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FICHA CATALOGRÁFICA
2023 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie.
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva
dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da
obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la
de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
AUTOR
Profº Me. Wilian D’Agostini Ayres
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APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Olá, aluno (a). Seja bem-vindo (a)!
Ao iniciar seus estudos para esta disciplina, jogue luz ao olhar sociológico que neste
momento será analisado juntamente a suas nuances econômicas. Dentro do seu processo
de aprendizagem, você poderá perceber os inúmeros elementos que nos cercam e são
descritos no decorrer deste material, ao vincular duas áreas do conhecimento tão específicas
como a sociologia e a economia. Esta disciplina busca realizar uma retomada da evolução
social no que diz respeito aos fatores econômicos, utilizando de objetos de estudo amplos,
e em alguns casos muito específicos, como é o caso do trabalho e o consumo.
Este material de estudos apresenta fatores como os elementos mercadológicos, que
influenciam as interações sociais em seus mais diversos níveis. Desta forma, o trabalho é
um dos primeiros conectivos que trazem a economia como um fator de impacto no campo
da sociologia. Além disso, estudaremos a projeção futura que este tipo de relação causal
gera no contexto sócio cultural e mercadológico, modificando as formas de consumo e
convívio social, ressignificando as expressões culturais e estabelecendo novos padrões
valorativos para a sociedade atual e futura.
A Unidade I tem a finalidade de apresentar os autores clássicos da área da sociologia,
dado que é o ponto de partida para a compreensão dos cenários que se desenvolveram
com a identificação das influências econômicas nas expressões sociais. Assim, como há
a necessidade de compreendermos os conceitos apresentados por tais autores como
também identificá-los no contexto social.
Se o trabalho é o objeto de estudos inicial da análise socioeconômica, os demais
elementos que foram incorporados a essa análise são o consumo e o status social. Desta
forma, nas Unidades II e III são apresentados os conceitos de sociedade do consumo,
Status Social e Classe Social como um fator econômico estruturante que influencia a
forma de convivência e expressão da sociedade moderna, que também será tratada como
sociedade capitalista. Ou seja, capitalismo este que também é parte de nossa explanação
ao incorporarmos elementos causais desse vínculo entre as duas ciências.
Por fim, na Unidade IV fecharemos as nossas análises com base nos conceitos
atuais da área que projetam uma visão futura para este ramo da ciência, como é o caso
consumerismo, desenvolvimento sustentável e responsabilidade social.
Bons Estudos!
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SUMÁRIO
UNIDADE 1
Autores Clássicos da Sociologia: O Caminho até a Sociologia
Econômica
UNIDADE 2
Sociologia e Economia: O Surgimento e Consolidação
do Campo Teórico da Sociologia Econômica
UNIDADE 3
Sociologia Econômica: Sociedade do
Consumo e Distinção Social
UNIDADE 4
Perspectivas da Sociologia Econômica e a
Proposta do Desenvolvimento Sustentável
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UNIDADE
AUTORES CLÁSSICOS
DA SOCIOLOGIA:
O CAMINHO ATÉ A
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SOCIOLOGIA ECONÔMICA
Plano de Estudos
● As Contribuições de Karl Marx para a Sociologia;
● As Contribuições de Émile Durkheim para a Sociologia;
● As Contribuições de Max Weber para a Sociologia;
● As Contribuições da Sociologia para a Economia.
Objetivos da Aprendizagem
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TÓPICO
AS CONTRIBUIÇÕES DE
KARL MARX PARA A
SOCIOLOGIA
Karl Marx (1818-1883), autor alemão, com formação nas áreas de Direito e Filosofia,
conhecido por suas concepções sobre classes sociais, sendo elas a classe operária e
burguesa, além de desenvolver obras com análises sobre o capitalismo e socialismo, como
foi o caso da obra “O Capital”. É comum encontrarmos a menção de seu nome vinculado
diretamente ao também autor Friedrich Engels, com o qual estudou e desenvolveu grande
parte dos seus materiais (DURAND, 2017).
Como o autor se trata de um representante da militância social, estabelece seu
discurso baseado em uma lógica de disputa de classes, como já dito, de um lado o operariado
e do outro a burguesia. Essa ambiguidade do modelo econômico já era exposta em 1844,
com a obra “A situação da classe trabalhadora na Inglaterra”, em que Marx apresenta sua
análise sobre o cotidiano do operariado das fábricas de Manchester, em uma época no qual
a revolução industrial enfim estava consolidada. Nesse contexto, surgiu um dos principais
termos apresentados por Marx, o conceito de mais-valia, que pode ser descrito da seguinte
forma:
Uma vez sabendo que é o trabalho assalariado dos homens que proporciona lucros
ao capitalista, como demonstrá-lo? Ou seja, como mostrar o processo pelo qual um
valor A (antes da jornada de trabalho) dá lugar a um valor A (A maior que A) depois
da jornada do trabalho? Para fazê-lo, Marx propõe-se a expor primeiro o que é mer-
cadoria, sendo o capitalismo um “insumo acúmulo da mercadoria” (DURAND, 2017,
p. 18).
Essa relação determina que a mais-valia gera valor através da força de trabalho,
o excedente dessa quantidade é condicionado por fatores propriamente culturais. Agora,
é pertinente enfatizar que a sociologia (tema central deste material) é uma das ciências
sociais, sendo as outras a Antropologia e a Ciência Política, ambas serão mencionadas
inúmeras vezes por sempre estarem impactando os aspectos sociais do objeto de análise.
Por sua vez, a Economia é uma área da ciência independente e tem sua relação com a
sociologia no tangente ao trabalho, como demonstrado até esse momento.
O contexto inicial, apresentado por Marx nas relações de conflito entre classes so-
ciais, foi tratado como “Teoria de Exploração”, e após a consolidação dos conceitos que o
autor defendia (como o de Mais-Valia), surge uma nova fase dos estudos, que daria início
à Sociologia do Trabalho. Que trouxe os significados (DURAND, 2017):
Trazendo estes conceitos de Marx para os dias atuais, temos a Mecanização e Au-
tomação que se tornam uma consequência do aumento da tecnologia e do processo con-
tínuo de aceleração da produção. O primeiro, é uma consequência direta da substituição
de processos simples por máquinas, para auxiliar os operários nas atividades e acelerar a
produção. Já o segundo é a reunião de um processo ou mais em uma abordagem ampla-
mente tecnológica que não só auxilia na produção, mas também toma o lugar dos homens
no processo produtivo (DURAND, 2017).
Com uma consideração polêmica e enfática, que gera uma dicotomia, a substituição
dos homens pelas máquinas gera um efeito contrário, dado que o haveria uma condição
de trabalho baseada na produção e o conflito de classes se intensifica rompendo o fator
de tempo. Ou seja, o salário não ficaria mais condicionado às horas trabalhadas, e sim a
quantidade produzida.
O Comunismo foi o modelo proposto por Marx para romper os padrões de disputa
entre as classes e promover homogeneidade no regime de trabalho. Dado que o Estado
deveria interferir na economia e proporcionar equiparidade nos meios de produção. Tal
concepção surgiu com base na contraposição à ideologia, pois “como a ideologia é a ex-
pressão ou manifestação da dominação de uma classe, o fim do antagonismo de classes,
ou seja, o comunismo, acaba com a ideologia” (DURAND, 2017, p. 114). Essa ideia com-
plementa a disfuncionalidade, promovida por fatores baseados no espiritualismo, ou seja,
as concepções religiosas que contrapõem a naturalidade dos processos, em que o trabalho
é o fator de mudança que vai contra as forças naturais.
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TÓPICO
AS CONTRIBUIÇÕES
DE ÉMILE DURKHEIM
PARA A SOCIOLOGIA
David Émile Durkheim (1858-1917), filósofo e psicólogo francês, que viveu no século
XIX, juntamente com Marx e Weber, se tornou um dos três autores clássicos das ciências
sociais. Como dito, este autor desenvolveu estudos e apresentou conceitos nas três ciên-
cias sociais (Antropologia, Sociologia e Ciência Política), mas como este material se trata
de um robusto ensaio sobre a sociologia econômica, será realizado um recorte para seu
mais importante objeto de estudos, “o trabalho”, pelo qual, seria conhecido como pai da
sociologia.
Durkheim desempenhou uma intensa atividade acadêmica, com a publicação de
inúmeras obras, como “Da Divisão do Trabalho Social”, importante instrumento de pesqui-
sa para a sociologia econômica, enquanto ramo de ciência em ascensão. Porém, sua vida
não ficaria restrita à academia, pois se analisar o período que o autor viveu, perceberá que
foi durante a Primeira Grande Guerra, e o mesmo, se vinculou a partidarismo socialistas,
e instaurou a análise sobre socialismo de classes e assim como o autor anterior, realizava
uma análise do operariado (STEINER, 2016).
Inúmeras foram as críticas do autor relacionadas à sociedade para economia, como,
por exemplo: “O Estado deve ser ocupar das funções econômicas, mas, antes, que elas
não podem continuar do seu estado presente de desorganização e que elas devem ser
relegadas entre si, coordenadas, por intermédio da ação refletida do Estado” (STEINER,
2016, p. 24). Além disso, Durkheim defende a estruturação das análises sociais e econômi-
cas amparadas em diversas disciplinas como:
Perceba com esse sequenciamento de disciplinas não compõe a análise atual acer-
ca da disciplina, por mais que os autores clássicos tenham uma análise inicial dos fatos,
o passar do tempo trouxe novas pautas e estes temas são vistos nos dias atuais apenas
como um objeto de estudos da economia, ciência este que ganhou independência e tomou
forma para os estudos contemporâneos. Todavia, o ponto central da obra de Durkheim que
ainda se mantém vivo no discurso da sociologia econômica é o trabalho e suas nuances,
como é o caso da divisão (ou distribuição) do trabalho. O autor defende que o trabalho é
distribuído de acordo com um senso moral presente nos indivíduos, que promove pertenci-
mento a um meio coletivo, a sociedade, este fator é denominado solidariedade.
O conceito de solidariedade foi estruturado em dois modelos, para delimitar a rela-
ção entre o indivíduo e a sociedade, sendo: 1) Solidariedade Orgânica, que é baseada nos
fatores de hábito, como a moral e os costumes, e representada facilmente pela rotina/co-
tidiano; 2) Solidariedade Mecânica, que é estruturada no capitalismo moderno e expressa
basicamente pela especialização do trabalho (STEINER, 2016).
O conceito mais marcante de Durkheim foi o de Fato Social, que distinguia dos
demais Fatos (Psicológico e Biológico). Este tem por função explicar que o indivíduo se
comporta, sente e pensa de acordo com as influências sofridas pelo contexto social, dife-
rente do fato psicológico que é consequência dos fatores individuais, e únicos do indivíduo.
Enquanto o Fato Biológico é uma consequência das necessidades físicas, como a alimen-
tação (STEINER, 2016).
Perceba que o Fato Social é uma consequência da coerção no indivíduo que está
em sociedade, ou seja, é pressionado a agir sobre uma determinada conduta para cor-
responder aos anseios do coletivo. Dessa forma, é pertinente estruturar alguns conceitos
relacionados ao mesmo, são eles (STEINER, 2016): 1) Coerção, que é uma forma de poder
despótico que visa constranger e conduzir os indivíduos a agirem segundo o esperado, ou
contrário da coação que é baseada na força, a coerção é ancorada na força das leis, ou va-
lores compartilhados pelo grupo; 2) Autoridade Moral, que complementa a coerção, quando
desempenha força de controle sobre a forma de agir do indivíduo, com base em uma série
de princípios éticos e morais. Além disso, o autor defende que os Fatos Sociais surgem não
somem pela influência, mas também como consequência de alguns fatores, como (STEI-
NER, 2016):
3
AS CONTRIBUIÇÕES DE
TÓPICO
As análises de Weber vão para além de um objeto de estudo, pois concentram análises
das mais diversas formas de análise social, como o próprio comportamento dos indivíduos.
Neste caso, as ações sociais são influenciadas pelas compreensões e motivações, dessa
forma (LIMA e SILVA, 2012, p. 89):
Com base nessa afirmação, surge o conceito de Relação Social, que “consiste
fundamentalmente na probabilidade de que vários agentes orientem a sua conduta em um
sentido reciprocamente compartilhado” (LIMA e SILVA, 2012, p. 90). Tal conceito, considera
que as ações são baseadas no senso de reciprocidade/devolutiva, com base em estímulos.
Como, por exemplo, se presenteio alguém, espero em troca gratidão ou afeto.
Qualquer tipo de barganha (como é o caso da reciprocidade) remete a formatos de
dominação, e este é um conceito amplamente utilizado e difundido por Weber em suas
obras. Se a ação social é compreendida e motivada, e a relação social é baseada na forma
como a conduta é orientada , ou seja, como se promove tal comportamento, há diversos
meios de análise para que a ação social deve ser condicionada, como a dominação é um
dos meios de alcançar esses resultados. Para tal, as ações sociais podem ser delimitadas
em até 4 (quatro) formas diferentes, são eles (LIMA e SILVA, 2012):
● Ação Social Afetiva: Assim como o nome indica, o fator condicionante deste tipo de
ação é o afeto, em que impera as emoções e a barganha acontece por um estímulo
que é sentimental;
● Ação Social Tradicional: Esse tipo de ação é conduzida pelas tradições, em que
é possível identificar os hábitos, costumes e cultura, que acabam por impactar um
comportamento de um indivíduo ou grupo, o qual compartilha dos mesmos padrões
cotidianos;
● Ação Social racional com relação a valores: Muito confundida com a anterior,
4
AS CONTRIBUIÇÕES DA
TÓPICO
SOCIOLOGIA PARA A
ECONOMIA
Em uma análise clara, é impossível analisar a Sociologia sem acessar aos autores
clássicos da área, e ao abraçar plenamente o positivismo, seria negar a história e embarcar
em um emaranhado de conceitos que são pertinentes apenas a alguns casos. Para tal, a
valorização dos autores da sociologia é pertinente, dado que, cada um deles tenha descrito:
Por mais que suas teorias não possam ser consideradas atemporais, principalmente
no tangente à sociologia econômica, uma área ainda em construção e que carece de
estudos amplos e constantes. Os conceitos apresentados nas apresentações devem ser
considerados enquanto a sua aplicabilidade no objeto de estudos a serem analisados.
Como é o caso da modernidade, que se torna um marco teórico e temporal, para a análise
sociológica, definindo o momento que as ações humanas são condicionadas pelo raciocínio,
ou razão, como dito por Weber (SELL, 2015).
A ruptura dos padrões hermenêuticos, que consolidaram os padrões dos autores
aqui trabalhados, e uma nova análise dos conceitos concebidos e aplicados a novos objetos
de estudos geram emancipação dos poderes condicionantes dos comportamentos sociais,
e inauguram uma nova era do conhecimento, chamada de “Pós-modernismo”, que é onde
se encontra a disciplina de sociologia econômica. E é para a qual utilizaremos os conceitos
iniciais destes autores para compreender novos modelos de comportamento e interação
social (SELL, 2015).
Fonte: SWEDBERG, Richard.Sociologia econômica: hoje e amanhã. Balanços, 2004. Disponível em: https://
www.scielo.br/j/ts/a/dvSxLM8hKX5dKCQzK6xtQbq/?format
=pdf&lang=pt. Acesso em: 12 jul. 2022.
“A sociologia econômica estuda tanto o setor econômico na sociedade (“fenômenos econômicos”) como
a maneira pela qual esses fenômenos influenciam o resto da sociedade (“fenômenos economicamente
condicionados”) e o modo pelo qual o restante da sociedade os influencia (“fenômenos economicamente
relevantes”)”.
Resenha: Este texto pretende resgatar, de maneira exploratória, algumas reflexões pioneiras
de Durkheim e Weber a respeito do mercado a fim de poder tomar posição no quadro desse
debate. Não pretendemos discutir a existência de uma continuidade ou de uma ruptura
entre a nova e a velha sociologia econômica. Gostaríamos apenas de argumentar, contra
Swedberg (1994), que Durkheim e Weber iniciaram o estudo sociológico do mercado em
termos de construção social, contribuindo assim diretamente para a emergência da nova
sociologia econômica na década de 1970. Ambos refletiram sobre o papel das instituições
na orientação do comportamento do ator econômico e, portanto, na regulação do mercado,
com conclusões frequentemente semelhantes.
Fonte: RAUD-MATTEDI, Cécile. A Construção Social do Mercado em Durkheim e Weber. Revista Bra-
sileira de Ciências Sociais, 2005. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbcsoc/a/ywLXNRHwynqrzdP9qN-
L66kn/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 12 jul. 2022.
LIVRO
Título: Sociologia Clássica: Marx, Durkheim e Weber
Autor: Carlos Eduardo Sell.
Editora: Vozes.
Sinopse: Este livro apresenta o pensamento dos fundadores
da sociologia a partir de três eixos básicos: teoria sociológica;
teoria da modernidade; teoria política: problemas e desafios
da realidade social. Este método, além de permitir uma análise
comparativa das teorias de Marx, Durkheim e Weber, possibilita
também uma compreensão da sociologia enquanto ciência e
uma reflexão sobre a natureza e as perspectivas da vida social
em tempos modernos. Retomando a visão destes autores, o lei-
tor é convidado a exercitar sua “imaginação sociológica”, aden-
trando, assim, no rico debate sociológico sobre as diferentes
maneiras, métodos e perspectivas de pesquisa e interpretação
da sociedade.
FILME/VÍDEO
Título: Tempos Modernos
Ano: 1936.
Sinopse: Carlitos é um personagem baseado na obra de Char-
lie Chaplin, e nesta obra clássica representa a rotina de um
operário de chão de fábrica que realiza todos os dias a mesma
atividade. Porém, seu maior sonho é conhecer todas as etapas
do processo, além da sua. De uma forma icônica e leve, lança
luz ao modelo fabril.
Plano de Estudos
• A Sociologia Econômica na atualidade, e suas perspectivas;
• Sociologia e Economia: O Trabalho como ponto de encontro;
• Mercado de Trabalho: O objetivo dos estudos atuais;
• Mercados e Capitais: Instrumentos de consolidação da área.
Objetivos da Aprendizagem
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A SOCIOLOGIA ECONÔMICA
TÓPICO
NA ATUALIDADE E SUAS
PERSPECTIVAS
Em nossa unidade anterior, foi possível vislumbrar o papel dos autores da área da
sociologia e seus primeiros insights para a sociologia econômica. Ao nos apresentar os
primeiros conceitos que dariam início a essa área que é permeável por suas ciências e tem
ganhado relevância como instrumento de análise para diversos cenários e problemáticas.
Neste segundo momento do nosso material, trabalharemos essas especificidades
de uma forma que o passado e o futuro dialoguem. Pensando nisso, Swedberg (2004), já
dizia que era necessário um olhar especializado para a sociologia econômica brasileira,
quiçá global, dado que essa área já tinha sido consolidada para os Estados Unidos e Eu-
ropa, e como é possível deduzir, cada país tem uma especialidade ou particularidade de
mercado que o torna único em uma análise empírica.
O conceito de Sociologia Econômica, que foi construído na unidade anterior, teve
como ponto de partida a sociologia e suas influências. Porém, pode ser apresentado de
forma sintética, como “pode ser definida de modo conciso como a aplicação de ideias, con-
ceitos e métodos sociológicos aos fenômenos econômicos – mercados, empresas, lojas,
sindicatos, e assim por diante” (SWEDBERG, 2004, p. 07). Ao considerar tal afirmação, é
possível perceber que essa relação causal é capaz de influenciar em inúmeras esferas da
vida cotidiana, como é o caso da cultura.
Se relembrarmos sobre o destaque que Max Weber deu para essa área, temos
três análises utilizadas constantemente, são elas (LIMA e SILVA, 2002 apud SWEDBERG,
2004):
2
TÓPICO
SOCIOLOGIA E ECONOMIA: O
TRABALHO COMO PONTO DE
ENCONTRO
A análise macro dos aspectos socioeconômicos feitas até aqui são uma forma de
demonstrar as características principais desse ramo da ciência. Todavia, a partir daqui se
faz necessário a análise aprofundada dos aspectos do trabalho, como já dito é o principal
elemento que constrange as questões interseccionais de ambas as ciências aqui tratadas e
a medida que sofre modificações, também faz mudanças no cenário existente, veja o caso
das revoluções, que acabaram por impactar aspectos econômicos, sociais, políticos e até
mesmo estruturais. Como é o caso das seguintes (MARTINS, 2017):
Com tal indagação, remete às formas como o trabalho foi tratado no contexto histó-
rico, até as eras medievais era considerada uma forma de subsistência, inclusive os deten-
tores de posses, tinham seus escravos ou vassalos, que por sua vez realizavam o trabalho.
Em contrapartida, a partir da revolução industrial, e com a necessidade de sobrevivência,
os trabalhadores passaram a vender a sua mão-de-obra, tornando-a mercadoria no contex-
to capitalista (MARTINS, 2017).
Quando retomamos o papel das revoluções, que é a ruptura de um modelo para
que outro surja, se faz necessário retomar os modos de produção que influenciaram nossa
sociedade através das eras, e promoviam um modo de trabalho específico para cada estilo,
de acordo com o senso de organização do trabalho, para atingir suas necessidades. São
eles (MARTINS, 2017):
- Primitivo: Creio que muitos devem confundir esse modelo com o extrativista, porém
como o extrativismo era a ausência de modelo, ao contrário do primitivo, que é o
início da parametrização das atividades produtivas, no qual surgiram a agricultura e
pecuária, como base em métodos e práticas;
- Asiático: O modelo asiático reúne os princípios básicos da agricultura, dado que era
a base da economia nestes territórios. Porém, tinha como particularidade da servi-
dão que detinham sobre um espaço de terra comunitário;
- Escravista: Esse modelo, como o nome indica, é baseado no senso de posse sobre
os indivíduos e seu poder de trabalho. Comumente baseado no domínio das terras
como meio produtivo e no poder como forma de controlar a força de trabalho, as
atividades eram realizadas em sua maioria pelos escravos que sustentavam a sub-
sistência da sociedade;
- Feudal: No Feudalismo o regime de trabalho era similar ao modelo asiático, porém
O modelo capitalista é o que tem perdurado por mais tempo, além de ser tido como
o mais complexo. Essa afirmação é pautada na lógica que o capitalismo necessita de um
complexo relacionamento entre meios de produção e o Estado (detentor do poder), então
as relações são institucionalizadas com base em um sistema jurídico e administrativo que
permeia as questões socioeconômicas e as mantêm funcionando.
O liberalismo econômico é uma proposta ousada e que supriria a maior parte das
necessidades do modelo econômico, porém as questões sociais seriam negligenciadas
pelo fato da alta competitividade dos detentores dos meios produtivos, com os detentores
da força de trabalho (MARTINS, 2017).
Com o advento da globalização, as empresas passaram a compreender que seus
padrões não estavam mais restritos a um modelo regional ou local, e sim que estavam à
mercê de um sistema global que acaba por impactar todos os formatos de produção a uma
- Taylorismo: Foi a teoria criada pelo norte-americano Frederick Taylor (1856 - 1915)
que apresentou os princípios da administração científica, como base de sua obra,
que se foca no aumento da produtividade e lucratividade. A produção era tida como
o principal elemento de mudança social, pois os salários estavam condicionados ao
quantitativo que o indivíduo produzia, enquanto que a lucratividade era o elemento
econômico vinculado à eficiência dos processos. Culminando na alienação dos tra-
balhadores e especialização das atividades produtivas;
- Fordismo: Fruto das estratégias de Henry Ford (1863 - 1947) fundador da Ford
Motor Company, almejando melhorar a produtividade da empresa e produzir mais
em menor tempo, proporcionou mudanças profundas nas estruturas produtivas ao
padronizar os produtos, com base em características chave. Enquanto isso, as mu-
danças sociais no trabalho eram firmadas em pilares, como a especialização do
trabalho, repetição das atividades e ciclos produtivos;
- Toyotismo: Similar ao modelo do norte-americano Ford, o modelo japonês funda-
do pelos engenheiros Taiichi Ohno (1912-1990), Shingeo Shingo (1909-1990) e Eiji
Toyoda (1913-2013), buscava melhorar os aspectos produtivos inspirados no For-
dismo, porém com foco na qualidade e flexibilidade das tarefas. Como no Japão
as empresas não dispõem de grandes espaços físicos para estoque, foi o primeiro
elemento modificador do ponto de vista econômico, enquanto na perspectiva social,
a principal mudança foi na efetividade produtiva, reduzindo os desperdícios produti-
vos, com base nas mudanças ocorridas no desempenho do trabalho.
3
TÓPICO
MERCADO DE TRABALHO:
O OBJETIVO DOS ESTUDOS
ATUAIS
O caminho trilhado até aqui é claro, muitos foram os impactos da economia na so-
ciedade, e as áreas acabam por se tornar uma área de influências constantes, em que a
economia e sociologia medem esforços para melhorias constantes em seus respectivos
cenários. Esse embate se tornaria uma nova área de estudos, a sociologia econômica, que
também tem suas fases e atores de acordo com o momento histórico vivido. Dessa forma:
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TÓPICO
MERCADOS E CAPITAIS:
INSTRUMENTOS DE
CONSOLIDAÇÃO DA ÁREA
O termo Mercado foi criado para demonstrar a relevância nas interações econô-
micas, em um formato sequencial, similar e uma cronologia. Todavia, quando levado em
consideração que a globalização moldou uma série de interações socioeconômicas e que
dessa forma não existe apenas uma linha e sim várias, representadas pelas redes, o Mer-
cado deverá ser tratado no plural, para que seja possível compreender sua plenitude.
A fluidez dos mercados é amparada nas trocas, que permanece o já menciona-
do jogo de interesses, em que os produtores e consumidores colocam em pauta as suas
necessidades. Os produtores dependentes da disponibilidade de recursos são orientados
pelas instituições para participarem da competição que ocorre no mercado, enquanto os
consumidores desempenham seus papéis de acordo com a cultura que promovem “signi-
ficados comumente compartilhados sobre o produto, sua moralidade e sua utilidade” (FLI-
GSTEIN e DAUTER, 2013, p. 484).
As mudanças sociais acontecem constantemente, seja pela vontade do estado ou
dos mercados. Este paradigma é quase que um questionamento de prioridades, seja por
quem influencia quem, ou por quem é influenciado, tendo assim uma complexa estrutura
estruturante e estruturada no processo contínuo de mudanças dos mercados. Para tal, é
comum que o mercado passe por períodos de oscilação, em alguns momentos estável e
em outros de confusão, seria essa a forma de promover as mudanças substanciais no de-
correr do processo.
As dinâmicas de mercado acontecem com base no senso de valor, em que entre
o papel dos capitais, que acabam por promover uma estrutura social complexa, e assim
ambos encontram equilíbrio. Se as empresas estão vivendo em um mundo que não con-
seguem replicar suas posições no mercado, nesse caso as relações sociais tornam-se ar-
ranjos temporários de informação ou predispostos para a evolução da modernidade. Como
a variabilidade é constante, os parceiros são selecionados com base em sua utilidade e,
Para tal afirmação, é pertinente dizer que os mercados, compostos por seus atores
e cenários, são constantemente influenciados por múltiplos aspectos, sejam institucionais
ou não. Cabendo aos estudiosos da área analisar um recorte ou característica da complexa
gama da sociologia econômica, para que então cheguemos a uma análise causal.
Fonte: EMATER. Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – SEAPA-DF. Distrito Federal.
Disponível em: https://www.ufrb.edu.br/proext/images/conceitosmercado.pdf. Acesso em: 29 set. 2022.
LIVRO
Título: Economia e Mercado.
Organizador: Cleyton Izidoro.
Editora: Editora Pearson.
Sinopse: Considerando que há muitas obras sobre economia e
suas articulações, o intuito dese livro é transformar uma lingua-
gem que nem sempre é de fácil entendimento em um conteúdo
mais simples, sem perder, no entanto, a qualidade. Seu foco
são as nuances da área econômica como o papel do Mercado.
FILME
Título: O Lobo de Wall Street
Ano: 2014.
Sinopse: Durante seis meses, Jordan Belfort (Leonardo DiCa-
prio) trabalhou duro em uma corretora de Wall Street, seguindo
os ensinamentos de seu mentor Mark Hanna (Matthew McCo-
naughey). Quando finalmente consegue ser contratado como
corretor da firma, acontece o Black Monday, que faz com que as
bolsas de vários países caiam repentinamente. Sem emprego e
bastante ambicioso, ele acaba trabalhando para uma empresa
de fundo de quintal que lida com papéis de baixo valor, que não
estão na bolsa de valores. É lá que Belfort tem a ideia de mon-
tar uma empresa focada neste tipo de negócio, cujas vendas
são de valores mais baixos, mas, em compensação, o retorno
para o corretor é bem mais vantajoso. Ao lado de Donnie (Jo-
nah Hill) e outros amigos dos velhos tempos, ele cria a Stratton
Oakmont, uma empresa que faz com que todos enriqueçam
rapidamente e, também, levem uma vida dedicada ao prazer
(ADORO CINEMA).
SOCIOLOGIA ECONÔMICA:
SOCIEDADE DO CONSUMO
E DISTINÇÃO SOCIAL
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Plano de Estudos
• Os Impactos da Sociologia na Economia;
• O papel das organizações no campo da Sociologia;
• O campo de atuação da Sociologia Econômica;
• O Capital e as Organizações.
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Objetivos da Aprendizagem
• Contextualizar os aspectos sociológicos no campo da economia;
• Compreender os aspectos individuais da Sociologia das Organizações;
• Compreender o papel das organizações na Sociologia Econômica.
INTRODUÇÃO
Olá, aluno (a)! Seja bem-vindo (a) de volta. Essa é a nossa terceira unidade da
disciplina de Sociologia Econômica. Após realizar uma retomada epistemológica dos autores
e suas contribuições para a área, e uma análise estrutural no campo da ciência, se faz
necessário adentrarmos aos objetos propriamente ditos, ou seja, quais são os elementos
que corroboram para a análise de uma problemática social econômica.
Inicia-se com os impactos diretos e indiretos que a sociologia desempenha na
economia, novamente separam-se as ciências para compreensão de seus devidos
posicionamentos, para depois juntá-las em uma relação de estruturas que poderiam ser
denominadas como únicas. Demonstra-se que a sociologia é uma ciência que detém
autonomia em inúmeros aspectos, porém que demonstra flexibilidade para atuar em outros
campos, pois é quase onipresente.
Em um segundo momento, se utiliza de cenário de análise as organizações que
representam os interesses econômicos, do outro lado a sociedade (representada pelos
indivíduos que a compõem), com seus comportamentos e formas de consumo, que são
desenvolvidos por padrões sociais. Apresenta-se formados econômicos inovadores e tipos
de organizações que consideram valores econômicos e sociais em sua concepção, esta-
belecendo um formato misto que incorpora modelos econômicos que comumente estão em
disputa como capitalismo e socialismo.
O terceiro tópico trata do campo de atuação da sociologia econômica, como é o
cenário em que ocorrem as interações, e encontrará princípios econômicos como a
economia monetária, seguidos por questões sociais como a representatividade das
questões individuais no processo de defesa dos interesses, e associação como motivação
para agrupamentos que defendem objetivos compartilhados entre indivíduos.
Por fim, o papel das moedas e seu senso de valor simbólico, ou seja, um objeto
econômico atribuído de perspectivas sociais e culturais que determinam o famigerado
“valor”. Será relembrado conceitos - chave como status social e consumo como forma de
determinação de papéis sociais. Vamos lá?
1
TÓPICO
OS IMPACTOS DA
SOCIOLOGIA NA
ECONOMIA
.
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.....
.....
O primeiro ponto destaca uma realidade que não está muito distante da atual, na
Revolução Industrial os homens perderam espaço para as máquinas, enquanto na atual
Com as mudanças ocorridas nas relações sociais do trabalho, surgiram novas ins-
tituições, com a finalidade de promover a cobrança nas empresas, mas não de caráter
financeiro, e sim social. Com o advento das ONG’s (Organizações Não Governamentais),
que no Brasil também são conhecidas como OSC’s (Organizações da Sociedade Civil), que
visa gerar pressão nas Organizações Privadas com fins lucrativos, junto ao poder legislati-
vo que assegura direitos trabalhistas, para que as empresas não acabem por sobrepujar o
lucro acima do bem-estar dos trabalhadores.
As referidas pressões exercidas por estes tipos de organizações, com caráter social
é reduzir, talvez eliminar, questões como o trabalho exaustivo e/ou infantil, até fatores mais
extremos como a escravidão. Além disso, temos as questões de proteção ao meio ambien-
te, a diversidade cultural nas empresas (DIAS, 2014). Essas pautas se tornaram prioridade
no pós-revolução industrial, dado a elevada incidência de indústrias que utilizavam méto-
dos ilícitos para ter elevada lucratividade.
Com as pressões exercidas, as empresas aumentaram a diversidade nas organi-
zações, como é o caso da racial e de gênero, e para além disso, ocorreu a redução dos
abusos sofridos pelos trabalhadores (DIAS, 2014). A lógica causal dessas ações é boicotar
empresas que têm suas más condutas expostas, como é o caso de abuso de poder, influen-
ciando os stakeholders (indivíduos que têm relações diretas ou indiretas com a empresa)
como clientes, fornecedores, acionistas e outros, se evadam da empresa, impactando seus
resultados (principalmente o lucro). Por exemplo, você enquanto cliente compraria de uma
empresa que se envolveu em escândalos de crime ambiental e denúncias de trabalho es-
cravo? Possivelmente não, então as empresas se veem obrigadas a seguirem uma deter-
minada conduta ética e moral da sociedade.
2
TÓPICO
O PAPEL DAS ORGANIZAÇÕES
NO CAMPO DA SOCIOLOGIA
3
O CAMPO DE ATUAÇÃO DA
TÓPICO
SOCIOLOGIA ECONÔMICA
4
O CAPITAL E AS
TÓPICO
ORGANIZAÇÕES
Nos tópicos anteriores, conhecemos o papel do capital como mediador das trocas
entre os indivíduos, assim como as novas formas institucionalizadas que as organizações
adquiriram com as mudanças do comportamento social. Inicialmente se faz necessário
compreender os papéis atribuídos ao dinheiro, são eles (MARQUES e PEIXOTO, 2003, p.
130):
As moedas são uma expressão do senso valorativo de uma sociedade, seu valor é
estabelecido por um padrão cultural e moral previamente adquirido. Desta forma, o valor
simbólico de um “pedaço de papel”, pode variar de acordo com o local onde é utilizado, ou
para a causa a qual se destina (MARQUES e PEIXOTO, 2003). Assim, o dinheiro tem mais
que uma função utilitarista, como estabelece a economia, a sociologia atribuída de ques-
tões antropológicas têm a capacidade de personificar as questões simbólicas.
Similar a lógica de valor atribuído a uma nota, o “tipo” do dinheiro também pode de-
terminar a sua finalidade. Por exemplo, serve para adquirir um item funcional como comida,
mas não para representar uma aquisição social, como um cônjuge. Complexidade que me-
receria uma unidade somente para a representação antropológica de valor, porém, nesta
breve síntese busca demonstrar que a finalidade utilitarista do dinheiro pode ser modificada
com um senso valorativo social.
Fonte: MANSUR, Beto. A sociologia das organizações. Portal RH. 2015. Disponível em: https://www.rhpor-
tal.com.br/artigos-rh/a-sociologia-das-organizaes/. Acesso em: 30 set. 2022.
Nem todos que não estão empregados podem ser considerados desempregados.
Você sabia, que de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, nem todos os brasileiros que
não estão no mercado de trabalho podem ser considerados desempregados? Como os seguintes exemplos:
LIVRO
Título: Sociologia das Organizações
Autor: Reinaldo Dias.
Editora: Atlas.
Sinopse: Este livro aborda as organizações como unidades
sociais, complexas, que apresentam algumas características
universais e que assim podem ser estudadas de modo geral.
Embora a abordagem aqui adotada tenha tido como foco
principal as organizações empresariais, os conceitos e relações
básicas que são apresentados podem ser aplicados a quaisquer
organizações que apresentam alguma complexidade. A obra
inova ao abordar inúmeros temas, relativamente novos, em
Sociologia das Organizações e na análise organizacional de
forma geral, como as organizações econômicas pré-capitalistas
– guildas, manufaturas e companhias de comércio –, as
organizações fordistas relacionadas com as pós-fordistas, a
teoria dos clusters, a competitividade sistêmica, a teoria dos
stakeholders, responsabilidade social organizacional, o capital
social, as cooperativas e o terceiro setor.
FILME/VÍDEO
Título: A Procura da Felicidade
Ano: 2006.
Sinopse: Chris Gardner (Will Smith) é um pai solteiro e
desempregado que precisa viver em abrigos, pois não tem
mais o apartamento onde vivia com seu filho. Ele consegue
um estágio não remunerado em uma grande empresa e se
empenha para mudar sua sorte, mostrando que determinação
é a chave do sucesso.
ECONÔMICA E A PROPOSTA
DO DESENVOLVIMENTO
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SUSTENTÁVEL
Professor Mestre Wilian D’Agostini Ayres
Plano de Estudos
• Temas atuais para a sociologia econômica;
• As novas formas de trabalho e a diversidade;
• A perspectiva de gênero na economia;
• A contribuição da disciplina para a construção do desenvolvimento
sustentável.
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Objetivos da Aprendizagem
• • Compreender os novos temas que são trabalhados pela sociologia
econômica;
• • Entender as mudanças socioculturais que impactam a economia,
como a questão de gênero;
• • Estabelecer um parâmetro de análise para a nova sociologia econômica,
com ênfase para o desenvolvimento sustentável.
INTRODUÇÃO
Olá, aluno (a)! Iniciaremos a nossa quarta e última unidade, cuja função é trazer os
temas atuais e projetar uma visão futura da sociologia econômica. Vamos analisar as for-
mas de análise utilizadas pelas ciências em questão para verificar suas formas de atuação,
como índices e levantamentos quantitativos que possibilitam a construção de cenários para
verificação.
Compreenderemos quais os fatores econômicos e sociais que influenciam o compor-
tamento social, como renda e trabalho, assim como os seus mediadores, no caso o direito e
a legislação como as novas formas de regramento para estabelecer relações trabalhistas.
Após falarmos sobre globalização e consumo em unidades anteriores, faz-se necessário
apresentar o conceito de Multiculturalismo e Diversidade, como formas de análise e ação
para as novas construções mercadológicas, bem como suas nuances sociais.
Além disso, vamos analisar as mudanças no papel da mulher e do ambiente domés-
tico e suas influências nas construções de novos aspectos econômicos, seja da mulher
ou das suas influências no contexto histórico, cultural e econômico. Embarcando no tema
ambiente doméstico e trabalho, trabalharemos as mudanças sofridas do rompimento de es-
paços antes restritos a uma única prática e agora que unem, em consequência do advento
da pandemia e evolução tecnológica.
Para fechar, o último tema deste momento será o desenvolvimento sustentável, que
se torna, dia após dia, uma proposta de mudança econômica e social, em consequência
de uma demanda de preservação ambiental e manutenção das demandas de consumo de
uma população mundial crescente, que agora se encontra em um contexto globalizado.
Juntamente ao tema relativo à sustentabilidade, será apresentado uma vertente, que se
enquadra em tendência de consumo atual, a economia colaborativa, também conhecida
como consumo compartilhado, que se torna uma forma de consumo distinto do atual, que
preza por itens exclusivos, e traz a tendência de compartilhamento e senso conjunto, típico
do desenvolvimento sustentável.
Desejo a todos, bons estudos!
1
TEMAS ATUAIS PARA A
TÓPICO
SOCIOLOGIA ECONÔMICA
.
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.....
.....
- PIA (População em idade Ativa): São indivíduos que podem trabalhar e tem idade
adequada para o desempenho de atividades profissionais, em torno de 14 anos;
- PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios): Levantamento utilizado
para medir questões sociais, como procura por trabalho ou trabalhador em atividade
(gerador de renda familiar);
- PEA (População Economicamente Ativa): São os indivíduos que estão trabalhan-
do e promovendo renda, seja individual ou familiar.
Esses índices são responsáveis pela análise e definição dos gráficos de desempre-
go, pois medem os indivíduos que precisam trabalhar, aqueles que querem, assim definin-
do a quantidade de desocupados ou força de trabalho ativa. Se um país tem um elevado
índice de população economicamente ativa, significa que a expectativa de consumo é alta
e, consequentemente, o PIB será alavancado em proporções (SCHWARTSMAN, 2020). E
quando falamos em consumo, as expectativas de consumo fazem parte de uma progressão
econômica, mas essas têm mudado, de acordo com as novas tendências de consumo.
Como estudado em outras unidades, as características de consumo dizem muito
a respeito de um modelo social e cultural. O incentivo ao consumo é algo corriqueiro na
sociedade e influencia tanto a economia quanto a sociedade; porém, nos últimos anos, em
consequência de um cenário de déficit de renda, surge a pauta de educação financeira. Os
2
TÓPICO
AS NOVAS FORMAS
DE TRABALHO E A
DIVERSIDADE
O primeiro elemento aqui trabalho será o trabalho informal, que deve ser compreen-
dido neste contexto como qualquer tipo de atividade remunerada que não está vinculada a
CLT (Código de Legislação Trabalhista). Desta forma, os profissionais liberais (conhecidos
também como autônomos), não têm direito a seguro desemprego, Fundo de Garantia por
tempo de serviço, afastamento remunerado em caso de acidentes e etc (XAVIER, 2014).
Este tipo de trabalho é crescente no Brasil, é muito comum em algumas regiões, em con-
sequência da renda extra, já apresentada.
Esta modalidade de trabalho tem prós e contras, mas a atualidade de sua discussão
diz respeito ao chamado atual projeto de política neoliberal de incentivo a do Estado de
Auto Providência. Isso significa que a previdência social, antes garantida em sua maioria
pelo Estado/Governo, se tornou responsabilidade do cidadão, que organiza seus ganhos
financeiros para criar uma reserva de longo prazo para a aposentadoria (XAVIER, 2014).
Outra área dessa ideologia prega a autonomia no trabalho e nos rendimentos, em que o
trabalhador não fica condicionado às políticas do Estado para sua aposentadoria e seguri-
dade social.
A dicotomia de princípios ultrapassa as questões de seguridade social, pois é
um elemento de longo prazo, como já dito. Os paradigmas atuais, a curto prazo, são a
autonomia do trabalhador, que produz e tem seu retorno de acordo com sua disponibilidade
de tempo e esforço, dado que com o advento da administração da produção os trabalhadores
assalariados são cobrados por altos índices de produtividade, que em muito ultrapassa seus
rendimentos, e com a autonomia o trabalhador teria o retorno financeiro correspondente ao
seu esforço (XAVIER, 2014).
O trabalho informal tem pontos positivos para a organização do trabalhador, todavia,
a informalidade não quer dizer ilegalidade, pois muitos trabalhadores não declaram seus
rendimentos para evitar tributações. Pensando nisso, surgiram diversas políticas de incenti-
3
TÓPICO
A PERSPECTIVAS
DE GÊNERO NA
ECONOMIA
4
TÓPICO
A CONTRIBUIÇÃO DA
DISCIPLINA PARA
A CONSTRUÇÃO DO
DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
Aqui se inicia o último tópico de análise de nosso material, e será tratado em particular,
considerando sua relevância para a disciplina. Falar de sociologia econômica, sem falar de
um tema atemporal como desenvolvimento sustentável, é quase que indissociável, pois
não há um marco que limite quem surgiu primeiro a disciplina ou o tema.
No decorrer desse texto, falamos de dois pilares essenciais de análise, a economia e
a sociedade, para além desses, falamos sobre as formas de interação que são o trabalho,
produção e consumo. Estes pilares são representações das formas de construção da
disciplina, ou seja, cenário e atores em ação, e assim como todas as demais disciplinas
sofrem influências pontuais (por tema) e estruturais (por movimentos), e com a sociologia
econômica não foi diferente, com a chegada da proposta de desenvolvimento sustentável.
O desenvolvimento sustentável é um movimento econômico e social que surgiu
em meados dos anos 80, em consequência dos debates governamentais provenientes da
agenda internacional de meio ambiente. Antes disso, era conhecido apenas pelas propos-
tas de preservação ambiental, mas com o desenvolvimento das reuniões governamentais
foram incorporadas as pautas de desenvolvimento econômico e social, buscando uma coe-
xistência harmônica entre os dois fatores (RODRIGUES, 2012).
O início do processo desse movimento é marcado pelo ambientalismo, que se
destacava por um protecionismo ao meio ambiente, porém com o aprofundamento dos
diálogos sobre essa temática, foi perceptível que as causas eram baseadas no sistema
produtivo predatório (RODRIGUES, 2012). O trabalho enquanto elemento central da
sociologia econômica, também se torna propulsor dessa prática de mudança, que a
economia desempenha perante o meio ambiente, e o consumo se torna o ponto focal de
relacionamento entre a sociedade e o meio ambiente, mediado pelos meios produtivos.
Com a apresentação do conceito de desenvolvimento sustentável, ocorreu a con-
solidação de três atores centrais no processo de análise de influência da área, ou também
Consumo colaborativo e economia compartilhada, por exemplo, referem-se, basicamente, à mesma coisa,
ao mesmo tempo que dão destaque a componentes ligeiramente diferentes da mesma questão.
Fonte: CGEE (CENTRO DE GESTÃO E ESTUDOS ESTRATÉGICOS). Economia verde para o desen-
volvimento sustentável. Brasília, DF: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, 2012. 228 p. Disponível
em: https://www.cgee.org.br/documents/10195/734063/Livro_Economia_Verde_web_25102013_9537.pdf/
d42012b6-a5d4-488d-8bc0-680662c47d89?version=1.4 Acesso em: 21 ago. 2022.
LIVRO
Título: Desenvolvimento Sustentável: Dimensões e Desafios
Autor: Ana Luiza de Brasil Camargo.
Editora: Papirus Editora.
Sinopse: Em nenhuma fase anterior da história, a humanidade
teve tanto poder de interferir nos ciclos da natureza e de
alterar ecossistemas vitais quanto o revelado pela sociedade
contemporânea. Os problemas ambientais aumentaram
dramaticamente nas últimas décadas, possuem escopo global
e estão intimamente relacionados com o comportamento
humano. Contudo, constituem apenas uma das várias facetas
de uma crise maior e mais complexa do momento em que
vivemos. Neste panorama, o desenvolvimento sustentável
aparece como proposta de um novo modelo que permite
harmonizar a relação do homem com a natureza e as relações
dos homens entre si.
Conforme comenta a professora Sandra Sulamita N. Baasch
no prefácio, a autora "queria produzir algo para que os alunos,
ao entrarem na área de Gestão da Qualidade Ambiental,
pudessem ler e iniciar seus processos de reflexão sobre
sustentabilidade e desenvolvimento sustentável". Expressões
do cotidiano, amplamente utilizadas tanto em discursos como
em aulas, mas fragilmente incorporadas em nossas vidas.
Estamos vivenciando um momento de transição para um novo
modelo que ainda não experimentamos, mas que nos inspira a
sensação de integridade e unidade. É "a partir desse sopro do
novo que este trabalho acontece".
FILME/VÍDEO
Título: Uma Verdade Inconveniente
Ano: 2006.
Sinopse: O ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore
apresenta uma análise da questão do aquecimento global,
mostrando os mitos e equívocos existentes em torno do tema
e também possíveis saídas para que o planeta não passe por
uma catástrofe climática nas próximas décadas.
Link do vídeo: https://geoverdade.com/2017/12/15/video-u-
ma-verdade-inconveniente-legendado/
DIAS, R. Sociologia Clássica. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. Dis-
ponível em: https://www.google.com/url?q=https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/
Publicacao/22102/pdf/0?code%3DajPfUoPJxhizuaaa4Q31%2BeRy/6Q4mn3e0pHfy-
Jecp5YaUtVOkWSpY2jMwUi0ZFJbDQR1LBNs4gcScBHo4BCtTQ%3D%3D&sa=D&sour-
ce=docs&ust=1665412519927444&usg=AOvVaw2_S2b8TlXU69DAzDlC1en9. Acesso em:
10 out. 2022.
DURAND, J. P. Sociologia de Marx. Petrópolis, RJ. Editora Vozes, 2016 (Trad. Mônica
Stahel.) (biblioteca virtual).
FLIGSTEIN, N.; DAUTER, L. A Sociologia dos Mercados. Caderno CRH, 25(66). 2013.
Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/crh/article/view/19426. Acesso em: 20
ago. 2022.
73
MARQUES, E.; PEIXOTO, J. A Nova Sociologia Econômica: Uma Antologia. 1. ed. Oei-
ras, Portugal: Celta Editora, 2003.
SELL, C. E. Sociologia Clássica: Marx, Durkheim e Weber. Petrópolis, RJ. Editora Vozes,
2015.
STEINER, P. Sociologia de Durkheim. Petrópolis, RJ. Editora Vozes, 2016 (Trad. José
Benevides Queiroz) (biblioteca virtual).
74
SWEDBERG, Richard. Sociologia econômica: hoje e amanhã. Balanços, 2004. Dispo-
nível em: https://www.scielo.br/j/ts/a/dvSxLM8hKX5dKCQzK6xtQbq/?format=pdf&lang=pt.
Acesso em: 12 jul. 2022.
75
CONCLUSÃO GERAL
Prezado (a) aluno (a),
76
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