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Igreja Reformada

A Igreja Reformada, também conhecida como Igreja Calvinista, é uma corrente


protestante que se originou no século XVI a partir da Reforma Protestante
liderada por Martinho Lutero. A principal diferença entre as duas correntes é a
ênfase na predestinação, que é central para a teologia calvinista.
A tese principal da Igreja Reformada é que a salvação é alcançada somente
pela graça divina, e não através de obras ou boas ações realizadas pelo
indivíduo. Essa salvação é predestinada por Deus e não pode ser alterada. A
Igreja Reformada acredita na soberania de Deus sobre tudo, incluindo a
salvação das almas.
Além disso, a Igreja Reformada tem outras características importantes. A
primeira é a importância atribuída às Escrituras Sagradas, que são
consideradas a única fonte de autoridade para a fé e a prática. A segunda é a
rejeição da ideia de que o Papa é a autoridade final na Igreja, bem como a
rejeição de práticas como a confissão auricular, a adoração de santos e a
transubstanciação.

Orientações
A Igreja Reformada é composta por várias denominações, cada uma com suas
próprias orientações teológicas. Algumas das principais denominações são a
Igreja Presbiteriana, a Igreja Reformada Holandesa, a Igreja Cristã Reformada
e a Igreja Reformada Unida. Embora essas denominações compartilhem as
mesmas crenças centrais, cada uma tem suas próprias tradições e práticas.
A Igreja Reformada é uma corrente importante do Cristianismo protestante, e
sua influência pode ser vista em todo o mundo. Sua ênfase na soberania de
Deus e na salvação pela graça divina continua a ser uma fonte de inspiração e
orientação para muitos cristãos em todo o mundo.
As orientações do protestantismo surgiram a partir da Reforma Protestante,
que começou no século XVI na Europa, liderada por Martinho Lutero, João
Calvino e outros líderes religiosos que buscavam reformar a Igreja Católica.
Os anabatistas surgiram durante a Reforma Protestante na Suíça, liderados por
Conrad Grebel, Felix Manz e George Blaurock, em 1525. Eles se opunham à
prática do batismo infantil e defendiam que apenas adultos que haviam
escolhido seguir Jesus Cristo deveriam ser batizados.
Os congregacionais puritanos surgiram na Inglaterra durante o século XVII,
liderados por John Robinson. Eles defendiam a autonomia das igrejas locais e
rejeitavam a autoridade da Igreja Anglicana.
Os metodistas surgiram na Inglaterra no século XVIII, liderados por John
Wesley e seu irmão Charles Wesley. Eles enfatizavam a importância da
experiência pessoal de conversão e da santificação.
Os batistas surgiram na Inglaterra no século XVII, liderados por John Smyth.
Eles defendiam a ideia de que apenas adultos que haviam escolhido seguir
Jesus Cristo deveriam ser batizados e rejeitavam a prática do batismo infantil.
Os evangélicos surgiram durante o século XVIII na Europa, liderados por John
Wesley, George Whitefield e Jonathan Edwards. Eles enfatizavam a
importância da Bíblia como fonte de autoridade e pregavam a salvação pela fé
em Jesus Cristo.
Os pentecostais surgiram nos Estados Unidos no início do século XX, liderados
por William Seymour. Eles enfatizavam a experiência do batismo no Espírito
Santo e a prática dos dons espirituais, como falar em línguas e cura divina.
Expansão
A expansão da Igreja Reformada ocorreu principalmente na Europa no século
XVI, por meio dos esforços de líderes religiosos como João Calvino, Ulrico
Zuínglio e Martinho Lutero.
Na Suíça, a Reforma começou em 1519, quando Zuínglio iniciou a pregação
em Zurique. Em Genebra, João Calvino se estabeleceu em 1536 e tornou-se
um importante líder da Reforma. A partir de Genebra, a Reforma se espalhou
para outros países europeus, como França, Escócia, Países Baixos e
Alemanha.
Na Inglaterra, o rei Henrique VIII fundou a Igreja Anglicana em 1534, que
seguia algumas das doutrinas reformadas, mas mantinha muitas práticas
católicas romanas. Durante o reinado de Eduardo VI, a Igreja Anglicana se
tornou mais protestante. No entanto, com a ascensão de Maria I, também
conhecida como Maria Sangrenta, a Inglaterra retornou à fé católica romana
por um curto período.
A Reforma também chegou à Escócia, onde John Knox liderou um movimento
reformado que resultou na fundação da Igreja Presbiteriana em 1560. Na
França, o movimento reformado foi liderado por João Calvino e culminou na
fundação da Igreja Reformada Francesa em 1559. Na Holanda, a Reforma foi
liderada por Guilherme I, príncipe de Orange, e resultou na fundação da Igreja
Reformada Holandesa em 1571.
A Igreja Anglicana
A Igreja Anglicana foi fundada no século XVI, na Inglaterra, como resultado de
conflitos políticos e religiosos entre o rei Henrique VIII e a Igreja Católica
Romana. Em 1534, o rei Henrique VIII rompeu com a Igreja Católica e
declarou-se chefe supremo da Igreja Anglicana.
A Igreja Anglicana manteve muitas das crenças e práticas da Igreja Católica,
mas introduziu algumas mudanças significativas, como permitir que os padres
se casassem, abolir a autoridade do papa e tornar a Bíblia acessível ao povo
em inglês. A Igreja Anglicana também introduziu o Livro de Oração Comum,
que incluía uma liturgia em inglês.
Os impactos da Igreja Anglicana na Reforma foram significativos. A separação
da Inglaterra da Igreja Católica e a criação da Igreja Anglicana foram um golpe
para a autoridade do papa e para a unidade da Igreja Católica. A Igreja
Anglicana também inspirou outros movimentos de Reforma na Europa, como
os calvinistas e os luteranos.
A Igreja Anglicana também influenciou a história política da Inglaterra, com o rei
Henrique VIII usando a separação da Igreja Católica como uma forma de
consolidar seu poder e autoridade. A Igreja Anglicana continuou a
desempenhar um papel importante na história da Inglaterra, incluindo a Guerra
Civil Inglesa e a Revolução Gloriosa.
"Na Inglaterra – diante da reforma anglicana (1532) –
os calvinistas propugnam uma Igreja ainda mais "purificada" dos resíduos
católicos e, por isso, são chamados – originalmente em sentido pejorativo – de
"puritanos". Perseguidos em sua pátria, os puritanos emigraram para as
colônias americanas, a partir dos famosos "padres peregrinos" que, em 1620,
partiram a bordo do Mayflower. Nem todos, porém, haviam partido. A minoria
reformada que permaneceu na Inglaterra constituiria a espinha dorsal de um
movimento de oposição ao absolutismo real sancionado pela Igreja Anglicana.
"Esse movimento levou, em 1643, à abolição do episcopado na Inglaterra e,
em 1645 – depois da vitória de Oliver Cromwell (1599-1658) à frente de uma
coalizão composta por diversos grupos de dissidentes religiosos – à
constituição do Commonwealth, que, depois de executar em 1649 o rei Carlos
I (1600-1649), aboliu a monarquia. Depois da morte de Cromwell, em 1658, os
presbiterianos, mais moderados do que os congregacionalistas, favoreceram o
retorno da monarquia em 1660. Presbiterianos e congregacionalistas foram
‘tolerados’ na Inglaterra a partir de 1689 (Act of Toleration), mas a Igreja
Anglicana continuou sendo a Igreja nacional.
"Além da Escócia e de alguns cantões suíços, as comunidades reformadas
constituíam no século XVII a religião de Estado na Holanda, ou seja,
nas Províncias Unidas protestantes que, em 1579, tinham se separado das
províncias meridionais católicas fiéis à Espanha, que correspondem em grande
parte à atual Bélgica. Em 1618, na Holanda, o Sínodo de Dort condenara o
professor de Leiden, Jacob Arminius, pelas suas ideias revisionistas sobre o
tema da predestinação. A condenação de Arminius – cujas ideias seriam
parcialmente retomadas pelos metodistas – ressaltava como a doutrina da
predestinação permanecia central para as comunidades reformadas.

Líderes da Reforma do Século XVI


João Calvino, Ulrico Zuínglio e Martinho Lutero são considerados os principais
líderes da Reforma Protestante do século XVI. Cada um deles contribuiu para o
desenvolvimento do movimento de forma significativa, apesar de possuírem
visões teológicas distintas.
Martinho Lutero, um monge agostiniano alemão, é conhecido por ser o
fundador do luteranismo. Em 1517, ele iniciou um movimento de reforma da
Igreja Católica Romana, escrevendo suas famosas 95 teses. Ele argumentou
que a salvação não era alcançada através das boas obras, mas somente pela
fé em Jesus Cristo. Lutero também acreditava que a Bíblia era a única fonte de
autoridade divina e que o povo deveria ter acesso direto a ela.
Ulrico Zuínglio foi um líder religioso suíço que promoveu a reforma na Suíça,
especialmente na cidade de Zurique. Ele acreditava que a Bíblia era a única
fonte de autoridade divina e promovia o estudo bíblico para todos. Zuínglio
também argumentava que a comunhão não era a presença real de Cristo, mas
sim um símbolo.
João Calvino, um teólogo e pastor francês, é conhecido por ser o fundador do
calvinismo. Ele promoveu uma teologia reformada que enfatizava a soberania
de Deus, a predestinação e a depravação total da humanidade. Ele também
promoveu o estudo bíblico e a importância da educação para todos os cristãos.
Calvino estabeleceu a igreja reformada em Genebra, que se tornou um
importante centro da Reforma.
Os principais feitos desses líderes foram a promoção da reforma religiosa, que
enfatizava a autoridade das Escrituras, a salvação pela fé em Cristo e a
importância da educação e do estudo bíblico para os cristãos. A Reforma
também enfatizou a ideia de que todos os cristãos são iguais diante de Deus e
que a autoridade religiosa não deveria estar concentrada somente no Papa e
na Igreja Católica Romana. Essas ideias influenciaram profundamente a
história da religião cristã e a sociedade ocidental como um todo.

Consequências da reforma
A Reforma Protestante teve impactos significativos na história da humanidade e
na religião cristã. Algumas das consequências da Reforma incluem:
 Separação da Igreja Católica: A Reforma foi responsável pela ruptura
com a Igreja Católica e a criação de novas denominações protestantes.
 Valorização da leitura e interpretação individual da Bíblia: A Reforma
enfatizou a importância da leitura e interpretação individual da Bíblia, o
que levou à tradução da Bíblia para línguas vernáculas e à
disseminação de conhecimento entre as pessoas.
 Liberdade religiosa: A Reforma ajudou a promover a liberdade religiosa e
o direito de escolher a própria religião.
 Desenvolvimento da educação: A Reforma incentivou a educação e a
alfabetização, resultando no surgimento de escolas e universidades
protestantes.

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