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Reforma Protestante

A reforma protestante foi um movimento reformista iniciado quando


Martinho Lutero escreveu um documento conhecido como 95 teses. Essa
reforma foi motivada pela insatisfação de Lutero com as práticas e alguns
princípios teológicos praticados pela Igreja, sendo um de muitos
movimentos do tipo que aconteciam na Europa desde a Idade Média.

A ação de Lutero não teve como propósito a ruptura com a Igreja, mas tal
rompimento aconteceu de todo modo como reação dessa instituição
contra o monge alemão. A reforma protestante deu início a outros
reformismos religiosos na Europa e também foi impulsionada por motivos
políticos e econômicos.

Contexto da reforma protestante


A reforma protestante ocorreu em um contexto de grandes
transformações sociais, políticas, culturais e econômicas na Europa. A
formatação da Europa nos moldes medievais estava em declínio e novas
realidades estavam surgindo. Era uma Europa que via o comércio
desenvolver-se e novos interesses políticos surgindo.

Tratou-se de um período de mudanças culturais, pois a cultura


renascentista defendia a ideia do homem no centro de todas as coisas
como forma de quebrar a grande influência religiosa. As artes
encontravam novas formas de expressão e o conhecimento científico
avançava. A invenção da imprensa, no século XV, foi um fator crucial, pois
garantiu maior produção de livros e ampliou a circulação de ideias.

Lutero é o nome mais conhecido da Reforma Protestante, contudo tal


movimento teve como base os ideais do professor e teólogo inglês, John
Wycliffe.
O teólogo tinha como propostas reformistas:

• A pobreza apostólica;
• A Escritura como única lei da igreja;
• Os eleitos são a igreja, não o Papa e os cardeais;
• Cristo como o principal da igreja, não o Papa.

Em 1509, Martinho graduou-se em bacharel em Estudos Bíblicos e em


1512 obteve o título de doutor em Teologia, mesmo ano que foi eleito
cônego do convento de Wittenberg. Os anos seguintes foram dedicados
ao ensino religioso e amadurecimento da sua doutrina de “justificação
pela fé”.

Lutero mostrava-se contrário à venda de indulgências, e nos anos de 1516


e 1517 proferiu três sermões em oposição a tais práticas. Em um dos
discursos disse:

"É audacioso assegurar que o Papa possa livrar almas do purgatório. Se ele
pode fazer isso, então ele é cruel em não livrá-las todas.”

Sua indignação era reforçada pelo fato de que o papa Leão X havia
oferecido indulgências para todos que contribuíssem financeiramente
para a construção da Basílica de São Pedro.

Lutero também criticava a venda de cargos eclesiásticos e a venda de


relíquias sagradas. Suas críticas davam-se porque a ideia que o movia,
teologicamente falando, era a de gratuidade da fé, isso quer dizer que ele
não acreditava que obras, como pagar pelo perdão concedido pelo papa,
garantissem a salvação de uma pessoa, mas que apenas a fé garantiria a
salvação.

O estopim da Reforma Protestante aconteceu em 1517, quando Martinho


Lutero se deparou com o dominicano Tetzel que vendia indulgências em
Wittenberg. Em resposta, no dia 31 de outubro, escreveu 95 teses que
criticavam a Igreja Católica e Papa, fixando-os na porta da Catedral de
Wittenberg.
Confira abaixo algumas teses:

16ª – Inferno, purgatório e céu parecem diferir da mesma forma que o


desespero, o semidesespero e a segurança;

20ª – Portanto, sob remissão plena de todas as penas, o papa não entende
simplesmente todas, mas somente aquelas que ele mesmo impôs;

27ª – Pregam futilidades humanas quantos alegam que no momento em


que a moeda soa ao cair na caixa a alma se vai do purgatório;

34ª – Tanto assim que a graça da indulgência apenas se refere à pena


satisfatória estipulada por homens;

36ª – Qualquer cristão verdadeiramente arrependido tem direito à


remissão pela de pena e culpa, mesmo sem carta de indulgência;

75ª – A opinião de que as indulgências papais são tão eficazes ao ponto de


poderem absolver um homem mesmo que tivesse violentado a mãe de
Deus, caso isso fosse possível, é loucura.

A ação de Lutero rapidamente se repercutiu pelos países da Europa e no


ano seguinte, 1518, ele foi acusado de heresia e chamado em Roma. O
monge recusou a ordem papal e manteve suas posições, que também
expressavam a opinião de boa parte da população.

Em 1520, Martinho Lutero recebeu uma “Bula Papal”, que ordenava que
se retratasse ou seria excomungado. Em resposta, ele, juntamente com
estudantes e professores da Universidade de Wittenberg, queimaram a
Bula em praça pública.
A construção teológica desenvolvida por Martinho Lutero pode ser
resumida nos princípios conhecidos como cinco solas:

Sola fide (somente a fé)

Sola scriptura (somente a escritura)

Solus Christus (somente Cristo)

Sola gratia (somente a graça)

Soli Deo gloria (glória somente a Deus)

Ao longo de sua vida, Lutero ainda traduziu a Bíblia para o alemão, e suas
ações deram origem ao protestantismo.
Após Lutero, outros ramos do protestantismo desenvolveram-se. Na
França, por exemplo teve como seu principal líder João Calvino, que
formulou a “doutrina da predestinação”. Para ele, a salvação não
dependia dos fiéis, mas sim de Deus que escolhia as pessoas que deveriam
ser salvas.

Contrarreforma

A Contrarreforma foi um movimento católico que visava combater as


propostas feitas pela Reforma Protestante, comandada por Martinho
Lutero. O movimento teve início após a realização do Concílio de Trento,
reunião convocada pelo Papa Paulo III para discutir formas de opor às
ideias de Lutero.

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