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A abertura europeia ao mundo – mutações

nos conhecimentos, sensibilidades e valores


nos
séculos XV e XVI

Trabalho realizado por: Tiago, Aron, João e Sérgio


Europa no século XVI/XVII
A Europa do século XVI/XVII passava por profundas transformações. As estruturas políticas, econômicas,
sociais e culturais que marcaram o continente na Idade Média estavam sendo substituídas. Havia expansão
econômica, politicamente, novos interesses e novas formas de governo se consolidavam. A religião perdia a sua
força, pois, a partir do Renascentismo, começou a se consolidar a ideia de que o homem era o centro de todas as
coisas. A cultura renascentista também contribuiu para que as artes ganhassem novo fôlego, resgatando,
sobretudo, o legado da cultura clássica. Assim, novas ideias e novas formas de enxergar o mundo foram
difundidas com a invenção da imprensa.
Reforma Protestante
A Igreja Católica, por sua vez, enfrentava uma crise de credibilidade, e sua contestação vinha desde a Idade Média.
As críticas à Santa Sé tratavam de questões como a quantidade de terras e outras riquezas nas mãos da Igreja, a
corrupção dos clérigos, o abuso do poder, etc. Assim, questionamentos eram realizados abertamente. Os casos dos
valdenses e as críticas feitas por John Wycliff e Jan Huss são demonstrações claras de que a insatisfação com a
Igreja Católica se arrastava por séculos. Os dois últimos, inclusive, são considerados precursores da Reforma
Protestante.

Martinho Lutero não concordava com a cobrança de indulgências e era defensor da ideia de que a salvação é obtida
pela fé.

A Reforma Protestante foi um movimento de reforma religiosa que aconteceu dentro do cristianismo, sendo
iniciado por Martinho Lutero em 1517. Veremos ao longo do texto que Lutero não desejava criar um movimento
religioso que se separasse da Igreja Católica, mas que a reformasse, uma vez que ele tinha discordâncias de caráter
teológico.
Críticas de Martin Lutero as Igrejas
As antigas críticas que eram realizadas à Santa Sé foram retomadas por Martinho Lutero, um monge agostiniano
que era professor de teologia na Universidade de Wittenberg. Apesar de ser um monge e, portanto, membro do
clero, Lutero tinha inúmeras críticas à Igreja Católica.

O grande questionamento que movia Lutero era a questão da venda de indulgências, isto é, a Igreja pedia doações
em dinheiro em troca de perdão pelos pecados. Quando a Igreja tinha objetivos importantes, ela realizava uma
venda especial de indulgências e incentivava as pessoas a darem contribuições em troca desse perdão e da
garantia de salvação.

No contexto de Lutero, o monge João de Tetzel tinha sido encarregado por uma autoridade do Sacro Império
Romano-Germânico para recolher indulgências em Wittenberg. Isso foi o motivador para Lutero questionar
abertamente a prática das indulgências. Parte delas seria utilizada na construção da Basílica de São Pedro, em
Roma.
Principais características das igrejas da Reforma Protestante

Teologia Reformada: As igrejas reformadas seguem a teologia reformada, que é baseada nos princípios teológicos estabelecidos por
reformadores como João Calvino. Essa teologia enfatiza a soberania de Deus, a predestinação, a autoridade suprema das Escrituras e
a salvação pela graça mediante a fé.

Ênfase na autoridade das Escrituras: As igrejas reformadas dão grande importância à Bíblia como a Palavra de Deus e a autoridade
máxima em questões de fé e prática. A leitura e a interpretação das Escrituras são incentivadas para que os fiéis possam conhecer e
seguir a vontade de Deus.

Governo eclesiástico presbiteriano: Muitas igrejas reformadas adotam um sistema de governo eclesiástico presbiteriano. Isso
significa que a igreja é governada por presbíteros eleitos, representantes da congregação, que tomam decisões em conjunto.

Engajamento social e político: As igrejas reformadas têm uma tradição de envolvimento social e político. Elas enfatizam a
responsabilidade cristã de buscar a justiça, cuidar dos necessitados e trabalhar pela transformação da sociedade.

É importante ressaltar que, dentro do espectro das igrejas reformadas, existem diferenças denominacionais e variações nas ênfases
teológicas e práticas específicas. Essas características podem ser mais pronunciadas em algumas igrejas do que em outras, mas
geralmente representam aspectos comuns das igrejas reformadas.
Como é que a Contrarreforma católica
foi uma resposta à Reforma Protestante?
A Contrarreforma católica foi uma resposta direta à Reforma Protestante e teve como objetivo revitalizar e fortalecer a Igreja
Católica, bem como combater as ideias protestantes. Aqui estão algumas das principais maneiras pelas quais a Contrarreforma foi
uma resposta à Reforma:

Reforma interna da Igreja: A Igreja Católica reconheceu a necessidade de realizar reformas internas para corrigir os problemas que
haviam sido apontados pelos reformadores protestantes. Isso incluiu a abolição de práticas questionáveis, como a venda de
indulgências, e a promoção de uma maior disciplina clerical.

Concílio de Trento: O Concílio de Trento (1545-1563) foi uma importante resposta institucional à Reforma. Durante esse concílio, a
Igreja Católica reafirmou seus ensinamentos, estabeleceu doutrinas claras e respondeu às críticas dos reformadores. Foram
reafirmados pontos importantes da teologia católica, como a justificação pela fé e pelas obras, a autoridade da tradição e do papado, e
a presença real de Cristo na Eucaristia.

Inquisição: A Inquisição foi fortalecida como uma ferramenta para combater a heresia e perseguir os hereges. Foram criados tribunais
inquisitoriais para investigar e punir aqueles considerados ameaças à ortodoxia católica.

Essas são apenas algumas das principais estratégias e medidas adotadas pela Igreja Católica como parte da Contrarreforma. A resposta
à Reforma Protestante foi multifacetada, envolvendo reformas internas, definição doutrinária, ação disciplinar e esforços
missionários, todos com o objetivo de fortalecer a Igreja Católica e conter o avanço do protestantismo.

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