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CADERNO DE REFERÊNCIA

DE CONTEÚDO
APRESENTAÇÃO

Seja bem-vindo ao estudo da disciplina Ética II. Teremos o máximo prazer em


desenvolver essa disciplina com você. Vamos juntos descobrir e aprofundar reflexões éticas
que se desenvolveram desde a época moderna, mas que deixaram suas conseqüências
para a atualidade.

Nesta parte, chamada Caderno de referência de conteúdo, você encontrará


o conteúdo básico das quatro unidades que serão desenvolvidas ao longo de nove
semanas.

No Caderno de atividades e interatividades você encontrará os exercícios


e as interações a serem desenvolvidas durante o tempo em que a disciplina estiver
disponibilizada.

A ética é parte importante da filosofia – talvez seja a reflexão que mais se faz
presente nas sociedades humanas, por estar ligada diretamente ao agir. Neste estudo
de Ética II, daremos prosseguimento aos estudos já iniciados em Ética I, buscando
aprofundar temáticas desenvolvidas por pensadores muito significativos.

Lembre-se de que em um curso a distância, você é o responsável pelo seu


aprendizado. A partir disso, é preciso que você busque sempre mais realizar a leitura das
obras dos próprios filósofos, e não apenas dos comentadores (observe que a maior parte
da bibliografia é parte integrante da coleção “Os Pensadores”). Você deverá participar
ativamente dos debates nos fóruns, sempre baseados na leitura prévia, pois apenas o
conteúdo da apostila não é suficiente para uma boa formação ética – este material serve
apenas de referência a seus estudos.

Geralmente, o filósofo é visto como o detentor de uma capacidade maior de


refletir sobre a vida, sobre a ética. – daí também no campo ético. Assim, o professor de
filosofia ao ensinar teorias, poderá influenciar diretamente a vida dos alunos, despertando
suas consciências para a profundidade da existência. Entretanto, o sucesso não depende
apenas da boa vontade, mas também de conhecimento sólido do conteúdo. De início,
então, é preciso que o estudante se dedique a conhecer e assimilar as várias teorias para
que, depois, possa ensiná-las.

Cada interatividade deverá ser realizada com dedicação e não simplesmente


como tarefa a ser cumprida.
INTRODUÇÃO À DISCIPLINA
AULA PRESENCIAL

Carga horária
• Duas horas presenciais – 1ª semana.

Objetivos
• Entender a organização da disciplina e também as
melhores formas de participar para uma apreensão
significativa do conteúdo.

• Conhecer e identificar panoramicamente os conteúdos


que trabalhará.

• Familiarizar-se com termos e problemas recorrentes ao


longo do curso.

• Identificar e entender os conceitos básicos e necessários


ao estudo da disciplina.

Conteúdo
• Apresentação da disciplina Ética II em uma retomada
histórica.

• Programa para o desenvolvimento da disciplina.


UNIDADE 1
EMPIRISMO

Carga horária
• Oito horas EAD – 2ª e 3ª semanas.

Objetivos
• Identificar o contexto no qual se inicia a ética moderna
por meio de acontecimentos sócio-históricos.

• Contextualizar a ética moderna a partir de pensadores


empiristas.

Conteúdo
• Contexto histórico: a passagem da medievalidade para o
surgimento da ética moderna.

• O pensamento de Thomas Hobbes.

• O pensamento de John Locke.

• O pensamento de David Hume.


UNIDADE 1
Licenciatura em Filosofia

1 INTRODUÇÃO
Sejam bem-vindos ao estudo de Ética II.

Prosseguindo os estudos já iniciados e desenvolvidos em Ética I, nossa ocupação


ATENÇÃO!
nesta disciplina será com a ética na Idade Moderna, tomando como referência o contexto
Caso julgue necessário, retome
alguns conceitos estudados sociocultural e as características de alguns pensadores significativos deste período que
nas disciplinas anteriores. Eles antecede à época contemporânea.
ajudarão você a compreender
melhor a motivação das
discussões desta disciplina. Os temas éticos estão presentes em nossa realidade; por isso para analisar os
conceitos dos principais pensadores é necessário que você aprofunde seus conhecimentos
com base na bibliografia apresentada, além de buscar esclarecimentos mais detalhados
sobre as problemáticas tratadas nas próprias obras dos pensadores, visto que este
material mediacional se constitui como um caminho de reflexão traçado, mas não esgota
os assuntos tratados.

Entender de que maneira se desenvolveu o pensamento moderno proporcionará


a você, além de um reconhecimento geral deste período, uma visão mais clara a respeito
dos fundamentos da ética subseqüente, ou seja, a contemporânea, mas é preciso ter claro
que, mesmo que um pensador tenha bases sobre as quais erige suas idéias (bases que
vêm da própria história), cada pensamento é algo completo em si, e se constitui como
algo novo.

De início, vamos regressar um pouco para conhecer o contexto histórico dos


princípios da Ética no período pós-Idade Média.

2 HISTÓRIA DA ÉTICA MODERNA


Delimitando o período, pensemos nas transformações ocorridas no mundo
ocidental a partir dos séculos 14 e 15 com o Renascimento e que foram se intensificando
cada vez mais, passando pelo Iluminismo, refletindo sobre os vários pensadores que
permitiram a passagem para a Ética Contemporânea (pensemos, aqui, em F. Nietzsche).

Lima Vaz afirma que as

[...] origens da Ética moderna apresentam características bem diferentes


daquelas que reconhecemos nas origens da Ética cristão-medieval que a
precedeu. Nesse primeiro caso tratava-se da transcrição conceptual de uma rica
tradição ética, a tradição vétero e neotestamentária, nos modelos de doutrinas
éticas já plenamente constituídas no seio da Ética antiga, e que se mostravam
compatíveis com o ethos cristão. Já Ética moderna deve as suas origens a
uma ampla e profunda mudança das estruturas e condições históricas e dos
universos simbólicos da civilização ocidental, mudanças cujo desenrolar trouxe
consigo o declínio e o fim da Ética cristão-medieval como forma de um ciclo
civilizatório que chegava ao seu termo (LIMA VAZ, 2002, p. 257-58).

Vimos que a Idade Moderna estabelece um novo mundo, com novos


paradigmas, que fazem com que toda a realidade seja re-pensada, por exemplo, a ciência
será questionada, não sendo mais aceitas suas bases aristotélicas, a metafísica será
reformulada, perdendo (diríamos: sendo rechaçado) seu fundamento teológico-cristão.

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UNIDADE 1 Licenciatura em Filosofia

A segurança do homem medieval deixa de existir, assim, o agir passa a


ter novas possibilidades, não existindo a necessidade de se responder às
exigências advindas do Deus cristão.

A Reforma Religiosa que se deu no século 16, tendo Martinho Lutero como um de
seus maiores expoentes, também contribuiu para que o homem mudasse sua concepção
do que seria o agir correto, não deixando de lado o Deus cristão em sua “verdade revelada”
(que é, agora, estabelecida a partir de uma livre interpretação da Bíblia).

A relação homem–Deus passou a ser mais direta, sem o intermédio da instituição


eclesiástica medieval – que foi símbolo maior de opressão no período – que estava
preocupada mais com preceitos e normas do que com a vivência propriamente religiosa.

Desta maneira, vemos surgir uma separação clara entre a religião e a ética, pois
como seria possível pensar um único e correto agir, pautado pelo pensamento religioso, se
a própria religião não mais é uma e única? Como várias eram as possibilidades teológicas
de se pensar o real, vários seriam os “corretos” modos de se agir.

O homem moderno percebe, então, a necessidade de estabelecer os


fundamentos éticos sem base religiosa.

Surge então uma grande problemática: Como chegar a uma sociedade justa,
desligada da religião? Eis o objetivo dos muitos pensadores da Ética moderna.

Será sob pressão que cada filósofo buscará re-fundar a metafísica e a


epistemologia. Pressão, pois há grandes expectativas com relação a tal projeto: de um
lado, temos a nova consciência, que quer abandonar a religião, esperando que o novo
surja, vença e seja base para o pensar; de outro, ainda temos a religião insatisfeita, que
espera o fracasso dos pensadores, desejando retomar seu poder.

Em tal contexto, qual caminho seguir? Como defender filosoficamente uma


base para a ordem social que não dependesse dos anteriores pressupostos metafísicos e
epistemológicos?

Vamos descobrir juntos.

3 A LGUNS
MODERNO
PENSAMENTOS ÉTICOS DO PERÍODO

Antes de iniciarmos, é importante lembrar as concepções que estavam nas


bases sócio-políticas sobre as quais foi estabelecido o Estado Moderno.

No período feudal o poder era descentralizado e dividia-se entre os senhores


feudais, o que fazia com que o rei fosse apenas mais um proprietário de terras. Esta
situação foi alterada por várias razões, como aquelas eclodidas na crise do século 14
(escassez de alimentos, falta de terras pela superpopulação dos feudos, peste negra etc.),
que levou uma grande massa populacional a voltar para as cidades, buscando uma maior ATENÇÃO!
O Sistema Gerenciador de
qualidade de vida. Aprendizagem disponibiliza
uma série de ferramentas que
Assim, vai acontecer um movimento contrário àquele do início da Idade Média; facilitam e potencializam sua
aprendizagem, portanto, utilize-
agora, as cidades voltarão a crescer tendo o comércio como sua atividade principal. as o máximo possível.

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UNIDADE 1
Licenciatura em Filosofia

Por conta também das várias guerras que foram acontecendo, cada vez mais
a população foi criando a consciência de ser uma “nação”, já que todos estavam lutando
por um mesmo ideal, o que não acontecia na divisão dos feudos. Era preciso, então, que
houvesse alguém que liderasse a sociedade, representando, comandando e defendendo a
nação. A partir desta necessidade é que os governantes passaram a receber o poder – que
se tornou absoluto – legitimamente para guiar a sociedade.

Surgirá, entretanto, uma questão importantíssima: o Estado não mais será visto
como algo natural (se assim o fosse, o poder seria legítimo por ser dado pela natureza),
desta maneira, se o poder não é natural, a lealdade para com o Estado teria sentido
a partir de quê? Por que os indivíduos se agrupam em sociedade, sem uma tendência
natural?

Algumas são as respostas para estas e outras questões, das quais conheceremos
primeiro a do inglês T. Hobbes.

4 THOMAS HOBBES (1588-1679) 1

Pensemos em Thomas Hobbes e em como ele buscou responder de maneira


consistente a tais problemas. Muito considerado dentro de sua filosofia política, Hobbes
(1) Thomas Hobbes (1588- estudou em Oxford e teve a oportunidade de muito viajar, estabelecendo contato com
1679) foi um matemático, teórico vários pensamentos, dentre os quais podemos citar os de Euclides, Galileu e Descartes.
político, e filósofo inglês, autor
de Leviatã (1651) e Do cidadão
(1651).
Suas principais obras são: De cive (1642), De homine (1658), De corpore (1661)
e principalmente Leviathan (1651), sobre a qual Reale comenta:

Hobbes adota precisamente o nome de ‘Leviatã’ para designar o Estado e


também como título simbólico da obra que sintetiza todo o seu pensamento.
Mas, ao mesmo tempo, ele também o designa como ‘deus mortal’, porque a
ele (abaixo do Deus imortal) devemos a paz e a defesa de nossa vida. Mas
a dupla denominação é extremamente significativa: o Estado absolutista por
ele concebido é verdadeiramente metade monstro e metade deus mortal [...]
(REALE, 1990, p. 502).

O comentário de Reale nos possibilita entrar direto na questão colocada. Para


Hobbes, o estabelecimento hipotético de um “estado de natureza” é claramente necessário
para poder ser estabelecida a origem do Estado. No Leviatã, Hobbes defende a importância
de uma sociedade organizada, pois em seu “estado natural”, o homem tem uma vida
INFORMAÇÃO: desonesta, solitária e violenta, o que levou o filósofo a construir sua famosa máxima:
Na Bíblia, o livro de Jó, 40-41, o Homo homini lupus, ou seja, “o homem é o lobo do homem”.
Leviatã é apresentado como um
crocodilo monstruoso.
Assim, será somente um contrato social que possibilitará a segurança, uma vez
que em estado natural, o homem se encontra num estado de guerra de todos contra todos
(Bellum omnium contra omnes).

Na realidade, o que vemos um Estado forte que deverá reprimir a maldade


humana. Segundo Hobbes:
Os homens não tiram prazer algum da companhia uns dos outros [e sim, pelo
contrário, um enorme desprazer], quando não existe um poder capaz de manter
a todos em respeito. Porque cada um pretende que seu companheiro lhe atribua
o mesmo valor que ele se atribui a si próprio e, na presença de todos os sinais
de desprezo ou de subestimação, naturalmente se esforça, na medida em que a
tal se atreva [o que, entre os que não têm poder comum capaz de os submeter
a todos, vai suficientemente longe para levá-los a destruir-se uns aos outros],

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por arrancar de seus contendores a atribuição de maior valor, causando-lhes


dano, e dos outros também, através do exemplo (HOBBES, 1974, p. 79).

Hobbes “tinha um profundo interesse pela moral e se propunha mesmo, ao


elucidar a condição do homem como cidadão, encontrar igualmente a explicação racional
do cidadão como ser ético” (LIMA VAZ, 1999, p.296). A antropologia hobbesiana é
fundada em uma física totalmente mecanicista que, por sua vez, vem de uma metafísica
materialista.

Podemos perceber, então, uma clara e importante ligação entre as concepções


políticas e éticas no pensar hobbesiano, pois, não aceitando que a sociabilidade seja
algo natural no ser humano, o homem ético apenas pode ser entendido dentro de uma
sociedade politicamente instituída.

Vamos conhecer agora algumas idéias de Locke.

5 JOHN LOCKE (1632-1704) 2

As idéias de Thomas Hobbes muito influenciaram o pensamento de John Locke,


que afirmava, em seus Dois tratados sobre o governo (1690), que o contrato social tinha
a finalidade de limitar o poder absoluto da autoridade, promovendo a liberdade individual;
tal liberdade é que também será a construtora da felicidade. (2) John Locke (1632-1704),
filósofo inglês, que é considerado
o representante principal do
empirismo naquele país, e
Segundo Locke, a felicidade é o que guia a vontade e a ação humana. ideólogo do liberalismo.

A respeito do estado de natureza, o filósofo diz que, em tal estado,

[...] falta um juiz conhecido e indiferente, com autoridade para resolver


quaisquer dissensões, de acordo com a lei estabelecida; porque, sendo cada
homem, nesse estado, juiz e executor da lei de natureza, sendo os homens
parciais para consigo, a paixão e a vingança podem levá-los a exceder-se nos
casos que os interessam, enquanto a negligência e a indiferença os tornam por
demais descuidados nos casos de terceiros (LOCKE, 1973, p. 88).

Podemos, em muitos aspectos, encontrar semelhanças entre o pensar de T.


Hobbes e J. Locke, porém:

[...] o indivíduo de Locke já desde o ‘estado de natureza’ é pensado em total


contraste como o homo homini lupus de Hobbes, sendo um ser constitutivamente
moral e encontrado na ‘sociedade civil’ em virtude do pacto social o campo ideal
de exercício do seu agir ético. Locke partilha ainda com Hobbes o postulado
nominalista e uma estrita gnosiologia sensista. Mas ao materialismo de Hobbes
acusado de conduzir logicamente ao ateísmo, Locke opõe um ateísmo teísta
que, em alguns momentos o aproxima de Descartes e que lhe permite explicar
a origem da Lei Natural, a possibilidade de seu conhecimento pelo homem,
sua obrigatoriedade e a legitimidade das sanções por seu não-cumprimento.
A moral de Locke pode ser considerada, desta sorte, como um prolegômeno à
moral preconizada pela vertente teísta da Ilustração, justificando o epíteto le
sage Locke dado por Voltaire ao filósofo inglês (LIMA VAZ, 2002, p. 309).

O agir humano é determinado pela felicidade buscada, ou pelo mal-estar (que


é a falta da felicidade). Ou seja, sempre encontraremos a ação/vontade humana ligada

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à noção de prazer – o bem buscado; mas o bem é relativo de indivíduo para indivíduo,
dependendo também das circunstâncias, daí que, dependendo do prazer (objeto buscado
para a felicidade), o homem tem a liberdade de agir ou não agir (que já é uma ação),
sempre considerando e pesando os objetos. Tal “pesar os objetos está em função de
seu valor como meios para obter uma felicidade concebida unicamente como prazer”
(ROVIGHI, 2002, p. 44).

Partamos agora para o reconhecimento da proposta de Hume.

6 DAVID HUME (1711 – 1776) 3

Tratando do pensamento de David Hume, é preciso ter claro o que vem a ser
a moralidade, ou ato moral. A tal questionamento podemos responder com a idéia de
(3) David Hume (Edimburgo, 7 que o moral é aquilo que é aceito virtualmente por todas as pessoas tendo sido feito por
de Maio de 1711 - Edimburgo,
25 de Agosto de 1776) foi um qualquer um; ou seja, seriam as qualidades de qualquer pessoa aceitas universalmente.
filósofo e historiador escocês.
Foi, juntamente com Adam Smith
e Thomas Reid, entre outros, No entanto, qual seria o fundamento de uma tal aceitação / aprovação?
uma das figuras mais importantes
do chamado iluminismo escocês.
A resposta dada a este novo questionamento é: sentimentos. Observamos que
poderíamos pensar ser o conhecimento tal resposta, visto que Hume é muito conhecido
por sua teoria do conhecimento, porém é só o sentimento moral que se torna base das
decisões morais.

Hume comenta:

É certo que a dedicação assídua às ciências e às artes liberais suaviza e


humaniza o caráter e alimenta aquelas emoções mais delicadas em que
consistem a verdadeira honra e virtude. Raramente, mas muito raramente
acontece que um homem de gosto e de valor não seja, pelo menos, um homem
honesto, sejam quais forem suas fraquezas. A inclinação de seu espírito para
os estudos especulativos deve nele mortificar as paixões do interesse e da
ambição, e deve ao mesmo tempo dotá-lo de uma maior sensibilidade para
todas as exigências e deveres de uma vida decente. Será capaz de sentir mais
plenamente as distinções morais entre os diversos caracteres e costumes, e
esta sua sensibilidade não será diminuída e sim, pelo contrário, altamente
intensificada pela especulação (HUME, 1973, p. 218).

Para ele, não há caminhos pré-estabelecidos para a ação humana; não existem
idéias inatas, pois elas derivam totalmente da experiência. Não há, também, uma regra
divina para pautar as decisões humanas (morais), pois Deus é negado, visto que Ele pode
ser reconhecido de qualquer maneira que seja pensado (como plenitude da perfeição, da
bondade etc.).

ATENÇÃO!
Assim, vemos a “impossibilidade do estabelecimento de uma conseqüência
Leia os livros citados nas lógica unindo o ser ao dever-ser, inviabilizando assim uma Moral fundada sobre a razão”
referências bibliográficas. Não (LIMA VAZ, 2002, pp.309-10).
se esqueça que este material
é apenas um referencial de
conteúdo. Algumas virtudes humanas são úteis para quem as tem, enquanto outras são
também para outras pessoas. Aqui reside outro importante ponto ético: aquilo que for útil
ou proporcionar prazer à mais pessoas será o moralmente aprovado. Encontramos aqui
um utilitarismo (que veremos mais adiante), mas que se dá de forma altruísta, pois o
objetivo é a felicidade dos outros, que não pode ser simplesmente expressa por “maior
felicidade para maior número de pessoas”.

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7 CONSIDERAÇÕES
Apresentamos, nesta unidade, três autores dos quais deve ser realizado um
estudo mais aprofundado, buscando a apreensão de conceitos fundamentais do pensamento
de cada um deles, que se inserem no conteúdo da ética moderna.

É importante ressaltar a ligação dos temas éticos com os políticos por conta de
todo o contexto histórico–social, além de verificarmos uma fonte empirista existente em
tais pensamentos, o que ainda hoje se reflete em expressões como “ética na política”.

8 E–REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Thomas Hobbes – Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_
Hobbes>. Acesso em: 03 set. 2006.
Figura 2 John Locke – Disponivel em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Locke>.
Acesso em 03 set. 2006.
Figura 3 David Hume – Disponivel em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/David_Hume>.
Acesso em 03 set. 2006.

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Anotações

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