um movimento global e as igrejas que mais crescem estão no Sul Global.
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Porém, houve tempos em que esta expansão fenomenal quase parou. A colheita era
grande e a multidão de novos crentes, cada vez mais, exigia cuidado, treinamento e
discipulado dos missionários. Isso tirava a atenção dos missionários de outras regiões
ou povos que ainda precisavam ouvir do Evangelho. Se não fosse a determinação
de alguns líderes, com mentes focadas em completar a tarefa de evangelização do
mundo, o movimento teria parado há tempo. Examinaremos algumas pessoas-chave
e as características que impulsionaram obreiros aos lugares menos evangelizados.

Por que estudar estes períodos? Justamente, por vivermos em um momento crítico. O
movimento cristão mundial está começando a penetrar as suas fronteiras finais. Mas,
os pedidos legítimos das igrejas locais podem nos dissuadir de avançar com sabedoria
estratégica em direção à conclusão da tarefa remanescente.

Talvez, um dos fenômenos mais empolgantes atualmente seja o fato de os missionários


não somente irem a toda parte do mundo, mas também de estarem vindo do mundo
inteiro. Os movimentos missionários a partir das igrejas na América Latina, Ásia e
África são os que mais crescem.

1. AS ETAPAS DA EXPANSÃO PROTESTANTE

Durante seus primeiros 200 anos, o movimento protestante fez relativamente pouco
para levar o Evangelho às nações. Tratamos de Missões Modernas a partir de
William Carey, e nesta história, reconhecemos três períodos distintos. Para melhor
entender a dinâmica das missões durante esses três períodos, precisamos olhar para
as quatro etapas do relacionamento entre as agências missionárias e as igrejas que
foram plantadas.

Depois de formar as estruturas missionárias e agir nos campos com muito esforço, os
primeiros missionários protestantes começaram a ver o fruto do seu trabalho. Muito
do sucesso resultou em missionários cuidando dos novos convertidos, até o ponto
de eles serem impedidos de avançar nas áreas menos evangelizadas. Pela primeira
vez, os protestantes começaram a lidar com a realidade e as necessidades de igrejas
novas numa outra cultura, em terras distantes. Em contraste, surgiu uma liderança que
impulsionou o movimento protestante a reconhecer novas fronteiras e avançar ainda
mais.

A. QUATRO ETAPAS
A maior parte do esforço missionário passa por quatro etapas de desenvolvimento no
relacionamento entre as agências missionárias e as igrejas novas que foram plantadas.
Entender essas etapas nos ajudará a reconhecer por que as igrejas e o trabalho de
missões, muitas vezes, têm prioridades diferentes. Missionários lutam com a questão

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da prioridade na distribuição de recursos limitados, mas, decisões cruciais dependem


diretamente da “identificação do nível de maturidade” da igreja recém-plantada e
uma avaliação das suas exigências à luz da prioridade de evangelizar os não alcançados.

Etapa Pioneira – o primeiro contato com um povo.

Etapa Paternal – o missionário estrangeiro treina a liderança nacional.

Etapa de Parceria – os líderes nacionais trabalham em pé de igualdade com os


missionários estrangeiros.

Etapa de Participação – os missionários estrangeiros não trabalham mais em pé de


igualdade com os nacionais, mas só participam a convite deles.

Leia Winter (cap. 38, p. 281-282): Períodos da história missionária (até


O primeiro período) e veja o diagrama: O relacionamento entre a missão
e a igreja – quatro etapas de desenvolvimento (na página 284).

Reconhecer o âmbito das prioridades missionárias é importante. Por


exemplo, imagine que durante uma visita ao campo missionário,
você ouve um líder cristão pedindo mais missionários e, logo
depois, outro líder nacional, educadamente, incentivando
os missionários a voltarem para suas casas.

B. TRÊS PERÍODOS
Winter descreve três avanços “explosivos” na atividade missionária protestante. Cada
um visou completar a tarefa inteira de evangelização do mundo, chamando a atenção
para as fronteiras ou partes não alcançadas do mundo.

Primeiro Período: as regiões litorâneas. Este período começou com o missionário


William Carey e foi, em parte, mobilizado pelo movimento estudantil associado à
reunião de oração do “Monte de Feno”. As estruturas missionárias tipicamente
eram ligadas às denominações. Duas características extraordinárias podem ser
discernidas: a admirável disposição para sacrifícios e o claro entendimento da
estratégia missionária.

Segundo Período: as regiões do interior. Este período começou com o missionário


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Hudson Taylor e mais tarde foi, em grande parte, mobilizado pelo Movimento
Voluntário Estudantil (Student Volunteer Movement). Estruturas missionárias
independentes de qualquer vínculo denominacional foram chamadas de “missões
de fé”. Os recrutas mais novos, às vezes, ignoravam muito da sabedoria missiológica
desenvolvida no período anterior, mas acabavam plantando igrejas em todas as
áreas geográficas. Na década dos anos 40, este resultado foi celebrado como “o
grande fato novo do nosso tempo”. Igrejas tinham sido plantadas em todos os
países. Para muitos, a evangelização do mundo parecia praticamente finalizada.
Algumas estruturas começaram a chamar missionários de volta, presumindo que a
era das missões tivesse acabado.

Terceiro Período: os povos não alcançados. Este período começou com os


missionários Cameron Townsend e Donald McGavran. Foi mobilizado, em parte,
pela “Fraternidade Estudantil de Missões Estrangeiras” (Student Foreign Mission
Fellowship) do ministério estudantil InterVarsity e outros ministérios de mobilização.
Muitas novas estruturas de serviço e mobilização missionária surgiram e agências
missionárias não ocidentais começaram a ultrapassar em número e influência as
missões mais antigas. Townsend chamou a atenção para os grupos linguísticos
ainda sem tradução da Bíblia e McGavran apontou para os grupos sociais que
estavam sendo esquecidos. Estas duas maneiras de distinguir grupos de pessoas
ajudaram a esclarecer o conceito de “grupos de povos”. As duas abordagens eram
a etnolinguística (agrupamentos “horizontais”, vistos por diferenças linguísticas ou
étnicas) e a sociocultural (agrupamentos “verticais”, levando em consideração as
sutis tradições culturais e os preconceitos). Ralph Winter, com a ajuda de outros,
desenvolveu o termo “povos não alcançados”.

C. DUAS TRANSIÇÕES ENTRE OS PERÍODOS


Cada uma das explosões de visão missionária para as fronteiras passou de certa
forma pelas quatro etapas (pioneira, paternal, parceria, e participação). Porém, a
sobreposição destas etapas resultou em confusão quanto à estratégia apropriada. Por
causa do sucesso do período anterior, muitos missionários foram chamados a voltar. Ao
mesmo tempo, novas fronteiras foram vistas por outros que exigiram novos obreiros.
A necessidade urgente em campos pioneiros é para que os missionários completem
as etapas pioneiras e paternais. Depois disso, muitos missionários precisam avançar
para outros povos não alcançados ou servir estrategicamente nas etapas de parceria
e participação, encorajando a igreja nacional a desenvolver suas próprias missões
pioneiras.

Leia Winter (cap. 38, p. 282-290): Períodos da história missionária


(até a seção “Conseguiremos fazê-lo?”)

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Duas Transições Entre Etapas Missionárias Protestantes

Conflito e confusão de prioridades missionárias durante a sobreposição dos Períodos

D. SOMENTE UM MOVIMENTO
A tarefa sempre foi global, assim, podemos esperar que as missões não ocidentais
(ou seja, de outra origem sem ser europeia ou norte-americana) assumam um papel
cada vez maior no seu cumprimento. Isto deveria ser o “período final”, em que a tarefa
missionária essencial – estabelecer um movimento de igrejas em todos os povos – será
completa. Esta tarefa acontecerá como uma realização única na história, nunca antes o
movimento cristão esteve tão perto de completá-la.

Leia Winter (cap. 38, p. 290):


Períodos da história missionária.

2. AS PONTES DE DEUS

Donald McGavran é um dos pioneiros que mencionamos anteriormente que colocou


em movimento o terceiro período das missões protestantes. Estudaremos um trecho
do seu livro de grande influência: As Pontes de Deus. A sua contribuição duradoura é o
chamado a evangelizar povos in- teiros que estão culturalmente isolados do Evangelho.

A. INDIVIDUALISMO OCIDENTAL
McGavran diz que o individualismo ocidental tem, por muito tempo, obscurecido a
maneira pela qual a maioria das pessoas se tornou cristã no decorrer da história. (No
texto completo do livro, o autor mostra isso através de muitos exemplos históricos.)
En- tretanto, já que os povos são dificilmente distinguidos, os movimentos de povos
são raramente reconhecidos.

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B. POVOS E DECISÕES “MULTI-INDIVIDUAIS” (COLETIVAS)


McGavran define a palavra “povo” e descreve a dinâmica das decisões em grupo para
se- guir a Cristo.

C. MOVIMENTOS DE POVOS
Os movimentos marcados pela decisão de um grupo de povo de seguir a Cristo
e de manter a sua identidade e relacio- namentos sociais devem ser sustentados e
alimentados intencionalmente até amadurecerem. Alcançar um “movimento de povo
(ou popular) para Cristo” é a frase original de McGavran. É outra maneira de descrever
a tarefa missionária essencial como mencionada por Winter.

Leia McGavran (cap. 43, p. 312-315): As pontes de Deus (até a seção


“O modelo característico do Grande Século”).

CONCLUSÃO DA LEITURA OBRIGATÓRIA.

3. MISSÕES AO BRASIL

Carlos Caldas nos dá um breve panorama histórico das missões protestantes no


Brasil, começando pelos franceses e holandeses, depois a implantação das igrejas
protestantes. Antes deste momento, como retratado na lição 5, havia a presença
dos missionários católicos (especialmente os jesuítas), acompanhando a expansão
geográfica de Portugal e a colonização do Brasil. Embora esta colonização ocorresse
obviamente por razões econômicas, os portugueses tinham uma convicção quanto à
sua obrigação de propagar a fé (católica) e um desejo que os habitantes das recém-
descobertas terras se convertessem ao catolicismo.

As primeiras tentativas dos franceses e holandeses também vieram acompanhando


a disputa sobre a terra (os franceses no Rio de Janeiro e os holandeses no Nordeste).
Assim, coube aos huguenotes franceses a honra de organizar a primeira igreja
protestante em todo o território americano. Merece destaque a avançada visão dos
reformados holandeses quanto à contextualização missionária, visto a distribuição
do catecismo trilingue (holandês, português e tupi) e a ordenação de pregadores e
evangelistas nativos.

No século XIX, o Cristianismo protestante se implantou definitivamente no Brasil


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através de imigração (ingleses anglicanos e alemães luteranos) e de missionários que


começaram a chegar a partir da primeira metade deste século (a data exata varia de
acordo com a definição de “missionário” de vários autores). A Bíblia (com tradução
de João Ferreira de Almeida e editada pela Sociedade Bíblica Britânica) chegou a ser
distribuída antes disso, oficialmente a partir de 1818, mas anteriormente já entravam
Bíblias no país através de navios mercantes.

Caldas ainda descreve, de forma bem rápida, a implantação de cinco denominações


presentes no Brasil: Assembleia de Deus, Batista, Congregacional, Metodista e
Presbiteriana.

Leia Caldas (cap. 47, p. 357-366): As ondas missionárias


estrangeiras no Brasil.

4. MISSÕES A PARTIR DO BRASIL

Assim como afirmamos que a Igreja consiste em duas estruturas, importa também
reconhecermos que a plantação de um movimento de igrejas requer a organização
de estruturas missionárias. Para que as igrejas cresçam de todas as formas, inclusive
transpondo barreiras culturais, estruturas missionárias precisam também ser
organizadas.

Bertil Ekström menciona várias destas organizações, como por exemplo, a Junta de
Missões Estrangeiras da Convenção Batista Brasileira, que iniciaram as missões a partir
do Brasil. O surgimento destas organizações seguiu o padrão notado anteriormente:
primeiro as denominacionais, depois as interdenominacionais (nem sempre de origem
brasileira) e finalmente, as missões especializadas.

O trabalho transcultural entre as tribos indígenas (no Brasil) mostra como houve uma
conscientização da importância de alcançar estes povos, desde a época da chegada
dos católicos ao país. Mas, infelizmente nesta fase inicial—e em muitos casos mais
tarde também—a contextualização deixou muito a desejar. Com exceção dos trabalhos
dos franceses e holandeses, mencionados no início do ponto anterior, as primeiras
missões protestantes entre povos indígenas começaram somente a partir do ano de
1928. Até hoje, permanece um grande número de tribos não alcançadas no Brasil.

Apesar da participação importante atualmente do Brasil na evangelização mundial,


ainda é uma parcela relativamente pequena da igreja brasileira que abraçou a visão e
o desafio de passar adiante a bênção de Abraão que chegou até nós.

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Leia Ekström (cap. 48, p. 367-369):


Missões a partir do Brasil.

5. A MISSÃO DO REINO

Ao terminarmos esta lição, voltamos para o pioneiro do movimento missionário:


William Carey. Provavelmente, nenhuma obra literária já motivou tantas pessoas e de
tantas maneiras cruciais quanto o livreto “Uma Investigação sobre o Dever dos Cristãos
de Usar Meios para a Conversão dos Pagãos” de William Carey (trechos do livreto
estão no livro Perspectivas no Movimento Cristão Mundial e a sua leitura, embora
opcional, é altamente recomendada). Vishal e Ruth Mangalwadi apresentam uma
recapitulação das atividades de Carey que nos deixa boquiabertos. Seu lema pessoal
era: “Espere grandes coisas de Deus, procure fazer grandes coisas para Deus”. O foco
primário do seu ministério estava em cumprir o mandato de Mateus 28, mas enquanto
ele procurava fazer essa “grande coisa”, Deus fez outras grandes coisas através dele!
Existe algo que esteja fora do interesse ou do alcance de Deus e de Seu povo? William
Carey verdadeiramente é um modelo de transformação de uma cultura no sentido
bíblico do conceito. Deixe-se inspirá-lo e desafiá-lo com as palavras de Carey e dizer
também “espere grandes coisas de Deus, enquanto procure fazer grandes coisas para
Deus”.

Leia Mangalwadi (cap. 40, p. 300-304):


Quem realmente foi William Carey?

CONCLUSÃO DA LEITURA INDICADA.

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