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IGREJA BATISTA DA FÉ - IBF

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL – 2023


Tema: Reforma Protestante
PROFESSOR: Hudson Santos

Reforma Protestante

Introdução
A Reforma Protestante prestou uma enorme contribuição enorme a igreja. Pois a proposta
dessa reforma era trazer de volta a Igreja às escrituras.

Martinho Lutero (1483 – 1546), foi o pai da reforma, a qual transformou não só o cristianismo,
como toda a civilização ocidental.

O protestantismo é, segundo Ernst Troeltsch, uma modificação ao catolicismo, na qual os


problemas permanecem, mas soluções diferentes são oferecidas. As quatro perguntas que o
protestantismo respondeu de uma nova maneira foram: 1 Como a pessoa é salva? 2 Onde reside a
autoridade religiosa? 3 O que é a Igreja? e 4 Qual a essência da vida cristã?

A REFORMA NÃO É O INÍCIO, A REFORMA NÃO É UM MOVIMENTO, A REFORMA NÃO É


AVIVAMENTO...REFORMA É O CONVITE PARA VOLTARMOS AS ESCRITURAS!

Desenvolvimento

O declínio do papado
1300 d.C. foi o inicio da celebração de mais um centenário do nascimento de Cristo. Liderado
pelo Papa Bonifácio VIII a celebração contou com um Jubilei, ou seja, um decreto de perdão pleno
de pecados a todos aquelas que visitassem as Igrejas de São Pedro e São Paulo. Logo, essa
proposta arrastou multidões celebrantes a essas igrejas.

O Papa Bonifácio VIII tinha características bem distintas e a arrogância, prepotência e


autoritarismo se destacavam nos seus atos e nas formas de pensar. Não podemos esquecer que a
Igreja Católica Romana exercia o governo completo da comunidade (leis, economia, social e
espiritual), sendo assim a figura do Papa era a figura de maior autoridade. Bonifácio tinha herdado
um papado extremamente poderoso e autoritário, os dois séculos que antecederam seu papado
foram muito prósperos para a igreja católica, isso fez com que ele criasse uma expectativa muito
grande de que as próximas décadas seriam igualmente boas para ele. Porém 3 anos após o início
do seu Jubileu ele veio a óbito. E sua morte deu inicio ao declínio da soberania papal.
Crises entre governo e igreja começaram a aparecer. Motivadas, muitas vezes, por questões
financeiras e tributárias os duelos acabaram enfraquecendo a relação entre os países europeus e o
Vaticano, fazendo com que o Papa recuasse em suas ordens e como consequência os governos se
fortaleciam em suas leis e o Vaticano se tornava cada vez menos influente.

Pré reforma – JOHN WICLIFFE E JOHN HUSS


Diante do cenário caótico que a Igreja de Roma passava, dois homens corajosos sugeriram a
ideia de que a Igreja Cristã não era exatamente aquela instituição liderada pelo Papa. Esses
homens foram os primeiros a pensar que a igreja deveria passar por uma reforma. Porém a
coragem deles custou muito caro. Esses homens eram WYCLIFFE e HUS.

John Wicliffe (1300 – 1384) foi um zelote inglês professor universitário na faculdade de Oxford
na Inglaterra. Wicliffe levantou discussões contra o poder abusivo da Igreja de Roma chegando a
afirmar que o governo tinha uma responsabilidade divinamente atribuída de corrigir os abusos da
igreja e depor eclesiásticos que persistissem nesse pecado. Foi através de Wicliffe que a doutrina
da justificação somente pela fé a estudada pela primeira vez. A maior característica do seu
trabalho era denunciar o mundanismo dos papas e enfatizar a liberdade dos justos.

Outro homem foi John Huss (1369 – 1415) reformador tcheco e também professor
universitário, Huss foi amplamente influenciado pelos ensinos de Wicliffe chegando a usar muitos
de seus escritos para transmitir a visão do reformador inglês de que a igreja tinha Cristo como
cabeça e não o papa. Huss ensinava na Capela de Belém, e usou de seus espaço e tempo para
criticar os abusos de poder no papado. Usou da arte para expor, através de pinturas, a diferença
entre o comportamento e Cristo e do papa. Em uma dessas pinturas o contraste era sobre o fato
de Cristo lavava os pés dos discípulos enquanto o papa preferia ter seus pés beijados. Seus
sermões atraíram multidões de adeptos, porém também atraíram multidões de críticos. Suas
doutrinas chegaram até o papa que logo mandou que o arcebispo o excomungasse. Agora o nobre
homem isolado, é julgado pela inquisição e não abre mão de sua crença e ainda defende que toda
doutrina só é válida se for instruída nas escrituras.

Por fim em 6 de julho de 1415 John Huss é queimado vivo juntamente com seus livros, por se
opor ao domínio papal e se recusar a aceitar a doutrina que não vinha da escritura. Mas, ao
contrário do que a igreja pensava, a morte de Huss não parou seus ensinos. Seus adeptos
continuaram a ensinar e se opor contra o domínio dos papas.
Época da reforma (1517 – 1648) – MARTINHO LUTERO E O PROTESTANTISMO
Nascido em 1483, filho de um minerador saxão, Lutero tinha a intenção de se tornar um
advogado. Porém em 1505 sua vida mudaria para sempre. Lutero foi surpreendido por uma
enorme tempestade e foi lançado ao chão por um raio, aterrorizado pelo medo Lutero chama pela
padroeira dos mineradores ‘Santa Ana, salva-me! Se me salvares, me tornarei monge’.
Contrariando toda expectativa de seus pais, Lutero cumpre o voto e duas semanas depois entra
para um mosteiro agostiniano e se torna um dos principais monges dali.

Completamente entregue ao trabalho eclesiástico, Lutero passa incansáveis dias prostrado


diante das escrituras. Completamente consciente de sua condição pecaminosa Lutero se
perturbava com a ideia de ser amado por Deus e não o corresponder a altura. Até que um dia
enquanto meditava na epístola de Paulo a Igreja de Roma, encontrou o seguinte texto.

Romanos 1:17 visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo
viverá por fé.

Então ele encontrou a chave para a sua segurança espiritual. Suas palavras foram;

“Então compreendi que a justiça de Deus é a retidão pela qual, por graça e pura misericórdia, ele nos
justifica mediante a fé. Nesse momento, senti que nasci de novo e que atravessei os portões abertos do
paraíso.”
Ali nasce a doutrina da justificação pela fé, porém também nasce o conflito com a igreja de
Roma, que acredita que a justificação se daria pela fé a as boas obras.

As descobertas de Lutero acenderam um enorme conflito, pois se a salvação é pela fé em Jesus


Cristo, a intercessão dos sacerdotes é supérflua, além disso a fé é formada e alimentada pela
Palavra de Deus – escrita e pregada – e não requer monges, missas intercessões dos santos. Logo,
a mediação da Igreja de Roma, recolhe-se a insignificância.

Já no ano de 1520, Lutero receberia uma cópia de um documento, uma bula papal, que tinha
como cabeçalho a seguinte afirmativa;

“Levanta-te ó Senhor e julga a tua causa. Um Javali selvagem invadiu a tua vinha!”
O Javali era Lutero e a vinha era a Igreja de Roma! O conteúdo da bula condenava 41 crenças de
Lutero como sendo heréticas, e exigia que ele se arrependesse e repudiasse seus erros ou
enfrentaria terríveis consequências. Como respostas, Lutero liderou uma multidão de alunos para
fora da universidade e queimou cópias do direito canônico e também a tal Bula, com a afirmativa
de que “Eles queimaram meus livros, então queimei os deles também!”
Lutero não sabia ao certo os desdobramentos dos seus atos e de suas descobertas. Foi então
que, diante de alguns escândalos financeiros a cerca da igreja de Roma, Lutero passa a integrar a
rebelião religiosa na Alemanha e assume uma oposição a autoridade papal.

O escândalo financeiro tinha como base a venda das indulgencias papais. Essas eram uma
enorme fonte de renda para a igreja, porém anulavam o sacrifício de Cristo na Cruz para a
salvação. Em troca de obras meritórias – tais como contribuições a uma causa digna ou
peregrinações a um santuário – a Igreja concedia ao pecador a isenção dos seus pecados.

Então em 1517 João Tetzel iniciou uma grande peregrinação por toda a Alemanha vendendo
suas indulgencias a fim de angariar recursos para a construção da Basílica de São Pedro. Em troca
das contribuições Tetzel afirmava que essa indulgência era eficaz até após a morte, capaz de livrar
a alma dos doadores do purgatório. Sua propaganda era “Assim que a moeda no cofre cai, a alma
do purgatório sai”.

Para Lutero essa pregação era uma má teologia – se não algo pior. Em resposta ele elaborou
suas 95 teses e em 31 de outubro de 1517 afixou-as nas portas da Igreja do Castelo em
Winttenberg. Entre outras coisas, elas alegavam que as indulgencias não podem remover a culpa,
que não se aplicam ao purgatório e que são prejudiciais porque induzem o doador a uma falsa
sensação de segurança. Essa foi a centelha que inflamou a Reforma.

5 Solas
Sola palavra latim que significa somente. Os reformadores sustentavam que esses 5 pontos
eram fundamentais para a fé Cristã.

Sola fide – SOMENTE A FÉ

Durante muito tempo a igreja de Roma apresentou várias “formas” de salvação, incluindo a
venda de indulgências ou a simples prática de boas obras. Os reformadores, porém, expõe que a
única forma de salvação é pela fé em Cristo.

Efésios 2:8 Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus;

Sola Escriptura – SOMENTE A ESCRITURA

A palavra de Deus é o nosso único padrão de fé e conduta que se sobrepõe e toda e qualquer
cultura.

2 Timóteo 3:16 Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a
correção, para a educação na justiça, 17 a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente
habilitado para toda boa obra.
Solus Christus – SOMENTE CRISTO

Tudo converge na pessoa de Jesus.

1 Timóteo 2:5 Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus,
homem,

Atos 4:11 Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular. 12 E
não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os
homens, pelo qual importa que sejamos salvos.

Sola Gratia – SOMENTE A GRAÇA

A manifestação da Graça de Deus é o fator essencial e indispensável para a salvação. Essa Graça
se recebe através de um posicionamento de fé e não há salvação fora desses termos.

Efésios 2:8 Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus;

Soli Deo Gloria – GLÓRIA SOMENTE A DEUS

Nem mesmo os santos canonizados ou até os papas merecem a glória que é dada a eles.

Romanos 11:36 Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória
eternamente. Amém!

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