Organização de Eventos Na Educação Física Escolar

ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS NA
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Professora Mestre Luciana Letícia Sperini Rufino dos Santos
REITORIA Prof. Me. Gilmar de Oliveira
DIREÇÃO ADMINISTRATIVA Prof. Me. Renato Valença
DIREÇÃO DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Me. Daniel de Lima
DIREÇÃO DE ENSINO EAD Profa. Dra. Giani Andrea Linde Colauto
DIREÇÃO FINANCEIRA Eduardo Luiz Campano Santini
DIREÇÃO FINANCEIRA EAD Guilherme Esquivel
COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Me. Jeferson de Souza Sá
COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
COORDENAÇÃO DE PLANEJAMENTO E PROCESSOS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EAD Profa. Ma. Sônia Maria Crivelli Mataruco
COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS Luiz Fernando Freitas
REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Caroline da Silva Marques
Eduardo Alves de Oliveira
Jéssica Eugênio Azevedo
Marcelino Fernando Rodrigues Santos
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Bruna de Lima Ramos
Hugo Batalhoti Morangueira
Vitor Amaral Poltronieri
ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz
DE VÍDEO Carlos Firmino de Oliveira
Carlos Henrique Moraes dos Anjos
Kauê Berto
Pedro Vinícius de Lima Machado
Thassiane da Silva Jacinto
FICHA CATALOGRÁFICA
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP
S237o Santos, Luciana Letícia Sperini Rufino dos

Organização de eventos na educação física escolar /
Luciana Letícia Sperini Rufino dos Santos. Paranavaí:
EduFatecie, 2023.
74 p. : il. Color.
1.Educação física – Eventos. 2. Educação física - Projetos.

I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a
Distância. III. Título.
CDD : 23 ed. 796.06

Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577
As imagens utilizadas neste material didático

são oriundas dos bancos de imagens
Shutterstock .
2023 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie.
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva
dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da
obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la
de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
AUTORA
Graduada em Licenciatura em Educação Física em 2012 pela Universidade

Estadual de Maringá e Bacharel em Educação Física em 2014 pela mesma instituição.
Mestrado em Educação Física na Linha de Práticas, Políticas e Produção de Conhecimento
em Educação Física do Programa de Pós-Graduação Associado em Educação Física UEM/
UEL. Professora de Educação Física da rede municipal de educação do município de Santa
Helena, Paraná.
INFORMAÇÕES RELEVANTES:
• Formação Acadêmica; Licenciatura e Bacharelado em Educação Física.
• Níveis de Titulação; Mestre.
• Instituições Frequentadas; Universidade Estadual de Maringá.
• Link do Currículo na Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/4389866667651380
3
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
A Educação Física no contexto escolar nos apresenta uma série de possibilidades no
trabalho a partir de eventos. Os eventos ocorrem com frequência na escola e muitas vezes
estão associados ao trabalho de interação social entre escola e comunidade e também
no sentido de formação e construção de conhecimento. A disciplina de Organização de
Eventos na Educação Física Escolar apresenta algumas possibilidades de trabalho dos
conteúdos da Educação Física a partir dos eventos, trazendo uma reflexão para pensarmos
além dos eventos esportivos e das apresentações de danças em datas comemorativas.
Na unidade I, identificamos e conceituamos o que são os eventos e sua associação
com a educação física. Ainda vamos analisar o que a Base Nacional Comum Curricular
- BNCC nos apresenta como possibilidade de intervenção pedagógica e que podem
contemplar eventos em espaço escolar de forma interdisciplinar.
Em seguida, na unidade II, iremos conhecer o trabalho mais técnico voltado aos
projetos, assim, esta unidade se torna uma importante referência técnica sobre a elaboração
de projetos, contemplando questões técnicas de estruturação de um projeto independente
de seu tamanho ou ciclo, bem como definição de objetivos e metas.
Já na unidade III, iremos trabalhar o contexto mais prático do evento, após seu
processo de elaboração e proximidade de sua realização a partir do desenho do projeto
e atribuição de funções para a equipe de trabalho, bem como sobre a importância dos
recursos. Para finalizar o conteúdo, a unidade IV apresenta quatro possibilidades de eventos
que podemos realizar na escola a partir dos conteúdos da disciplina de Educação Física.
4
SUMÁRIO
UNIDADE 1
Organização Física e suas Diversas
Possibilidades em Espaço Escolar
UNIDADE 2
Elaboração de Projetos
UNIDADE 3
Organização de Eventos Escolares
UNIDADE 4
Eventos em Espaço Escolar
5
1
.............................................................
.............................................................
.............................................................
.............................................................
.............................................................
.............................................................
.............................................................
UNIDADE
EDUCAÇÃO FÍSICA
E SUAS DIVERSAS
POSSIBILIDADES EM
ESPAÇO ESCOLAR
Professor Mestre Luciana Letícia Sperini Rufino dos Santos
Plano de Estudos
• Ampliar nosso entendimento sobre eventos.
• Proposta curricular e Eventos.
• Interdisciplinaridade na organização de eventos em espaço
escolar.
• Eventos na Educação Física escolar.
Objetivos da Aprendizagem
• Compreender o conceito de evento e de um evento em espaço
escolar;
• Identificar as possibilidades de trabalho de forma interdisciplinar
a partir dos eventos escolares.
• Explorar as possibilidades de trabalho a partir dos diferentes
conteúdos abordados pela disciplina de Educação Física;
INTRODUÇÃO
A disciplina de Educação Física no currículo escolar abrange diferentes espaços de
atuação, seja no ensino e aprendizagem de seus conteúdos específicos, ou em conjunto
às demais atividades escolares que ocorrem interdisciplinarmente. Dentro do campo de
aprendizagens essenciais, todos os currículos buscam desenvolver conhecimentos,
habilidades, valores e a capacidade de mobilização, articulação e integração a partir das
competências (BRASIL, 2017). Essas aprendizagens requerem processos diferentes
daqueles trabalhados tradicionalmente em sala de aula, e os eventos têm um grande
potencial como ferramenta pedagógica.
Para iniciar nossa discussão sobre a relação da disciplina de educação física com
os eventos em espaço escolar, é preciso conceituar o que entendemos por eventos e quais
os limites pedagógicos de atuação da Educação Física nesses eventos na escola. De
acordo com Poit (2006, p. 19), um “evento é um acontecimento previamente planejado,
com objetivos claramente definidos” e pode ter diferentes finalidades como esportiva,
pedagógica, cultural, social, religioso, entre outros’’.
Para Mallen e Adams (2013), o conceito de evento deve ser amplo, uma vez que os
autores apontam que diferentes situações podem ser consideradas um evento. De acordo
com os autores, o entendimento de eventos deve ter como referência um longo espaço
temporal, pois:
[...] ao percorrermos a história dos povos, registramos inúmeras festas civis,

religiosas, jogos de competições, festejos populares, festivais de música
e arte, e outros, tendo como destaque o maior dos eventos esportivos: as
Olimpíadas. Na época das monarquias tem-se o conhecimento de grandes
reuniões e festivais, como o dia da coroação do rei, os famosos bailes da
corte, muitas vezes baile de máscaras, nos quais praticavam-se danças
de salão. Temos outros eventos como disputas militares, torneios, caçadas
organizadas pelos nobres e também os desportivos (MALLEN; ADAMS,
2013, p. 153).
A fala dos autores evidencia a cultura corporal de movimento, trabalhada pela

Educação Física, visto que pode ser observada como presente em eventos de diferentes
finalidades ao longo da história, não somente associada somente aos eventos esportivos.
No espaço escolar, no entanto, os eventos esportivos competem diretamente com os
eventos culturais, como as danças, além dos conteúdos também trabalhados pela Educação
Física. Isso pode ser considerado como uma ação limitada, uma vez que a disciplina deve
“tematizar as práticas corporais em suas diversas formas de codificação e significação social,
UNIDADE 1 EDUCAÇÃO FÍSICA E SUAS DIVERSAS POSSIBILIDADES EM ESPAÇO ESCOLAR 7

entendidas como manifestações das possibilidades expressivas dos sujeitos, produzidas
por diversos grupos sociais no decorrer da história” (BRASIL, 2017). Desta forma, os
conteúdos de lutas, ginásticas, brincadeiras, jogos e práticas corporais de aventura podem
contribuir para uma maior possibilidade de ações por meio da Educação Física, que por sua
vez contribuirão para o processo de aprendizagem diante dos conhecimentos, habilidades,
valores e demais competências vinculadas a realização de eventos.

1
TÓPICO
AMPLIANDO NOSSO
ENTENDIMENTO SOBRE
EVENTOS
A compreensão do que pode ser considerado um evento nos auxilia a pensar no

trabalho com esse tipo de iniciativa em espaço escolar. No entanto, é preciso ressaltar que
o espaço escolar tem suas particularidades e, mesmo ampliando o entendimento sobre
eventos, é necessário cautela na hora de pensarmos em organizar um evento.
Podemos classificar os eventos em quatro tempos diferentes, ou timing, como
menciona Melo Neto (2007): eventos permanentes, eventos esporádicos, eventos únicos,
eventos de oportunidade. No quadro abaixo, veremos cada um deles:
QUADRO 1. EVENTOS DE ACORDO COM O TIMING.

Os eventos permanentes são aqueles realizados periodicamente e que já fazem parte
do calendário da escola, como a festa junina ou os jogos entre as turmas. São eventos
que já estão consolidados naquela instituição ou comunidade, e todos aguardam para a
sua realização no próximo ano, por exemplo.
Os eventos esporádicos ocorrem de forma aleatória, não são previstos com regularidade
no planejamento ou calendário da escola, mas acabam acontecendo, como, por exemplo,
uma comemoração aos trinta anos de fundação da escola, ou então a inauguração de um
ginásio de esportes na escola.
Eventos considerados únicos são aqueles que não se repetem, como a inauguração da
escola.
E o quarto tipo de eventos, os de oportunidade, que ocorrem em momentos oportunos,
como datas comemorativas, mas não são classificados como tradicionais no calendário
escolar. Podemos citar como exemplo uma atividade diferente no Dia das Crianças ou até
mesmo apresentações de Natal.
Fonte: MELO NETO, 2007.

O tempo em que o evento é pensado é um dos momentos mais importantes dentro
de sua organização, pois demanda planejamento de diversas ações, conteúdo que iremos
abordar no decorrer da disciplina.
Melo Neto (2007) também nos apresenta a classificação de um evento de acordo
com o público que ele irá atender, como eventos de massa, que visa atingir um grande
número de pessoas, e eventos de nicho, voltados a um público específico. Utilizaremos
como exemplo uma Feira de Exposição Cultural na escola, onde toda a comunidade tem a
oportunidade de visitar a escola e o evento. No caso de um evento de nicho, o evento deve
ser realizado na escola com os próprios alunos ou até mesmo um evento somente com a
participação dos professores.
Outra forma de pensarmos nos tipos de eventos é de acordo com sua finalidade ou
área de interesse: científica, cultural, educacional, esportiva, ambiental, social, entre outras.
Assim, podemos considerar que é a partir da classificação das áreas de interesse que os
eventos podem ser articulados e organizados de forma interdisciplinar, ou até mesmo com
ênfase em uma única disciplina.
Em uma definição mais administrativa, um “evento é um acontecimento previamente
planejado, com objetivos claramente definidos” e deve ter “um perfil marcante: esportivo,
social, cultural, filantrópico, religioso, entre outros” seguindo sempre um cronograma
estabelecido pelos organizadores, bem como as metas de interação com o público alvo
(POIT, 2006, p. 19). Questões essas que abordaremos ao longo desta disciplina, envolvendo
o trabalho de planejamento e organização de eventos.

2
TÓPICO
PROPOSTA CURRICULAR E
EVENTOS
Conhecendo os tipos de eventos e as formas em que podemos classificá-los, é

necessário pensar nas possibilidades pedagógicas para trazer o evento até o contexto
escolar e realizá-lo. Dentro do conceito de competências abordado pela BNCC, é preciso
enfatizar o trabalho junto aos conhecimentos, habilidades, atitudes e valores (BRASIL,
2018). Um evento em espaço escolar consegue reunir esse conjunto de competências, de
acordo com sua finalidade e planejamento.
A Educação Física enquanto disciplina que compõe o currículo da Educação Básica
tematiza as práticas corporais, com seus conteúdos relacionados diretamente a ela:
[…] as práticas corporais devem ser abordadas como fenômeno cultural

dinâmico, diversificado, pluridimensional, singular e contraditório. Desse
modo, é possível assegurar aos alunos a (re)construção de um conjunto
de conhecimentos que permitam ampliar sua consciência a respeito de
seus movimentos e dos recursos para o cuidado de si e dos outros
e desenvolver autonomia para apropriação e utilização da cultura
corporal de movimento em diversas finalidades humanas, favorecendo
sua participação de forma confiante e autoral na sociedade (BRASIL,
2018, p. 213, grifo nosso).
O planejamento de ações que envolvam alunos e professores junto à comunidade

faz parte do trabalho pedagógico, e visa à aquisição de competências mencionadas. Mos-
tras de trabalhos culturais, feiras de ciências, gincanas, jogos entre turmas, olimpíadas
escolares (teórica ou com esportes), torneios, desfiles, entre outros eventos podem acon-
tecer em espaço escolar, com ou sem a presença da comunidade externa, e podem ter um
público pequeno ou grande.

O que todas elas têm em comum são as possibilidades de trabalho, além do
conteúdo pedagógico, mas também no desenvolvimento de habilidades, ou até incentivar a
descoberta de novas habilidades, e o trabalho direto no que tange às atitudes, a proatividade
e a criatividade. Bem como o trabalho coletivo, o processo de seguir o planejamento, a
responsabilidade com o evento e o compromisso com os colegas e professores, reflete
diretamente no ensino de valores.
Portanto, a realização de um evento em espaço escolar tem a grandeza de extrapolar
o trabalho apenas de conteúdo específico, ele agrega mais ações pedagógicas e sociais do
que muitas atividades restritas à sala de aula. Fortalecendo assim o compromisso com a
formação e o desenvolvimento humano global, em suas dimensões intelectual, física, afetiva,
social, ética, moral e simbólica” (BRASIL, 2018, p. 16), e o processo de aprendizagem de
forma interdisciplinar.

3
TÓPICO
INTERDISCIPLINARIDADE NA
ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS
ESCOLARES
O trabalho dos conteúdos de dança, ginástica, esporte, lutas, práticas corporais de

aventura, brincadeiras e jogos pode estabelecer diálogos com as demais disciplinas curriculares
em vários momentos, desde o ensino fundamental até o ensino médio. A interdisciplinaridade
é viável e necessária ao pensarmos em eventos que envolvam toda a comunidade escolar,
desde que a finalidade seja ampliar as possibilidades pedagógicas do trabalho.
Neste sentido, a interdisciplinaridade deve ser entendida como uma ação, uma
atitude e também parceria entre as diversas áreas de conhecimento, possibilitando assim
maior contextualização dos conteúdos a serem trabalhados (SANTOMÉ, 1998).
É comum encontrarmos no calendário de atividades escolares os eventos anuais
que visam também à arrecadação de recursos para as instituições escolares, recursos que
auxiliam no custeio de diversas despesas que possam surgir ou até com a finalidade de
custear algo específico, como uma viagem, por exemplo. Potencializando a “possibilidade de
modificarmos a forma de orientar e de aprender, buscando um ensinar mais compartilhado
que combine o conjunto dos saberes oferecidos pela escola e o ensino de um conhecimento
organizado [...]” (SANTOS; COLOMBO JUNIOR, 2018, p. 27).
A questão é: como unificar o trabalho de disciplinas que envolvem diferentes
professores e processos pedagógicos? Como um primeiro exemplo de análise, podemos
mencionar o conteúdo de dança, que está presente no currículo de Educação Física, Arte e
também de Língua Portuguesa. Será que a Educação Física, por trabalhar práticas corporais
de movimento, é a única que “deve” conduzir apresentações de danças em espaço escolar?
Muitas vezes, essa atribuição recai sobre os ombros dos professores de Educação Física. É

comum que as tradicionais coreografias de festas juninas, desfiles cívicos, encerramentos
de final de ano e outros tantos eventos presentes no calendário das escolas depositem
nos professores de Educação Física essa “responsabilidade”. No entanto, nesse momento,
podemos questionar a presença das demais disciplinas e o auxílio de outros professores no
processo de organização e planejamento destes eventos.
Além do trabalho do conteúdo em si, também é questionável a relação pedagógica
com a ação, uma vez que a apresentação não se enquadra como finalidade pedagógica. No
entanto, aprimorar habilidades, trabalhar em grupo, promover a integração, e desenvolver
a capacidade de mobilização e articulação fazem parte do campo de aprendizagem por
meio das competências, e podem ser trabalhados por meio da dança e das apresentações,
desde que seja considerada a abordagem pedagógica do professor.

4
TÓPICO
EVENTOS NA EDUCAÇÃO
FÍSICA ESCOLAR
Especificamente para a Educação Física, os conteúdos são bastante e possuem

um enorme potencial para a proposta de eventos. Dança, ginástica, brincadeiras e jogos,
lutas, práticas corporais de aventura e esportes são áreas com diversas possibilidades a
serem exploradas, individualmente, ou em conjunto com outras disciplinas. Neste tópico,
abordaremos os conteúdos de forma mais específica, indicando possíveis ações que po-
dem ser realizadas.
Os conteúdos mais presentes em eventos escolares são Dança e o Esporte. As
danças coreografadas são trabalhadas principalmente para alguma data comemorativa, ou
em alguns casos, para celebrar eventos culturais. É possível observar que o conteúdo de
dança na BNCC aborda manifestações regionais, diretamente associado a culturas locais
como as danças de matriz indígena e africana, danças de contexto cultural e danças do
mundo. Gehres (2020) ressalta a presença da dança nos currículos de educação física e
arte, no documento final da BNCC:
“Na primeira, assistimos a uma listagem de danças a partir de uma noção de

dança como produto cultural, com uma organização interna que aponta para
graus de complexidade que se definem por relações geográficas (danças da
comunidade, da região, do país e do mundo) e com o movimento corporal
como componente essencial, apresentado como ritmo, espaço e gestos. No
ensino da Arte, a dança é desenvolvida em contextos e práticas, elementos
da linguagem e criação, dos quais destacamos os elementos da linguagem
centrados nos estudos do movimento” (GEHRES, 2020, p. s/n).
De forma bastante direcionada, a Educação Física tem como função explorar este
conteúdo de diferentes maneiras, não somente de forma prática e coreografada.

É claramente possível em um evento como a festa junina, por exemplo, propor
um tema, em que diferentes disciplinas podem abordar conteúdos relacionados aos
seus currículos, bem como a educação física e a disciplina de arte podem coreografar
apresentações de acordo com o tema. Um único evento promovendo diretamente a
integração de diferentes disciplinas, trabalhando em conjunto um mesmo tema onde sua
proposta pedagógica é evidenciada e associada a um evento já tradicional do calendário
escolar. Por exemplo, é possível associar o trabalho teórico de pesquisa, produção de
materiais, produção de texto e coreografias de dança envolvendo disciplinas como história,
geografia, língua portuguesa, arte e educação física.
Podemos pensar também em uma mostra cultural de dança, ou que contenha
danças, peças teatrais e exposições de trabalhos. A coreografia não deixa de ser trabalhada,
as práticas corporais estão ali presentes, mas existe uma finalidade pedagógica para
tal trabalho. Talvez este seja o maior desafio da Educação Física associada a eventos
escolares: evidenciar a proposta pedagógica de sua função ali.
O esporte diante deste contexto precisa ser bastante criterioso. O esporte
trabalhado no Ensino Fundamental I difere-se do esporte praticado no Ensino Fundamental
II e Ensino Médio. Ainda que os conteúdos sejam os mesmos, alteram-se métodos e
objetivos de aprendizagem, considerando sempre o nível de desenvolvimento dos alunos,
suas especificidades e possibilidades. As gincanas e os jogos entre turmas (interclasse,
olimpíadas escolares, jogos escolares, entre outras denominações), possivelmente são as
principais formas de eventos associados ao esporte na escola. No entanto, é imprescindível
destacar que a competição e a seletividade não permeiam os objetivos de aprendizagem da
educação física escolar. Portanto, o professor deve ficar atento aos formatos de eventos e
finalidades a quais tais eventos estão pautados.
Paes e Balbino (2005) reforçam que o esporte na escola não deve ser analisado
de forma simplista e que enquanto um fenômeno social e cultural, ele está presente no
cotidiano do aluno e das famílias, como produto de consumo, prática de lazer e demais
variações:
“O esporte praticado em qualquer dos seus múltiplos significados deverá

amparar-se em procedimentos pedagógicos com base em duas referências:
metodológica e sócio-educativa. Caberá ao referencial metodológico
dar conta dos aspectos físicos, técnicos e táticos da prática esportiva; ao
referencial sócio-educativo, caberá o trato com valores, princípios e modo de
comportamento”. (PAES; BALBINO, 2005, p. 52).
Assim, a frequência de eventos esportivos em ambiente escolar, justifica-se por

um conjunto de ações importantes a serem construídas no processo educacional que

extrapolam a mera prática esportiva simplista. A prática muitas vezes é objeto, mas não
é objetivo, ela torna-se uma ferramenta que auxilia na construção de valores, disciplina,
comprometimento, competição, coletividade e respeito. Tendo assim, a Educação Física
a responsabilidade de conduzir tais eventos que conquistam tanto os praticantes como
aqueles que assistem, torcem e participam fora das “quatro linhas”, pois é a ela que cabe o
trabalho pedagógico sobre este conteúdo.
Os eventos esportivos que ocorrem na escola normalmente estão associados a competição, questão de
divergência entre muitos professores dentro da escola. De acordo com Reverdito et. al. (2008, p. 37-38)
a competição é elemento importante do esporte, diretamente associado a sua existência e é nela que a
manifestação do esporte se realiza de forma mais ampla, assim, “qualquer ação orientada para o ensino
e aprendizagem do esporte não está desvinculada da necessidade de se aprender a competir”. Os estudos
voltados à pedagogia do esporte nos auxiliam no processo didático de pensar em diferentes formas de
trabalhar com o esporte em espaço escolar e são importantes ferramentas de estudos para os professores.
Fonte: REVERDITO, R. S.; SCAGLIA, A. J.; SILVA, S. A. D.; GOMES, T. M. R.; PESUTO, C. de L.; BACCARELLI, W.
Competições escolares: reflexão e ação em pedagogia do esporte para fazer a diferença na escola. Pensar
a Prática, Goiânia, v. 11, n. 1, p. 37–45, 2008. Disponível em https://revistas.ufg.br/index.php/fef/article/
view/1207 Acesso em 19 de março de 2023.

Os eventos são considerados como uma importante ferramenta de vínculo entre escola e comunidade, uma
vez que os maiores eventos realizados em espaço escolar são abertos à comunidade externa. Considerando
a importância da presença das famílias dentro do contexto escolar como incentivadores e também como
aqueles que cobram dos alunos o bom rendimento escolar, como podemos pensar nestes eventos e ainda
assim vinculá-los à proposta pedagógica da escola?
Fonte: A autora (2023).

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Iniciar esta discussão acerca da presença de eventos em espaço escolar e sua
associação com a educação física é necessária para os próximos passos de nossa
disciplina. Compreender o que é um evento, suas diferentes tipologias e associações à
prática pedagógica é fundamental para entender a importância da Educação Física junto
às demais disciplinas na realização de eventos. Tendo assim, a interdisciplinaridade como
processo integrador da prática pedagógica e dos caminhos que enquanto professores
conduzimos nossos alunos a atingir os objetivos de aprendizagem propostos através dos
currículos e documentos que norteiam a educação básica.
Considerar os eventos como importante ferramenta no vínculo entre escola e
comunidade escolar, envolvendo as famílias e demais membros da comunidade, também
torna o processo de pensar no evento como um instrumento de formação, socialização e
integração, associado aos conhecimentos técnicos propostos por todas as disciplinas que
estão presentes no currículo.

LEITURA COMPLEMENTAR
O artigo “Educação física e dança: proposições e possibilidades na escola” nos
provoca a uma reflexão sobre a finalidade do uso das danças em eventos escolares, prin-
cipalmente no que se refere à finalidade pedagógica de tal atividade e seus objetivos de
aprendizagem.
CRUZ, M. M. S.; MEDEIROS, A. G. A. EDUCAÇÃO FÍSICA E DANÇA: PROPOSI-

ÇÕES E POSSIBILIDADES NA ESCOLA. Cenas Educacionais, 3, e7023, 2020. Disponível
em:
https://www.revistas.uneb.br/index.php/cenaseducacionais/article/view/7023/6100
Acesso em 15 de março de 2023.

MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Educação Física e seus diferentes olhares
Autor: Junior Vagner Pereira da Silva, Luiza Lana Gonçalves-Sil-
va, Wagner Wey Moreira
Editora: Editora UFMS
Sinopse: O livro reúne pesquisadores de renome nacional
vinculados às diversas Instituições de Ensino Superior do país
que, à luz de bases epistemológicas diversas, apresentam
diferentes olhares à Educação Física, corroborando com que a
partir do contraditório e discutibilidade avanços sejam traçados.
FILME/VÍDEO
Título: O sorriso de Monalisa
Ano: 2004
Sinopse: A história acontece em uma escola conservadora
dos Estados Unidos, onde a professora Katharine é convidada
para lecionar a disciplina História da Arte. Sua turma de garotas
de classe média alta, já carregava certo conhecimento sobre a
disciplina, já tinham todo o conteúdo decorado e dessa forma
a professora teve que buscar novos caminhos para transformar
suas aulas e suas alunas, dando a elas uma visão de mundo
além dos livros e das apostilas.
Link do vídeo (se houver):
WEB (OPCIONAL)
BASE COMUM CURRICULAR
Link do site: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/

2
.............................................................
.............................................................
.............................................................
.............................................................
.............................................................
.............................................................
.............................................................
UNIDADE
ELABORAÇÃO DE
PROJETOS
Plano de Estudos
Elaboração de Projetos.
• Desenhando um projeto.
• A estrutura teórica de um projeto.
• Execução.
• Avaliação e Reedição.
• Apresentar uma abordagem prática relacionada à elaboração de
projetos;
• Conhecer o processo teórico de um projeto envolvendo um evento
desde a sua elaboração até o processo de avaliação ;
INTRODUÇÃO
A realização de um evento necessita de um longo e detalhado planejamento. No
entanto, o planejamento ocorre em diversos momentos que antecedem o evento e se
ramifica conforme suas demandas. Assim, é importante a elaboração de um documento
que oriente esse planejamento, com a proposta do evento, objetivos, metas, recursos
necessários, entre outras questões específicas do evento, e esse documento chamamos
de projeto, que durante o seu processo de elaboração ganha um título referente ao evento
que estamos planejando.
O termo “projeto” é utilizado para muitas finalidades, mas é importante ressaltar
que nem sempre determinada ação precisa ser considerada como um projeto, uma vez
que sua definição depende do contexto em que ele está inserido. No campo educacional
surgem inúmeros projetos a serem desenvolvidos, no entanto, muitas vezes tais ações não
possuem a estrutura formal e ciclo de um projeto com planejamento, período de execução
e encerramento como deveria.
É bastante comum a presença de projetos voltados a questões ambientais como
a criação de hortas em espaço escolar ou até mesmo projetos voltados a ações culturais
como grupos de teatro e dança. À Educação Física normalmente cabe a parte esportiva,
eventos recreativos ou o tradicional projeto de xadrez. Independente da finalidade, cada
projeto precisa estar documentado para dar sustentação a sua execução e assim alcançar
os objetivos elencados que serviram de base para a sua idealização.
Para Poit (2006, p. 43) o “projeto é a sistematização de uma ideia, apresentando de
maneira lógica sua forma e conteúdo”, justificando a necessidade da formalização teórica
das ideias as transformando em um documento norteador:
O projeto é o instrumento pelo qual nós transformamos ideias em ações, é o

passo que antecede ao agir humano, é um documento que tem como objetivo
explicar a nossa ideia. Ele é o resultado de um ato criativo e deve espelhar
claramente a vontade de fazer, como fazer e porque fazer (POIT, 2006, p. 44).
Para orientar este processo, nos tópicos desta unidade iremos nos aprofundar
neste aspecto fundamental para o sucesso de um evento, que abrange a elaboração de um
projeto de evento em espaço escolar no contexto da Educação Física.
UNIDADE 2 ELABORAÇÃO DE PROJETOS 23

1
TÓPICO
DESENHANDO UM
PROJETO
O desenho de um projeto perpassa o processo de idealização do que se pretende

fazer. Neste sentido, questões como: Quem somos? O que queremos? Quais os envolvidos?
Qual o tempo de duração? E para quem o projeto é pensado? Orientam na elaboração da
escrita bem fundamentada de um projeto, uma vez que, estas questões nos auxiliam a
escrever uma introdução, às justificativas, objetivos e metas que o projeto idealiza.
A partir da junção de todos os interessados na proposta inicia-se o processo de
discussões, desenho do evento e consequentemente de seu projeto. Momento de explanar
ideias, sugestões, pontos positivos e negativos, calendário, público alvo, enfim, momento
de expor ideias.
O primeiro ponto importante a ser definido é quanto ao objeto do projeto. Como
objeto podemos caracterizar conforme o tema ou conteúdo do evento, por exemplo, se a
proposta é para um evento de integração entre turmas, então a integração é o objeto, se
essa integração vai acontecer através de uma competição esportiva ou de uma gincana,
então essa ação entra no método, descrito na metodologia. Mas o objeto principal do evento
ainda, sim, é a integração/socialização/cooperação entre os alunos.
Definido o objeto do projeto, então é possível sistematizar as ações. Neste momento
os primeiros rabiscos acontecem e antecedem a elaboração teórica do projeto. Novamente
as questões norteadoras devem ser respondidas (Figura 1).

FIGURA 1. PERGUNTAS NORTEADORAS PARA A ELABORAÇÃO DE UM PROJETO DE EVENTO
Fonte: adaptado de MARTINS (2018, p. 89).
O porquê o evento deve acontecer, o que será realizado, quem participará, quem
gerenciará e organizará o evento, como essa organização acontecerá, quando esse evento
acontecerá e quanto ele custará são pontos necessários na estruturação do projeto deste
evento. Pensar não somente no que será realizado, mas também em como será realizado e
por quem, de que maneira, também é necessário, visto que infelizmente é um ponto muitas
vezes esquecido no processo de elaboração do projeto. O que pode acarretar grandes
problemas na fase de execução.
A formação de uma equipe de trabalho contribui para que o desenho e posterior-
mente o planejamento do projeto seja realizado de forma consistente, principalmente se
envolver pessoas de diferentes departamentos de trabalho. Por exemplo, se o evento é
sobre esportes, então além dos professores de Educação Física, é importante que estejam
envolvidos no projeto a direção da escola, a coordenação pedagógica, professores de
outras áreas afins e se for de interesse do grupo, até uma comissão de alunos.
Realizado esse trabalho inicial de discussão de ideias o próximo passo é transcre-
ver as ideias e sistematizá-las em um projeto, como veremos no tópico a seguir.

2
TÓPICO
ESTRUTURA TEÓRICA DE
UM PROJETO
Posterior a etapa de idealizar e desenhar o projeto é preciso colocar as ideias

no papel. O trabalho teórico se faz necessário para organizar as ações e serve como
documento norteador do projeto. Assim, podemos elencar alguns pontos necessários no
roteiro de escrita de um projeto a partir da elaboração de um título para o projeto/evento e
em seguida uma introdução ao objeto do projeto relatando o cenário em que o projeto será
desenvolvido.
É necessário estabelecer objetivos claros sobre o que esse projeto tem em vista
alcançar, podendo dividir em objetivo geral e objetivos específicos. A descrição de uma
justificativa fundamentada no porquê da realização desse projeto é importante, e necessária
principalmente quando o projeto for apresentado a uma banca de avaliação.
Com a apresentação do projeto e os objetivos definidos é essencial estabelecer
uma metodologia, informando como as ações deverão ocorrer para o projeto alcançar os
objetivos propostos. É a partir da descrição da metodologia que é possível apontar quais
serão os recursos necessários para a execução do projeto, sejam eles recursos materiais,
financeiros ou humanos. Descrever um planejamento orçamentário e quantificar todos os
itens necessários, auxilia no processo de execução do projeto, pois o próprio documento
orienta o caminho a ser percorrido, principalmente no que tange às despesas financeiras.
A presença de um cronograma de execução é também ponto importante na
estruturação de um projeto, é nele que informações temporais estarão descritas servindo
como parâmetro para a realização das ações de acordo com o ciclo do projeto, abrangendo
o período de estruturação, planejamento, execução, avaliação e encerramento.

3
TÓPICO
EXECUÇÃO
A etapa de execução refere-se ao período em que acontece o evento. Na estrutura

teórica do projeto, a fase de execução está diretamente associada à metodologia do projeto,
pois é nessa que estará descrito como o evento será executado. Segundo Poit (2006), um
evento deve seguir uma sequência lógica de execução, que o autor divide em cinco fases:
ideia (concepção), projeto (venda), pré-evento (planejamento), execução (durante) e pós-
evento (depois):
FIGURA 2. SEQUÊNCIA LÓGICA PARA A REALIZAÇÃO DE UM EVENTO.
Fonte: Adaptado de Poit (2006, p. 75).
Estas etapas estão presentes no ciclo de vida do projeto/evento. No caso de uma

nova edição, todo o ciclo é refeito com alterações necessárias após a avaliação ao final do
evento, mais especificamente na fase de pós-evento.
É comum que no espaço escolar todo o processo de escrita do projeto seja realizado
de forma mais simples e objetiva, porque normalmente refere-se a eventos específicos,
realizados pela instituição. Mas é necessário considerar a possibilidade de elaboração de
projetos para outras instituições a partir da instituição escolar, como editais de financiamento

de projetos para as mais diversas áreas como a educação, o esporte ou de cunho ambiental.
Neste caso, a formalidade mencionada no tópico 2 desta unidade é um importante material
de referência no momento de escrita do projeto que será encaminhado para uma avaliação.
Martins (2018) enaltece outra possibilidade de estruturação de documento mais
voltado à execução do evento, a partir de uma sequência lógica com capa, índice, sumário,
escopo do projeto (objetivos), atribuição de funções, riscos, equipe de trabalho e formulário
de requisição de mudança. Na sequência apresentada pelo autor, é possível identificar um
caminho mais prático, voltado especificamente para a execução do evento. Principalmente
pelo destaque na definição de atribuições de cada integrante da equipe e com a apresen-
tação de um modelo de formulário de mudança no caso de necessário alguma alteração no
projeto inicial do evento.
A criação de documentos norteadores auxilia no desenvolvimento do trabalho da
equipe envolvida no evento, esses documentos apresentam pontos específicos do plane-
jamento do evento. Neste sentido podemos pensar em diferentes planejamentos, como o
planejamento estratégico, planejamento operacional e planejamento tático (POIT, 2006).
O planejamento estratégico é elaborado para um grande projeto ou ação pensada
para ser executado em um maior espaço de tempo, pois deve ser pensado a longo prazo e
para isso são necessárias as definições de questões qualitativas. Esse tipo de planejamento
é bastante utilizado pelas instituições, e pode ser realizado pela escola ou instituição espor-
tiva, e o evento que se deseja realizar está previsto dentro deste planejamento estratégico.
Em ações que exigem uma demanda menor e são projetos mais específicos e
detalhados, podemos trabalhar em um planejamento tático que é pensado a médio prazo e
voltado a uma equipe de trabalho específica. Como na realização de um evento, onde uma
equipe de trabalho é designada para realizar determinada atividade, então essa equipe
elaborará um plano de trabalho (planejamento) específico para essa demanda.
No caso de ações mais pontuais e de curto prazo podemos trabalhar com o plane-
jamento operacional, por estar voltado a uma tarefa mais individualizada e detalhada. Então
aquela mesma equipe de trabalho responsável por determinada atividade, designa uma
pessoa responsável por determinada ação. É a sistematização do trabalho conforme as
demandas. Assim, em um grande projeto (o evento), as equipes de trabalho desenvolvem
outros projetos mais específicos para atender as demandas do projeto como um todo.
Se o meu evento se refere a realizar uma semana recreativa com jogos, brincadei-
ras, atividades de pintura e brinquedos, por exemplo. Algo muito realizado na Educação
Infantil e no Ensino Fundamental I em períodos próximos ao Dia do Estudante ou Semana
da Criança (alusiva ao Dia das Crianças). A metodologia do meu projeto deve mencionar
quantos dias serão necessários para realizar as atividades, quais os espaços necessários,
quantas pessoas deverão compor a equipe de apoio e de organização, se será necessário
alugar ou comprar algum tipo de material, enfim, uma série de questões diretamente ligadas
ao momento de realização do evento.
Portanto, para chegarmos à fase de execução são necessárias tantas etapas de
planejamento e organização dos trabalhos. Todas elas previstas no projeto e em sua me-
todologia.

4
TÓPICO
AVALIAÇÃO E
REEDIÇÃO
A última fase do ciclo de vida de um projeto é a avaliação. Em projetos específicos

de eventos podemos considerar como a fase do pós-evento. Este é o momento de avaliar
todo o processo desde o período de elaboração do projeto do evento e a sua execução.
Dependendo do tipo e do tamanho do evento podemos incluir alguns tipos de ava-
liações que visem verificar se objetivos e metas foram alcançados. Poit (2006, p. 46) nos
indica algumas possíveis questões de avaliação: “a equipe foi preparada adequadamente
para o projeto? [...] O projeto atendeu as expectativas dos participantes? Aconteceram
problemas e atrasos inesperados?”. Estas questões podem ser respondidas pela própria
equipe organizadora do evento, essa avaliação interna e técnica é bastante positiva para
avaliar o evento, principalmente quando se trata de um evento permanente no calendário
da instituição.
Mallen e Adams (2013) também reforçam a importância da avaliação do evento,
para os autores uma definição dessa fase seria a “coleta e análise sistemática de dados
com o objetivo de julgar o valor ou importância de um aspecto em particular de um evento”
(MALLEN; ADAMS, 2013, p. 124). A coleta e análise desses dados devem ser usados para
tomar decisões em uma possível reedição do evento, visando a sua melhoria.
Em um contexto em que o evento tem um período de realização com a duração
de alguns dias, o processo de avaliação pode acontecer em uma lógica mais operacional,
direcionada para pequenas ações que visem a melhoria de algo de forma imediata. Assim,
reuniões constantes da equipe organizadora é um fator a ser implementado na rotina da
equipe.

Na sequência, apresentamos cinco propósitos pelo qual a avaliação é considerada
fase imprescindível na realização de um evento, e dessa forma já deve estar prevista desde
o seu projeto de elaboração:
QUADRO 1. PROPÓSITOS DA AVALIAÇÃO DO EVENTO.

Principalmente no caso de arrecadação de fundos
para ações da instituição, agrega transparência
Fazer a prestação de contas e credibilidade da gestão; em caso de projetos
financiados, a prestação de contas é etapa
obrigatória antes do encerramento do projeto.
Retoma-se o que foi pensado no projeto do
Avaliar metas e objetivos
evento.
Análise das metas e objetivos traçados
Verificar resultados e impactos
inicialmente.
Identificar razões de sucesso e fra- Associado principalmente ao retorno do público
casso alcançado pelo evento.
Melhorar e estabelecer um curso de
Projeta novas perspectivas para eventos futuros.
ação futuro
Fonte: Adaptado de Mallen e Adams (2013, p. 126).
A avaliação de pequenos eventos escolares pode ser realizada junto ao grupo de

professores, colaboradores da escola e principalmente com os alunos. A grande maioria
dos eventos que acontecem em espaço escolar é direcionado apenas ao aluno, ou ao aluno
e seus familiares, neste sentido, acompanhar a análise do evento a partir da perspectiva do
aluno é também uma ferramenta importante para novas ideias de projetos de eventos ou
mesmo adequações em eventos permanentes.
Independente do tamanho e público do evento, o processo de avaliar as ações
deve acontecer. Distribuir fichas de avaliação do evento, enviar formulários onlines, inserir
como pauta em reuniões de pais ou mesmo de outros grupos vinculados a escola compõe o
roteiro de investigação a que a avaliação abrange, com vistas sempre a melhoria das ações
e ao trabalho pedagógico.

A contribuição dos alunos para que um evento escolar obtenha sucesso inicia-se desde o seu processo de
formulação, com a interação junto aos alunos na discussão de ideias e possibilidades. Conhecer os anseios
do público alvo sempre será um caminho essencial para se pensar em objetivos e metas de um projeto
esportivo. Muitas vezes os eventos são as memórias mais relevantes que alguns alunos carregam após sua
saída da escola, reforçando assim a importância da presença e existência de eventos criados para eles e
também por eles.
O artigo “Práticas avaliativas indiciárias e os sentidos atribuídos ao aprender na educação física em nove
anos de escolarização” apresenta uma análise sobre o processo avaliativo a partir do olhar do aluno e em
muitos momentos conseguimos observar a relevância dos eventos escolares dentro desse processo de en-
sino e aprendizagem.
Fonte: VIEIRA, A. O.; NETO FERREIRA, A.; SANTOS, W. Práticas avaliativas indiciárias e os sentidos atribuídos
ao aprender na educação física em nove anos de escolarização. Humanidades & Inovação, v. 7, n. 10. Pal-
mas: 2020.
Ainda que os conteúdos trabalhados pela Educação Física escolar abracem as lutas, ginástica, dança,
brincadeiras, jogos e práticas corporais de aventura, a grande parcela de eventos realizados na escola
estão associados aos esportes. Como você observa essa discrepância diante dos demais conteúdos? Como
podemos pensar em eventos relacionados aos demais conteúdos da Educação Física?

A partir do conteúdo apresentado nesta unidade podemos observar que existem
processos de planejamento em toda e qualquer ação a ser realizada em espaço escolar,
desde um dia diferente na rotina da escola até a organização de um evento que envolva
toda a comunidade.
Utilizar técnicas de estruturação e elaboração de projetos para pensar um evento
escolar contribui para seu planejamento e melhoria da qualidade nas ações. O planejamento
contribui para que até os menores detalhes sejam lembrados, que as equipes de trabalho
sejam formadas de acordo com suas especificações e sobre tudo, que o trabalho pedagógico
aconteça a partir do evento ou através dele.
Conhecer o processo teórico contribui para que a parte técnica seja elaborada a fim
de auxiliar a prática. Se o meu evento é sobre uma competição esportiva, então conhecer
diferentes modelos de sistemas de disputa me auxilia a pensar em qual modelo seria o
mais adequado para o evento que pretendo realizar. É uma junção de peças importantes,
assim como um quebra-cabeça. Pensar no objetivo do evento, nas ações para alcançar o
objetivo, na infraestrutura necessária, nos materiais, nas despesas e na equipe de trabalho
são apenas algumas das atribuições para realizar um evento, seja em espaço escolar ou
não. Mas, sempre atribuindo ao objetivo uma função pedagógica, uma finalidade que esteja
alinhada com os conteúdos a serem trabalhados para que a função do evento na escola de
fato associe o conhecimento técnico, científico ao social e humano.

Existem alguns modelos de elaboração de projetos, etapas e processos elaborados
por diferentes autores. Um dos modelos de planejamento mais utilizados no campo da
gestão é o Project Model Canvas, que sistematiza o planejamento de uma forma mais
clara com a organização de ideias e demandas. O artigo “A aplicação do Project Model
Canvas para o planejamento de um projeto educacional com aulas remotas no período
de distanciamento social” explana especificamente sobre aulas remotas, no entanto, é
interessante observar a organização do planejamento a partir do modelo CANVAS utilizado
e apresentado pelos autores.
Fonte: FERREIRA NETO, J. O.; VASCONCELOS, A.P.M.F.; SOUZA, A.M. da

C.; PAIM, I. de M. A aplicação do Project Model Canvas para planejamento de um projeto
educacional com aulas remotas no período de distanciamento social. Investigação, Socie-
dade e Desenvolvimento, v. 9, n. 12, pág. e16691210928, 2020.

LIVRO
Título: Organização de Eventos Esportivos.
Autor: Davi Rodrigues Poit
Editora: Phorte
Sinopse: O autor apresenta uma série de fatores importantes
para a realização de um evento na área esportiva. Leitura im-
portante para quem almeja organizar um evento e também
obrigatória para quem deseja se especializar na área.
FILME/VÍDEO
Título: Ouro, suor e lágrimas.
Ano: 2014.
Sinopse: O documentário brasileiro Ouro, Suor e Lágrimas
tem como foco o vôlei e mostra o desempenho das seleções
masculina e feminina no Brasil entre 2001 e 2012, mostra com
detalhes o processo de planejamento e preparação das equipes
para participação nos eventos.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=j6ygC5iD-
Tek&ab_channel=MarcosAlves

3
.............................................................
.............................................................
.............................................................
.............................................................
.............................................................
.............................................................
.............................................................
UNIDADE
ORGANIZAÇÃO DE
EVENTOS ESCOLARES
Plano de Estudos
Organização de Eventos
• Desenhando o Evento.
• Grupo de Trabalho.
• Recursos.
• Realização.
• Explanar sobre a execução do evento, o momento de sua realização;
• Conhecer os aspectos técnicos referentes ao grupo de trabalho do
evento e toda a equipe que ira participar da organização do evento;
• Identificar os recursos necessários e aspectos relacionados à
realização do evento;
INTRODUÇÃO
Depois do processo de planejar o evento no projeto, chegamos ao momento de
organizar tudo aquilo que foi pensado e planejado. À medida que a data de realização do
evento se aproxima, muito do que foi planejado começa a ganhar forma e sair do papel,
e em caso de eventos com público, acaba mexendo totalmente com a rotina da escola.
Promover uma Feira do Conhecimento, uma Festa Junina, uma Mostra de Danças ou uma
competição esportiva demanda empenho de equipe pedagógica, professores, alunos e
demais funcionários.
Nesta unidade, abordaremos o que antecede o evento e o momento de sua realização,
pensando no desenho prático do evento, organização de informações, infraestrutura, equipe
de trabalho, avaliação e possíveis estratégias para se pensar em sua reedição.
Todo o processo que envolve o projeto é pensado para este momento de realização,
assim, pontos de análise são importantes, bem como a elaboração de materiais que auxiliem
o trabalho da equipe organizadora do evento.
UNIDADE 3 ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS ESCOLARES 37

1
TÓPICO
DESENHANDO O
EVENTO
Na unidade anterior, trabalhamos o processo de elaboração e escrita do projeto do

evento, agora, chegou a hora de executar o evento. A partir do projeto, é nesta etapa de
desenho que o evento de fato vai tomando forma. Este processo ocorre mais próximo da
data de execução do evento, e trabalha com aspectos mais práticos da sua realização.
Independente do tamanho do evento e de sua proposta, pensar em um local
adequado que atenda as necessidades do evento é o ponto de partida, bem como pensar
em uma equipe de trabalho. Mas, sobre a equipe de trabalho, discutiremos mais adiante
nesta unidade.
É comum que eventos esportivos escolares ocorram em um espaço já previamente
ocupado pelas aulas de Educação Física: a quadra poliesportiva. No entanto, como já
foi proposto nesta disciplina, devemos pensar em diferentes possibilidades de eventos
relacionados à disciplina. Neste caso, o local do evento não necessariamente precisa ser a
quadra, mas pode ser um auditório no caso de um evento de dança, ou então um saguão/
pátio para um evento também de dança, ginástica ou até mesmo de lutas.
No caso da utilização da quadra, é possível pensar sobre as condições em que ela
se encontra, se as linhas estão visíveis, se existem locais que podem ocasionar acidentes,
como uma grade muito próxima ou então um local em que o piso não esteja em suas
melhores condições. Este cuidado deve estar presente em uma espécie de Visita Técnica
para avaliar as condições de uso de determinado espaço para o seu evento.

Por exemplo, se o evento recebe público/atletas masculino e feminino, o espaço
apresenta banheiros para os dois? No caso de uma competição de tênis de mesa, a ilumi-
nação é adequada? Ou até mesmo em relação à acessibilidade para cadeirantes, crianças
e idosos. Mesmo que eles não sejam o público direto, é possível prever a presença de
público indiretamente envolvido no evento.
A partir desta Visita Técnica, é possível também observar os materiais que o local
já oferece, como traves de gol, postes de voleibol, tabela e cesta de basquete, tatames,
iluminação, ventilação, influência do sol, possíveis goteiras em caso de dias chuvosos,
entre outras questões que precisam ser observadas com antecedência para não acarretar
transtornos durante a realização do evento.
Por outro lado, quando se trata de um evento que ocorre em diferentes locais,
outro fator importante é referente à logística. Em uma competição esportiva que envolva
várias equipes e que, devido à quantidade de equipes, é necessário um segundo local de
competição, para que os jogos ocorram dentro do cronograma do evento – os dois locais
devem apresentar características semelhantes para que nenhuma equipe seja favorecida,
ou então que todas as equipes joguem nos diferentes locais.
No caso de um evento com mais de um dia de realização, diferentes modalidades
esportivas e até diferentes locais, é importante a elaboração de um cronograma de jogos e
uma programação contendo todas as informações em relação à local, jogo e horário.
QUADRO 1. EXEMPLO DE CRONOGRAMA DIÁRIO DE COMPETIÇÃO.

MODALIDADE LOCAL Nº DE JOGOS OBSERVAÇÕES
Futsal Quadra 1 8 Masculino
Voleibol Quadra 2 4 Masculino/Feminino
Basquetebol Quadra 2 2 Masculino
Fonte: o autor (2023).
QUADRO 2. EXEMPLO DE CRONOGRAMA DE UMA COMPETIÇÃO DE 3 DIAS.

MODALIDADE Nº JOGOS DIA DIA 2 DIA 3 TOTAL
1
Futsal 8 4 2 14
Voleibol 4 4 2 10
Basquetebol 2 2 2 6

QUADRO 3. QUADRO COM EXEMPLO DE PROGRAMAÇÃO DE UM EVENTO DE 3 DIAS.
DIA 1
Modalidade Futsal Voleibol Basquetebol
Local QUADRA 1 QUADRA 2 QUADRA 3
8:00 - M 8:00 - F 8:00 - M
9:00 - M 9:30 - M 10:00 – M
10:00 - M 13:00 - F
11:00 - M 14:30 - M
Horário
13:00 - M
14:00 - M
15:00 - M
16:00 - M
DIA 2
9:00 - M 8:00 - F 8:00 - M
11:00 - M 9:30 - M 10:00 – M
Horário 13:00 - F
14:00 - M 14:30 - M
16:00 - M
DIA 3
9:00 - M 8:00 - F 8:00 - M
Horário
11:00 - M 10:00 - M 10:00 – M
Os exemplos expostos acima, referem-se a um evento esportivo fictício. O objetivo

é analisarmos a organização das informações. Obviamente, para as equipes a informação
mais importante é a que está na Programação (Quadro 3), com o horário do jogo, o local e
as equipes, como no exemplo a seguir:

QUADRO 4. EXEMPLO DE PROGRAMAÇÃO COMPLETA DE UM DIA DE COMPETIÇÃO.
Futsal
8:00 - M EQUIPE A X EQUIPE B
9:00 - M EQUIPE C X EQUIPE D
10:00 - M EQUIPE E X EQUIPE F
11:00 - M EQUIPE G X EQUIPE H
QUADRA 1
13:00 - M EQUIPE I X EQUIPE J
14:00 - M EQUIPE K X EQUIPE L
15:00 – M EQUIPE M X EQUIPE N
16:00 - M EQUIPE O X EQUIPE P
Voleibol
8:00 - F EQUIPE A X EQUIPE B
QUADRA 2
13:00 - F EQUIPE C X EQUIPE D
14:30 - M EQUIPE CX EQUIPE D
Basquetebol
QUADRA 3
10:00 – M EQUIPE C X EQUIPE D
Ainda pensando no desenho do evento esportivo, é necessário destacar dois

pontos técnicos essenciais que influenciam diretamente na organização do cronograma
do evento: o regulamento e o sistema de disputa. A elaboração de um regulamento oficial
auxilia desde a equipe de organização até as equipes participantes. Mesmo que simples,
com informações gerais da competição, sistema de disputa, classificação, premiação e
com outras informações gerais, atém mesmo da informação de que a competição segue as
regras da modalidade.
Para Poit (2006, p. 167) “o regulamento de qualquer evento esportivo, seja ele
torneio, campeonato ou desafio, se constitui em uma peça fundamental para um desenrolar
justo, organizado e dinâmico” e ainda enfatiza que ele deve ter objetividade, precisão, cla-
reza e abrangência. Neste sentido, todo o evento que envolva algum tipo de competição ou
seleção deve elaborar o seu regulamento para que todos os participantes estejam cientes
das regras e formas de condutas.
Podemos observar que a elaboração de um cronograma alinhado a um regulamen-
to nos conduz a um esboço inicial do que será deverá ocorrer no momento de realização
do evento. Esse material é produzido por uma equipe, aquela que coordena o evento e é
responsável pela gestão do evento. No entanto, existem outras pessoas que podem compor
a equipe de trabalho de um evento, sejam elas da comissão organizadora ou não.

2
TÓPICO
GRUPO DE
TRABALHO
Vamos imaginar um dia de entrega de boletins em uma escola. Toda a rotina da

escola sofre alterações, os professores se preparam para receber os pais e responsáveis
pelos alunos, a coordenação pedagógica prepara os boletins, a direção recebe as pessoas,
enfim, um pequeno evento gera uma série de alterações na rotina da escola e necessita de
algumas pessoas trabalhando em sua função. Muito bem, agora pensando em um evento
esportivo ou recreativo, esse movimento de pessoas também acontece, e muitas vezes
nem percebemos a quantidade de pessoas envolvidas da realização de um evento.
Como já mencionado desde a primeira unidade desta disciplina, a criação de um
grupo de trabalho para organizar e coordenar o evento é imprescindível. Logicamente, essa
equipe varia de acordo com o tamanho do evento e de suas demandas, no entanto, o que
não se altera é a sua relevância. Esse grupo de pessoas gerencia todas as ações do evento
desde o desenho de seu projeto até a etapa de realização e avaliação do evento.
Para exemplificar a gerência dessas equipes de trabalho, Martins (2018) nos apre-
senta em quadro funções e atribuições de um evento esportivo que exige diversas equipes
de trabalho para a sua realização:

QUADRO 5. QUADRO DE EQUIPES QUE COMPÕEM A ORGANIZAÇÃO DE UM EVENTO
ESPORTIVO
Função Atribuição
Direção-geral Gerenciamento estratégico e funcionamento geral da
competição.
Direção técnica Planejamento e gestão técnica da competição.
Gerencia a competição com apoio das assessorias e
coordenação de modalidades.
Assessoria técnica Elaboração da programação, definição dos locais de
competição, acompanhamento dos jogos e competições,
homologação de resultados e classificação geral.
Coordenação de modalidade Gestão técnica e operacional da competição nas
diversas modalidades. Recomenda-se um(a)
coordenador(a) para cada modalidade em disputa.
Coordenação de congressos, Organização dos congressos técnicos, cerimônia de
cerimônias e cerimoniais. abertura, encerramento e premiações.
Assessoria administrativa Planejamento da gestão administrativa da competição.
Exerce importante papel no trâmite de documentos
e no fluxo de informações pertinentes ao evento (do
recebimento de inscrições até a emissão das súmulas
de jogo).
Justiça desportiva Organização e encaminhamento dos processos
disciplinares. Opera por meio de suas instituições
(tribunais, códigos, comissões e demais órgãos) e
membros.
Direção de marketing e Gerenciamento de planos de marketing, comunicação
comunicação visual, merchandising, cenografia, patrocínios,
propaganda, publicidade e assessoria de imprensa.
Coordenação de hospedagem Gerenciamento da hospedagem de participantes,
colaboradores e/ou convidados.
Coordenação de transporte Gerenciamento da logística de pessoas por diferentes
meios de transporte durante todos os dias de execução
do evento.
Coordenação de alimentação Gerenciamento de refeições que serão oferecidas pelo
evento. Controle qualitativo e quantitativo.
Coordenação de materiais Gerenciamento dos materiais necessários para as
atividades do evento, desde material de escritório
até material para as modalidades. Compreende a
aquisição, movimentação, armazenamento e entrega
dos produtos.
Coordenação de infraestrutura Manutenção e adequação dos locais de competição e
demais locais utilizados pelo evento.
Coordenação de segurança Gerenciamento dos serviços de segurança de todos
os participantes do evento, colaboradores, público e
espaços. Além do monitoramento de entradas, saídas
e fluxos de pessoas.
Coordenação de finanças Gestão financeira do evento. Gerencia pagamentos e
executa prestação de contas.
Equipes de apoio Os colaboradores de apoio atuam em todas as áreas
do evento, de acordo com as demandas.
Fonte: Adaptado de Martins (2018, p. 180-181).

O autor menciona todas as atribuições referentes a um grande evento, em uma esfera
menor, em um evento escolar certamente não são necessárias todas estas atribuições,
mas, é importante observar todos os setores apresentados no quadro para compreender
que o evento engloba mais pessoas do que um simples grupo de trabalho.
Desde um prestador de serviços que precisa trocar uma lâmpada ou consertar um
chuveiro no banheiro da quadra da escola até o responsável por autorizar a utilização de
um espaço específico para determinado evento, todas estas pessoas estão envolvidas no
processo de organização de uma forma indireta. Mesmo de forma indireta, a equipe de
trabalho principal depende totalmente do apoio destes exemplos citados.
Assim, o responsável pelo evento e sua equipe direta devem estar sempre atentos
a todas as pessoas que são necessárias para o bom desenvolvimento do evento, mantendo
contato direto com fornecedores e prestadores de serviço. Bem como conhecer o trabalho
destes profissionais, da mesma forma que conhece a qualidade de cada membro de sua
equipe de trabalho diretamente ligada a organização do evento.

3
TÓPICO
RECURSOS
É bastante comum pensar em dinheiro quando falamos de recursos. No entanto,

engana-se quem atribui apenas à questão financeira as demandas de recursos para um
evento. Os recursos financeiros são necessários e importantes, mas pensar em recursos
humanos, recursos de infraestrutura e materiais também é imprescindível.
De acordo com Poit (2006, p.79) “todo esforço deve ser empreendido no sentido
de ter pessoas preparadas tecnicamente e competentes na função em que as mesmas
desenvolverão seus trabalhos”. Conhecer as habilidades de seu grupo de trabalho para
a realização do evento é importante para delegar funções, uma vez que, quando eu co-
nheço os pontos fracos e fortes de cada membro da equipe, eu consigo adequar as suas
atribuições de acordo com seus pontos fortes. Ainda que estamos pensando em um evento
escolar, certamente no grupo de professores muitos apresentam habilidades diferentes, o
que pode ser um grande aliado no momento de formar a equipe de trabalho de acordo com
o evento que se pretende realizar.
Analisar os recursos necessários que o evento vai demandar em relação à infraes-
trutura também é uma parte importante para a sua realização. Este processo já acontece
no momento de planejamento do evento e concretiza-se durante a sua realização. Avaliar
as condições dos espaços que o evento vai necessitar tem ação direta no seu momento
de realização. Por isso, é tão importante o momento de Visita Técnica, já mencionado
anteriormente.

Dessa mesma forma, a organização previa dos materiais necessários também
influencia na realização do evento, e alguns descuidos podem ocasionar uma série de
desconfortos e atrasos. Por exemplo, se a escola vai realizar um torneio de voleibol e,
no momento em que a equipe de arbitragem vai montar a rede, ela não encontra esse
material, ou a sala que o material está guardado está trancado e quem possui a chave
não está no local naquele momento. De imediato, ocorre um desconforto, a partir de uma
desorganização da equipe ou simples falta de comunicação. E, por mais que pareça algo
simples de resolver pode acarretar atrasos para o início da competição, prejudicando a
avaliação geral do evento.
A partir deste exemplo, podemos retomar a importância dos recursos humanos.
Para Martins (2018, p. 176) “é importante que haja uma representação gráfica e textual dos
papéis e das responsabilidades que cada membro da equipe desempenha”, reforçando a
importância dos recursos humanos.
Chegamos então aos recursos financeiros, e sim, eles sempre são necessários.
Nós podemos até encontrar alternativas para não precisar gerenciar dinheiro do evento,
no entanto, sempre existem despesas e, precisamos buscar recursos para custear tais
despesas. Essa fonte de financiamento do evento pode vir por meio da arrecadação do
próprio evento, com a cobrança de taxas de inscrição ou venda de ingressos, por exemplo.
Além disso, mediante aos patrocínios ou recursos próprios da instituição.
Os recursos financeiros compreendem todas as despesas previstas para a realiza-
ção do evento, desde o custeio de despesas de compra de determinados produtos, aluguel
de espaços ou materiais e contratação de serviços. Todos eles devem ser previstos no
projeto e descritos na prestação de contas.

4
TÓPICO
REALIZAÇÃO
Chegamos ao último tópico desta unidade, conscientes de que percorremos um

longo caminho de idealização, planejamento, organização e realização de um evento. Assim
como para a elaboração do projeto, durante o planejamento era preciso listar as ações e
demandas, durante a realização do evento o check-list também pode auxiliar na prevenção
de situações que acarretem transtornos.
IMAGEM 1. CHECK-LIST DE PROVIDÊNCIAS RELACIONADOS A INFRAESTRUTURA DE UM

EVENTO
Fonte: Adaptado de Poit (2006).
A proposta de listar as ações ajudam a evitar esquecimentos, e também na orga-

nização das tarefas de cada membro da equipe de trabalho. O exemplo de providências a
serem tomadas relativas à infraestrutura é um exemplo de evento esportivo, mas a listagem
pode ser adaptada para as mais diferentes demandas.

É importante mencionarmos, também, os fatores que afetam negativamente a
organização e o desenvolvimento de um evento. De acordo com Poit (2006) eles estão
diretamente relacionados a uma infraestrutura inadequada, falta de material específico,
falta de recursos financeiros, regulamento omisso, controle falho, local incompatível com
a natureza do evento, não cumprimento de horários, clima, segurança, desinteresse do
público, emprego errado de auxiliares (pessoas não capacitadas para a função) e o nível
de organização da instituição.
De acordo com o autor, estes fatores podem afetar negativamente a avaliação do
evento perante aos patrocinadores, ao público e aos participantes. Alguns deles podem ser
previstos e rapidamente contornados. No entanto, fatores como um regulamento mal elabo-
rado ou então o desinteresse do público são fatores mais complicados de serem resolvidos
rapidamente. Mas, certamente para uma possível reedição do evento.
Os eventos mais recorrentes em espaço escolar que estão diretamente associados a educação física são
referentes aos esportes, principalmente aos esportes coletivos. Ainda que esta prática gere alguns conflitos
de opiniões entre os próprios professores da disciplina por envolver a competição entre os alunos, eventos
esportivos também são considerados como uma grande ferramenta de trabalho educativo.
Alguns autores da área da Pedagogia do Esporte enfatizam este viés da prática esportiva na escola, para
eles as competições ou eventos esportivos devem estar integrados no programa curricular, como produto
do Projeto Político-Pedagógico da escola, desenvolvido de forma interdisciplinar, pautado nos ideários
filosóficos educacionais da escola.
Fonte: REVERDITO, R. S.; SCAGLIA, A. J.; SILVA, S. A. D. da; GOMES, T. M. R.; PESUTO, C. de L.; BACCARELLI, W.
Competições escolares: reflexão e ação em pedagogia do esporte para fazer a diferença na escola. Pensar
a Prática, Goiânia, v. 11, n. 1, p. 37–45, 2008. Disponível em https://revistas.ufg.br/index.php/fef/article/
view/1207 Acesso em: 15 maio. 2023.

Como podemos trabalhar os demais conteúdos da disciplina de educação física associados à realização
de eventos? Pensar em eventos na escola deve estar sempre associado ao público externo? Organizar um
evento escolar se enquadra no processo de desenvolvimento de competências?
Questões como estas que nos fazem expandir o leque de possibilidades de trabalho da disciplina de
educação física junto aos alunos, assim, é importante pensar no evento como ferramenta pedagógica,
amplia o campo de experiências, vivências e experimentação.

O momento de realização de um evento escolar, concretiza seu planejamento e
evidência pontos positivos e pontos a serem melhorados. Independente da abrangência do
evento e também do período de duração. A avaliação é sempre bem-vinda e necessária.
Conhecer exemplos, pensar em estratégias que auxiliem o trabalho, direcionar pessoas
capacitadas para desenvolver determinada função, entre outras ações, foram expostas
nesta unidade para auxiliar no processo de planejamento e execução de um evento.
Contudo, imprevistos são recorrentes e cabe a equipe organizadora buscar
soluções de forma imediata. Antecipar os imprevistos também faz parte do processo de
planejamento, bem como realizar a listagem de tudo: equipe, funções, locais, materiais,
público, sonorização, segurança, entre outras questões pertinentes a cada evento. Nenhum
evento está isento de falhas ou de não agradar o público, toda a experiência seja ela positiva
ou negativa nos orienta em um próximo momento e em um próximo evento.

O artigo “Educação física escolar e mídia-educação em tempos de copa do mundo
de futebol: uma pesquisa formativa” representa a interface Mídia e Educação Física, a partir
de um projeto de pesquisa com imersão na escola. O objetivo foi analisar o processo de
Mídia-Educação em torno da Copa do Mundo de Futebol. De abordagem qualitativa com
pesquisa-formação, fomentou a reflexão crítica em torno deste Evento, resultando a criação
e materialização de um jornal.
Fonte: RIBEIRO, S. D.; MEZZAROBA, C.; QUARANTA, A. M. Educação física es-

colar e mídia-educação em tempos de copa do mundo de futebol: uma pesquisa formativa.
Anais do XIX Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte – CONBRACE. Vitória,
2014. Disponível em https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/240505/7.pdf?-
sequence=1&isAllowed=y Acesso em 18 abri. 2023.

LIVRO
Título: Sistemas de Disputa para Competições Esportivas: Tor-
neios e Campeonatos.
Autor: José Ricardo Rezende.
Editora: Phorte
Sinopse: O autor, através de uma escrita de fácil compreensão,
apresenta inúmeros exemplos de sistemas de disputa para
competições esportivas, sejam torneios ou campeonatos.
FILME/VÍDEO (OBRIGATÓRIO).
Título: Visita ao CMEI Irmã Maria Nívea - parte 3 (Turma do Peixi-
nho).
Ano: 2022.
Sinopse: Na terceira e última parte da série de entrevistas no
CMEI Irmã Maria Nívea, o Blog Baguncei conversa com a turma
do peixinho. Em um projeto interdisciplinar, a escola promoveu
um evento retratando características dos países participantes
da Copa do Mundo de Futebol, em 2022. As crianças esco-
lheram o México e contaram um pouco sobre a Frida Kahlo e
os desenhos, fotos e atividades manuais que fizeram sobre a
história da artista.
Link do vídeo (se houver): https://www.youtube.com/watch?v=-
vaKfcgkwa5Q&t=18s&ab_channel=BaguncEI

4
.............................................................
.............................................................
.............................................................
.............................................................
.............................................................
.............................................................
.............................................................
UNIDADE
EVENTOS EM
ESPAÇO ESCOLAR
Plano de Estudos
Evento em espaço escolar.
• Esporte
• Dança e Ginástica
• Brincadeiras e Jogos
• Práticas Corporais de Aventura
• Apresentar exemplos práticos de eventos em espaço escolar para
que o aluno consiga aplicar o conteúdo teórico trabalhado na
disciplina em sua prática pedagógica;
• Ampliar o campo de trabalho iremos abordando eventos de
conteúdos trabalhados pela Educação Física na escola;
INTRODUÇÃO
Chegamos à última unidade da disciplina de Organização de Eventos na Educação
Física Escolar. Até aqui estudamos conteúdos técnicos e teóricos sobre a presença dos
eventos em espaço escolar e também sobre o processo de gestão e organização destes
eventos. Agora, chegou o momento de visualizar as possibilidades de eventos a partir dos
conteúdos trabalhados pela Educação Física na escola, seja ela na Educação Infantil, nos
Anos Iniciais e Finais do Ensino Fundamental ou Ensino Médio.
Considerando a aprendizagem a partir das competências, podemos evidenciar o
grande potencial pedagógico em que se enquadram os eventos, por exemplo:
Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação,

fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos
humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de
grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem
preconceitos de qualquer natureza (BNCC, 2018, p. 10).
Trabalhando de forma individual ou coletivamente na organização de eventos ou no

processo de criação para uma Mostra Cultural, uma Feira do Conhecimento ou até mesmo
no processo de treinamento esportivo de uma equipe. São competências diretamente
associadas a este processo e vivência, muitas vezes eternizadas na memória dos alunos.
Assim, esta unidade apresenta quatro possibilidades de eventos que podem ser
desenvolvidos em espaço escolar, com a presença da comunidade externa ou não. A
partir de questionamentos como: quem somos? O que queremos? Quais os envolvidos
no projeto? Qual o tempo de duração do projeto? E para quem o projeto é pensado? São
questões que orientam a estruturação dos eventos descritos nesta unidade.
Cada exemplo aqui apresentado pode ser facilmente adaptado a diferentes
realidades e objetivos. Iniciamos pelo evento mais recorrente que está associado a
Educação Física que são as competições esportivas, normalmente realizadas já a partir
dos Anos Finais do Ensino Fundamental. As competições podem ocorrer internamente na
escola ou junto a outras escolas do município.
No segundo tópico, os conteúdos de Dança e de Ginástica serão abordados a partir
de Mostras Culturais, trabalhando não somente com atividades de expressão corporal, mas
também associado a trabalhos culturais, artesanais, pesquisas e de exposição.
UNIDADE 4 EVENTOS EM ESPAÇO ESCOLAR 54

A Semana da Criança aparece no terceiro tópico, e envolve um grupo mais
abrangente, através de Jogos e Brincadeiras, que podem ser realizados já com alunos
da Educação Infantil e adaptado para alunos nos anos seguintes, aumentando sua
complexidade, mas, não perdendo a característica recreativa.
Por último, o conteúdo de Práticas Corporais de Aventura. A proposta inicia-se por
uma Corrida Orientada, mas, também pode ser adaptada para diferentes grupos de acordo
com os objetivos do evento, desde que seguindo as propostas do conteúdo.

1
TÓPICO
ESPORTE
A Educação Física e o esporte por muitos anos foram entendidos como sinônimos,
inclusive por suas propostas curriculares. Desmistificar que a Educação Física contempla
outros conteúdos é ainda um processo no trabalho dos próprios profissionais de Educação
Física junto aos alunos e a comunidade escolar. No entanto, não podemos negar a
relevância das competições esportivas no processo educacional, principalmente a partir
dos Anos Finais do Ensino Fundamental.
A Educação Física enquanto componente curricular não pode negar a competição
como processo de ensino e aprendizagem, ela pode e deve ser trabalhada junto ao diálogo
e também à coletividade. Para Reverdito et. al. (2008, p. 37-38):
A competição é elemento fundamental do esporte, que dá sentido à sua

existência, e é nela que a manifestação do esporte se realiza em sua
plenitude. Portanto, qualquer ação orientada para o ensino e aprendizagem
do esporte não está desvinculada da necessidade de se aprender a competir.
Pensando na relevância da presença do esporte na escola e nos eventos escolares

associados a ele, é que a primeira proposta de evento contempla esse conteúdo. Tanto
para quem participa como atleta ou como torcedor, eventos como esse são frequentemente
considerados os mais memoráveis dos tempos de escola. Ou você não se recorda de
nenhuma competição esportiva no seu tempo como aluno?
Vamos então ao nosso evento: Torneio Escolar de Voleibol. A ideia do evento é
que ele seja uma competição com 5 dias de duração, podendo ser realizada durante uma
semana no calendário escolar. Iniciamos então por algumas questões: por quê? O quê?
Quem? Como? Quando e quanto?

O evento será realizado porque acreditamos que a participação dos alunos na
vida esportiva seja uma ferramenta positiva durante o seu processo de aprendizagem,
além de trabalhar competências como o “agir pessoal e coletivamente com autonomia,
responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em
princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários” (BRASIL, 2018, p. 65).
QUADRO 1. IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO.

Título: Torneio Escolar de Voleibol
Responsável Técnico: Professor(a) de Educação Física da Escola sede da competição.
Descrição: Realizar uma competição de Voleibol com equipes de escolas do município,
com o intuito de estimular a prática esportiva, e promover a modalidade. Serão aceitas
inscrições de equipes formadas por atletas de 14 a 17 anos, alunos de escolas do
município. Os jogos serão realizados no ginásio da Escola 1 nos períodos da manhã e
tarde. Se necessário, alguns jogos serão realizados também na quadra descoberta da
escola.
Objetivos: Estimular a prática esportiva; proporcionar aos alunos a experiência do
trabalho em equipe em uma competição; promover a modalidade de Voleibol.
Metodologia: Iniciar período de inscrição das equipes com 1 mês de antecedência da
realização da competição e publicar o regulamento; após o encerramento das inscrições
realizar reunião técnica com os responsáveis pelas equipes inscritas; divulgar programação
de jogos contendo horário, confronto e local; A competição seguirá o sistema de confronto
de grupos, classificando as 2 melhores equipes de cada grupo para a fase final do torneio
(cruzamento olímpico); Os jogos devem acontecer prioritariamente no período da tarde,
e se necessário, no período da manhã. A equipe de arbitragem será contratada pela
instituição promotora do evento.
Equipe de trabalho: Direção e equipe de Coordenação Pedagógica da escola sede;
Professor(a) de Educação Física da escola sede; Grêmio Escolar (grupo de representante
dos alunos).
Planejamento orçamentário:
Materiais de secretaria: Computador, impressora, resma de papel A4, caixa de canetas,
régua e fita crepe.
Materiais esportivos: Compra de 2 Bolas de voleibol, 1 rede de voleibol, 2 postes de
voleibol, 1 escada de arbitragem; Premiação (troféus e medalhas para 1º, 2º e 3° lugar).
Recursos Humanos: Contratação da Equipe de arbitragem;
Fonte: a autora (2023).
Com a estrutura do projeto pronta é possível organizar o cronograma de execução

do projeto, pensando na fase de planejamento, execução e avaliação do projeto:

QUADRO 2. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO.
Semana
Mês que Semana
que
antecede a DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 posterior a
antecede a
competição competição
competição
Divulgação x
Inscrições x
Programação x
Competição x x x x x
Avaliação x
Durante todo o período de execução é importante realizar uma avaliação de

monitoramento da competição, para que se necessário, ajustes sejam realizados em
benefício do desenvolvimento da competição. Após o encerramento do evento se faz
necessário realizar uma avaliação do projeto e também da competição, para que em uma
possível reedição melhorias sejam realizadas, tanto no processo de organização quanto na
realização do evento.

2
TÓPICO
DANÇA E GINÁSTICA
Para o desenvolvimento dos conteúdos de dança e ginástica, podemos apresentar

à nossa escola a proposta de um projeto referente a uma Mostra Cultural, que promoverá
a apresentação dos alunos e também envolverá outras disciplinas para expor trabalhos e
realizar apresentações. A BNCC, indica como competências no campo de linguagens o
trabalho com manifestações artísticas e produção cultural com o objetivo de:
Desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e respeitar as diversas

manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, inclusive aquelas
pertencentes ao patrimônio cultural da humanidade, bem como participar de
práticas diversificadas, individuais e coletivas, da produção artístico-cultural,
com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas (BRASIL,
2018, p. 65).
Esta proposta pode ser pensada para ser trabalhada com o público interno,
apenas entre os alunos e professores ou então convidar a comunidade para vir prestigiar
as apresentações e exposições dos alunos. Tal finalidade cabe ao objetivo e também a
capacidade organizacional da escola.
Nossa proposta, refere-se a um projeto com a duração de 4 meses, dividido em
duas etapas: etapa de preparação e etapa de apresentação. Como iremos abordar temas
que necessitam de estudo, aprofundamento e muitos ensaios, o desenvolvimento do projeto
em um espaço maior de tempo no calendário escolar é necessário. Se pensarmos que
as atividades devem compor o currículo e estar associadas ao conteúdo trabalhado pelo
aluno, é necessário um tempo mais espaçado para que a preparação não atrapalhe de
alguma forma o trabalho das demais disciplinas e conteúdos escolares.

QUADRO 3. DESENHANDO O PROJETO.
Título: Mostra Cultural: Riquezas do Sul.
Responsável Técnico: Coordenadora pedagógica;
Descrição: Evento para exposição de apresentações culturais e exposição de trabalhos
artísticos realizados pelos alunos das turmas de 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental –
Anos Iniciais de uma Escola Pública Municipal.
Objetivos: Identificar os elementos constitutivos (ritmo, espaço, gestos) das danças
do contexto comunitário, regional, do Brasil e do mundo. Valorizar e respeitar as
manifestações de diferentes culturas através de apresentações de danças da região
Sul. Estimular a produção de matérias em interdisciplinaridade entre as disciplinas
de história, geografia, língua portuguesa e artes por meio da exposição de trabalhos
manuais, exposição e apresentação de poemas, músicas e demais manifestações
literárias.
Metodologia: A partir do trabalho realizado em sala de aula, os alunos e professores irão
selecionar trabalhos para expor e/ou apresentar durante o evento. O evento deve ocorrer
no período da tarde e noite, para apreciação da comunidade e da família dos alunos.
Com início da Mostra às 16:00 horas e encerramento às 20:00 horas. Apresentações
artísticas irão acontecer a partir das 18:30 horas. Todo o evento irá acontecer nas
dependências da escola e será coordenado pela equipe pedagógica, com o auxílio
de coordenadores de disciplinas: coordenação das atividades de Educação Física,
coordenação das atividades de história e geografia, coordenação das atividades de Arte
e coordenação das atividades de Língua Portuguesa.
Equipe de trabalho: Direção e equipe de Coordenação Pedagógica da escola;
● Instalação de equipamentos de som e iluminação;
● Ornamentação de palco;
No exemplo mencionado no desenho do projeto, foi proposto como tema a cultura

da região sul do Brasil. A ideia de propor um tema comum a ser trabalhado é interessante
se pensarmos no objetivo de compreender a cultura através de diferentes manifestações
artístico-culturais. Outros temas como: Noite das Flores, Festa da primavera, As Belezas da
América Latina, entre outros temas podem ser explorados por diferentes disciplinas.

IMAGEM 1. CROQUI DE EXPOSIÇÃO.
Organizar o evento em blocos temáticos também pode ser uma forma de distribuição
de funções, pois, podemos colocar um responsável por cada bloco, descentralizando o
trabalho. Ainda assim é importante que reuniões ocorram com a presença de toda a equipe,
para o repasse de informações do trabalho.
No exemplo da Imagem 1, os blocos idealizados correspondem ao tipo de produção
realizada, classificá-las em blocos nos ajuda a pensar nas necessidades de cada uma, como
o espaço utilizado, materiais necessários para o espaço e disposição das apresentações/
exposições.
Todas são possibilidades de organização. Cada instituição deve elaborar o seu
planejamento de acordo com suas demandas e seus objetivos com a realização do evento,
desenhando assim um evento apropriado para a realidade da escola.

3
TÓPICO
BRINCADEIRAS E
JOGOS
O conteúdo de brincadeiras e jogos acompanha o currículo de Educação Física

desde suas primeiras versões. É através do brincar que a criança conhece e se apropria de
diferentes manifestações culturais e amplia seu repertório motor desde a primeira infância.
A proposta do evento para contemplar este conteúdo é referente a Semana da Criança,
bastante comum em escolas no mês de outubro, quando se comemora alusivamente o dia
da criança e também o dia do estudante.
O projeto é estruturado em cinco dias de atividades voltadas à integração dos
alunos e recreação:

QUADRO 4. DESENHANDO O EVENTO
Título: Semana da Criança
Responsável Técnico: Professor(a) de Educação Física.
Descrição: Semana em outubro com atividades voltadas para a criança.
Objetivos: Experimentar, fruir e recriar diferentes brincadeiras e jogos da cultura popular,
presentes no contexto comunitário e regional, reconhecendo e respeitando as diferenças
individuais de desempenho dos colegas.
Metodologia: A partir da seguinte proposta de atividades:
● Dia 1 - Segunda-feira: Varal Literário e Contação de Histórias.
● Dia 2 - Terça-feira: Dia do Cabelo Maluco.
● Dia 3 - Quarta-feira: Circuito com atividades tradicionais (Educação Física).
● Dia 4 - Quinta-feira: Cama elástica e brinquedos infláveis.
● Dia 5 - Sexta-feira: Dia do Diferente.
Iniciar a semana com uma atividade em horário organizado em formato de rodízio, cada
turma terá um momento para vivências, o Varal Literário, acompanhar as contações
de histórias condizentes ao nível de ensino. No dia 2, os alunos e professores devem ir
com um cabelo diferente – aula normal, elaborar um painel para fotos individuais e em
grupo. No terceiro dia serão realizadas atividades práticas, todos os alunos participarão
das brincadeiras durante o período de aula, sendo elas: lona molhada, estourar balão
amarrado no colega, corrida do saco, corrida do ovo na colher, cabo de guerra, dança,
boliche, argola na garrafa e corrida do carrinho de mão. Cada turma permanece um
determinado tempo em cada estação de atividade, pausa para o lanche e retorna em
seguida. No quarto dia serão disponibilizados brinquedos diferentes da rotina da escola,
como cama elástica e brinquedos infláveis montados na quadra esportiva da escola. Os
alunos também em forma de rodízio irão passar por todos os brinquedos. Para encerrar
a semana, no dia 6, o convite é para que todos se fantasiem ou vistam-se com uma
roupa diferente do uniforme escolar. Cada professor(a) organiza sua atividade específica
para a turma e após o intervalo todos os alunos são reunidos para um grande desfile
das turmas, para que todos (que quiserem) desfilam suas fantasias. A proposta é inserir
atividades diferentes na rotina das aulas, para que o prejuízo pedagógico seja o menor
possível e a aprendizagem afetiva e social, seja de fato efetiva.
Equipe de trabalho: Direção e equipe de Coordenação Pedagógica da escola;

Professores e funcionários.
● Contratação de serviços de aluguel de cama elástica e brinquedos infláveis.
● Aquisição de livros para doação no dia 1.
● Materiais para a realização das brincadeiras do dia 3.
● Lanche especial para o dia 4.
● Ornamentação de palco para Desfile no dia 5.

Estimular o lúdico através da brincadeira e fomentar na criança a curiosidade através
da leitura e da contação de histórias, potencializa o processo de ensino e aprendizagem.
Para além do brincar orientado, promovido nas aulas de Educação Física, o brincar de
forma livre auxilia no desenvolvimento motor, cognitivo, emocional e social do aluno:
O aprendizado se constrói através de um jogo ou uma brincadeira, seu

conhecimento do mundo por mediação pode explorar suas atitudes reforçar a
socialização entre colegas e adultos, equilibrar o corpo produzindo normas e
valores, permitindo a criança a desempenhar sua autonomia estruturando-a
e desestruturando-o afrente às dificuldades (GUEDES; SILVA, 2012, p. 162).
Assim, eventos com este perfil são recorrentes em espaço escolar. A Semana da
Criança que utilizamos como exemplo reforça o mês de outubro, mas, não se torna refém
da data. É possível e viável idealizar outros eventos, inclusive menores, com finalidades
parecidas com os que foram propostos aqui.

4
TÓPICO
PRÁTICAS CORPORAIS DE
AVENTURA
Por se tratar de um conteúdo “novo” no currículo da Educação Física, as Práticas

Corporais de Aventura ainda passam pelo processo de descobrirmos caminhos para
desenvolver o conteúdo de forma adequada e segura para todos os alunos. Dividida em
práticas de natureza e espaços urbanos, ela apresenta uma série de possibilidades de
atividades nos mais diferentes espaços.
Alguns destes espaços fogem aos muros da escola e a corrida de orientação, a
atividade escolhida para o evento que utilizamos como exemplo neste tópico, utiliza espaços
mais amplos que exigem maior organização e planejamento para sua execução.

QUADRO 5. DESENHANDO O EVENTO.
Título: Corrida Orientada
Responsável Técnico: Professor(a) de Educação Física e equipe pedagógica da
escola.
Descrição: Evento organizado para contemplar o conteúdo de Práticas Corporais de
Aventura. A Corrida de Orientação tem como objetivo principal percorrer uma determinada
distância em qualquer tipo de terreno, obrigando o participante a passar por diversos
postos de controle. Antes do início de cada prova, todos os participantes têm acesso a um
mapa onde verificam os locais que estão nos postos de controle (passagem obrigatória).
No terreno, cada participante/grupo passa pelo local que está marcado no mapa e registra
o seu cartão de controle, que será marcado com um carimbo específico. Regras básicas
da corrida: passar por todos os pontos de controle, na sequência estabelecida; marcar
corretamente o cartão de controle; e preservar a natureza. O evento será realizado em
um parque municipal que dispõe de espaço amplo e seguro para a presença dos alunos
durante a atividade.
Objetivos: Experimentar e fruir diferentes práticas corporais de aventura na natureza,
valorizando a própria segurança e integridade física, bem como as dos demais,
respeitando o patrimônio natural e minimizando os impactos de degradação ambiental.
Metodologia: Os alunos serão organizados em 4 grupos: grupo azul, grupo amarelo,

grupo laranja e grupo vermelho. Cada grupo irá receber um mapa de orientação,
contendo os pontos em que devem recolher o carimbo em seu cartão de controle,
cada mapa apresenta uma sequência diferente para que os grupos passem. Serão 5
pontos: carimbo de estrela, carimbo de leão, carimbo de sol, carimbo de pássaro e
carimbo de árvore. Ao final da corrida, cada grupo deverá apresentar uma sequência
desses carimbos, de acordo com os pontos que passaram. Em cada ponto ficará um
responsável por carimbar os cartões das equipes no momento em que elas passarem.
Além dos cartões, cada equipe irá receber uma bússola de orientação, uma vez que, os
mapas orientam os números de passos e pontos cardeais.
Equipe de trabalho: Direção e equipe de Coordenação Pedagógica da escola sede;
● Aquisição de 5 bússolas;
● Confecção de coletes coloridos de acordo com a cor das equipes;
● Impressão gráfica dos materiais;
● Lanche;
● Transporte.
Além da corrida de orientação, podemos pensar em outros eventos que envolvam

o conteúdo de Práticas Corporais de Aventura como o arborismo e também as trilhas
ecológicas. Como são ações que ocorrem fora dos muros da escola, necessitam de
planejamento e organização para que o evento transcorra de maneira satisfatória para
todos.

Um dos eventos mencionados nesta unidade é baseado no conteúdo de Práticas Corporais de Aventura,
conteúdo ainda considerado como uma novidade para muitos da área. É importante ressaltar que as ativi-
dades propostas por este conteúdo não são tão novas assim para professores de Educação Física Escolar. O
maior desafio parece ser organizar as atividades e adequá-las ao novo conteúdo.
SILVA, C. C. Práticas corporais de aventura nos anos iniciais: a organização e a sistematização curricular nas
aulas de Educação Física. 2020. Dissertação (Mestrado Profissional em Educação Física em Rede Nacional)
- Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2020. Disponível em:
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29609 Acesso em 10 de junho de 2023.
A Educação Física consegue estar presente nos mais variados eventos que podemos presenciar em espaço
escolar. A partir desta reflexão, você consegue observar a amplitude do trabalho do professor de educação
física na escola? Quantos conteúdos podemos trabalhar e potencializar o ensino e aprendizagem de
outros?

A ideia de apresentar uma unidade com exemplos práticos, surge a partir de uma
pesquisa inicial referente aos materiais bibliográficos que encontramos sobre o tema de
eventos em espaço escolar. Os eventos acontecem a todo momento na escola, no entanto,
poucas vezes o seu processo de elaboração e planejamento é alinhado em um projeto
descrito e identificado com objetivos, metas e cronogramas.
Outros conteúdos ainda podem contribuir para o trabalho da Educação Física junto
a eventos escolares, como o conteúdo de lutas. Bem como os tradicionais Campeonatos
de Xadrez e jogos interclasses. A proposta desde que organizada e planejada pode ter
inúmeros objetivos, mas, sempre que a proposta passar pelo processo de refinamento da
ideia assim como a escrita de um projeto, as chances de êxito se tornam maiores.
Conhecer um roteiro, como se fosse uma receita de bolo, orientando quais
caminhos podemos seguir, nos ajuda a encontrar soluções, diagnosticar problemas e
realizar avaliações e ajustes necessários. Portanto, esta unidade encerra a disciplina de
Organização de Eventos na Educação Física Escolar com possibilidades de eventos, que
podem inspirar e instigar futuros profissionais a embarcar nestes desafios escolares junto a
seus alunos, buscando sempre associar o processo de ensino e aprendizagem a algo leve
e com significado a todos.

É difícil pensar em um evento escolar ou comemoração de datas festivas que
não incluam apresentações de dança. Por muitas vezes, infelizmente, é somente nesse
momento que a dança é trabalhada nas aulas de Educação Física ou até mesmo por outros
professores que apresentam maior afinidade com o conteúdo.
O Artigo “A inclusão do ensino da dança na escola” nos apresenta uma reflexão para
a presença da dança na escola como algo além do ‘apresentar’, e sim, como ferramenta
de trabalho para os mais diferentes trabalhos pedagógicos necessários junto aos alunos.
LIMA, P. R. F. L.; PINTO, N. V.; MARTINS, R. A. A inclusão do ensino da dança na

escola. Revista Sociedade e Desenvolvimento. v. 9, n.1, 2020. Disponível em https://
dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=7342147 Acesso em 08 de junho de 2023.
UNIDADE 4 EVENTOS EM ESPAÇO ESCOLAR

69
LIVRO (OBRIGATÓRIO).
Título: Planejamento de Eventos Esportivos e Recreativos
Autor: Dilson José de Quadros Martins
Editora: Intersaberes
Sinopse: Com uma vasta experiência em eventos esportivos
e recreativos desenvolvidos durante seu trabalho na área
esportiva do Governo do Estado do Paraná, o autor aborda no
conteúdo do livro pontos importantes para pensar, planejar e
executar eventos esportivos e recreativos.
FILME/VÍDEO (OBRIGATÓRIO).
Título: Corrida de Orientação
Ano: 2020.
Sinopse: Apresentação de uma corrida de orientação organiza-
da no município de Guarapuava, no Paraná.
Link do vídeo (se houver): https://www.youtube.com/watch?-
v=lTievhcGsII

CONCLUSÃO GERAL
Chegamos ao fim da disciplina de Organização de Eventos na Educação Física
Escolar, agora, conhecendo algumas possibilidades de intervenção dos conteúdos
da Educação Física associados à realização de eventos na escola. A partir do trabalho
pedagógico associado às habilidades e competências dos alunos no processo de ensino
e aprendizagem é possível observar o quanto a disciplina de Educação Física contribui
para a formação integral do aluno e potencializa este trabalho quando trabalhada de forma
interdisciplinar.
O conteúdo nos faz refletir sobre a importância e necessidade da elaboração de um
trabalho teórico, durante a elaboração de um projeto de evento. Vimos que é a partir dessa
estruturação que o evento toma forma e também identifica suas reais necessidades a fim
de alcançar os objetivos propostos para a realização do mesmo.
Além da ideia de evento, evidenciamos a necessidade de colocar no papel a parte
técnica para que o trabalho ocorra de forma organizada e planejada. A parte técnica da
elaboração de eventos leva em consideração as demandas necessárias e os recursos
necessários, sejam eles recursos humanos, financeiros, estruturais ou materiais. São
partes importantes que muitas vezes podem passar despercebidas durante o processo de
elaboração do evento e que são evidenciadas no momento de sua realização.
Por fim, a riqueza de possibilidades que os conteúdos da disciplina de Educação
Física oferecem para a realização de eventos, inclusive fugindo dos tradicionais conteúdos
de Esportes e Danças e ampliando os campos dos conteúdos de Brincadeiras e Jogos e
Práticas Corporais de Aventura.
Caro aluno(a), espero que o conteúdo apresentado por esta disciplina traga confiança
e desperte o interesse em explorar os conteúdos riquíssimos e cheios de possibilidades
de trabalho pedagógico a partir das práticas corporais junto à Educação Física nos mais
diferentes anos de escolarização. Reforçando assim a importância e relevância da Educação
Física dentro da escola.
71
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Resolução CNE/CP Nº2 de 22 de dezembro de 2017. Diário Oficial da União,
Brasília, Seção 1, p. 41 a 44. 2017. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?op-
tion=com_docman&view=download&alias=79631-rcp002-17-pdf&category_slug=dezem-
bro-2017-pdf&Itemid=30192 Acesso em: 12 abr. 2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018. Dis-
ponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 05 jun. 2023.
CRUZ, M. M. S.; MEDEIROS, A. G. A. EDUCAÇÃO FÍSICA E DANÇA: PROPOSIÇÕES

E POSSIBILIDADES NA ESCOLA. Cenas Educacionais, 3, e7023, 2020. Disponível em
https://www.revistas.uneb.br/index.php/cenaseducacionais/article/view/7023/6100 Acesso
em 15 de março de 2023.
FERREIRA NETO, J. O.; VASCONCELOS, A. P. M. F.; SOUZA, A.M. C.; PAIM, I. M. A

aplicação do Project Model Canvas para planejamento de um projeto educacional com
aulas remotas no período de distanciamento social. Investigação, Sociedade e Desen-
volvimento, v. 9, n. 12, pág. e16691210928, 2020. Disponível em: https://rsdjournal.org/
index.php/rsd/article/view/10928 Acesso em: 12 abr. 2023.
GEHRES, A. de F. As danças nas escolas: uma travessia entre os contextos e as expe-

riências. Pensar a Prática, Goiânia, v. 23, 2020. DOI: 10.5216/rpp.v23.55800. Disponível
em: https://revistas.ufg.br/fef/article/view/55800 . Acesso em 15 de março de 2023.
GUEDES, L.; SILVA, J. B. L. da. Jogos e brincadeiras como metodologia de ensino na

aprendizagem. Revista Eventos Pedagógicos, [S. l.], v. 3, n. 2, p. 161–171, 2012.
Disponível em: https://periodicos.unemat.br/index.php/reps/article/view/9238. Acesso em:
04 jun. 2023.
72
LIMA, P. R. F. L.; PINTO, N. V.; MARTINS, R. A. A inclusão do ensino da dança na escola.
Revista Sociedade e Desenvolvimento. v. 9, n.1, 2020. Disponível em: https://dialnet.
unirioja.es/servlet/articulo?codigo=7342147. Acesso em: 08 jun. 2023.
MALLEN, C.; ADAMS, L. J. Gestão de eventos esportivos, recreativos e turísticos:

dimensões teóricas e práticas. Barueri: São Paulo. Editora Manole, 2013.
MARTINS, D. J. Q. Planejamento de eventos esportivos e recreativos. Curitiba: Inter-

Saberes, 2018.
POIT, D. R. Organização de eventos esportivos. 4 ed. Phorte Editora: 2006.
REVERDITO, R. S.; SCAGLIA, A. J.; SILVA, S. A. D. da; GOMES, T. M. R.; PESUTO,

C. de L.; BACCARELLI, W. Competições escolares: reflexão e ação em pedagogia do
esporte para fazer a diferença na escola. Pensar a Prática, Goiânia, v. 11, n. 1, p. 37–45,
2008. Disponível em https://revistas.ufg.br/index.php/fef/article/view/1207 Acesso em 15
maio. 2023.
REVERDITO, R. S.; SCAGLIA, A. J.; SILVA, S. A. D. da; GOMES, T. M. R.;
PESUTO, C. L. BACCARELLI, W. Competições escolares: reflexão e ação em pedagogia

do esporte para fazer a diferença na escola. Revista Pensar a Prática, Goiânia, v.11, n.
1, 2008. Disponível em: https://revistas.ufg.br/index.php/fef/article/view/1207. Acesso em:
29 maio. 2023.
RIBEIRO, S. D.; MEZZAROBA, C.; QUARANTA, A. M. Educação física escolar e mídia-e-

ducação em tempos de copa do mundo de futebol: uma pesquisa formativa. Anais do XIX
Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte – CONBRACE. Vitória, 2014. Disponível
em https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/240505/7.pdf?sequence=1&i-
sAllowed=y Acesso em 15 maio. 2023.
SANTOMÉ, J. T. Globalização e interdisciplinaridade: o currículo integrado. Porto

Alegre: Artmed, 1998.
73
SANTOS, C. M.; COLOMBO JUNIOR, P. D. Interdisciplinaridade e educação: desafios e
possibilidades frente à produção do conhecimento. Revista Triângulo, Uberaba - MG, v.
11, n. 2, p. 26–44, 2018. Disponível em https://seer.uftm.edu.br/revistaeletronica/index.
php/revistatriangulo/article/view/2672 Acesso em 12 de março de 2023.
SILVA, C. C. Práticas corporais de aventura nos anos iniciais: a organização e a sis-

tematização curricular nas aulas de Educação Física. Dissertação (Mestrado Profissional
em Educação Física em Rede Nacional) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2020.
Disponível em: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29609. Acesso em: 10
de jun. 2023.
VIEIRA, A. O.; NETO FERREIRA, A.; SANTOS, W. Práticas avaliativas indiciárias e os

sentidos atribuídos ao aprender na educação física em nove anos de escolarização. Hu-
manidades & Inovação, v. 7, n. 10. Palmas: 2020. Disponível em https://revista.unitins.br/
index.php/humanidadeseinovacao/article/view/2877 Acesso em: 12 abr. 2023.
74
ENDEREÇO MEGAPOLO SEDE
Praça Brasil , 250 - Centro
CEP 87702 - 320
Paranavaí - PR - Brasil
TELEFONE (44) 3045 - 9898

Organização de Eventos Na Educação Física Escolar

Enviado por

Dados do documento

Direitos autorais

Formatos disponíveis

Compartilhar este documento

Compartilhar ou incorporar documento

Opções de compartilhamento

Você considera este documento útil?

Este conteúdo é inapropriado?

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

Organização de Eventos Na Educação Física Escolar

Enviado por

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS NA

EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP

S237o Santos, Luciana Letícia Sperini Rufino dos

1.Educação física – Eventos. 2. Educação física - Projetos.

CDD : 23 ed. 796.06

As imagens utilizadas neste material didático

Professora Mestre Luciana Letícia Sperini Rufino dos Santos

Graduada em Licenciatura em Educação Física em 2012 pela Universidade

[...] ao percorrermos a história dos povos, registramos inúmeras festas civis,

A fala dos autores evidencia a cultura corporal de movimento, trabalhada pela

UNIDADE 1 EDUCAÇÃO FÍSICA E SUAS DIVERSAS POSSIBILIDADES EM ESPAÇO ESCOLAR 7

UNIDADE 1 EDUCAÇÃO FÍSICA E SUAS DIVERSAS POSSIBILIDADES EM ESPAÇO ESCOLAR 8

A compreensão do que pode ser considerado um evento nos auxilia a pensar no

QUADRO 1. EVENTOS DE ACORDO COM O TIMING.

Fonte: MELO NETO, 2007.

UNIDADE 1 EDUCAÇÃO FÍSICA E SUAS DIVERSAS POSSIBILIDADES EM ESPAÇO ESCOLAR 9

UNIDADE 1 EDUCAÇÃO FÍSICA E SUAS DIVERSAS POSSIBILIDADES EM ESPAÇO ESCOLAR 10

Conhecendo os tipos de eventos e as formas em que podemos classificá-los, é

[…] as práticas corporais devem ser abordadas como fenômeno cultural

O planejamento de ações que envolvam alunos e professores junto à comunidade

UNIDADE 1 EDUCAÇÃO FÍSICA E SUAS DIVERSAS POSSIBILIDADES EM ESPAÇO ESCOLAR 11

UNIDADE 1 EDUCAÇÃO FÍSICA E SUAS DIVERSAS POSSIBILIDADES EM ESPAÇO ESCOLAR 12

O trabalho dos conteúdos de dança, ginástica, esporte, lutas, práticas corporais de

UNIDADE 1 EDUCAÇÃO FÍSICA E SUAS DIVERSAS POSSIBILIDADES EM ESPAÇO ESCOLAR 13

UNIDADE 1 EDUCAÇÃO FÍSICA E SUAS DIVERSAS POSSIBILIDADES EM ESPAÇO ESCOLAR 14

Especificamente para a Educação Física, os conteúdos são bastante e possuem

“Na primeira, assistimos a uma listagem de danças a partir de uma noção de

UNIDADE 1 EDUCAÇÃO FÍSICA E SUAS DIVERSAS POSSIBILIDADES EM ESPAÇO ESCOLAR 15

“O esporte praticado em qualquer dos seus múltiplos significados deverá

Assim, a frequência de eventos esportivos em ambiente escolar, justifica-se por

UNIDADE 1 EDUCAÇÃO FÍSICA E SUAS DIVERSAS POSSIBILIDADES EM ESPAÇO ESCOLAR 16

UNIDADE 1 EDUCAÇÃO FÍSICA E SUAS DIVERSAS POSSIBILIDADES EM ESPAÇO ESCOLAR 17

Fonte: A autora (2023).

UNIDADE 1 EDUCAÇÃO FÍSICA E SUAS DIVERSAS POSSIBILIDADES EM ESPAÇO ESCOLAR 18

UNIDADE 1 EDUCAÇÃO FÍSICA E SUAS DIVERSAS POSSIBILIDADES EM ESPAÇO ESCOLAR 19

CRUZ, M. M. S.; MEDEIROS, A. G. A. EDUCAÇÃO FÍSICA E DANÇA: PROPOSI-

UNIDADE 1 EDUCAÇÃO FÍSICA E SUAS DIVERSAS POSSIBILIDADES EM ESPAÇO ESCOLAR 20

UNIDADE 1 EDUCAÇÃO FÍSICA E SUAS DIVERSAS POSSIBILIDADES EM ESPAÇO ESCOLAR 21

Professor Mestre Luciana Letícia Sperini Rufino dos Santos

O projeto é o instrumento pelo qual nós transformamos ideias em ações, é o

UNIDADE 2 ELABORAÇÃO DE PROJETOS 23

O desenho de um projeto perpassa o processo de idealização do que se pretende

UNIDADE 2 ELABORAÇÃO DE PROJETOS 24

Fonte: adaptado de MARTINS (2018, p. 89).

UNIDADE 2 ELABORAÇÃO DE PROJETOS 25

Posterior a etapa de idealizar e desenhar o projeto é preciso colocar as ideias

UNIDADE 2 ELABORAÇÃO DE PROJETOS 26

A etapa de execução refere-se ao período em que acontece o evento. Na estrutura

FIGURA 2. SEQUÊNCIA LÓGICA PARA A REALIZAÇÃO DE UM EVENTO.

Fonte: Adaptado de Poit (2006, p. 75).

Estas etapas estão presentes no ciclo de vida do projeto/evento. No caso de uma

UNIDADE 2 ELABORAÇÃO DE PROJETOS 27

UNIDADE 2 ELABORAÇÃO DE PROJETOS 29

A última fase do ciclo de vida de um projeto é a avaliação. Em projetos específicos

UNIDADE 2 ELABORAÇÃO DE PROJETOS 30

QUADRO 1. PROPÓSITOS DA AVALIAÇÃO DO EVENTO.

A avaliação de pequenos eventos escolares pode ser realizada junto ao grupo de

UNIDADE 2 ELABORAÇÃO DE PROJETOS 31

Fonte: A autora (2023).

UNIDADE 2 ELABORAÇÃO DE PROJETOS 32

UNIDADE 2 ELABORAÇÃO DE PROJETOS 33

Fonte: FERREIRA NETO, J. O.; VASCONCELOS, A.P.M.F.; SOUZA, A.M. da

UNIDADE 2 ELABORAÇÃO DE PROJETOS 34