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Revisão de História

Contexto

Durante a Idade Média, a Igreja Católica tinha muito poder e ninguém questionava sua autoridade. Porém,
algumas pessoas começaram a discordar dos ensinamentos e práticas da igreja, sendo consideradas
hereges e perseguidas. Alguns exemplos são John Wyclif, na Inglaterra, e Jan Hus, na Boêmia. Eles
criticavam a venda de cargos religiosos, o luxo do alto clero e a falta de preparo do baixo clero.

Outros grupos que também discordavam da igreja eram a burguesia, que queria aumentar seus lucros, e os
reis, que viam a igreja como um rival ao seu poder. Esses grupos fortaleceram movimentos religiosos que, a
partir do século XVI, se separaram da Igreja Católica.

 

A Reforma Protestante começou quando Martinho Lutero, um monge na Saxônia, se revoltou com a venda
de indulgências, que eram perdões para os pecados em troca de dinheiro. Em 1517, Lutero pregou 95
pontos contrários à igreja na porta da catedral de Wittenberg. Ele foi excomungado, mas continuou
difundindo sua doutrina. A doutrina de Lutero dizia que a salvação vinha pela fé, não pelas obras, que todos
podiam interpretar a Bíblia e que a única fonte da verdade era a Bíblia, não a tradição ensinada pela igreja.

Outros movimentos reformadores surgiram, como o calvinismo de João Calvino, que acreditava na
predestinação, e o anglicanismo, que surgiu quando o rei da Inglaterra, Henrique VIII, rompeu com a igreja
para poder se divorciar.
O calvinismo foi um movimento religioso criado por João Calvino. Ele compartilhou muitos princípios
semelhantes aos de Martinho Lutero, mas também trouxe algumas ideias distintas. Uma diferença
importante foi a doutrina da predestinação absoluta.

Segundo Calvino, Deus já havia decidido desde sempre quais pessoas seriam salvas e quais estavam
condenadas à morte eterna. Isso significa que a fé não era vista como um caminho para a salvação, mas
sim como um sinal da graça divina. Calvino acreditava que aqueles que eram escolhidos por Deus deveriam
trabalhar diligentemente para a alegria de Deus. Assim, a riqueza e o lucro não eram mais considerados
pecados, como a igreja ensinava, mas sim meios de glorificar a Deus.

O anglicanismo é um ramo do cristianismo que surgiu na Inglaterra durante o reinado de Henrique VIII.
Tudo começou quando Henrique VIII queria se divorciar de sua esposa, Catarina de Aragão, para se casar
com Ana Bolena. No entanto, o papa da Igreja Católica se recusou a conceder o divórcio.

 

Diante dessa recusa papal, Henrique VIII tomou uma medida radical: ele rompeu com a autoridade do
papa e proclamou-se o único e supremo chefe da Igreja na Inglaterra. Em 1534, o Parlamento inglês
aprovou o Ato de Supremacia, que oficializou essa separação da Igreja Católica. Com isso, a Igreja da
Inglaterra, também conhecida como Igreja Anglicana, foi estabelecida.

Uma característica importante do anglicanismo é que ele manteve muitos aspectos do culto e da estrutura
da Igreja Católica, em contraste com os movimentos reformistas mais radicais, como o luteranismo e o
calvinismo. O culto da Igreja Anglicana é muito semelhante ao da Igreja Católica, e a hierarquia eclesiástica,
incluindo bispos e arcebispos, ainda é preservada
A invenção da prensa de tipos móveis por Gutenberg teve uma relação importante com a Reforma
Protestante. Antes disso, os livros eram copiados à mão, o que era demorado e caro. Poucas pessoas
tinham acesso aos livros e às ideias que eles transmitiam.

Com a invenção da prensa, ficou mais fácil e rápido produzir livros. Isso fez com que as ideias dos
reformadores, como Martinho Lutero, pudessem ser impressas e espalhadas para um número maior de
pessoas.

Os reformadores aproveitaram essa nova tecnologia para imprimir e distribuir suas obras, incluindo
traduções da Bíblia em linguagem comum. Isso permitiu que mais pessoas lessem as Escrituras e
conhecessem as ideias da Reforma, questionando o que a Igreja Católica ensinava.

A Igreja Católica também passou por mudanças internas com a Contrarreforma ou Reforma Católica. Ela
tentou conter o avanço do protestantismo e melhorar suas práticas. Houve um concílio chamado Concílio de
Trento, onde foram reafirmados os ensinamentos católicos, mas também houve condenação de práticas
corruptas, como a venda de cargos e indulgências. A igreja também expandiu sua fé além da Europa,
criando ordens religiosas e utilizando a Inquisição e o Índice dos Livros Proibidos para controlar as ideias. O
catolicismo se fortaleceu especialmente na Península Ibérica e nas colônias das Américas.

 

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