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Como analisar e escolher os livros didáticos?

 
Primeiramente, devemos destacar que o livro didático precisa ser utilizado de maneira metódica e
sistemática no processo de ensino e aprendizagem. 

Portanto, cabe ao professor realizar a escolha do material e buscar entender como aplicar seu
conteúdo em sala de aula. Afinal, o que é mais adequado para cada grupo de alunos?

Essa e outras questões são fundamentais para decidir a obra que dará suporte para o trabalho
desempenhado no dia a dia escolar. Portanto, veja a seguir alguns aspectos que você pode levar em
consideração: 

1. Atente-se à estrutura do material


Antes de realizar a escolha dos livros didáticos, é importante lembrar que a Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) regulamenta quais são as aprendizagens essenciais a serem trabalhadas nas
escolas do Brasil.

Sendo assim, atente-se às principais características que compõem esses materiais:

 Textos;
 Imagens;
 Sugestões de atividades;
 Exercícios;
 Bibliografia utilizada na preparação do conteúdo.

2. Observe a apresentação dos conteúdos


Você também precisa estar atento(a), na hora da escolha do livro didático, à apresentação dos
conteúdos. Eles conversam e atendem às necessidades do aluno do século XXI?

Antes de mais nada, verifique a diversidade de gêneros textuais. Para que o estudante se sinta mais
atraído pelo conteúdo trabalhado, busque materiais que explorem diferentes formatos, desde poesias
clássicas a textos despretensiosos de redes sociais. 

Além disso, analise a diversidade cultural e étnica da obra para enriquecer o aprendizado do aluno.
Apesar da constante luta por representatividade e a discussão mais frequente de causas sociais,
analisar a pluralidade dos conteúdos ainda se faz necessário para conversar com os jovens da
atualidade. 

3. Aposte em atividades práticas com os livros didáticos


corretos
Adotar livros didáticos que proporcionam atividades de laboratório (ou práticas) é outro aspecto
indispensável a ser observado, principalmente em se tratando das áreas de física, química e biologia. 

Em outras palavras, ter um olhar crítico para as atividades propostas no material pode proporcionar
aos alunos novas experiências de aprendizagem, colocando-os como participantes ativos da
investigação, da análise e da construção de soluções para determinados problemas.

4. Avalie a experiência acadêmica e profissional dos autores


Do mesmo modo que você validou o conteúdo disponibilizado pela obra, verifique a especialização
dos autores. Quem escreveu? Quais são as contribuições? Qual a formação?

Esses pontos de partida são importantes porque, no momento da leitura, conseguimos observar muito
da formação inicial desses autores, o que pode influenciar diretamente no processo de ensino em
diferentes componentes curriculares e na evolução dos estudantes.

5. Escolha livros didáticos que trabalham a


interdisciplinaridade
Vivemos em um mundo plural e tecnológico, com uma imensa variação de informações e
possibilidades. 

Por isso, o livro didático utilizado em sala de aula deve estar alinhado às mudanças e propor
inovações para garantir o pleno desenvolvimento e a formação integral de crianças e jovens.

Na hora de realizar a escolha, lembre-se de avaliar se os materiais têm um olhar atento para a
abordagem interdisciplinar, isso fará com que o conhecimento seja integrado e ajudará a desenvolver
alunos de uma geração dinâmica, curiosa e questionadora.

Para além do processo de alfabetização


De fato, o livro didático é indispensável para o processo de alfabetização em muitos aspectos, como a
capacidade de atender às mais diversas necessidades em sala de aula. 

Mas não é só isso! 

É importante lembrar que esse recurso é um material de apoio e não deve ser o centro do processo. O
estudante precisa ter outras fontes de consulta dentro e fora de sala para que a aula se torne mais
dinâmica e prenda sua atenção, melhorando seu desempenho.

Após todo esse conteúdo e os detalhes que trouxemos acerca dos livros didáticos, aí vão alguns
questionamentos:

 Como identificar quais características um livro didático deve ter, considerando as necessidades
da escola e dos alunos?
 Você entende o potencial do livro para tornar as aulas mais flexíveis, com mais opções de
conteúdo para engajar os estudantes?
 Saberia como escolher um bom livro para o processo de alfabetização, que permitisse valorizar
o contexto de ensino e aprendizagem da escola e as necessidades dos estudantes?

A forma de trabalhar as competências da BNCC ainda pode ser algo confuso para alguns, no
entanto o Espaço Maker pode ser sua solução.

A BNCC é a Base Nacional Comum Curricular e como descrito no site oficial ela “deverá nortear a formulação
dos currículos dos sistemas e das redes escolares de todo o Brasil, indicando as competências e habilidades que
se espera que todos os estudantes desenvolvam ao longo da escolaridade.”
Algumas competências não estão claras quanto à forma como devem ser trabalhadas, por isso trouxemos 10 dicas
de como trabalhar essas competências no Espaço Maker:

1. Conhecimento
“Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e
digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma
sociedade justa, democrática e inclusiva. “
               Ao trabalhar os projetos no Espaço Maker utilizando a metodologia do Design Thinking (Não conhece?
Confira aqui o que é!) os alunos terão contato e valorizarão os conhecimentos históricos ao passar pela fase de
Empatia. Trabalhe os objetivos dos projetos e os grupos podem explorar o mundo físico, social, cultural e o
digital. Ao atingirem a etapa de Testes incentive-os a ter contato com pessoas diretamente relacionadas ao tema
proposto e eles irão aprender sobre como “colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e
inclusiva”. Por fim, traga sempre com a classe problemas reais da sociedade e da comunidade escolar e ao seu
redor, garantindo que a última parte dessa competência seja trabalhada em seu todo.
2. Pensamento científico, crítico e criativo
“Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a
reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses,
formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das
diferentes áreas.”
Abra o espaço para rodas de discussão dentro de um tema levantando pontos que inquietam os grupos acerca do
assunto, assim os membros podem criar e testar hipóteses em seus projetos. Concluindo, os alunos poderão criar
soluções tecnológicas ou não com base nos conhecimentos das diferentes áreas enquanto trabalham: imaginação,
análise, criatividade, investigação e reflexão.
3. Repertório Cultural
“Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar
de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.”
Embora o Espaço Maker pareça, quase sempre, atrelado a tecnologias e ferramentas este é também um ambiente
de expressão artístico-cultural. Os alunos podem utilizar o espaço para recriar essas expressões de outras
nacionalidades ou etnias. Além disso, é sempre importante ressaltar o papel do Espaço Maker de conectar a
escola ao mundo real. Para isso traga pessoas da alçada artístico-cultural para entrevistas, oficinas e trocas de
experiências nesse espaço. Organize exposições ou traga uma para seu Espaço Maker e valorize as manifestações
artísticas e culturais.

4. Comunicação
“Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual,
sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se
expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir
sentidos que levem ao entendimento mútuo.”
O Espaço Maker é um ambiente para trabalhar essas linguagens através de projetos que vão demandar
ferramentas tecnológicas ou não. Ao utilizar esses equipamentos na criação de um protótipo eles estarão
trabalhando a linguagem matemática: ao calcular e discutir os dados com a equipe, artística: ao elaborar o design
e pensar no seu impacto cultural, e científica: ao elaborar e testar nos grupos suas hipóteses, anotando seus
resultados, discutindo suas descobertas e divulgando-as para diferentes públicos.

5. Cultura digital
“Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica,
significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar
e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na
vida pessoal e coletiva.”
Impulsionar a cultura digital nos alunos é um dos objetivos do Espaço Maker, com a tecnologia acessível aos
alunos, estes poderão trazer vida aos projetos via programação, aplicativos e micro controladores. Use as
inquietações deles e suas motivações como combustível para utilizar a tecnologia na resolução de problemas da
comunidade escolar, familiar ou de outros contextos.
6. Trabalho e Projeto de Vida
“Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que
lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício
da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.”
Crie conexão entre o Espaço Maker e a sociedade, assim os alunos experimentarão das diversidades de saberes e
vivências culturais. Trabalhe projetos que possam envolver pessoas de cargos políticos, sociais, científicos e
artísticos trazendo-os para a sala. Esse contato cria empatia e consequentemente a apropriação de conhecimentos
e experiências que vão auxiliar os alunos na compreensão do mundo do trabalho com a cidadania. Para garantir
desenvolvimento de autonomia, liberdade, consciência crítica e responsabilidade, permita que os alunos sejam
ativos na criação dessas pontes com a sociedade.

7. Argumentação
“Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias,
pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência
socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em
relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.”
Inove em suas aulas no Espaço Maker fazendo com que os grupos apresentem um Pitch de seus projetos. O que
é isso? Basicamente os grupos tem cerca de 5-8 minutos para apresentar sua ideia, dados e convencer outras
pessoas de que é uma boa ideia. A apresentação ocorre ininterrupta e posteriormente o grupo será questionado
pelo público que está assistindo. Conforme a sala for ficando habituada ao Pitch traga especialistas de uma área,
universitários ou professores de outras matérias.
8. Autoconhecimento e autocuidado
“Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade
humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.”
Garanta que os projetos estejam sempre acompanhado de reuniões, exponha a sala a importância de compartilhar
os sentimentos e ter clareza de comunicação com os membros da equipe. Assim cada aluno passará a se conhecer
melhor física e emocionalmente, porque durante a dinâmica de desenvolvimento dos projetos eles se depararão
com o cansaço, frustrações e desafios. Além disso, ajude-os a estabelecer momentos de autocrítica nos grupos a
fim de lidarem com essa situação entendendo suas limitações e potenciais.

9. Empatia e cooperação
“Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o
respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de
grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.”
Não recue na escolha pela execução de projetos em equipes. Trabalhe qualquer investigação em grupos e os
alunos serão desafiados quanto a essa competência. Para entender melhor como aprimorar o trabalho em equipes
em sua sala de aula confira nosso texto sobre o assunto (clique aqui).
10. Responsabilidade e cidadania
“Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o
respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de
grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.”
Essa competência pode ser trabalhada como a anterior, mantenha as equipes nos trabalhos e proporcione
ferramentas para que eles possam trabalhar a resolução de conflitos, cooperação e respeito. Conheça o modelo
SCRUM (clique aqui), ele poderá auxiliar suas equipes que tem dificuldade de comunicação durante os projetos.

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